A sorte colorada na tabela do 'charmosão'

Se a tabela do Gauchão/2014 fosse dirigida para favorecer o Inter não teria o sucesso que teve o sorteio que definiu os locais dos jogos, por exemplo.

Sim, sou informado que houve um sorteio, que não foi o presidente Francisco Noveletto quem definiu tudo, asfaltando o caminho do clube do seu coração.

Devo acreditar que houve um sorteio, nem tenho por que duvidar. Afinal, Noveletto é um empresário bem sucedido, embora já não possa dizer o mesmo sobre sua performance no comando do futebol gaúcho, que só caiu desde sua posse.

Quer dizer, engano meu: a FGF nunca foi tão rica. E os clubes? Bem, seus presidentes fazem turismo de graça uma vez por ano. No mais, quase todos estão na penúria.

Estou convencido de que Noveletto não perderia seu tempo manipulando a favor do Inter e contra o Grêmio. Seria muita pequenez, muita mesquinharia. Mas o fato é que o Grêmio saiu prejudicado.

Talvez nem tanto, porque não ouvi nenhuma voz tricolor erguendo-se contra a tabela definida nesse sorteio aparentemente sem testemunhas. Espero que elas, as testemunhas, surjam para afastar as nuvens escuras que atormentam os gremistas nas redes sociais. Espero que haja fotos, documento assinado. Essas firulas que dão veracidade às decisões de gabinete.

Sei que o foco da direção gremista é a Libertadores, mas penso que um pouco mais de atenção ao regional em que o Inter acumula títulos seria interessante. Até para mostrar que o clube está atento, não muito interessado, masvigilante.

O Grêmio poderia lamentar publicamente sua má sorte no tal sorteio. Vejam que coincidência: as duas maiores forças do Interior são Juventude e Caxias, certo?

Pois o Grêmio enfrenta esses dois clubes em Caxias do Sul. O Inter aonde? Em casa.

Outra pedreira, ainda mais em sua casa, é o Brasil. O Grêmio já jogou no Bento Freitas e teve a sorte de arrancar um empate. O Inter vai pegar o Brasil em casa, Beira-Rio ou sei lá onde.

Eu poderia parar por aí, mas tem o Zequinha. Nenhum clube gosta de jogar no piso sintético, onde o Zequinha está acostumado e costuma vencer.

O Grêmio padeceu no piso instalado pelo Noveletto e perdeu o jogo. O Inter não precisará passar por esse sofrimento: não irá jogar no Passo d’Areia. Muito menos à tarde.

Como eu ia dizendo, se fosse uma tabela dirigida para beneficiar o Inter e prejudicar o Grêmio no ‘charmosão’ não conseguiria um resultado tão positivo.

Imaginem essa falta de sorte gremista transferida para o Brasileirão…

Incrível, M. Antônio está de volta

Cada vez fico mais convencido de que no futebol a gente não pode deixar por perto aqueles que já comprovaram insuficiência para jogar em clube de ponta.

Quando soube que Léo Gago havia voltado – curioso como um jogador que foi titular do Grêmio em dezenas de jogos não despertou interesse de grandes clubes que pudessem atender seus anseios profissionais – fiquei assustado. Fiquei intrigado também com o fato de o Palmeiras não ter se esforçado para continuar com ele. A coisa piorou quando li que estava treinando com o grupo. E, numa escalada aterrorizante, ele acabou ficando no banco de reservas.

Paralelamente, descobri que Marco Antônio estava por aí, meio escanteado, à espera de proposta. A proposta não veio, claro. Será que nem a Portuguesa ond, dizem, ele jogou uma enormidade, não quis o talentoso MA de volta?

Hoje, estourou a bomba, confirmando que quem está por perto acaba sendo chamado, se fardando e até jogando.

MA está de volta. Teve seu contrato renovado ou algo assim.

A notícia surge ao mesmo tempo com a informação de que o Grêmio estaria contratando Júlio César, o que seria um golpe em Marcelo Grohe. Mais um golpe.

Hoje, desconfio que a vinda de JC foi apenas uma cortina de fumaça para encobrir a terrível realidade:

Marco Antônio está de volta.

Bem, pra mim não muda muita coisa, pois já joguei a toalha há algum tempo.

Se bem que eu ainda tinha alguma esperança, que agora se acabou.

E se o Grêmio não tivesse goleado?

E se o Grêmio não tivesse goleado? Tivesse vencido com um gol, de pênalti – cobrado por Kleber, claro – ou até mesmo empatado? Perdido, não, porque nem o mais enlouquecido ficcionista poderia imaginar uma vitória do lanterna Aimoré sobre os titulares do Grêmio em plena Arena.

A corneta seria inevitável. Os arautos do apocalipse e os portadores de ansiedade aguda estariam profetizando uma hecatombe  tricolor na Libertadores, competição que é prioridade do clube.

Entendo que tanto um eventual resultado negativo como a goleada ocorrida devem ter uma avaliação discreta, cautelosa, sem arroubos. É isso, aliás, que as pessoas de modo geral estão fazendo.

