Humildade de Abel e a passividade de Enderson

O Grêmio foi melhor no primeiro tempo, teve mais domínio e criou mais uma ou duas boas situações de gol. Numa delas, Riveros chutou e Dida defendeu. Marcou seu gol num cruzamento primoroso de Pará e um cabeceio sensacional de Barcos, tirando Dida da fotografia.

Agora, o Inter só não fez um gol antes e isso poderia dar um rumo diferente ao jogo porque MARCELO GROHE fez uma defesa para entrar na história.

A vitória apertada dentro de casa, com a Arena lotada, e com pouca pressão na área colorada, deixou-me a sensação de que o jogo ficaria complicado no segundo tempo. Um amigo passou por mim no intervalo, me abraçou e desabafou: “Estou com o coração na boca”.

– E é pra ficar mesmo, porque o jogo terminou parelho e vai complicar mais -, previ.

Não deu outra. Abel Braga mostrou que é um grande treinador.

Eu já havia percebido um erro de Abel: deixar o excelente Aranguiz como volante ao lado de Willian. No final do jogo no vestiário, Abel foi humilde e admitiu esse erro e até disse que pediu desculpas por ter armado o time de forma errada.

Além de adiantar o chileno, que perturbou a marcação do sistema defensivo gremista, Abel colocou Alan Patrick no lugar do fraco Jorge Henrique. O Inter cresceu, matou a saída de bola gremista. Barcos só recebeu melancia na frente. Luan e Dudu foram bem contidos. Quem começou a armar pelo Grêmio, quem? Ele, o super Edinho.

Eu tenho um instrumento chamado Edinhometro. Quando o instrumento aponta que Edinho está aparecendo demais com a bola dominada, trocando passes e fazendo lançamento, é sinal de que ele precisa ser substituído para dar lugar a outro mais capaz para essa função.

O que fez o técnico Enderson Moreira? Nada.

Aos 7 minutos Aranguis, agora mais à frente, foi ao fundo e cruzou para Rafael Moura mandar para a rede, tudo muito fácil.

O que deveria ter feito o técnico: sacar Edinho e colocar Alan Ruiz, recuando mais Ramiro e Riveros. O que ele fez? Nada.

Aos 14, Aranguiz livre leve e solto, exatamente no lugar onde Edinho costuma ficar, invadiu a área e só não fez o segundo gol porque Marcelo Grohe fez outra defesa monumental.

Bem, agora Enderson dá um jeito de marcar esse chileno e também D’Alessandro, que já se sentia à vontade até para apitar o jogo ao lado de Vuaden.

Aos 27, Rafael Moura fez o segundo, de novo com extrema facilidade.

Alan Ruiz entrou, mas quem saiu não foi Edinho ou, vá lá!, outro volante. Saiu Dudu. Sem comentário.

Depois, saíram Riveros e Luan, entraram Maxi e Deretti.

À essa altura,substituições muito mais para dar uma satisfação à torcida e não passar a impressão de uma ovelha rumo ao matadouro sem sequer berrar.

A três minutos do final, Maxi Rodriguez chutou de fora da área e Dida defendeu. Foi a primeira e única defesa de Dida em todo o segundo tempo.

Para um técnico que não cansa de repetir que gosta de ver seu time atacando, jogando no campo do adversário, é pouco.

Mas o Grêmio não perdeu apenas em função da superioridade tática imposta por Abel no segundo tempo e pela passividade de Enderson diante do que acontecia no segundo tempo.

Conforme escrevi antes do jogo para justificar por que considerava o Inter favorito ao título – e fui alvo de risada de um botequeiro ufanista e resmungos de uns e outros – do Gauchão, o Grêmio está pagando o preço de jogar com seu time titular duas vezes por semana

Há o desgaste físico e emocional de disputar jogos decisivos com diferença de 3 ou 4 dias.

Portanto, o que aconteceu na Arena nessa vitória colorada por 2 a 1 no Gre-Nal 400 deve-se também a esse desgaste.

Contra o Brasil na semana passada e hoje, o Grêmio caiu de rendimento no segundo tempo.

Até em função disso e de um possível abalo no moral do time já temo pelo jogo contra o Nacional de Medellin.

RACISMO

O zagueiro Paulão cresceu no meu conceito. Um idiota imitou um macaco diante do jogador, que afirmou poder reconhecer esse irresponsável anti-gremista.

– Isso não me atinge – disse o zagueiro no vestiário, cercado por repórteres, certos de que Paulão iria levar o caso à polícia.

Paulão teve a grandeza e a serenidade que faltaram a esse ‘torcedor’.

TREINADORES

Parabéns ao técnico colorado, que foi humilde reconheceu seus erros.

Já Enderson Moreira não admitiu qualquer erro seu no jogo.

Espero que tenha sido só para efeito externo esse seu comportamento. Caso contrário, ele não viu nada, e isso sim é realmente muito preocupante.

A batata quente do favoritismo

O favoritismo no futebol vale apenas até que a bola comece a rolar.

Por isso, essa discussão sobre quem é favorito ainda mais num clássico é sem muito sentido. Serve para apimentar debates em bares, em programas esportivos, colunas de jornal, etc.

