Gre-Nal para o Grêmio ajustar o time

O Gre-Nal, para o Grêmio, deve ser encarado como um ensaio, uma preparação para o jogo que realmente interessa.

Sendo assim, não consigo imaginar um time que não seja o titular. O Grêmio precisa de entrosamento. O técnico Enderson Moreira certamente quer implantar sua maneira de ver o futebol e para isso nada melhor do que colocar suas ideias em prática, jogando, enfrentando adversários fortes.

Não é aceitável começar a Libertadores sem um teste de verdade.

Pelo que o time mostrou mesmo contra adversários modestos como Aymoré, Veranópolis e até mesmo o Juventude, esse time armado por Enderson é mais do mesmo, ou seja, o esquema de Renato, mas piorado. Segue incompetente na frente, mas agora mais vulnerável defensivamente.

Só tem uma maneira de melhorar isso: treinando e principalmente jogando.

Então, o melhor que o Grêmio tem a fazer é começar o Gre-Nal deste domingo com aquilo que o treinador considera sua força máxima, o time ideal para enfrentar o Nacional em Montevidéu.

Que talvez, aliás, muito provavelmente, não é o time que a torcida, pelo menos boa parte dela,  gostaria de ver em campo, inclusive eu.

Se não houvesse o jogo contra o Nacional, eu começaria o jogo com três volantes – Riveros centralizado e Ramiro e Zé Roberto. Dois meias: Jean Deretti e Luan. Na frente, o Barcos, que é o que a casa oferece por enquanto.

Alan Ruiz está inscrito e pode jogar. Ele poderia ser um dos meias.

Projetando o jogo contra o Nacional, imagino que Enderson irá começar o clássico assim:

Marcelo Grohe; Pará, Rodolpho, Bressan e Wendell; Edinho, Ramiro e Riveros; Alan Ruiz e Zé Roberto;  e Barcos.

Alán Ruiz seria o cara capaz de sacudir a mesmice do futebol gremista, a exemplo do que fizeram Deretti e Luan contra o Veranópolis, descontando a baixa qualidade do adversário.

Esse time deve ser muito ruim de ver jogar, mas precisamos ser pragmáticos e pensar que o negócio é voltar do Uruguai ao menos com o empate. Por isso, Enderson vai fazer aquilo que ele diz não gostar: armar um time que jogue por uma bola.

Em tempo: há rumores de que Abel foi informado por um dedo-duro que o Grêmio não irá com titulares.

ABELÃO

Pra começar, o Grêmio está na Libertadores com um treinador de Gauchão; e o Inter está no Gauchão com um treinador de Libertadores.

Isso posto, destaco que Abel confirmou o time para o Gre-Nal. Pelo menos da boca pra fora.

O Inter terá também um meio de campo numeroso. Na frente mesmo, só o Rafael Moura.

Vejamos: Muriel; Gilberto, Paulão, Juan e Fabrício; Willians, Aranguiz e Alex; D’Alessandro, Rafael Moura e Jorge Henrique

Na escalação anunciada, D’Alessandro ‘quero-uma-bola-só-pra-mim’ e Jorge Henrique são colocados como atacantes, mas todo mundo sabe que eles são meias.

Agora, é um meio-campo forte e de qualidade.

Acho que vai dar empate: 0 a 0 ou 1 a 1.

DUDU

No início dos anos 70, acho que em 1971, o Grêmio contratou Tião Quelé. Foi no Tião errado. O certo era um centroavante do Coritiba, o Tião Abatiá, atacante rompedor, goleador.

Agora, o Grêmio estaria contratando um suposto atacante, Dudu, que começou no Cruzeiro de MG. Foi destaque e logo se transferiu para o Dínamo de Kiev. Tem 22 anos. Ele chegou a trabalhar com Enderson na Base.

Assisti a um vídeo com lances dele. Dudu me parece mais um meia do que atacante. Ele atua no meio, arma e marca, mas chega com velocidade à frente. Aliás, no vídeo, datado de 2011, há um registro de que ele é um ‘meio-campo’.

Tire suas conclusões:

ENCONTRO DOS BOTEQUEIROS

Atenção, fica combinado assim: Bar do Beto da V. Aires, 20h, deste sábado.

Acho que vai dar pra lotar um fusca com os participantes.

As meninas são bem-vindas.

O RW ficou de comparecer e prometeu levar um litro de Bardhal B-12.

Choque de gestão

Desde o ano passado o Grêmio precisa de um choque de gestão dentro de campo.

Trago essa expressão do economês para o futebolês – aliás, a palavra da moda é intensidade, o time tem que jogar com intensidade – depois do que tenho visto do Grêmio e do que vi contra o Veranópolis.

Não é mais possível querer um time rápido, incisivo e criativo com esse time que iniciou o jogo, praticamente o mesmo do ano passado.

Um time engessado, burocratizado e emburrecido.

E agora ainda mais fácil de ser marcado. O que fez Julinho Camargo, aquele que alguns acreditaram que daria certo no Grêmio e que eu torpedeei assim que seu nome foi anunciado, para marcar? Simples, deixou Edinho livre para lançar, avançar, plantar bananeira e até acenar pra namorada.

É o que vai fazer Abel Braga no Gre-Nal. Marca todo mundo e deixa livre o Edinho pra criar.

