Estrepolias da EPTC e o empate frustrante

Fui ao jogo ontem. Começo com essa frase porque é raro eu trocar o monitor de TV por jogo ao vivo. Por isso, declaro que fui ao jogo e, como todos os torcedores que se aventuram a ir à Arena em dia de grandes jogos, penei para chegar e penei para sair.

O Grêmio tem um dos melhores estádios de futebol do mundo encravado numa área esquecida pelos gestores municipais de antes e de hoje. Como se não bastasse, a questão do acesso, da mobilidade, é complicada pela EPTC, que parece ter prazer em tumultuar a vida dos gremistas.

Quando cheguei o jogo já estava nos 5 minutos. Foi bonito por demais da conta deparar com a Arena quase lotada, com a geral gritando e cantando sem parar. Foi bonito e só por isso valeu o esforço de ir ao jogo, foi o que pensei naquele momento.

O que vi a partir desse instante e até o intervalo foi melancólico, frustrante, decepcionante. Eu estava em pé no setor gold, junto aos cadeirantes. ‘O que estou fazendo aqui’, me perguntei algumas vezes ao ver a postura do time.

Vi uma equipe leniente diante do toque de bola cadenciado e irritante do Newell’s, uma equipe experiente e qualificada tecnicamente, mas vulnerável, com marcação firme, mas nada do que se costuma ver na Libertadores e em especial em equipes argentinas.

Não, não faltou vontade aos jogadores do Grêmio, todos muito esforçados, dedicados e interessados. Todos.

É que eu esperava o mínimo do que um gremista pode esperar do seu time, a qualquer momento, dentro de sua casa: uma forte pressão inicial, pelo menos durante uns 20 minutos, buscando o gol, marcando forte a saída de bola, avançando a linha de meio de campo para o campo do adversário, para sufocar, abafar e impedir aquele toque de bola morno que os defensores faziam com a participação efetiva do goleiro.

Foram 45 minutos que o treinador do Grêmio deixou passar sem esboçar qualquer medida para apertar o adversário. Cansei de repetir mentalmente a cada bola recuada e a cada bola tocada de um lado para outro com apenas Luan, Barcos e Zé  Roberto pressionando, quando pelo menos Riveros e Ramiro deveriam chegar ali para acabar com aquele farra que fazia o tempo passar e quebrava o ritmo do time.

O medo de perder tira a vontade de vencer. Foi o que pensei algumas vezes, e percebi que a maioria dos gremistas ao meu lado também esperava ver a equipe marcando no campo do rival.

Nessa etapa, Luan fracassou. Perdeu todos os lances. Se fosse Pará, Edinho ou Zé Roberto a errarem tanto, teriam sido linchados à saída de campo. Agora, no segundo, ele fez duas ou três grandes jogadas. Enderson errou ao tirá-lo porque é o mais criativo e habilidoso do time.

Desperdiçado o primeiro tempo por falta de providência do treinador, que parecia conformado com o que via, veio o segundo tempo. E aí sim foram feitas mudanças, mas muito mais de nomes do que de postura. Só acho que o técnico demorou. Ele começou a mexer aos 15 minutos. Poderia ter sido no intervalo.

Ao natural, o ingresso de Dudu no lugar de Riveros -eu sacaria Edinho ou ZÉ roberto- torna o time mais agressivo, não é uma questão de reposicionamento tático.

É claro que o time ficou mais ofensivo, embora Dudu não tenha criado grande coisa para justificar o entusiasmo que percebo em boa parte da torcida em relação a ele. Não compactuo desse entusiasmo, mas reconheço que é um jogador interessante.

Aos 22, Ruiz no lugar de ZR. Correta alteração. O melhor seria sacar Edinho, mas ZR estava cansado. Por fim, aos 31 Maxi Rodriguez, o jogador bibelô.

É evidente que com esses jogadores de características mais ofensivas, o Grêmio jogou mais na área do NOB. Pena que isso não aconteceu logo de saída, como um cartão de visitas para os argentinos saberem com quem iriam lidar. Era assim no tempo de Felipão.

