Depois de ver outro desempenho ofensivamente pífio do Grêmio começo a ficar preocupado.
É fato que os três pontos são o que realmente importa. É sempre melhor vencer jogando feio do que perder jogando ‘bonito’, como analisou tempos atrás do alto de seu despeito o argentino D”Alessandro.
O problema é que se não fosse Dida com duas grandes defesas e uma dose generosa de sorte o São Paulo teria vencido. Sem contar o lance de Kleber, que cometeu pênalti ao erguer o braço direito numa cobrança de falta.
Renato armou um esquema emergencial para o Gre-Nal. Veio uma série de vitórias. A proposta de jogar defensivamente, com marcação forte o tempo todo, deu certo, apesar de que desde então o ataque ter se tornado muito mais útil combatendo o adversário do que criando situações de gol.
O Grêmio, com três zagueiros ou três atacantes, parece ser uma imensa defesa. Começa no goleiro e termina no centroavante.
Eu imaginava que Renato aos poucos começaria a aperfeiçoar o esquema, mantendo a combatividade, mas acrescentando mais qualidade.
Estava convencido de que aos poucos Elano e principalmente Zé Roberto entrariam no time.
É complicado questionar a ideia de três volantes no meio de campo e três atacantes tão dedicados a marcar que mal conseguem entrar na área.
Hoje, no Morumbi, mais uma vez não vi o ‘centroavante’ Barcos dar um chute a gol sequer. Kleber ainda concluiu uma vez, por cima. Vargas agitou bastante e deu umas arrancadas que acabaram resultando em nada.
Numa das raras jogadas tramadas, no segundo tempo, logo após o SP reclamar pênalti de Kleber, Barcos enfiou para Alex Telles, que se esforçou para chegar na bola e fazer um cruzamento primoroso para Vargas mandar para a rede.
Salvo engano, o Grêmio teve 100% de aproveitamento, uma chance, um gol. Já o São Paulo levou muito mais perigo, mostrando que o sistema defensivo armado por Renato é eficiente, mas também vaza.
Então, está mais do que na hora de Renato dar equilíbrio ao time, mantendo marcação forte, mas fazendo com que o ataque produza mais a partir de um toque de qualidade e criatividade na ligação defesa-ataque.
Não tenho dúvida de que o time terá mais equilíbrio com um 4-4-2. Ele pode manter os três volantes de muita pegada, mas com o reforço de Zé Roberto.
Li uma entrevista com o técnico do Cruzeiro, Marcelo Oliveira. Ele considera Zé Roberto o melhor jogador do Brasileirão. Exagero ou não, o fato é que Zé Roberto não pode ficar mais ficar de fora.
Hoje, era jogo para Zé Roberto entrar no segundo tempo no lugar de Barcos ou até de Kleber, sempre muito combativo, mas nada criativo.
Apoiei muito Renato com seu esquema de três zagueiros e três volantes de marcação, um esquema forjado pelas circunstâncias.
Agora, porém, é o momento de avançar tática e tecnicamente.
INTER
O técnico Dunga, demonstrando um certo desespero, mudou demais o time. Sem D’Alessandro, aproveitou para escalar jogadores que andavam esquecidos, como o Alan Patrick. No banco, Forlan, Damião e Scocco, este de fora por uma suposta lesão.
Enfim, uma lambança.
Se desse certo e o Inter vencesse o Cruzeiro, Dunga poderia começar a dar a volta por cima.
Mas, como era de se esperar, a proposta fracassou.
Um dirigente colorado, penso que Marcelo Medeiro comentou que o time entraria focado para não repetir o que aconteceu muitas vezes no campeonato, sofrer um gol antes dos cinco primeiros minutos e depois ter que sair correndo atrás.
E não é que o Cruzeiro marcou logo no começo, aos 4 minutos?
Gol desse volante excelente, o Nilton.
Otávio, escalado de titular no ataque, empatou no minuto seguinte.
Depois, no segundo tempo, o Cruzeiro fez 2 a 1, e se mantém com líder absoluto do campeonato.
No final, vaias para o time e principalmente para o técnico Dunga.
Se o segundo jogo da Copa do Brasil fosse agora, Dunga seria mantido.
Mas como é mais adiante, penso que ele será demitido. É difícil resistir a três derrotas seguidas, sendo que duas delas em casa, diante de sua torcida.
CRUZEIRO
Ainda acredito que o Cruzeiro terá a sua fase de queda no campeonato. A questão é se haverá um concorrente para aproveitar esse momento. Não vejo Botafogo e Atlético PR em condições de ainda disputar o título. Apostaria no Grêmio se Renato conseguisse dar equilíbrio ao time, mas estou na iminência de jogar a toalha.