No Gre-Nal, normalmente ninguém quer assumir o favoritismo, mesmo quando ele aparentemente é muito claro. O que não é o caso do jogo deste domingo.

As duas equipes vão praticamente iguais.

O fato é que o favoritismo é uma batata quente que ninguém quer segurar pra não queimar as mãos.

Normalmente, quem é favorito, e assume esse favoritismo internamente, entra de salto alto, enquanto o outro, envenenado pelo que lê e escuta, não admite ser considerado inferior e entra mordido.

Já aconteceu muitas vezes esse tipo de coisa.

Treinadores e dirigentes chegam a pendurar no mural do vestiário páginas de jornais e a destacar o que dizem determinados colunistas mais influentes na preleção e nas conversas com os jogadores.

É uma pilha a mais no time que vai entrar em campo. ‘Olha o que estão dizendo de nós?”

Por isso, desconfio das intenções de algumas pessoas quando apontam o favorito.

Nos últimos dois ou três dias chegou a se armar uma onda no sentido de que o Grêmio é o favorito por ter um time mais pronto e que enfrentou com sucesso desafios maiores.

Contra esse argumento pífio, há a campanha do Inter bastante superior no Gauchão.

Há, ainda, colunistas, analistas e torcedores que simplesmente não gostam de Abel e tentam diminuir seu trabalho.

Nas entrevistas coletivas de sexta-feira os dois técnicos colocaram as coisas no lugar. Tanto Enderson como Abel destacaram a melhor campanha do Inter no Gauchão e que diante disso se houvesse um favorito, este seria o Inter, não o Grêmio.

É claro que os dois falam em termos de título, de dois jogos.

Pra mim, por jogar em casa e com muito maior torcida, o Grêmio tem leve vantagem, apesar da preocupação com a Libertadores. Tem ainda a questão da arbitragem, muitas vezes decisiva.

Querendo ou não, o jornal ZH, edição de sexta-feira, condicionou o juiz Leandro Vuaden ao publicar página inteira sobre o lance de mão do Paulão no clássico anterior, um assunto mais do que superado.

O jornal poderia lembrar, então, para equilibrar, o pênalti não marcado sobre Pará. Ou, mais remotamente, a lesão de Mário Fernandes num Gre-Nal em que Vuaden sequer deu cartão amarelo para o zagueiro Jackson. Seria mais neutro, mais isento. Bem, vamos ver como Vuaden vai reagir.

Ah, temo ainda o que fará Vuaden diante de uma eventual cantoria que possa ser considerada racista. Pra não ficar atrás de Márcio Chagas, que virou popstar, acho que ele irá interromper o jogo, chamando a atenção de todo o Brasil. E isso pode lhe render programas como o do Jô ou da Fátima na Globo.

Já no jogo da volta, a tendência é de favoritismo colorado.

Mas aí vai depender também de outro fator: o resultado deste domingo.

Bem, o segundo Gre-Nal é outra história. Tudo pode acontecer, como sempre em cada Gre-Nal.

Certo mesmo é que também no segundo clássico ninguém irá querer segurar a batata quente do favoritismo que,  inevitavelmente, voltará a ser jogada no colo dos dois clubes.

Luan, a grande arma gremista para o clássico

A boa notícia é que o Grêmio volta a disputar uma final de Gauchão. É um avanço, ainda mais que está envolvido com a Libertadores, seu grande objetivo.

A má notícia é que o time não jogou bem. Foi superior ao adversário durante quase todo tempo, mas produziu muito pouco ofensivamente diante de um time da série D do campeonato brasileiro.

O Brasil de Pelotas jogou fechado e, para tentar equilibrar o jogo, apelou e tentou tumultuar a partida, pensando quem sabe numa expulsão de algum jogador do Grêmio.

É verdade que o Brasil estava muito bem estruturado defensivamente. Mérito do técnico Zimermann, que conseguiu montar uma equipe competitiva mesclando muitos veteranos e alguns jovens.

Luan, estrela maior do time, demorou para brilhar. Foi muito bem marcado. O mesmo em relação a Wendell, que chegou a irritar-se em um outro lance mais duro do time pelotense.

Na frente, Barcos ficou atracado na grande área e proximidades. Lutou contra a correnteza e, diante do nó tático em que foi envolvido o ataque gremista, não teve ventos favoráveis nem águas tranquilas como as que encontrou contra o Juventude. Barcos, o centroavante, o goleador do campeonato, não chutou a gol, e isso é preocupante.

Como um time tão modesto de valores individuais conseguiu impor tanta resistência em plena Arena?

O jogo se encaminhava para o 0 a 0 no primeiro tempo. Aí apareceu Luan, que deixou Dudu livre para concluir. O zagueiro Fernando Cardoso ajudou mandando a bola para a rede.

No segundo tempo, mesmo com o Brasil um pouco mais aberto as dificuldades ofensivas permaneceram.

Barcos e Dudu não estavam bem. Pará não acertou quase nada. Até Luan não estava muito inspirado, embora no final das contas tenha terminado como o melhor da equipe.

Para agravar a situação, o técnico gremista substituiu errado. Edinho era desnecessário. Se ele fosse expulso e o Grêmio ficasse com um a menos, o time suportaria tranquilamente. E olha que sou um defensor de Edinho, fundamental na Libertadores.