O Grêmio criou situações de gol. A melhor delas foi de Barcos, que recebeu na área em ótimas condições de marcar. Chutou alto, mandando para longe qualquer esperança de gol.

Para um técnico que chegou prometendo que seus times nunca jogam apenas por uma bola…

COTAÇÃO

Todo o sistema defensivo esteve impecável. Wendell foi o melhor. Pará só falhou, pra variar, nos cruzamentos, sempre onde não estão os gremistas. Com exceção de um, que Zé Roberto não aproveitou.

Ramiro foi um herói. Fiquei exausto só de ver o quanto ele correu e brigou pela bola, mostrando indignação que não vi em todos os seus colegas diante do resultado ruim. Barcos, bem, fui o primeiro a constatar que ele não é exatamente um centroavante. Se a zaga ontem fosse a do Passo Fundo com certeza Barcos faria ao menos um golzinho.

Barcos no Gauchão é um destroyer, na Libertadores um caiaque.

A 'dúvida' de Enderson e a vitória de Abel

O técnico Enderson Moreira, espertamente, deixa uma dúvida no ar sobre o time que começa o grande jogo desta quinta-feira contra o Newell’s Old Boys.

A indefinição, que deve ser apenas para efeito externo, é entre Edinho ou com Dudu. O importante é que ajuda a confundir o técnico rival.

Jogo minhas fichas na escalação de Edinho para começar a partida. Afinal, em time que está ganhando não se mexe.

Agora, não descarto a possibilidade de que Dudu comece o jogo, saindo Edinho. Foi o que se viu contra o Passo Fundo, no segundo tempo.

O time ganha em mobilidade e velocidade, algo que o técnico defende muito e aplicava no Goiás.

E tenho minhas dúvidas se perde em marcação. Com Edinho, o time, em tese, fica mais fechado. Mas é só em tese, porque não é isso que temos visto.

Nos últimos jogos Edinho anda muito faceiro, não guardando posição. O Grêmio tem levado gols até em função.

Agora, Enderson gosta de um centromédio típico. No Goiás, a função era de Amaral, que ele indicou ao Grêmio. Aqui, é Edinho.

Sem o volantão, Ramiro e Riveros terão a ajuda constante de Zé Roberto, Dudu e Luan. Foi o que se viu no ‘jogo-treino’. O time fica compactado e com uma saída de bola muito rápida e qualificada. Isso é inegável.

Porém, perde um xerifão. Um cara para impor respeito. No Grêmio, o único que faz isso é Edinho. Já mostrou sua utilidade nesse aspecto nos dois jogos pela Libertadores.

Então, acho que ele começa com Edinho.

Eu, que sou um volantista confesso e assumido, começaria com o trio de volantes.

Mas se Enderson começar com um time teoricamente mais ofensivo tenho certeza de que o fará baseado muito nas informações que tem sobre o adversário.

Conclusão: tudo pode acontecer.

Quer dizer, quase tudo. O que não pode acontecer é uma derrota em plena Arena.

Por isso, estarei lá torcendo e apoiando o time incondicionalmente. Sem sequer murmurar a cada erro de Pará e a algum gol eventualmente perdido por Barcos.

E se Léo Gago entrar, bem…

O que se há de fazer?

Se Jesus sofreu em silêncio na cruz eu posso engolir mais um sapo na minha vida. Tudo pelo bem do Grêmio.

A GOLEADA DE ABEL

O Inter é líder disparado do Gauchão. Pode não ser muito, mas não é pouco.

Apesar disso, os cronistas esportivos colorados da praça não param de dar pau no Abel, cobrando que coloque mais guris no time e que arme uma marcação mais forte, que o time assim como está é faceiro e não irá resistir contra equipes de maior porte.

Ontem, o Inter aplicou 6 a 1 no Remo, lá em Belém, num campo horroroso.

Antes do jogo, diziam que um empate estaria de bom tamanho.

Agora, leio e ouço que o adversário é que era muito fraco, querendo desmerecer a vitória colorada para seguir na tese de que o time continua vulnerável e que está se iludindo com o ‘engana-bobo’.

Nem oito nem oitenta. Por enquanto, Abel está ganhando de goleada dos seus corneteiros.

