Às vésperas de começar mais um campeonato em que parece ser proibido dar cartão vermelho para jogadores do Inter – nos dois últimos regionais nenhum colorado foi expulso -, o Grêmio do técnico Enderson Moreira está se delineando.
E sem surpresas. O time que ele anda colocando em campo é praticamente igual ao de todos os gremistas.
O goleiro é Marcelo Grohe. A dupla de área é Rodolpho e mais um, Bressan ou Werley. Uma zaga de respeito.
Nas laterais/alas é que vejo algum problema. Pará segue imexível, até por falta de opções. Tinga em breve terá sua oportunidade, mas ainda tem muito o que provar.
Na esquerda, com a saída de Alex Telles – recebido com festa na Turquia -, é tudo com Wendell. Ele entrou bem em alguns jogos. Tem tudo para confirmar. Se isso acontecer, tudo bem. Uma coisa é entrar no decorrer dos jogos e e dar uma sacudida na equipe, como ele fez, outra é começar e manter uma sequencia de qualidade. Então, precisamos esperar.
No meio de campo, Enderson se mostra conservador: dois volantes e dois meias. Souza e Ramiro, com Maxi Rodriguez e Zé Roberto.
Confesso que me preocupo um pouco. Souza e Ramiro são segundos volantes. Temos que a zaga fique desprotegida.
Se Zé Roberto e Maxi tiverem maior comprometimento com a marcação, principalmente o Zé, até pode dar certo. É importante saber qual será a resposta do meia uruguaio começando como titular. Repito, uma coisa é entrar nos jogos com o adversário meio cansado.
Sinceramente, não consigo ver o Maxi titular do time numa Libertadores. Espero que ele não seja aquele tipo de jogador de dois ou três lances brilhantes e que fica a maior parte do tempo ausente do jogo.
Sobre o Zé Roberto, espero que ele consiga dar mais velocidade à saída de bola, trocando menos passes no meio.
Na frente, bem aí é que vejo maiores dificuldades. É inegável que Barcos e Klebert são bons jogadores. Tanto que foram recebidos com festa pela torcida e incensados pela imprensa, parte dela com inveja e preocupação.
O problema é que o Pirata e o Gladiador sucumbiram. Foram mal tanto com Luxemburgo como com Renato. Para alguns, eles foram prejudicados pelo esquema de Renato, muito defensivo e coisa e tal. Mas como explicar a bolinha de gude que jogaram com Luxemburgo? Até se especulou que Barcos estava brigado com Luxemburgo. Surgiram, inclusive, relatos de confronto físico no vestiário.
As opções, por enquanto, são Paulinho, Mamute e Lucas Coelho.
Com o que há hoje o Grêmio não irá longe na Libertadores. É preciso reforçar o ataque. Pelo menos um atacante mais ágil, criativo e goleador.
Um jogador tipo o Jonas ou o Nilmar.
Sem pelo menos um reforço de qualidade para o ataque o time não irá longe, a não ser que Barcos e Kleber finalmente joguem tudo aquilo que deles se espera.
Fora isso, o Grêmio cai cedo, e nem poderemos responsabilizar o noviço Enderson Moreira.
Mas não tenho dúvida de que o Grêmio está buscando esse atacante. Tenho esperança, também, que o time B revele uns dois ou três jogadores para o time titular, o que pode significar a salvação.
INTER
É impressionante o desespero do Inter para se livrar de Forlan e Scocco. Os dois não querem continuar no Inter e o Inter não quer continuar com eles. Tanto pela bola que jogaram até aqui, como, e principalmente, pelo que eles custam por mês.
Eu não tenho nenhuma dúvida que os dois jogadores bateram de frente com o dono do time, o D’Alessandro.
Forlan custa mensalmente 850 mil ao Inter. Scocco custou caro e tem salário em torno de 400 mil.
Está difícil encontrar quem banque tudo isso, mesmo que o Inter se proponha a ajudar no pagamento do salário. No caso de Scocco, o Inter ainda busca um clube que pague pelo menos 5 milhões de dólares pelo jogador.
O negócio é aliviar a folha de pagamento. O mesmo acontece com o Grêmio, que paga em torno de um milhão de reais para sua dupla de ‘goleadores’.