Só não concordo com aqueles que conseguiram ver um time mais ofensivo e com jogadas ensaiadas a partir de um jogo contra adversário inexpressivo.

Em situações assim, tudo parece maravilhoso, as jogadas fluem com mais facilidade e dão a impressão de que ali está um time realmente promissor. Então, tenho muito cuidado e não me deixar levar por manchetes ufanistas, que mais servem para iludir e criar falsas expectativas.

Agora, descontando a fragilidade do adversário, o Grêmio fez uma partida. Fez a sua parte: goleou.

Mas não posso desvincular o que vi do que pretendo ver: um time forte para VENCER a Libertadores. Neste aspecto, falta muito ainda.

Por isso, sou cauteloso em relação ao jovens que estão surgindo e a esse ‘novo’ time titular, comandado agora pelo Enderson Moreira.

Confesso que estou impressionado com algumas análises a partir dos 4 a 0 sobre o modesto time de São Leopoldo, cotadíssimo para voltar à segundona gaúcha.

Houve quem percebesse avanços significativos na estreia do time principal no Gauchão.

Quando leio e ouço análises tão entusiasmadas sinto-me mal, muito mal, por não ter visto tanta qualidade, tantos progressos. Fico quase convencido de que não entendo nada de futebol.

COTAÇÃO

Mesmo desconfiado de que preciso me reciclar como analista de futebol e corneteiro do bem, ouso fazer uma rápida análise do que vi no domingo à noite na Arena. Repito, sempre dando um bom desconto em função do adversário.

Marcelo Grohe fez três defesas espetaculares. Tão impressionantes que o ‘Gênio da Padre Chagas”, como diz o RW – cornetadorw – nem tocou no assunto futebol em sua coluna desta segunda-feira. Tivesse Grohe falhado, não escaparia de uma ‘homenagem’ na tal coluna, que foi ocupada estranhamente por amenidades.

Os dois laterais foram relativamente bem. Pará esforçado como sempre e Wendell mostrou que pode ser titular, mas ainda precisa provar.

A zaga foi eficiente, nada além disso. Destaque para Bressan por sua presença na área rival, inclusive com um gol.

O time ‘ofensivo’ de Enderson recuperou o volantão, figura cada vez mais próxima da extinção, mas que tem sua utilidade em jogos encardidos. Edinho estreou bem, e até fez algo muito raro em sua carreira, um gol. Seu posicionamento para aproveitar o cruzamento me pareceu algo ensaiado. Aí, mérito do técnico.

Edinho teve a companhia de dois volantes, Ramiro e Riveros, este um pouco melhor que o colega de função. O paraguaio fez dois gols, um anulado equivocadamente. O trio teve a ajuda constante de Maxi Lopez, que, melhor preparado na pré-temporada, teve fôlego para ajudar no combate no campo defensivo, articular e chegar à frente. Maxi jogou bem, mas ainda não vi nele condições de ser titular de um time que busca a Libertadores.

Na frente, a dupla Kleber/Barcos. É o que a casa oferece. Barcos fez um golaço e algumas boas jogadas. Kleber esteve um pouco abaixo.

Confesso que estou traumatizado com esses dois. Hoje, afirmo que nada espero deles. Talvez com o tempo eu possa superar esse trauma. Torço por isso.

INTER

O time B do Inter está indo muito bem. Alguns guris estão despontando bem – o mesmo ocorreu com a gurizada gremista. Por enquanto, todos são promessas, algumas mais rutilantes.

É sempre preciso considerar o nível sofrível dos times do Interior.

Mesmo assim, é bom perceber que estão surgindo novos talentos.

CONFRATERNIZAÇÃO

O I Encontro dos Botequeiros e Simpatizantes pode ser realizado na semana que vem. Penso no Box 21, mais discreto; no Wunderbar – na parte baixa da DR. Timóteo; ou no Bar do Beto, o da Getúlio Vargas. O dia pode um sem rodada do Gauchão. Seria em torno das 20h. Que tal convidar o RW, o Demian e o Seu Algoz?

A catequese do juiz e a zaga 'garfo e faca'

O árbitro Luís Teixeira Rocha caiu em desgraça. Cometeu o ‘crime’ de não ter expulso nenhum jogador do Novo Hamburgo no jogo contra o Inter, em especial o Luís Henrique.

O zagueiro do NH foi afastar a bola num lance dentro da área e na sequencia elevou demais e perna, que acabou atingindo Raphinha. Havia mais jogadores na lance e o árbitro achou por bem que não era lance para expulsão.

Não consigo esquecer outros lances muito mais graves, imensamente mais graves e com consequencias dramáticas, que também não resultaram em expulsão, sequer em cartão amarelo.

Por exemplo, o Gre-Nal em que o zagueiro Jackson deu um carrinho/voadora em Mário Fernandes, então um dos destaques do time. Mário ficou mais de três meses sem jogar, prejudicando a campanha tricolor no Gauchão.

O agressor nem levou amarelo do experiente Leandro Vuaden. Se fosse o contrário, quem sabe qual seria a decisão do festejado árbitro?

