O ‘emocionante’ Gauchão e os jovens do Grêmio

Enquanto alguns setores tentam provar que ‘estruturas provisórias’ para a Copa do Mundo podem ser permanentes, podem ser um legado, o que justificaria dinheiro público para amenizar a vida do Inter e seu ‘entorno’ muito atuante, o Gauchão continua em seu ritmo de telenovela que tem seus capítulos espichados.

No sábado, o Inter fez o primeiro jogo teste no estádio da Copa. Muita coisa ainda por fazer, mas é inegável que a repaginação ficou bonita, embora o estádio continue com a cara de… Estádio. Ou seja, estádio padrão anos 70/80. Mas ficou bonito e já tem gente jurando que está entre os cinco mais belos do planeta. O que não me surpreende, porque tudo que acontece nessa área de Porto Alegre é sempre espetacular, é sempre superior.

O Inter pode não ser protegido dos deuses, mas tem a proteção e o amparo de segmentos importantes e decisivos do poder público. E assim a vida se torna mais fácil.

Mas o que importa aqui é o Gauchão cada vez mais decadente, obra do sempre festejado e blindado Noveletto.

Particularmente, minha maior preocupação no momento com o regional é saber quando e se o Inter será brindado com um cartão vermelho. Segundo contagem do cornetadorw, são 52 jogos sem jogador colorado expulso no Gauchão.

Sobre a rodada deste final de semana, enquanto os pequenos sofrem para sobreviver na série A – eles fazem de tudo para não cair e continuar sofrendo na série A no ano seguinte, e isso até o fim dos tempos -, mais uma vez a dupla Gre-Nal deitou e rolou.

O Inter massacrou o Caxias por 4 a 0. Grandes performances dos talentosos Rafael Moura e Fabrício, que provam a cada jogo o quanto foram injustiçados e continuarão fazendo isso até que comece a Copa do Brasil e o Brasileirão, quando então voltarão à realidade.

Como a festa era colorada, aquele detalhezinho de reservar um percentual razoável de ingressos ao visitante foi completamente ignorado. Ninguém se preocupou em lembrar o espisoteado Estatuto do Torcedor e o Caxias ficou com 250 ingressos. Não tenho dúvida que os colorados de Caxias iriam adquirir uns mil ingressos facilmente só pra conhecer o novo Beira-Rio.

Bem, neste domingo, o Grêmio também ignorou o adversário. Fez 3 a 1 no Esportivo, e talvez tivesse feito mais se mantivesse a disposição que o levar a chegar aos 3 a 0.

O jogo valeu pelos 3 pontos, garantindo tranquilidade ao time em termos de Libertadores, que assim fica sem essas preocupações menores que envolvem o Gauchão.

Mas o jogo valeu ainda mais para dar maior moral e confiança aos jovens que estão subindo. Em especial, os agora titulares Wendell e Luan, que foi o melhor do time na minha opinião.

Aos poucos, Luan e Wendell, dois jovens realmente promissores, se tornam realidade cintilante, capaz de iluminar o caminho tricolor na Libertadores.

A esperança aumenta porque vi aparecer um centroavante nesse time misto que jogou em Bento Gonçalves: Everaldo.

Não sei se ele pode ser a solução para o ataque, mas quando não se tem nada, o pouco que surge merece ser saudado. Por isso, destaco o surgimento de Everaldo, autor de um gol.

O rapaz surgiu na base do Esportivo – aliás, gostei do Clayton e do Assis do Esportivo – e mostrou que pode ser útil até ao lado de Barcos, que não gosta muito de jogar na área do adversário.

Só não gostei quando Everaldo, tendo o braço direito de Barcos sobre seus ombros, afirmou: “Tenho Barcos como modelo”. Preocupante.

MARQUETEIRO

Por falar em Barcos, o marqueteiro maior que vi nos últimos anos por aqui, do nível de um D’Alessandro, ele foi ao jogo e no final ficou ao lado de Everaldo numa entrevista para a TV. Ele poderia ficar anônimo, mas optou por aparecer, claro, mostrando que é um grande marqueteiro. Ah, e ainda ouvi que ele viajou em seu próprio carro. É bom esse Barcos!

Agiu como se fosse um dirigente de futebol do Grêmio, o que talvez seja de fato, não de direito.

E o Rui Costa ainda elogiou.

ASSIS

Não li a entrevista do Assis na ZH. Quer dizer, li só a abertura e parei nas duas frases finais dessa introdução para a entrevista estilo ping-pong. Publico sem comentários porque elas resumem tudo:

– Eu só não gosto de mentiras.

– Eu não sou um bandido.

FLAMENGO

Por falar em bandido, Douglas fez um golaço de falta pelo Vasco sobre o Flamengo. A bola entrou e o auxiliar da goleira ficou sem ação. O lance foi a poucos metros dele, que estava na linha de fundo. Um absurdo esse gol anulado. É muita incompetência, ou coisa pior.