Além da vitória por 3 a 1 sobre o Passo Fundo, o que mais gostei no time, independente da qualidade do adversário, foi do posicionamento de Barcos.
O argentino jogou mais centralizado, como deve jogar um centroavante de carteirinha, e, como se não bastasse, acertou dois cabeceios para fazer seus gols. Fora isso, ele prendeu menos a bola, tocando de primeira para quem vinha de trás ou abrindo para as pontas. Barcos tem boa técnica e visão de jogo. Só falta aceitar que seu lugar é na área.
Tudo isso, claro, ignorando que o adversário é um time praticamente rebaixado. Ninguém pode esperar que Barcos terá a mesma facilidade para cabecear na partida contra o Newell’s, mas só o fato de ele buscar esse posicionamento, essa mudança de atitude, já é algo a ser saudado.
O que eu não gostei foi de ver o sistema defensivo vulnerável. Está certo que o técnico Enderson Moreira tinha mesmo é que jogar o time para cima diante da fragilidade do Passo Fundo e da necessidade de somar 3 pontos.
Mas aquele gol aos 2 minutos foi preocupante. O meia esquerda do PF, Hianthony, deslocado pela direita, às costas de Wendell, cruzou para Bruninho cabecear com perfeição.
Detalhe do lance: Rodolpho saiu para fazer a cobertura. Na área, ficou Werley na primeira trave com Pará chegando na segunda. Entre os dois, isolado, completamente livre, o Bruninho, que subiu fazendo pose para os fotógrafos.
Pergunto: não deveria ter um volante na jogada? De preferência o Edinho, o mais recuado.
E aí chegamos a outro ponto: o Edinho, primeiro volante, jogador limitado tecnicamente, tem subido demais para o meu gosto, mesmo que seja contra um time frágil. Se o jogo servia também e principalmente como treino para o jogo que interessa, o da Libertadores, seria mais sensato deixar Edinho mais contido. É jogando assim, mais recuado, protegendo a zaga e cobrindo os laterais, que Edinho pode ser útil em jogos tão difíceis como esse de quinta-feira. Se é pra jogar avançado, aparecendo na linha de fundo do adversário, é melhor escalar um volante com mais qualidade e deixar Edinho no banco.
Cada subida de Edinho serve como elemento surpresa, é fato, mas acaba desguarnecendo perigosamente a defesa. O Newell’s saberá aproveitar o espaço às costas do primeiro volante, o centromédio gremista. Agora, imagino, e espero, que essa liberdade de Edinho não irá existir contra os argentinos.
No segundo tempo, Enderson testou uma outra possibilidade. Uma escalação menos pesada e com mais mobilidade. Edinho saiu e entrou Dudu. Riveros e Ramiro ficaram mais posicionados, mas um sempre saindo quando necessário. Zé Roberto e Luan fizeram uma segunda linha de meio-campo, com Duda – sempre auxiliando no combate- formando dupla com Barcos.
Desconfio que Enderson até pode começar com essa formação. Mas o mais provável é que ele mantenha a estrutura atual, com Edinho mesmo, e que deu tão certo nos dois primeiros jogos.
Agora, repito, se é pra deixar Edinho avançando faceiro e com tanta frequência, melhor jogar com o esquema do segundo tempo.
A entrada de Tinga também merece ser saudada. Ele entrou na direita, mas Pará seguiu em campo, agora na esquerda. Foi bom para Tinga começar a se ambientar.
Luan mostrou mais uma vez que faz a diferença entre o Grêmio atual e o que tinha Kleber como titular.
O TESTE
Liderando o Gauchão disparado, o Inter terá seu segundo teste no ano na quarta-feira, contra o Remo. D’Alessandro está fora, lesionado.
Já li e ouvi que o Inter tem time para matar o Remo já no primeiro jogo, lá em Belém. Olha, o mundo acima do Mambituba é diferente da rósea realidade colorada no regional. Tem sido assim nos últimos anos.
BRIO
Presidente Luigi não cansa de repetir que o Brio é do Inter, insinuando que a Arena não é do Grêmio. O texto abaixo mostra que os dois clubes estão em situação muito parecida, nas mãos de empreiteiras.
http://rsesporte.blogspot.com.br/2014/01/afinal-o-beira-rio-e-do-inter-ou-da-ag.html