Há também o lance em que Damião agrediu violentamente um jogador do Santa Cruz, nos Plátanos. A cinco metros da agressão, outro juiz bem cotado na FGF, Jean Pierre, só deu amarelo depois de sentir a reação dos jogadores do SC.

Poderia ir além nos exemplos, mas esses episódios já são suficientes para sinalizar que esse juiz que ousou não expulsar ‘agressores’ dos jogadores colorados precisa ‘melhorar’ muito para crescer no quadro de arbitragem.

De acordo com o que li na coluna do Diogo Olivier, Rocha levou um puxão de orelha da comissão de arbitragem e foi submetido a uma sessão de vídeo com lances do jogo, onde aparecem lances da zaga “garfo e faca” – gostei da expressão, muito criativa, mas um tanto exagerada.

Quer dizer, ojuiz novato começou a ser catequizado.

Espero que façam isso com todos os árbitros que forem tolerantes com lances violentos independente das cores das camisetas envolvidas.

Ah, e que os árbitros não se acanhem na hora de exibir um cartão vermelho para jogadores do Inter.

Afinal, 50 jogos do Gauchão sem expulsão de colorado já está demais.

COTAÇÃO ZH

Nota do meia-atacante Luan no jogo contra o Lajeadense: 8.

Concordo. Só não dá pra aceitar a frase ‘Cavou o pênalti”. Não, ele não cavou nenhuma falta.

Ele sofreu uma falta. O certo seria: “Sofreu o pênalti”.

Aliás, esse Luan mostrou que tem futebol, muito futebol.

Rodolpho, sucesso graças ao esquema de Renato

Tudo indica que o Grêmio está perdendo Rodolpho. Pelo que tenho lido e ouvido, os dirigentes do futebol gremista já admitem a saída do zagueiro. Penso que será mesmo numa transação envolvendo Souza, mais dinheiro.

Aí, sem o volante titular, estende-se um tapete vermelho para Edinho assumir a posição sem a contestação que haveria com Souza no grupo.

O futebol fora de campo é um jogo de xadrez. As peças são movidas já prevendo as próximas jogadas.

Rodolpho foi a melhor contratação do Grêmio no ano passado. Incontestável. Indicação do eternamente polêmico Renato Portaluppi. A única indicação dele. Cem por cento de aproveitamento. Os pitbulls que perseguem Renato não gostam que se lembre as coisas boas deixadas por ele. Por isso, faço questão de repetir: Rodolpho foi a única indicação de Renato.

Deixando a provocação de lado, se Rodolpho sair será uma perda – ou perca, como dizem alguns menos atentos ao idioma pátrio.

Agora, não será uma perda irreparável. Zagueiro é fácil de achar, talvez não tão eficiente, mas não demora aparece um igual ou até melhor.

Difícil é encontrar gente que crie e faça gols. O Grêmio é uma prova disso.

Sobre Rodolpho, que, repito, é muito bom, quero dizer que ele talvez tenha feito no Grêmio sua melhor campanha em campeonato brasileiro. Logo ele que vinha de atuações questionáveis no São Paulo, tanto é que foi liberado sem maiores dificuldades.

E por que Rodolpho foi tão bem, assim como Bressan, seu companheiro na maioria dos jogos?

A meu ver porque ele foi favorecido pelo esquema de Renato. Se Barcos e Kleber foram prejudicados – como dizem eles mesmos e outros luminares -, alguém deve ter sido favorecido. Os homens da defesa, claro.

Primeiro, com o esquema de três zagueiros. Os zagueiros se sentem mais fortalecidos e protegidos. Depois, com o mesmo efeito, com três volantes de marcação constante e aplicada.

Teve efeito semelhante ao da presença de Caçapava para Figueroa nos anos 70.

Então, sem o esquema de Renato – primeiro garantia o zero para depois buscar um golzinho -, desconfio que Rodolpho voltará a ser o que sempre foi: um bom e eficiente zagueiro.

Não esse zagueiraço que em pouco tempo conquistou a torcida gremista.

Holofotes sobre o contrato Inter/AG

O texto abaixo lança luzes, ou melhor, holofotes sobre o festejado contrato da AG com o Inter. O texto é de “Seu Algoz”, que fez um trabalho investigativo para começar a escancarar a verdade.

Ele mostra que o contrato do Inter está muito longe de ser a maravilha apregoada por setores da imprensa, que por alguma razão preferem beber nas fontes oficiais em vez de tentar saciar a sede nas águas cristalinas da informação correta e da isenção. O texto foi publicado originalmente em Imortal Tricolor – blogremio.blogspot.com.

Espero que a grande imprensa aproveite esse material para questionar a direção colorada que há muito tempo vende conceito de que fez um negócio superior, muito melhor que o do Grêmio com a Arena.

Em vez de ficar provocando o Grêmio com a história de que ‘o Beira-Rio é nosso’, está na hora de o presidente colorado explicar o que está apontado abaixo.