Racismo, homofobia, gremiofobia e interfobia

Que nós, torcedores identificados ou enrustidos, somos todos treinadores de futebol e nos consideramos sabichões, dando palpite e opinião sobre tudo e todos, já é público e notório.

O que eu já desconfiava, mas ainda tinha dúvidas, é que, dependendo da situação, somos também antropólogos, sociólogos, psicólogos, historiadores, médicos…

Muitas vezes, somos tudo isso ao mesmo tempo. Pelo menos temos essa pretensão, e dá-lhe tese.

Poucas vezes  ouvi tanto o nome de Charles Darwin em programas esportivos, leia-se programas de futebol.

É o caso agora, e de novo, do debate em torno do racismo.

Dois episódios lamentáveis muito próximos entre si desencadearam ampla discussão na mídia e nas redes sociais. O caso Tinga e o caso Márcio Chagas. Há, ainda, outra situação igualmente grave envolvendo Arouca, em SP.

Abaixo do Mampituba, qualquer tema acaba refletindo em Grêmio e Inter.

A questão do racismo é muito maior que essa rivalidade que tem seu lado sadio, positivo mesmo, mas que por vezes se torna ridícula, pequena, inversamente proporcional ao tamanho das duas torcidas, dos dois clubes.

Então, os charlatães em antropologia, sociologia e psicologia, entre outras especialidades, despejam teses, opiniões e palpites sobre uma questão que merece debates mais sérios e menos distorcidos por falta de conhecimento e, muitas vezes, excesso de paixão em função da cor clubística.

O racismo é abominável. A homofobia idem. As duas seguidamente aparecem juntas no futebol, aqui reforçadas de outras igualmente danosas, inaceitáveis e geradoras de violência: a gremiofobia e a interfobia.

Há que se lutar para por um fim nesses e outros males, mas com equilíbrio e bom senso.

Sem radicalismo, hipocrisia, demagogia e interesses outros que não sejam o de defender uma sociedade mais justa e igualitária.

Barcos, enfim, joga como 9 de carteirinha

Além da vitória por 3 a 1 sobre o Passo Fundo, o que mais gostei no time, independente da qualidade do adversário, foi do posicionamento de Barcos.

O argentino jogou mais centralizado, como deve jogar um centroavante de carteirinha, e, como se não bastasse, acertou dois cabeceios para fazer seus gols. Fora isso, ele prendeu menos a bola, tocando de primeira para quem vinha de trás ou abrindo para as pontas. Barcos tem boa técnica e visão de jogo. Só falta aceitar que seu lugar é na área.

Tudo isso, claro, ignorando que o adversário é um time praticamente rebaixado. Ninguém pode esperar que Barcos terá a mesma facilidade para cabecear na partida contra o Newell’s, mas só o fato de ele buscar esse posicionamento, essa mudança de atitude, já é algo a ser saudado.

O que eu não gostei foi de ver o sistema defensivo vulnerável. Está certo que o técnico Enderson Moreira tinha mesmo é que jogar o time para cima diante da fragilidade do Passo Fundo e da necessidade de somar 3 pontos.

Mas aquele gol aos 2 minutos foi preocupante. O meia esquerda do PF, Hianthony, deslocado pela direita, às costas de Wendell, cruzou para Bruninho cabecear com perfeição.

Detalhe do lance: Rodolpho saiu para fazer a cobertura. Na área, ficou Werley na primeira trave com Pará chegando na segunda. Entre os dois, isolado, completamente livre, o Bruninho, que subiu fazendo pose para os fotógrafos.

Pergunto: não deveria ter um volante na jogada? De preferência o Edinho, o mais recuado.

E aí chegamos a outro ponto: o Edinho, primeiro volante, jogador limitado tecnicamente, tem subido demais para o meu gosto, mesmo que seja contra um time frágil. Se o jogo servia também e principalmente como treino para o jogo que interessa, o da Libertadores, seria mais sensato deixar Edinho mais contido. É jogando assim, mais recuado, protegendo a zaga e cobrindo os laterais, que Edinho pode ser útil em jogos tão difíceis como esse de quinta-feira. Se é pra jogar avançado, aparecendo na linha de fundo do adversário, é melhor escalar um volante com mais qualidade e deixar Edinho no banco.