O fato é que saiu Riveros e entrou Alan Ruiz. Opção do Enderson. Não mudou muito o panorama do jogo, mas deixou o Grêmio um pouco mais ofensivo, mais criativo.

Se o Brasil não ameaçava o gol, o Grêmio não criava grandes dificuldades. Até que a bola foi chutada e bateu no braço esquerdo de Luan, que protegia o rosto.

Se fosse um lance de ataque do Brasil muitos aqui estariam protestando e exigindo a marcação de toque de mão.

A arbitragem – o bandeira estava mais próximo e deve ter visto – deixou a jogada correr. Luan, com muita técnica, driblou o goleiro e fez 2 a 0.  Aliás, repito o que escrevi há mais tempo: Luan lembra muito o Rivaldo, principalmente no começo de carreira.

Bem, mas foi um lance difícil para a arbitragem, que, a meu ver, acertou. Agora, se tivesse marcado infração também não poderia ser crucificada.

O fato é que esse gol foi decisivo, porque quase no final Gustavo Papa aproveitou um vacilo da zaga e cabeceou para a rede, descontando.

Não fosse o gol de Luan, a decisão seria nos pênaltis. É importante refletir sobre isso.

Agora, seria pior se tivesse goleado. Aí, a soberba seria quase incontrolável.

GRE-NAL

O Inter bateu o Caxias, seu velho freguês de caderno e parceiro habitacional, com facilidade, conforme estava previsto.

Nenhum surpresa. O Inter vai para a decisão como favorito ao título.

Há setores sustentando que o Grêmio está superior. Não concordo.

O que eu vejo é que o Grêmio tem duas competições, como jogos alternados entre uma e outra. O Grêmio vive uma maratona e queiram ou não isso gera desgaste nos atletas. Talvez o desempenho contra o Brasil seja reflexo dessa situação.

O Inter, mais descansado, e focado no Gauchão, tem o favoritismo.

O Grêmio joga preocupado, pensando no confronto da próxima semana contra o Nacional colombiano.

Tem um detalhe que pode alterar a projeção que fiz: o segundo jogo não ser disputado no Beira-Rio.

Pelo que se especula e se comenta, o Inter teme perder o primeiro Gre-Nal oficial em sua casa reformada.

Não tenho dúvida de que se o Inter empatar ou vencer na Arena, tomará coragem para mandar o jogo em seu estádio.

Agora, se perder, o jogo vai para Caxias do Sul.

Estou curioso pra saber como Abel fará para conter Luan, a grande arma gremista, a principal diferença entre o Grêmio do ano passado e o deste ano.

A Copa e o saque em nossos bolsos

Eu, que sempre fui contra a Copa no Brasil e a combati nos poucos espaços que dispunha, sou obrigado agora a pagar essa conta gigantesca que caiu no meu colo.

No meu e de todos os brasileiros, sejam gremistas, colorados, corintianos, flamenguistas, negros, brancos, amarelos, heteros, homos, petistas, antipetistas… Todo mundo.

Uma conta que terá desdobramentos ainda imensurável na economia e na política – tem eleição logo adiante -brasileira.

Sempre fui contra a Copa justamente porque nunca acreditei em uma só palavra do sr Lula e seus discípulos de que a iniciativa privada bancaria 90% dos custos dessa farra. O que temos, hoje, é que em torno de 96%  dessa brincadeira que fez ainda mais felizes as empreiteiras são bancados por dinheiro público, o nosso rico dinheirinho.

O dinheiro de quem paga impostos absurdos para receber em troca corrupção e serviço público de péssima qualidade em especial na saúde, na segurança e no ensino.

E fica tudo por isso mesmo.

Nesse cenário, os valores das tais estruturas provisórias no entorno do Beira-Rio são insignificantes, mas o que está por trás dessa isenção fiscal liberada pelo governo do Estado é vergonhoso.

Foi uma trama muito bem armada pelos entes interessados na Copa. No final de tudo, uma chantagem que resultou em mais dinheiro público na Copa em Porto Alegre, tudo por causa de meia dúzia de jogos que não, decididamente não, irão gerar receita para justificar minimamente essa isenção.

Poderia agora, já que a porteira foi arrombada mesmo, o sr Tarso estender sua lei para a construção de hospitais e presídios, e também para a reforma de escolas.

Aí sim teríamos um legado que justificaria em parte esse saque em nossos bolsos.

PS – O nobre Raul Pont votou a favor da proposta do companheiro de partido. Por favor, leiam abaixo.

PONT E O ENTORNO DA ARENA

Da série ‘As voltas que o mundo dá’, reproduzo um texto que cometi em janeiro de 2012, e que só lembrei porque foi referido por tuiteiros hoje.

Coloradismo ‘entorno’ da Arena

O deputado Raul Pont está vociferando contra a aplicação de dinheiro público nas obras, indispensáveis, no entorno da Arena.

Está no seu direito. Só tenho lá minhas desconfianças se ele o faz por ser um político realmente preocupado com o dinheiro público ou por puro coloradismo.

Ele já andou retrucando (em resposta ao conselheiro Giuliano Vieceli, que enviou sólidos argumentos contra a posição do deputado petista igualmente publicada no blog de Hiltor Mombach, no CP), que a segunda hipótese é risível, cheia de preconceito e fanatismo.