21 de janeiro de 2014

Mentira: braços longos e pernas curtas

Nada como o tempo e o seu efeito de clareamento sobre as coisas. Passaram-se os meses e, finalmente, poderemos saber um pouco mais sobre o misterioso negócio celebrado entre o pessoal do aterro e a empreiteira Andrade Gutierrez. Fizemos esta pesquisa por dois motivos: 1) porque a imprensa esportiva gaúcha não tem “interesse” em fazer; 2) porque o pessoal da lona está muito excitado, falando para os vizinhos que o “novo” estádio é deles, que eles sim são ricos e patati patatá. É preciso restabelecer algumas verdades.

Mas, vamos com calma, porque há muitas informações interessantes para compartilhar.
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Capítulo 1: Os braços longos

Durante os últimos meses, foi feito um árduo trabalho para falsear a verdade no que diz respeito aos termos do “negócio Beira-Rio”. Na carona, críticas cerradas e sistemáticas à Arena do Grêmio. Isso disseminou-se em manifestações de profissionais de boa fé ou engajados, como pode-se ver abaixo.

 Clique na imagem para acessar o original.

No site oficial do clube, a verdade é mostrada pela metade.

Em manifestações públicas de dirigentes, o discurso ensaiado e a mentira repetida a la Goebbels. Exemplos podem ser lidos aquiaqui.

Esta é uma amostra pequena diante da enxurrada que lemos e ouvimos mês após mês. Nos jornais, nas rádios e tevês e nas mídias, não houve dia em que eles não foram exaltados e o Grêmio diminuído em função dos negócios dos estádios.
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Capítulo 2: As pernas curtas

O trabalho de investigação que é publicado abaixo, apoiado em documentos irrefutáveis, tem o intuito de trazer a público fatos reais que têm sido escamoteados, ocultados, falseados, por uma ação de comunicação orquestrada e avassaladora. Os documentos mostrados não podem ser desmentidos. O que o leitor vai ler é a verdade oficial, porque provada com documentos que têm fé pública. O rei está nu e cru.

Quem é quem nesse negócio

1. O timinho: conhecido por demais pela arrogância e pela pretensão de ser melhor em tudo. Dispensa maiores apresentações, pois já existe há 7 anos. Nos documentos, é citado como “Proprietário”.
2. A Andrade Gutierrez, ou AG: uma conhecida empreiteira de obras que teria aceito, segundo a imprensa, um péssimo contrato, curvando-se à habilidade negocial do presidente Luigi. É de fato e principalmente de direito, como será demonstrado abaixo, quem vai dar as cartas no Aterro pelos próximos 20 anos, por meio da sua controlada
3. A Brio, a “Superficiária”: é a subsidiária criada pela AG para administrar o estádio. Mais que isso, hoje e pelos próximos 20 anos, é sua proprietária, como também será comprovado abaixo.
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Conhecendo a “Superficiária-camaleão”

A “Superficiária” do Beira-rio (versão Phipha da Arena Porto Alegrense) é uma espécie mutante e movediça. Nasceu em Belo Horizonte, onde tem os amigos mais íntimos. É de lá o endereço que faz constar em contratos. Mas também pode ser apresentada como moradora do Shopping Praia de Belas ou do bairro Independência, em Porto Alegre. Na verdade, é uma empresa com DNA de camaleão: nasceu em fevereiro de 2010 como SMGA Participações S/A. Em setembro do mesmo ano, travestiu-se de Pumari Participações S/A. Finalmente, para atender um negócio de ocasião, em março de 2012, trocou o nome para SPE Holding Beira-Rio S/A (Brio, para os íntimos). É com esta alcunha que vai fazer a exploração comercial do “novo” Beira Rio. Mais informações sobre a empresa podem ser obtidas no link das demonstrações financeiras daqui.

Mas, de quem é a SPE Holding Beira-Rio? A SPE Holding Beira-Rio é 100% da AG, a Empreiteira. Vejam informações sobre a propriedade da empresa na imagem abaixo, retirada do link acima.


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Sobre o Direito de Superfície

Para entender os negócios realizados, é preciso discorrer, ainda que rapidamente e sem a profundidade que nos isentaria da crítica dos advogados, sobre o conceito de “Direito real de superfície” (DRS).

O direito de superfície é o direito que uma pessoa física ou jurídica adquire sobre coisa alheia e tem por principal característica o poder explorar economicamente o bem objeto da transação. Tem como efeito destacar a propriedade do solo da propriedade da superfície. Tudo o que for existente e construído na superfície durante a vigência do DRS, pertence ao proprietário superficiário.

O direito de superfície não se confunde com o arrendamento. Aquele é uma relação de direito real, enquanto o arrendamento é uma relação de direito obrigacional. O arrendatário não é dono da coisa arrendada, enquanto o superficiário é dono da propriedade superficiária.

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Pai, o Beira-Rio é deles e a Arena não é nossa?

Calma filho! O teu tio co-côlorado que falou isso está muito excitado. Um e outro negócio tem exatamente o mesmo mecanismo. A Arena Porto Alegrense é a superficiária da Arena do Grêmio e a SPE Holding Beira-Rio (ou Brio) é a superficiária do estádio reformado. Se eles dizem que a Arena não é do Grêmionão podem dizer, sem que estejam mentindo, que o remendado é deles.