Cada subida de Edinho serve como elemento surpresa, é fato, mas acaba desguarnecendo perigosamente a defesa. O Newell’s saberá aproveitar o espaço às costas do primeiro volante, o centromédio gremista. Agora, imagino, e espero, que essa liberdade de Edinho não irá existir contra os argentinos.

No segundo tempo, Enderson testou uma outra possibilidade. Uma escalação menos pesada e com mais mobilidade. Edinho saiu e entrou Dudu. Riveros e Ramiro ficaram mais posicionados, mas um sempre saindo quando necessário. Zé Roberto e Luan fizeram uma segunda linha de meio-campo, com Duda – sempre auxiliando no combate- formando dupla com Barcos.

Desconfio que Enderson até pode começar com essa formação. Mas o mais provável é que ele mantenha a estrutura atual, com Edinho mesmo, e que deu tão certo nos dois primeiros jogos.

Agora, repito, se é pra deixar Edinho avançando faceiro e com tanta frequência, melhor jogar com o esquema do segundo tempo.

A entrada de Tinga também merece ser saudada. Ele entrou na direita, mas Pará seguiu em campo, agora na esquerda. Foi bom para Tinga começar a se ambientar.

Luan mostrou mais uma vez que faz a diferença entre o Grêmio atual e o que tinha Kleber como titular.

O TESTE

Liderando o Gauchão disparado, o Inter terá seu segundo teste no ano na quarta-feira, contra o Remo. D’Alessandro está fora, lesionado.

Já li e ouvi que o Inter tem time para matar o Remo já no primeiro jogo, lá em Belém. Olha, o mundo acima do Mambituba é diferente da rósea realidade colorada no regional. Tem sido assim nos últimos anos.

BRIO

Presidente Luigi não cansa de repetir que o Brio é do Inter, insinuando que a Arena não é do Grêmio. O texto abaixo mostra que os dois clubes estão em situação muito parecida, nas mãos de empreiteiras.

http://rsesporte.blogspot.com.br/2014/01/afinal-o-beira-rio-e-do-inter-ou-da-ag.html

Mais um ano de vida

Sempre fui muito discreto com essa história de aniversário. Na redação do CP torcia para que ninguém lembrasse que eu estava acumulando mais um ano de vida, o que é muito difícil para quem nasceu no dia da mulher.

Então, nunca escapei do parabéns a você. Sempre tinha um boca grande pra gritar que eu estava aniversariando. Normalmente, era o Chico Izidro.

Queria me esconder debaixo da mesa. Mas ficava lá em pé, com cara de bunda, sorrindo do jeito que dava. Depois, alguns abraços e, ufa!, mais um aniversário superado.

Este é o quarto aniversário longe da redação, onde deixei muitos amigos e lembranças de momentos muito felizes. Saudade dos que lá permanecem, dos que também saíram e, principalmente, dos que partiram. É caso do Paulo Acosta, grande gremista, do Clóvis Ott, que lá pelas tantas dava uma de louco, erguia uma lixeira das grandes e batia com ela no chão, e do Paulo Moura, ah, o velho Mourinha, que sempre escondeu que era gremista.

O face substitui o alarde que o Acosta, a Jurema e o Chico faziam para homenagear, e constranger, os aniversariantes.

Não sei quem ocupa esse papel hoje lá no Correio do Povo. Só sei que o face é muito mais poderoso. Recebi mais de uma centena de cumprimentos, com a vantagem de não ser submetido a um parabéns a você em público.

Fico muito feliz pela lembrança. Feliz mesmo. Obrigado a todos.

Ah, obrigado também aos amigos botequeiros. Estamos juntos.

PÂNICO

Obs: tem mais gente na redação do CP que tem pânico desse momento. Por ex, o Hiltor e o LH Benfica, hoje na ZH. O Benfica chegou a escrever as matérias dele na rádio Guaíba só pra não enfrentar o parabéns cantado por toda a redação. Covarde, eheheh

O Hiltor ficava furioso com a lembrança. Certa vez, o Flávio Portela chegou por trás do Hiltor, que estava sentado, e gritou, sorridente, sem saber do terror do Hiltor em relação a isso. O Hiltor quase engoliu a caneta bic que mascava, e, sem olhar para o Portela, mandou ele longe, tipo ‘não tem o que fazer’.

