A cláusula pétrea no contrato do treinador

Quando abri o boteco, tinha dois objetivos: colocar emoções e sensações pra fora, sem qualquer pretensão de ser muito lido; e, com o tempo, ajudar o Grêmio com análises e críticas construtivas.

A primeira meta foi atingida, inclusive superando minha expectativa em termos de público aqui no boteco. Já a segunda segue sendo um fracasso imenso.

Tenho pra mim que dei alguma contribuição, minúscula na verdade, para a eleição do Fábio Koff, e me orgulho disso. Toco nesse assunto porque um leitor comentou no post anterior que eu acertei ao contestar Enderson desde o primeiro momento, mas que cometi um erro gigantesco ao apoiar Koff. O leitor revelou que ia votar em Homero Bellini, mas ficou com Koff em parte diante dos meus argumentos, o que me deixa realmente orgulhoso. Ao menos alguém eu aparentemente influenciei.

Ele até sugeriu que assim como lembrei o post aquele de dezembro sobre o Enderson, deveria postar os que apoiei Koff. Só não faço isso porque teria de procurar. Se alguém quiser fazer essa pesquisa eu agradeço.

Continuo pensando que o grande título de Koff, talvez o maior de sua trajetória de dirigente de futebol mais vitorioso deste Estado e talvez do Brasil, será manter o Grêmio vivo e saudável após a tragédia que se abateu sobre o clube na gestão Odone.

Sobre Bellini, um excelente nome, o que ele quis na eleição anterior foi apenas uma coisa: marcar posição.

Sem Koff, que teve de renovar com Luxemburgo para vencer a disputa, a vitória seria de Odone. Sem mais comentários.

Agora, no futebol, Koff está sendo um desastre.

Sou da seguinte opinião: aquilo que começa mal, começa torto; termina mal, termina torto.

Koff começou mal. Eu, no lugar dele, teria prometido ficar com Luxemburgo, mas na hora do acerto o mandaria embora. Uma canalhice, mas evitaria tudo o que se seguiu.

Mantido Luxemburgo, que colocasse no comando do vestiário um dirigente cobra criada, não aprendizes, noviços.

E por aí vai. É de pequenino que se torce o pepino.

Um erro puxa o outro.

Não quero ser repetitivo, até porque ainda estou convalescendo do chocolate amargo nos dois grenais. A eliminação na Libertadores não me abalou, porque já era por mim esperada.

Agora, o Gre-Nal em Caxias do Sul, sim. Levar 4 a 1 é inaceitável. Goleada que só não foi maior porque o Inter puxou o freio de mão. Estou convencido disso, mas posso estar errado.

O fato é que o Grêmio caiu de quatro no Gre-Nal.

E isso é inadmissível.

Fosse eu dirigente, colocaria uma cláusula pétrea nos contratos com técnicos:

Havendo goleada em Gre-Nal – jogo amistoso ou oficial – o contratado assume o compromisso de pedir demissão ainda no vestiário.

Revoguem-se as disposições em contrário.

PIPOQUEIRO

Li nos comentários dos botequeiros a preocupação sobre quem trazer para substituir o técnico demitido. Isso é o de menos. Se levou 4 não serve para continuar.

Qualquer coisa, chama o pipoqueiro. Não fará pior.

ESCUDEIRO

Não aceito que o meu fiel escudeiro, Gabriel, deixe de manifestar suas opiniões aqui no boteco.

Eu às vezes também tenho vontade de largar, mas vou resistindo. Não vão me dobrar. Estou velho demais para ser dobrado.