Vejam nos documentos abaixo que foi constituído direito real de superfície sobre o estádio e também sobre o edifício garagem. O mesmíssimo mecanismo da Arena. Só depois de ficar tudo prontinho, no padrão Phipha, e a obra, finalmente, estiver pronta para a Copa das Confederações a Copa do Mundo, começa a contar o prazo de 20 anos para eles receberem o estádio e o edifício garagem de volta.

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Então, pai, a Brio é dona do Remendão?

É e não é, filho. Já não é tão dona, por um detalhezinho. Para a AG ter dinheiro e conseguir comprar as lonas e os materiais para fazer o puxadinho, a Brio cedeu os direitos sobre o estádio e o edifício garagem para três bancos: BNDES, Banco do Brasil e Banrisul. Isso está tudo registrado no R.22 da matrícula do imóvel.


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Mais detalhes do negócio

Além da matrícula do imóvel, o blog obteve outro documento importante: a escritura que descreve a entrega do estádio e do edifício garagem para a Brio. Vejam, abaixo, algumas informações adicionais.
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1) O documento: a “Escritura Pública de Constituição de Direito Real de Superfície e Outras Avenças” foi firmada entre o timinho e a Brio, em 19/03/2012. Nela estão registrados vários detalhes do negócio e, juntamente com a matrícula postada acima, esclarece aspectos nunca divulgados pela imprensa, por simples desinteresse em pesquisar assuntos relativos a este negócio. Talvez seja mais um caso de “respeito ao clube”. Como se vê, pelo critério de propriedade que eles usam para a nossa Arena, o “jovem” Beira-Rio não é mais deles há bastante tempo: desde 19/03/2012 é da Brio, que é 100% da AG e que cedeu os direito de exploração para três bancos.


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2) O passado condena: a doação do terreno pela Prefeitura está registrada também neste documento. Mamando nas tetas gordas dos governos desde sempre.

3) E as receitas vão para… Belo Horizonte: O acordo firmado para a reforma do aterro estabelece que muitas receitas geradas no estádio irão para Belo Horizonte, cidade sede da Brio e da AG, para nunca mais serem vistas. A informação do site oficial, mostrada acima no Capítulo 2, “Braços longos”, não esclarece isso. Pelo contrário, tenta confundir, não particularizando as receitas perdidas. Senão, vejamos. São cedidos a “Superficiária” (leia-se Brio) os direitos de exploração comercial(entenda-se as receitas) relativos a eventos, às áreas das lojas, suítes, Cadeiras VIP, publicidade, Naming RightsSector Rights, serviços de catering(alimentação) e do edifício garagem. A escritura também é clara sobre quem administra o estádio (vejam referência clara à realização de eventos). Quando se disse que as receitas dos naming rights não são deles? E as do aluguel das lojas de alimentaçao (catering)? E do edifício garagem e etc?


4) Para que não restem dúvidas: o documento pisa e repisa, que o direito de superfície carrega consigo os direitos de exploração comercial e que estes são da Brio e de ninguém mais.

5) Nada a reclamar (e nem a receber): ao contrário do Grêmio (que receberá 65% do lucro obtido pela Arena Porto Alegrense), os brilhantes negociadores nada receberão dos lucros obtidos pela Brio durante 20 longos anos.

6) Dúvidas são tratadas em SP: Quem não ouviu alguém dizer que, no contrato doGrêmio, até as discussões teriam forum fora do RS? O contrato deles é igual. Os litígios são tratados pela Câmara de Comércio Brasil-Canadá.

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Capítulo 3: Palavra final

Então é isto, caros leitores. Esperamos ter contribuído para acabar com esta fantasia plantada dia e noite ao longo dos últimos meses. Plantada pela direção do timinho e regada abundantemente por setores engajados ou distraídos da imprensa gaúcha. Nas mais diversas mídias, se repetiu à náusea que eles tem um estádio moderno que é deles.

A verdade verdadeira é que a Arena e Beira-Rio são negócios idênticos no que tange à propriedade dos estádios: ambos contemplam a cessão do direito de superfície. Nada há que nos diferencie neste ponto. Os dois clubes só poderão considerar-se donos ao término dos contratos. Mas há, sim diferenças fundamentais nos dois negócios:

  1. Arena do Grêmio é um estádio novo e o mais moderno do Brasil. O Beira-Rioé uma reforma bem meia boca.
  2. O direito de superfície dos morangos é irretratável e irrevogável. Se quiserem sair desta antes de completar 20 anos, só com a concordância da AG/Brio. Já o contrato do Grêmio com a OAS dá o direito ao tricolor de opção unilateral de resgatar o direito de superfície antes dos 20 anos.
  3. Ao contrário do propalado aos quatro ventos, a proprietária do remendão do aterro hoje é a Brio, que alienou a propriedade para três bancos. É ela quem deixa, ou não, os sócios entrarem.
  4. Além disto, por força da chamada “alienação fiduciária do DRS” aos bancos, todo o remendão, e respectivos frutos (direito de exploração comercial, inclusive dos setores destinados aos sócios morangos) garantem os financiamentos bancários. Em tese, se houver inadimplemento e essa garantia for executada, o timinho terá que pagar para os sócios, incluindo cachorros, entrarem no estádio nos dias de jogos. É bom pararem de dizer que o negócio foi péssimo para a Brio e torcerem pra que dê certo.
  5. Last but not least, muito antes pelo contrário, o Grêmio levará para casa parte majoritária dos lucros auferidos pela nossa superficiária, os 65 % previstos em contrato. Enquanto isso, do lucro obtido pela Brio, o pessoal da lona não verá sequer o rastro.