FUTEBOL

Não vi o jogo do Grêmio com o São Luiz. Já disse, o Gauchão não me interessa. Quando dá, eu assisto. Vejo que tem gente aqui decepcionada com alguns jovens. É cedo para avaliações definitivas. O Gauchão não serve para avaliar nem positiva, nem negativamente. Agora, é fato que alguns jovens entram e não aproveitam. Outros dão resposta logo de cara. Muitas vezes é questão de personalidade, de temperamento.

O Gabriel me fez rir com essa do Léo Guga, ‘chupa Ilgo’.

O JUIZ

O cornetadorw publica que D’Alessandro, que aliás tem um grande fã clube na mídia gaúcha, teria dito que o juiz Márcio Chagas é um dos poucos que ele gosta, algo assim. Esse informação, ‘extremamente relevante’, foi divulgada numa coluna. Falta perguntar ao Barcos, por exemplo, para ficar entre argentinos a história, qual o árbitro que ele gosta.

Colocada assim, a opinião do meia argentino não tem a menor importância. A não ser que venha com uma lista completa. Ou uma enquete entre os jogadores, e não apenas os da dupla.

A camisa que escancara a inveja recolhida

O episódio da camisa do Inter provocativa ao Grêmio deixou o presidente Luigi numa situação muito difícil. Ele ficou numa sinuca de bico – não sei o que significa sinuca de bico, mas sei que é pior que uma simples sinuca.

No final da tarde, depois de horas e horas de saraivada nas redes sociais, inclusive com críticas de colorados, o famoso fogo amigo, o Inter retirou do seu site a foto da polêmica camisa, anunciando que ela não mais seria comercializada.

As informações são de que o presidente colorado não sabia de nada, não tinha visto a tal camisa.

Então, temos o seguinte: Luigi não teria visto a camisa, anunciada sem sua autorização. Isso significa um clube sem comando, porque não é possível que algo tão importante seja divulgado sem a anuência do presidente, conhecido como centralizador.

Mas se ele viu e deixou transitar, e agora recuou, mostra um dirigente inseguro. Fico com a segunda hipótese. Nada sai do Inter sem passar por Luigi. Além disso, é visível que Luigi está acuado, tenso, angustiado, porque a reforma do Beira-Rio segue complicada. Muito complicada.

Por isso, uma camisa provocativa ao rival serviria para aliviar as tensões. Deu tudo errado.

ENTENDA O CASO

Uma típica brincadeira de torcedores saltou das mesas dos bares, do twiter e das páginas do facebook e chegou aos gabinetes colorados. Até aí nada demais, o problema é a direção encampar a brincadeira, tornando-a institucional.

É o que acontece com a coleção casual de camisas alusiva à reforma do estádio Beira-Rio lançada nesta quinta-feira no site oficial do clube. Uma das camisas causou revolta entre gremistas e constrangimento em boa parte dos colorados.

Nessa peça é enfatizado que o estádio colorado é próprio, insinuando que a Arena não é do Grêmio. Uma bobagem que fica bem nas flautas entre torcedores de futebol, mas que decididamente não cabe ser aplicada ou incorporada de maneira formal, ainda mais quando se tem telhado de vidro.

De pronto, surgiram versões produzidas por gremistas criativos e inteligentes, devolvendo a brincadeira de maneira descontraída pelas redes sociais, sem apelação, mas com muito bom humor. São peças gráficas produzidas por torcedores e que nunca serão oficializadas pela direção gremista até por uma questão de respeito ao rival, que vem enfrentando dificuldades sérias para concluir a reforma de seu estádio.

A lamentável iniciativa revela um despeito que vinha sendo reprimido – e que agora transbordou – dos colorados diante da grandeza que é a Arena do Grêmio.

Sim, a Arena do Grêmio. Tudo mais não passa de dor-de-cotovelo.