Não foi por preconceito e algum tipo de fanatismo que a Ford foi embora do Rio Grande do Sul?

Sempre respeitei o Sr. Pont. Raramente concordei com suas idéias no campo da política, mas as respeitei porque via nele um homem honesto, com sólidos princípios éticos. Um homem digno, enfim.

Mas tudo mudou com o episódio do Mensalão, aquele dos 40 ladrões conforme denúncia da Procuradoria Geral da República. Entre eles, homens do alto escalão petista. Gente que era a esperança de milhões de brasileiro.

Peixes graúdos nas malhas da corrupção.

Naquele momento, esperei que os petistas que eu respeitava fossem seguir os passos de Heloísa Helena e Luciana Genro, que tiveram a coragem de abandonar o aconchego do ninho do partido mais poderoso do país pela aventura de criar um novo partido. Luciana, se tivesse imitado Maria do Rosário, talvez hoje fosse ministra.

Sinceramente, mas sinceramente mesmo, eu não tive dúvidas de que a essas jovens idealistas, defensoras ardorosas da doutrina do antigo PT, logo se juntaria o Sr. Raul Pont. Não esperava isso do Olívio, da Maria do Rosário, do Tarso, do Paim.

Mas o Pont, sim. Ele levantaria a bandeira da ética às alturas em meio ao mar de lama de atingia o partido que cresceu combatendo a corrupção e os corruptos.

O Sr Pont oPTou. Foi só mais uma decepção na vida, nem foi das grandes. Pior foi ser goleado pelo Boca Jrs tempos atrás, ou cair pra segundona duas vezes.

O deputado, ao posicionar-se contra dinheiro público investido na Arena, afirma: “O dinheiro público, do Orçamento Público, sempre escasso diante de tantas prioridades deve ser gasto com muito zelo”.

Eu não me lembro de ele ter dito algo sequer parecido quando o governador do seu partido criou 975 contratos emergenciais no ano passado, causando uma repercussão financeira, em 2012, de uns R$ 33 milhões, mais uns R$34 milhões em 2013. Sem falar nas centenas de CCs.

Faltam, pelo que soube, R$ 30 milhões para concluir a obra de ‘mobilidade urbana’ na área da Arena.

Se depender do deputado Raul Pont, a obra não sai. Por preocupação com o dinheiro público ou por coloradismo?

Eu não tenho dúvida. Tenho a coragem de assumir meu ‘preconceito’ e meu ‘fanatismo’.

E ponto.

Barcos em tarde de legítimo centroavante

Com Barcos em tarde inspirada, o Grêmio aplicou 3 a 0 no Juventude e garantiu que o jogo da semifinal seja na Arena. Grêmio e Brasil empataram em número de pontos, 29. No saldo de gols, o Grêmio conseguiu escapar do caldeirão do Bento Freitas.

A escalação de titulares na maior parte dos jogos é que leva o Grêmio a ter essa vantagem. E isso mostra o acerto da direção em manter o foco também no Gauchão, ao contrário de temporadas anteriores. Um ponto a menos que fosse, e o jogo das semifinais do Gauchão seria em Pelotas.

Como se sabe, Juventude, Brasil e Caxias, entre outros, crescem quando jogam em casa. Fora, normalmente se tornam presas fáceis da dupla Gre-Nal. Os jogos serão na quarta-feira.

No sábado, o Inter sofreu um pouco, mas acabou fazendo 3 a 1 no Cruzeiro. O Brasil penou mais, mas passou pelo Novo Hamburgo por 2 a 0. Na sexta-feira, o Caxias, nos pênaltis, após 20 cobranças empolgantes, garantiu a classificação em cima do Veranópolis.

Então, o campeonato se encaminha para ser decidido entre Grêmio e Inter. O Inter tem a vantagem de disputar o segundo jogo do clássico em sua casa, seja ela qual for.

Os destaques da dupla na rodada foram dois estrangeiros. O chileno Aranguiz fez dois gols e tirou o Inter do sufoco no jogo, confirmando que é uma grande contratação.

Neste domingo, o argentino Barcos lavou a alma e mostrou que se na Libertadores é um pirata de perna de pau, no Gauchão é um imperador. Marcou três gols e assumiu a artilharia da competição.

O desempenho de Barcos acompanhou a atuação do time, que se impôs ao natural sobre o Juventude, time de campanha vacilante no campeonato e que havia crescido com Roger no comando. Barcos foi o centroavante que toda a torcida espera ver assim também na Libertadores.

No final, o técnico Enderson reclamou que o time deu facilidades ao Juventude, que chegou a ameaçar um pouco. Não vejo motivos para maiores preocupações. Com a vitória praticamente confirmada, o relaxamento é normal, principalmente porque o time vinha de um jogo muito difícil pela Libertadores.

De qualquer modo, Enderson está certo: contra um adversário mais qualificado os erros de marcação podem ser fatais.

Aceg e o jogo de despedida do Olímpico

Quando pisei o gramado do Olímpico com a camisa 16 para jogar na lateral-esquerda – sou destro, mas gosto de jogar pela esquerda porque me dou bem também com a esquerda – do time da ACEG, o coração bateu mais forte.