Não que os outros sejam muito criativos e ousados, não. Zé Roberto e Maxi também são previsíveis. O uruguaio está mostrando que não tem bola para ser titular do Grêmio.

A gente só conhece de verdade um jogador quando ele começa vários jogos. Não bastam belas jogadas e lindos gols entrando no decorrer dos jogos para conquistar a titularidade. É preciso mais.

Jean Deretti, por exemplo, pode ser esse titular da meia. Mas hoje ele é o Maxi de ontem. Entra e arrebenta. Encanta a torcida, que grita seu nome.

Sempre gostei do Deretti. Acho que vale muito a pena insistir com ele.

Agora, gosto mais ainda do Luan. Este me parece um projeto mais adiantado de craque.

Então, Deretti e Luan são o choque de gestão que está faltando. Eles e talvez mais o Tinga. Quem sabe o Lucas Coelho? Até o Paulinho, desde que ele se compenetre mais e escolha melhor suas companhias para sair à noite. Aliás, melhor ficar recolhido.

Então, esse choque de gestão precisa ser dado no Grêmio já.

Sem isso, o sonho da Libertadores é capaz de morrer na primeira fase.

Ah, como é agradável ver jogadores como Luan e Deretti, que partem pra cima do adversário a dribles sem medo da felicidade.

ENCONTRO DOS BOTEQUEIROS

Quem sabe sábado, 20h, em algum lugar qualquer da noite de POA?

Os Rojões e o Exército Gremista

Os dois rojões jogados por um sujeito que estava na torcida do Grêmio – por isso, para efeitos punitivos -, um gremista, podem custar caro ao Grêmio. A denúncia foi encaminhada ao Tribunal da gloriosa FGF do glorioso sr. Noveletto. A punição pode atingir a perda de  dez mandos de campo, segundo li nos sites esportivos. É claro que não chegará a tanto.

No máximo, no máximo, nove jogos.

Sinceramente, não me preocupo com o que possa acontecer com o Grêmio no tribunal – duvido que reverta em cestas básicas como fez com Dunga ano passado -, até porque o título do Gauchão 2014 já tem dono.

Minha preocupação é com a Libertadores. Sei que a direção do Grêmio está reunida neste começo de noite de segunda-feira para tratar do assunto que está ligado diretamente ao confronto com uma pequena, mas ruidosa e atuante, parcela da imensa torcida tricolor.

Estou convencido de que os rojões atirados em direção ao goleiro do Juventude foram um aviso de um grupo de indivíduos que estão perdendo sua fonte de renda.

Não posso acreditar que a ação desse sujeito – felizmente parece ter sido identificado pelo policiamento – estivesse assim tão revoltado com o jogo em si para jogar rojões para dentro do campo.

Posso estar enganado, mas foi uma ação premeditada, um aviso do que poderá acontecer na Arena em algum jogo da Libertadores caso o Grêmio não ceda e não volte a liberar dinheiro para esse grupo que está perdendo a mamata.

Até entendo esse pessoal. Afinal, o negócio deles não é exatamente o bem do Grêmio. O negócio deles é faturar às custas do Grêmio, sob o pretexto de torcer pelo time.

Então, não tenham dúvida, eles farão de tudo e mais pouco para não perder esse teta gorda e farta que a atual direção decidiu secar.

Foi gestado um monstro. O monstro fugiu ao controle. Mais que isso, quer assumir o controle, o que é inaceitável.

O Grêmio buscou o diálogo, a harmonia. Sem sucesso.

Depois dos rojões de domingo no Jaconi não sei se ainda há espaço para um entendimento.

Por via das dúvidas, eu tomaria todos os cuidados para evitar que algo semelhante ocorra na Libertadores.

Uma das medidas seria lançar uma campanha de marketing convocando cada gremista – assim como foi feito no plano Cruzado, anos 80, quando cada cidadão passou a denunciar reajuste no preço de mercadores nos supermercados – que for aos jogos do Grêmio – mesmo os do Gauchão – a atuar como fiscal, mas um fiscal realmente ativo e disposto a denunciar qualquer torcedor com atitude suspeita.

Cada torcedor poderia ostentar no peito um adesivo, algo como ‘Fiscal da Paz’, ‘Paz no Futebol’, etc.

É claro que só isso não resolve, mas vai contribuir para inibir os mal-intencionados. Ao mesmo tempo, mostrará ao pessoal da Conmebol que o Grêmio está fazendo de tudo para conter seus ‘torcedores’ mais impulsivos, digamos assim.

O importante é que o Grêmio já constatou que está em guerra.

Está na hora de convocar seu Exército Gremista.

O TIME

Como eu ia dizendo, já joguei faz tempo a toalha no que se refere à Libertadores.

Não vi o jogo contra o Juventude. Mas pelo que li nos comentários do artigo anterior depois de passar todo o fim de semana em Linha Coxilha, no interior de Saudades, no oeste catarinense, não há novidades.

O time do Grêmio continua insuficiente, principalmente em termos ofensivos.

E o pior é que nem é por culpa do Enderson.

Falta qualidade na frente – criação e finalização. A mesma que faltou para Renato.

A continuar assim, Enderson vai apelar para o mesmo recurso de seu antecessor: armar o time para jogar por uma bola.