UM MATADOR

Há tempo que venho pedindo um jogador de área de verdade, não um que gosta de ‘flutuar’ na frente e que raramente está onde um camisa 9, um centroavante de carteirinha, deve estar.

Além de não ser um centroavante, Barcos é infeliz nas conclusões. Contra o Cruzeiro ele até que foi bem. Mas foi contra o Cruzeiro. O Cruzeiro!!!!

O Grêmio até pode ir mais adiante na Libertadores, mas sem um matador para definir as jogadas dificilmente conseguirá seu grante objetivo: o título.

No desespero, penso até no Zulu.

Quem já foi campeão brasileiro com Nildo e Gilson…

Mais um sinal do fim dos tempos

São cada vez mais claros os sinais de que o fim do mundo se aproxima.

Como explicar, por exemplo, o fascínio que os longos engarrafamentos nos caminhos que levam ao litoral exercem sobre os habitantes do extremo sul brasileiro?

Engana-se quem pensa que as pessoas são atraídas pelas praias exuberantes do litoral catarinense, o desfile de bundas bronzeadas, a caipirinha sob o guarda-sol, a brisa marinha, o mar convidativo. Ou pelo incomparável litoral gaúcho, onde o legal é construir mansões distantes da beira do mar.

Na verdade, no fundo, no fundo, todos querem apenas uma coisa: padecer longo tempo nas estradas. Depois dos prazeres, o sofrimento, auto-flagelação.

É um processo de purificação do ser diante da iminência do fim. Porque o fim está próximo. E todos querem o paraíso.

Outro sinal é o nível das músicas que dominam as programações de rádio e de TV, as festas, as noites, as madrugadas, as manhãs, as tardes, cativando jovens de todas as classes sociais.

Músicas tão perenes quanto um pedaço de papel higiênico usado.

Uma prova de que estamos à beira do abismo: no meu tempo o gente curtia Chico Buarque, Caetano, Elis, Gal, Betânia. Hoje, tem cada figurinha…

O que são os ‘astros’ e ‘estrelas’ de um tal ‘funk ostentação’?

É claro que há sinais mais objetivos e preocupantes de que o fim está próximo. É o caso dessa convulsão na Ucrânia, que coloca EUA e Rússia em lados opostos e já se fala em ogivas nucleares cruzando os céus. Realmente, a situação está feia.

Tem ainda esses fatos abomináveis envolvendo a Copa do Mundo, evento que seria um marco, um divisor de águas na história da humanidade, segundo renomados especialistas em apocalipse. Há quem diga que se o Brasil sobreviver a esse evento, o homem ganhará uma sobrevida sobre a Terra, uma derradeira chance de recuperação e purificação.

Agora, nada, mas nada mesmo se compara à notícia que li no final desta tarde de sexta-feira, depois de curtir uns dias de férias numa pacata praia catarinense.

Confiram se não é realmente um sinal evidente, inquestionável, indiscutível de que a história da raça humana sobre esse planeta que ela tanto se esforça para destruir está mesmo no limiar da escuridão infinita.

Transcrevo só a manchete, que é o máximo que consegui ler, porque quase tive um ataque cardíaco:

Maxi sente dores e está fora de jogo do Grêmio; Marco Antonio concentra

Quando o Grêmio decidiu permanecer com MA, provavelmente por falta de interessados, eu escrevi que ele em pouco tempo voltaria a figurar – o verbo adequado é esse mesmo – nos jogos, começando por treinar no time xis, ipsolon, zê, até chegar a entrar em campo em jogo oficial.

Essa convicção cresceu quando Léo Gago começou a jogar, e até a ser elogiado pelos neófitos ou pelos piedosos. Léo Gago até tem alguma utilidade, porque ao menos suja o calção, dá trabalho para a lavanderia. Mas não é jogador para um time clube que busca grandes títulos. Nem ele nem MA. Prova disso é que não apareceram candidatos a contratá-los, provavelmente nem com o Grêmio ajudando a pagar seus salários.

Estamos assim: Léo Gago já voltou e agora MA começa sua caminhada rumo ao grupo principal. Está relacionado para enfrentar o Cruzeiro pelo charmosão nesta quarta-feira.

Decididamente, o planeta está com os dias contados.