Um gramado impecável. Não me senti digno de pisar ali onde grandes jogadores como Alcindo, Iúra, Valdo, Renato, Jardel, Paulo Nunes, De León, Airton, Vilson Taddei, André Catimba, Gessi e tantos outros brilharam.

Mas, pensei, se o Pará pode, eu também posso. Brincadeira, claro, porque considero Pará um jogador honesto e dedicado, que virou a Geni do time.

Ergui os olhos e viajei pelo estádio. O Olímpico ainda está longe de ser um Coliseu, se mantém sólido e firme. Não fosse aquele ambiente de confraternização, o esforço para aquecer pensando no tempo que eu suportaria depois de cinco ou seis anos sem jogar, acho que uma lágrima ao menos escorreria entre os sulcos do meu rosto e talvez até chegasse ao solo sagrado.

O jogo começou com atraso, porque o governador Tarso Genro chegou atrasado, como fazem as autoridades nas solenidades. Mas aquilo era apenas um torneio de futebol em que todos são iguais. Havia empresários, um ou outro político, gente de rádio, TV e Jornal, mas todos ali queriam apenas uma coisa: bater uma bolinha no templo maior do futebol gaúcho. Tarso era apenas mais um.

Mas ele chegou e, no carteiraço, entrou no nosso time que já estava escalado. Não sei quem saiu, eu fiquei, e é o que importa.

Nosso time tinha o Airton Ruschel, conselheiro do Grêmio, baita zagueiro; Diego Casagrande, um volante improvisado na lateral-direita, mas jogando muito, mesmo de óculos; o Ribeiro Neto de quart0-zagueiro; eu na lateral-esquerda; o Newton Azambuja de ponta-esquerda e o deputado Kalil Sehbe, bom atacante. Ah, claro, o Rodrigo Mendes, jogando muita bola. Sem contar ainda o Cacau, grande volante dos anos 70/80.

Vencemos por 3 a 1 o primeiro jogo contra um time de Amigos da Band. No segundo jogo, vencemos outro time dos Amigos da Band. Ao todo, havia uns 60 jogadores. Enfim, fomos campeões.

No primeiro adversário destaque para o apresentador Paulo Bogado, um centroavante rompedor que foi flagrado em meia dúzia de impedimentos em menos de meia hora. E reclamou em todos eles. Depois, ele fez o gol deles, de pênalti.

Eu, que sou muito crítico com os outros e comigo mesmo, dou nota 7 pra mim, considerando o tempo sem jogar. Pensando bem, um 6 fica de bom tamanho.

Fiquei em campo 20 minutos. Desperdicei dois lances quando o jogo estava 0 a 0. Seria a minha consagração.

Eu conto: no primeiro, avancei em diagonal pelo meio. Fiz um sinal para o Rodrigo Mendes sair pelas costas do zagueiro e dei o passe certeiro, preciso, mas o chute foi fraco. O zagueiro cortou.

No segundo, minutos depois, jogada parecida. Roubei uma bola no meio de campo e avancei em, digamos, velocidade, pela meia-esquerda. O Rodrigo passou ao meu lado em direção à área, pedindo a bola. Joguei a bola para ele pegar na passada, mas ele acelerou pra receber na frente. O zagueiro saiu jogando.

Acho que nunca mais vou esquecer o olhar recriminador dele pra mim. Acho que foi castigo pelas notas que eventualmente dei a ele nas cotações do Correio do Povo. Rodrigo, claro, foi o melhor disparado desse torneio. Joga com muita facilidade.

Logo depois, o Haroldo Santos, presidente da Aceg e técnico do time, me substituiu. Na verdade, minha mente estava a mil, minhas pernas já se arrastavam. O Tarso, que jogou direitinho, ficou em campo mais tempo, claro.

Mais um pouco eu talvez precisasse de um desfibrilador.

Ah, arrumei um lugar no jogo para meu filho mais novo, o Matheus, e para o Roque Fernando, outro botequeiro que conheci pessoalmente. Os dois entraram no segundo jogo.

Enfim, uma grande iniciativa do Haroldinho, que organizou essa promoção, intitulada Jogo de Despedida do Olímpico.

Imaginem se for o último do Olímpico, conforme lembrou o Gabriel no comentário anterior?

Tomara que não, em nome da memória de tudo que ali nós, gremistas, passamos.

O Olímpico merece um último jogo de maior nível.

Os méritos de Enderson

O técnico Enderson Moreira tem muitos méritos nessa campanha do Grêmio na Libertadores.

O principal deles foi o de ter mantido a estrutura deixada por seu antecessor.

Os três volantes permanecem, agora com menos técnica a partir da substituição de Souza por Edinho. Menos técnica e versatilidade, mas com mais força e truculência – o que é muito importante em se tratando principalmente de Libertadores.

Mantido o trio de volantes, tão criticado por especialistas de todos os matizes, mas que foi fundamental na conquista do vice-campeonato brasileiro e da vaga direta na Libertadores, algo fundamental para preparar melhor a equipe – Luxemburgo que o diga.