Tudo diferente do que está escrito acima, que você lê, ouve ou enxerga na tv é fruto, de um lado da arrogância de dirigentes despreparados e com claros sintomas de complexo de inferioridade, e de outro da subserviência e cumplicidade de jornalistas mais interessados, por qualquer razão que seja, em defender interesses de instituições do que em estabelecer a verdade. Ou, o que é um pouco menos grave, de jornalistas preguiçosos que não lançam mão da investigação como instrumento de trabalho e passam a vida repetindo o que recebem como prato pronto.

Jeferson, destaque gremista na estreia

O jovem time do Grêmio estreou com derrota. Resultado previsível. Um time de guris recém saídos das fraldas contra um time maduro e acostumado com o gramado sintético dificilmente venceria. Agora, o empate talvez fosse mais justo. Talvez. O fato é que o Zequinha venceu por 1 a 0.

Mas o que mais interessa agora é saber se algum desses jogadores têm condições de assumir a titularidade do Grêmio ainda a tempo de dar alguma contribuição na campanha da Libertadores. É isso que interessa, ao menos para mim.

Não me preocupo com o título do Gauchão, que mais uma vez deve ficar com o Inter. O time colorado começou com vitória sobre o São Luiz, com direito a golaço do Winck. Já o segundo gol foi em impedimento. A arbitragem mantém sua rotina abaixo do Mampituba: ajuda o Inter. Sem querer, claro. Mas não resta dúvida de que o Inter mereceu vencer.

Sobre o time que o Mabília mandou a campo naquele calor infernal só um jogador realmente me impressionou: Jeferson. É um jogador moderno, tão moderno que não sei qual sua posição exata. Ele marca, puxa ataque e aparece para concluir. Tem força, velocidade, arranque, drible e joga com inteligência.

É claro que é uma amostra muito pequena, mas Jeferson merece ser melhor observado para subir já.

Mas há outros bons jogadores, como a dupla de área.

Os laterais Tinga e Breno levam jeito, mas ainda não me entusiasmam.

No meio, gostei também do Matheus Biteco e do Moisés.

Na frente, Everaldo fez um lance sensacional, ao driblar dois pela direita e cruzar para Mamute, que chegou atrasado até porque o cruzamento foi meio forte.

Enfim, o time todo é relativamente bom. Alguns até poderiam ser promovidos para figurar no grupo.

Já o Jeferson, até por suas características, precisa ser olhado com muita atenção.

Só não entendi por que o técnico Enderson não esteve no Passo d’Areia para prestigiar e observar a gurizada.

Grêmio ganha forma, mas ainda falta ataque

Às vésperas de começar mais um campeonato em que parece ser proibido dar cartão vermelho para jogadores do Inter – nos dois últimos regionais nenhum colorado foi expulso -, o Grêmio do técnico Enderson Moreira está se delineando.

E sem surpresas. O time que ele anda colocando em campo é praticamente igual ao de todos os gremistas.

O goleiro é Marcelo Grohe. A dupla de área é Rodolpho e mais um, Bressan ou Werley. Uma zaga de respeito.

Nas laterais/alas é que vejo algum problema. Pará segue imexível, até por falta de opções. Tinga em breve terá sua oportunidade, mas ainda tem muito o que provar.

Na esquerda, com a saída de Alex Telles – recebido com festa na Turquia -, é tudo com Wendell. Ele entrou bem em alguns jogos. Tem tudo para confirmar. Se isso acontecer, tudo bem. Uma coisa é entrar no decorrer dos jogos e e dar uma sacudida na equipe, como ele fez, outra é começar e manter uma sequencia de qualidade. Então, precisamos esperar.

No meio de campo, Enderson se mostra conservador: dois volantes e dois meias. Souza e Ramiro, com Maxi Rodriguez e Zé Roberto.

Confesso que me preocupo um pouco. Souza e Ramiro são segundos volantes. Temos que a zaga fique desprotegida.

Se Zé Roberto e Maxi tiverem maior comprometimento com a marcação, principalmente o Zé, até pode dar certo. É importante saber qual será a resposta do meia uruguaio começando como titular. Repito, uma coisa é entrar nos jogos com o adversário meio cansado.

Sinceramente, não consigo ver o Maxi titular do time numa Libertadores. Espero que ele não seja aquele tipo de jogador de dois ou três lances brilhantes e que fica a maior parte do tempo ausente do jogo.

Sobre o Zé Roberto, espero que ele consiga dar mais velocidade à saída de bola, trocando menos passes no meio.

Na frente, bem aí é que vejo maiores dificuldades. É inegável que Barcos e Klebert são bons jogadores. Tanto que foram recebidos com festa pela torcida e incensados pela imprensa, parte dela com inveja e preocupação.

