Fiquei surpreso quando comecei a ler, no começo desta noite, os comentários do ‘artigo’ anterior sobre a vitória em Medellin.
Tive um dia muito agitado, muita correria, e isso que estou meio aposentado. Ao meio-dia, no Ganhando o Jogo da Rádio Guaíba, ainda duelei com o Vinicius Sinott – um cara que conhece muito futebol – a respeito do Ronaldinho, que poderá enfrentar o Grêmio pela Libertadores.
Eu disse que RG é ex-jogador e que gostaria de vê-lo na Arena. Depois, o assunto descambou para a tumultuada saída dele do Grêmio. Eu acompanheir, como repórter, a história de muito perto. Foi uma baita sacanagem contra o Grêmio, clube que amparou toda a família, que vivia na linha da miséria.
Vinicius sustentou que a história não era bem assim, que o Grêmio tinha vacilado e coisa e tal. O ótimo narrador Mário Lima ficou ao lado de Vinicius.
Duas pessoas que acompanharam o caso de longe – no caso de Vinicius, como ele admitiu, me lendo naquele tempo – queriam saber mais do que eu, que vivi aquilo tudo muito de perto.
A gente se alterou um pouco, mas ficou tudo bem. Acho eu. Pode ser que não me convidem para outro debate lá, mas ficou tudo bem. Se não ficou, deveria ficar. De minha parte, tranquilo.
A surpresa com o RW
Tudo isso para dizer que fiquei realmente espantado com o comentário do meu amigo RW, remetendo ainda para o seu prestigiado site, onde havia outro comentário a meu respeito.
Aí eu entendi por que cresceu tanto o número de frequentadores do boteco. Muita gente leu o cornetadorw e ficou se perguntando ‘quem diabos será esse Ilgo, que merece uma crônica inteira do Ricardo e ainda com direito à reprodução de outro comentário?’.
Então, graças a a nossa ‘briga verbal’ há fila com senha e tudo para entrar no boteco, cujo público normalmente não lota uma kombi. Somos poucos, mas ativos e cheios de opinião, como deve ser porque se não fica tudo muito chato. O pau tem que comer, não literalmente, claro…
Até o meu velho companheiro de Caldas Jr, o Joabel Pereira, apareceu. Pra me atacar, claro. O Joabel faz parte dos corneteiros da Redenção, grupo que invadiu o boteco esgrimindo argumentos todos a favor de RW, contra mim e, claro, contra o Renato.
RW diz que parou de me ler – ele não está perdendo nada mesmo -, mas que recebeu recados dos bravos corneteiros denunciando ‘alfinetadas’ minhas no boteco.
Quero afirmar, peremptoriamente, como diria o Tarso, que os corneteiros têm toda a razão.
Só faço um reparo: as alfinetadas que dou não são específicas para o Ricardo, mas para um monte de gente, que me retribui da mesma forma, alguns usando termos mais fortes, talvez por falta de argumento.
Então, quando defendo minhas ideias eu vou até o fim. O troco vem por vezes em dobro.
Eu me irrito muitas vezes. Muitas mesmo. Algumas vezes descarrego minha irritação, mas na maioria das vezes procuro irritar meus algozes com provocações. Outras vezes com expressões mais fortes, como a ‘desonestidade intelectual’, que deixou o RW tão chateado. Ele não é um desonesto intelectual, mas pode, como qualquer um, cometer desonestidade intelectual em meio ao desespero, atormentado por anos e anos de frustrações sucessivas no futebol.
Quando usei essa expressão dias atrás era pra ele e mais uma kombi lotada, em especial com alguns cronistas esportivos profissionais. Poderia citar exemplos, mas aí terminaria de escrever de madrugada.
Bem, a quem me leu até aqui, vem agora a grande revelação.
Foi tudo uma jogada minha. Pensei: ‘Como tornar o botecodoilgo mais conhecido?’ Ora, batendo no cara de maior audiência. Quem? o RW. ora.
Deu certo. O problema é que agora o RW me despreza.
Não quer me ver nem fantasiado de Renato ‘meu grupo’, como ele costuma dizer pra atacar o maior responsável pelo título mundial do Grêmio. Bah, comecei tudo de novo, ehehehe. Não adianta, eu não vou mudar. Nem ele.
Ele me alfineta de lá, eu respondo daqui. Agora, a gente pode continuar assim, mas unidos por uma causa maior, o Grêmio e a conquista de um grande título. Nós não aguentamos mais, é muita frustração acumulada.
Bem, de minha parte encerro esse drama com uma cervejada no Bar do Beto entre botequeiros e corneteiros.
Com direito a selinho depois da quinta cerveja.