Enderson mostrou sabedoria futebolística também ao defender a troca de Souza por Rodolfo, um zagueiro que estava em baixa no São Paulo e que veio por indicação do técnico anterior, tornando-se talvez o mais importante jogador na vitoriosa campanha que levou um time sem goleador a ser vice brasileiro.

Mas os méritos de Enderson não terminam aí. Depois de perder Alex Telles, ele não vacilou em escalar Wendell, jogador que já havia recebido oportunidades na gestão anterior. Wendell, hoje, é uma afirmação. Diria que é jogador até para a seleção brasileira, que o Felipão não me leia.

Na frente, uma pitada de sorte. Sim, a sorte faz parte da vida. Já muito técnico se dar mal por falta de sorte – evito dizer aquela palavra de significado oposto.

Kleber, benditam sejam os deuses do futebol, se lesionou. Uma lesão festejada por 9,9 gremistas em 10. Com isso, Enderson pode escalar Luan com tranquilidade. Ele poderia ter optado por algum outro guri da base, ou apostado no Deretti ou no Paulinho, mas ele viu Luan. Apostou em Luan, até então pouco conhecido.

Portanto, sorte com a lesão de Kleber e sabedoria na escolha do substituto.

Outra sorte foi a lesão de ZR. Com isso, ele ficou à vontade para escalar um jogador com mais vitalidade para compor o meio de campo agregando velocidade ao optar por Dudu. Talvez com o tempo, Alan Ruiz conquiste a posição.

Enderson tem ainda dois problemas: a lateral-direita e o comando do ataque. Pará, mesmo quando joga bem, como foi em Rosário, é crucificado. Já disse, é a Geni do Grêmio. A irregularidade de Pará e a imperícia nos cruzamentos são preocupantes.

Já não defendo Ramiro na direita, porque Ramiro é imprescindível no meio. Penso que Tinga poderia receber uma oportunidade. Mas acho que isso só irá ocorrer quando Pará for expulso ou se lesionar.

Na frente, a situação é ainda pior. Barcos decididamente não é goleador. Tem sua utilidade, mas insisto na contratação de um camisa 9, estilo aipim ou movimentação, mas um goleador.

Fora isso, gostaria de ver o que Enderson faria em caso de não poder contar com Barcos. Ele, como Luxemburgo e Renato, me parece refém do argentino até por falta de outro jogador realmente confiável no grupo para tomar conta da posição.

Uma coisa é certa, se Enderson não tomar algum tipo de providência irá afundar com o Barcos, e nós todos juntos.

A defesa é a maior esperança

Se o Grêmio tivesse um goleador, um jogador de área vocacionado para o gol, eu não vacilaria em apostar até numa vitória sobre o Newell’s.

Mas o Grêmio tem Barcos. Por isso, o empate nesta noite em Rosário, diante de uma torcida enlouquecida, será um grande resultado. Uma derrota será um pesadelo. Mas também nada que não possa ser consertado. Ainda faltarão alguns passos e será possível evitar o abismo.

Barcos já detonou Luxemburgo – se dizia até que os dois estavam brigados, nada disso, era ruindade mesmo. Implodiu Renato e se encaminha para encurtar a trajetória do Enderson.

Tudo porque a direção não providenciou uma sombra para Barcos, um jogador realmente de área, um fazedor de gol. gol de canela, de nuca, de barriga, de qualquer jeito. Não sei por que, mas me lembrei de Mamute…

Se eu tivesse que resumir Barcos em uma palavra, eu diria que ele é um facilitador. É um elogio. Não o considero mau jogador, ele só não é um goleador.

Barcos, assessorado por jogadores com mais velocidade e movimentação no sentido vertical, e não para os lados, é útil. Ele trabalha a bola, tem boa visão de jogo, e acerta boa parte dos passes. O problema é que ele é lento, não tem arranque nem velocidade. Se posiciona mal na área e dificilmente se antecipa ao zagueiro. Normalmente, fica atrás, esperando uma falha.

Apesar de tudo, ele é um facilitador no sentido de que, na distribuição de jogo, tem capacidade para fazer jogadores como Luan e Dudu mostrarem todo seu potencial técnico. Também são beneficiados os volantes Riveros e Ramiro para uma chegada-surpresa, que nem é mais surpresa porque é mais do que manjada.

Assim como seus dois antecessores, Enderson tentar explorar o melhor de Barcos, que é justamente essa de ser um facilitador em potencial, um jogador do coletivo, que marca e recua até junto dos seus zagueiros.

Então, Barcos faz o time jogar, eu reconheço isso. E sei que muitos não reconhecem. Talvez eles estejam certos, não sei, mas eu sou assim, acredito que todas as pessoas têm alguma coisa de bom.

O maior defeito de Barcos é ser um centroavante que dificilmente faz gol. Ele seria um André Catimba, sem os gols do Catimba, que em breve será nome de cerveja – não minha.

Com André, todo mundo fazia gol. Até o pipoqueiro. Mas o principal é que André também fazia gols, e gols decisivos, um excelente centroavante. Se tivesse André hoje eu diria que o NOB poderia ser goleado.

Mas eu não tenho André Catimba. Tenho um genérico.

Por sorte, a defesa está muito bem, sem gol sofrido na Libertadores. A defesa é a maior esperança.