O problema é que o Pirata e o Gladiador sucumbiram. Foram mal tanto com Luxemburgo como com Renato. Para alguns, eles foram prejudicados pelo esquema de Renato, muito defensivo e coisa e tal. Mas como explicar a bolinha de gude que jogaram com Luxemburgo? Até se especulou que Barcos estava brigado com Luxemburgo. Surgiram, inclusive, relatos de confronto físico no vestiário.

As opções, por enquanto, são Paulinho, Mamute e Lucas Coelho.

Com o que há hoje o Grêmio não irá longe na Libertadores. É preciso reforçar o ataque. Pelo menos um atacante mais ágil, criativo e goleador.

Um jogador tipo o Jonas ou o Nilmar.

Sem pelo menos um reforço de qualidade para o ataque o time não irá longe, a não ser que Barcos e Kleber finalmente joguem tudo aquilo que deles se espera.

Fora isso, o Grêmio cai cedo, e nem poderemos responsabilizar o noviço Enderson Moreira.

Mas não tenho dúvida de que o Grêmio está buscando esse atacante. Tenho esperança, também, que o time B revele uns dois ou três jogadores para o time titular, o que pode significar a salvação.

INTER

É impressionante o desespero do Inter para se livrar de Forlan e Scocco. Os dois não querem continuar no Inter e o Inter não quer continuar com eles. Tanto pela bola que jogaram até aqui, como, e principalmente, pelo que eles custam por mês.

Eu não tenho nenhuma dúvida que os dois jogadores bateram de frente com o dono do time, o D’Alessandro.

Forlan custa mensalmente 850 mil ao Inter. Scocco custou caro e tem salário em torno de 400 mil.

Está difícil encontrar quem banque tudo isso, mesmo que o Inter se proponha a ajudar no pagamento do salário. No caso de Scocco, o Inter ainda busca um clube que pague pelo menos 5 milhões de dólares pelo jogador.

O negócio é aliviar a folha de pagamento. O mesmo acontece com o Grêmio, que paga em torno de um milhão de reais para sua dupla de ‘goleadores’.

Os rankings inúteis e a reconstrução do He-Man

Cada um comemora o que pode. O sujeito quando vai ficando mais velho comemora cada virada de ano como se fosse um renascimento, o alvorecer como uma dádiva e o surgimento da lua no céu estrelado como um prêmio por mais um dia vivido. Eu ando assim, e também um tanto nostálgico, remexendo velhas fotos. Como esta:

Este é o time do CP/Rádio Guaíba, campeão de um torneio anual que o ‘tio Marquinhos’, dono de uma rede de lojas famosa à época, anos 80/90, promovia juntando toda a mídia.

Aparecem: José Aldo, Jurandir Soares, Nobrinho e Pauletti, um dos maiores craques do futsal gaúcho em todos os tempos. Agachados, eu, com um ridículo bigode a la Rivelino porque o futebol era muito parecido, Miro Bacin, Paulo Sérgio Pinto e um cara que não lembro o nome agora.

O fato é que comemoramos muito esse título, com carne e cerveja em abundância.

Então, como eu ia dizendo, a gente comemora o que pode, qualquer coisa. Hoje, vejo pelas redes sociais os colorados comemorando a primeira colocação num ranking da ESPN. Seria o clube mais vitorioso no século.

Nunca liguei para esses rankings, seja de empresas da área esportiva, seja de entidades como CBF, Fifa, o que for.

Tudo depende de critérios, normalmente muito discutíveis. Nesse ranking da ESPN, o título regional vale um ponto. A Copa do Brasil vale apenas dois pontos. O Inter, de 2001 para cá, venceu nove regionais. O Corinthians, segundo colocado, venceu quatro. E todos nós sabemos que não há termos de comparação entre o Paulistão e o Gauchão.

Temos, então, que o Corinthians leva um ponto por conquistar o Paulista, talvez o regional mais difícil do país. O campeão da Paraíba também leva um ponto. É possível levar a sério um ranking com esse critério.

O mesmo vale para o ranking da CBF, no qual o Grêmio desponta como líder, secundado pelo Corinthians, ele de novo.

Na década de 90, o Grêmio liderou todos os rankings por um certo período. Inclusive o de um instituto criado na Alemanha, sabe-se lá por quem, mas que acabou ganhando credibilidade pela insistência em mandar seus ‘estudos’, primeiro por telex, depois por email. Nunca liguei pra isso, assim como o editor da época, que passou a valorizar esse ranking depois que o Inter começou a vencer, merecendo até chamada de capa. Antes, era rodapé.

Em vez de comemorar ranking, eu prefiro festejar títulos. Enquanto gremistas e colorados comemoram essas honrosas, não nego, colocações, os mineiros embriagam-se com dois grandes títulos. Os atleticanos comemoram a Libertadores e os cruzeirenses o Brasileirão.

No futebol, é só isso que importa: títulos. O resto é só distração de torcedores frustrados e saudosos. Serve apenas para alimentar debates e flautas em botecos e nas redes sociais.