DUDU

Dizem que Dudu começa o jogo. Já diziam isso semana passada. Dudu começaria e Edinho ficaria no banco. Enderson plantou essa dúvida, que eu não levei a sério.

Agora, ele vem de novo. Desta vez, acho que Dudu começa mesmo.

O melhor seria começar com Alan Ruiz, mas desconfio que o argentino ainda não está em condições plenas para começar um jogo com tamanho nível de dificuldade.

Portanto, a opção por Dudu é correta. Ele vai fazer mais ou menos o trabalho do ZR, mas com um toque de bola mais verticalizado. Pode dar certo, pode dar errado. Futebol está longe de ser ciência exata.

Dudu, a meu ver, ainda não mostrou futebol para ser titular do Grêmio, mas é um atacante diferenciado pelo arranque, velocidade, e, principalmente, porque não tem medo de jogar, de ser feliz.

Alan Ruiz e Deretti ficam para o segundo tempo.

ARENA/EPTC

Movimento Grêmio Multicampeão preparou um projeto minucioso, objetivo e realista, para facilitar o trânsito na Arena nos grandes jogos. Como se sabe, foi um caos no último jogo. O projeto será entregue amanhã ao presidente da EPTC, o Callegari, que, aliás, é o único dirigente que aparece mais na mídia que os presidentes Koff e Luigi.

A arte de saborear e identificar um bom sagu

Recebi o comentário abaixo em meio a esse processo louco de Renatização. É sobre um texto que escrevi há uns 4 anos e que reproduzo, na íntegra, como pode ser conferido no google.

O assunto é sobre minha sobremesa preferida. O final é uma frase sobre futebol. Pura coincidência. Uma frase que permanece muito atual pelo menos no contexto deste boteco.

Não é o ideal. Serve só como ilustração

Este é comentário que recebi hoje e que coloquei no post anterior, mas não sei por que não aparece no site, só na parte interna assim como outros.

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Pur si simplu perfect. A arte de saborear
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terça-feira, 24 de agosto de 2010

A arte de saborear e identificar um bom sagu

É preciso uma certa técnica em tudo na vida. É preciso arte, um tanto de requinte até para as coisas mais prosaicas, mais simples.

Até para comer sagu é necessário, fundamental, uma certa sutileza, apreço a detalhes que normalmente dispenso para qualquer outro tipo de alimento, salgado ou doce.

É que o sagu é a minha sobremesa preferida. Cheguei a essa conclusão depois de meio século de vida. Passei por outras preferências. Arroz de leite e pudim de leite condensado são dois exemplos. Já estiveram no topo. Hoje, é o sagu. Com creme de baunilha, claro.

O problema é que o sagu virou uma obsessão. Entro no restaurante e vou direto ver se tem sagu. Quase todos tem. A maioria, porém, é desprezível.

Só pela cor já percebo que o sagu é ruim. O creme precisa ser… cremoso. Nem muito consistente, nem muito líquido.

O sagu bom tem cor escura, cor de vinho tinto. Já vi até sagu de refresco de uva. Um acinte, uma agressão.

Depois de avaliar a cor, analiso a consistência. A parte líquida deve ser cremosa e as bolinhas firmes, mas macias. O sagu deve, obrigatoriamente, exalar um aroma de vinho. Caso contrário, me afasto.

Um sagu bom é também sinalizador de um bufê de sobremesa de qualidade, o que é válido inclusive para o bufê de saladas e de pratos quentes. Um sagu ruim, obviamente, aponta para o oposto.

Quem fizer o teste verá que tenho razão. Sagu bom é sinal de refeição boa.

Para saborear devidamente o sagu que passou no teste visual e de olfato, é preciso saber servir-se de modo adequado.

Eu ensino: pegue o pote (não pode ser pires, de jeito nenhum), coloque sagu até quase em cima. Depois, uma colher de sopa, ou duas, de creme. Eu costumo afastar aquela película mais sólida que se forma na superfície. Se não der, vai assim mesmo.

Agora vem o momento especial, o ápice, é como o atacante na cara do gol. É preciso jeitinho, uma técnica apurada para degustar o manjar que está à frente, indefeso como um goleiro diante do goleador.

Nesse momento eu sou o goleador.

É imperdoável misturar o sagu com o creme, dando voltinhas com a colher, como tem gente que faz com o prato feito.

Mergulhe a colher no sagu e depois no creme, nesta ordem. O creme não pode ocupar mais do que 30% da colher. Eu costumo ficar nos 20, 25 por cento.

Bem, aí chegou a hora de avaliar o sabor. Normalmente, seguindo os passos referidos, não haverá decepção.

Se tudo der certo, é só mandar ver e ir pra galera.

SAIDEIRA

Depois dessa louvação ao sagu legítimo, perfeito e imbatível como sobremesa, só falta uma dica. Onde comer um bom sagu? Descobri um lugar recentemente, perto da minha casa: Romana Becker, um restaurante familiar, comida boa e barata, caseira, alta qualidade. Custa 10 pilas na semana e 14 no sábado. O bufê de sobremesa é nota dez. Com destaque, claro, para o sagu. O restaurante fica na Marcelo Gama com Américo Vespúcio. Está ali há uns 40 anos. Um dos donos é o Astor, colorado doente. Ele é quem faz o sagu.

Antes, eu satisfazia minha fome de sagu no Mamma Mia, no bairro Floresta. Mas ele fechou. Agora, só em Gramado.

Aceito novas indicações.

FECHANDO A CONTA

Do jeito que a coisa está, não dá nem pra falar de futebol.

Olina com limão e sal

Depois que o blog cornetadorw declarou que esse boteco é um fórum de debates sobre futebol e especial sobre o Grêmio, com opiniões diversas, decidi que a texto abaixo, que eu publicaria no púlpito dedicado aos botequeiros, vai sair aqui mesmo.

Se eu o colocasse no espaço tradicional de debates muita gente não o leria. Então, segue minha resposta. Aqueles que estão ligados no debate vão entender:

Gabriel, te nomeio meu porta-voz quando o assunto for ataque ao Renato.

Não posso perder tempo quando o meu amigo RW cobra que o Renato não tirou o Alex Telles para colocar o Wendell. É má vontade demais com o Renato. Se ele cobrasse algo assim em relação ao Pará, tudo certo, mas querer que Renato tirasse o melhor lateral do Brasileirão é demais. Sem contar que Wendell entrou algumas vezes, prova que Renato via nele qualidades.

Ainda o RW. Sobre times gremistas piores que o do Renato, são dezenas ao longo do tempo. Lembras do Loivo? Só nos anos de chumbo foram uns 10. Não posso discutir isso. É também questão de gosto e má vontade ou apenas uma forma para realçar o quanto não gostava do time que foi, com Kleber e Barcos, vice campeão brasileiro.

Outra coisa, para deixar muito claro: NÃO QUERO MAIS O RENATO NO GRÊMIO. Cansei de ser vice brasileiro com ele, quero um que me leve ao título. Portanto, RENATO NUNCA MAIS. Não quero mais ser vice nem ouvir, como sempre destaca o RW, o treinador do “meu grupo”.

Outra coisa, por favor, não repitam mais que apenas a torcida do Inter maltrata seus heróis. A maioria da torcida gremista segue admirando Renato, com todos os seus defeitos. Mas tem uma minoria, que nem é tão minoria assim,  que não perde chance de dar pau no Renato. Isso que ele não está aqui, está trabalhando em outro ‘meu grupo’.

Lembro que o Maxi Rodriguez começou o ano relativamente bem e logo vieram alguns apressadinhos cornetearem o Renato. “Viram? Ele nunca teve problema físico, tá correndo, iniciando os jogos…’ Nada como o tempo. Maxi logo voltou para o lugar dele: o banco, ou fora dele. Aí, silenciaram as trombetas. Tivessem honestidade intelectual e humildade viriam aqui na tribuna manifestar que estavam errados e injustos no ataque a Renato ao menos sobre Maxi. Só não cito nomes porque sinceramente não lembro de todos e seria injustiça deixar alguns de fora…

Eu e Gabriel nem falamos mais no Renato, que é passado. Só reagimos quando os ‘boi-corneta’ de plantão aparecem para atacá-lo por qualquer pretexto.

Outra coisa: nas mensagens do post anterior há gente dizendo que não volta mais aqui, que tem muita gente amarga e raivosa neste boteco, que falta otimismo e incentivo ao grupo atual e seu treinador, etc.

Esta é a má notícia: estamos perdendo público, o que é uma pena.

A boa notícia: vai sobrar mais cerveja pra nós, os amargos…

Aliás, semana que vem sai um novo lote. Eu ia parar, mas são tantos os apelos que decidi lançar mais algumas cervejas campeãs.

DERETTI

Penso que Deretti, pelos gols e alguns bons lances no pouco tempo em que esteve em campo contra o pobre Pelotas, mas principalmente pelo que mostrou outras vezes, pode ser o substituto de ZÉ Roberto. Com ele, o time vai ficar mais agressivo, porque Deretti é um jogador vertical, diferente do ZR.

Outra possibilidade é Dudu, talvez a primeira opção do treinador ‘que não joga por uma bola só’. O problema é que as jogadas de Dudu poucas vezes resultam em situações efetivas de gol. É uma usina nuclear para acender um palito de fósforo. Mesmo assim, é um atacante que entra e preocupa o adversário.

São opções mais ofensivas. Mas acho que ele vai começar com Alán Ruiz, que deixa o time mais fechadinho, mas muito dependente de Luan para vencer a marcação do NOB.

Sobre a lateral-direita: Pará segue imexível. Começou com seu ‘criador’, o Luxemburgo, resistiu com o Renato e se mantém com o Enderson. Ou esses três não entendem nada de futebol ou nós estamos errados, não percebemos a grande utilidade de Pará. Ou ainda por falta de alternativa melhor.

Pois eu quero declarar que essa alternativa existe: Tinga. Descontando a qualidade do adversário, o rebaixado Pelotas, vi que Tinga tem condições de brigar pela posição. Ele precisa ao menos ser testado pra valer, como foi Alex Telles ano passado e Wendell. Tinga pode ser a solução, mas também pode consolidar Pará por mais dez anos. Como sabê-lo? Precisamos vê-lo.

Bem, agora vou tomar minha olina com limão e sal.