HE-MAN

Assim como me emociono diante de velhas fotos em preto e branco, não deixo de me comover com o esforço que a imprensa em geral está fazendo para reconstruir a imagem de Rafael Moura, que voltou a ser o He-Man pelos menos no papel.

Bastou o técnico Abel Braga anunciar total confiança no atacante para que velhas e furiosas críticas fossem varridas para debaixo do tapete, onde ficarão adormecidas por um tempo, provavelmente durante todo o Gauchão, competição na qual o Inter tem sido soberano e até formidável, porque nos dois últimos não teve um jogador sequer expulso.

Um recorde, digno de um ‘campeão de tudo’.

O empenho em reconstruir R. Moura é tão grande que ninguém mais lembra o pênalti intrigante – um soco na bola – que ele cometeu num jogo contra o Cruzeiro pelo Brasileirão, empate por 2 a 2.

VIRADA EM PELOTAS

O Inter B, agora comandado por Clemer, que entrou no lugar de outro ex-goleiro, o André, se deu mal em Pelotas. Vencia por 2 a 0, tinha um jogador a mais – Jean Pierre, aquele não expulsou Damião no pontapé histórico desferido em Santa Cruz há dois anos, vermelhou um jogador do adversário -, e acabou levando uma virada sensacional do modesto time do Pelotas, treinado pelo ótimo Paulo Porto.

Pelotas campeão da Recopa em cima do Inter. Uma façanha e tanto.

Clemer está atravessando seu inferno astral.

O fracasso da base gremista

Para que serve a base gremista? Há um investimento pesado na formação de jogadores, mas os resultados têm sido pífios.

O parceiro Francisco Coelho, que acompanha as categorias de base do Grêmio com lupa, informa que o clube só venceu uma competição, foi na categoria sub-15. No restante, outras nove, o Grêmio foi derrotado.

A política da base gremista foi derrotada, esmagada, triturada, humilhada.

E o ano começa com fiasco: eliminação na primeira fase da Copa SP.

Agora, atribuir à atual gestão esse retumbante fracasso é injusto e desonesto. Mas também é injusto e desonesto isentar o atual comando do clube – a partir da presidência até os dirigentes do amador – de qualquer responsabilidade.

Os frutos do trabalho atual serão conhecidos, realmente, mais adiante. Há o risco, porém, de que não amadureçam ou, pior, apodreçam, no meio do caminho.

Diante dos resultados ridículos da temporada que passou, cabe ao presidente Koff e seus comandados fazerem um diagnóstico exato do que está acontecendo e tomarem as providências necessárias, se for o caso, o mais rápido possível.

Sei que o trabalho, o foco principal, é formar jogadores para os profissionais, não conquistar títulos.

Mas é inegável que a conquista de títulos, as taças erguidas com brilho nos olhos e orgulho no peito por vestirem a camisa tricolor, contribui para forjar atletas com espírito vencedor.

Aqui, à distância, sem sequer conhecer os nomes de quem dirige a base e como ela está estruturada, não tenho condições de avaliar quais mudanças devem ser feitas. Mas está claro que algo precisa ser feito.

É lamentável que, apesar de todo o dinheiro que imagino seja investido na gurizada, foi preciso apelar para a base do Juventude para reforçar a equipe titular.

Se não sabem o que deve ser feito, que contratem os dirigentes da base do Juventude.  Simples. Sem intermediários.

Já não há colorados trabalhando no Grêmio? Então, que mal tem em buscar gente do parceiro da Serra se a questão é competência e capacidade de trabalho?

O importante é que algo precisa ser feito.

Pelas histórias que ouço aqui e ali, a base é e sempre foi um terreno fértil para todo tipo de esquema.

Por exemplo, o guri promissor, não raro, é dispensado porque ao chegar se recusa a assinar contrato com este ou aquele empresário. Então, ele volta pra casa e vai tentar em outro clube, onde talvez receba a mesma ‘ proposta’. Ou talvez se desiluda e vai estudar.

Sei de um jogador, que anda por aqui, que só foi convocado para uma seleção de base do Brasil depois de trocar de procurador/empresário.

Sei que o comando da base é sempre muito disputado pelas facções gremistas. Sem entrar no mérito, hoje, inclusive, há um ex-dirigente atuando forte para colocar um amigo – que até já prestou bom serviço ali- nesse posto.

Independente das disputas, aliás legítimas se imbuídas das melhores intenções, penso que a principal medida é impor padrão de excelência em honestidade e transparência nas categorias de base, onde empresários costumam atuar com desenvoltura, por vezes em cumplicidade com gente do próprio clube. E isso, pelos relatos que recebo, estaria acontecendo em todo o País.

Só que alguns vencem competições e formam jogadores, outros não.

IMPRENSA

O competente Vitor Rodriguez não ficou muito tempo desempregado. Dispensado sem qualquer explicação – enxugamento da folha de pagamento? Faz-me rir -, Vitor está a caminho do Rio.

Vitor, com quem trabalhei por um breve período no Correio do Povo, será assessor de imprensa do Flamengo.

Mais uma prova de que o trabalho honesto e eficiente sempre é recompensado.

É o Grêmio reforçando um forte rival na Libertadores. Já foi o Elano, agora vai o Vitor.