O sr. Enderson Moreira quer marcar seu nome na história do Grêmio.
Ele já seria lembrado como o técnico que levou 4 a 1 num Gre-Nal em Caxias do Sul, o que logo remeterá para o nó que levou no segundo tempo do Gre-Nal de 2 a 1, na Arena.
Agora, o técnico do tricolor está armando uma forma de tornar-se inesquecível.
Assim como Celso Roth tem seu nome nas páginas do Grêmio por ter colocado Ronaldinho – então apenas Ronaldinho – na reserva de Itaqui – aqui eu teria de interromper a programação para explicar aos muito jovens quem é ou foi Itaqui, mas sugiro que procurem no google ou se informem com os mais velhos -, o sr Enderson quer ser lembrado como o treinador que barrou Luan para escalar Rodriguinho.
Hoje, ele deu entrevista e tentou explicar sua decisão. Em primeiro lugar, ele tem direito de escalar quem quiser. Há, inclusive quem se disponha a pagá-lo por isso apesar da humilhação nos grenais e fracasso na Libertadores.
O sr. Enderson alegou que o guri voltou de lesão, que ele definiu como algo grave, e não conseguiu render o mesmo futebol que apresentou logo que foi lançado em função da lesão de Kleber.
Aí, lá pelas tantas, mais enrolado que namoro de cobras, ele lascou uma falta de ‘treinabilidade’ do jovem e promissor atleta. Façam como eu, busquem no dicionário.
Curioso é que ninguém detectou falta de ‘treinabilidade’ quando o escalaram para enfrentar o San Lorenzo, antecipando seu retorno.
Estou encarando essa opção com técnico com bom humor. Acho que é um equívoco, mas nada que vá alterar muito as coisas. A Chapecoense é fraca e tanto faz se jogar Rodriguinho ou Luan. A tendência é de vitória, embora jogadores que pelo jeito sobram em ‘treinabilidade’, como Barcos e Pará, estarão no time.
Ah, o técnico do Grêmio ao ser questionado sobre por que não usa o mesmo critério em relação a Barcos e Pará disse que os dois não têm substitutos à altura. Foi mais ou menos isso.
Mas então que use a imaginação, escale Ramiro na lateral e arme um ataque com jogadores de velocidade, sem essa referência irritante. Mas como exigir isso do técnico que tem como maior orgulho ter sido sexto colocado no Brasileirão?
Agora, por que Luan jogou mal nas duas últimas partidas? Primeiro, há influência da cirurgia. Mas ele não foi bem principalmente porque foi obrigado pelo técnico a recuar muito para compor o meio de campo no setor defensivo.
Eu lembro que Luan entrou no time como segundo atacante, sem obrigação de recuar muito. O Grêmio tinha o trio de volantes e Zé Roberto, que o deixavam com liberdade para ‘flutuar’ -para usar um vocábulo empregado alguns comentaristas esportivos.
Foi assim que Luan se destacou a contribuiu para o Grêmio livrar boa vantagem em seu grupo na Libertadores. Ele simplesmente foi o melhor jogador do time em vários jogos seguidos.
Ah, quando ZR se lesionou, entrou Dudu, que fez a função do colega veterano, mantendo Luan mais adiantado perto de Barcos, que também melhorou com isso.
Resumindo: Luan caiu de rendimento muito mais porque foi escalado para uma função diferente do que pelo temor de se machucar no mesmo local.
Então, por que Luan foi escalado dessa maneira? Simplesmente porque o esquema agora é o do sr Enderson, não mais o de Renato e seus três volantes. Com dois volantes, ele precisa de três meias que cheguem à frente com técnica e velocidade, mas que também componham na marcação.
E aí Luan ficou devendo.
Aconteceu algo parecido com Ronaldinho em seu início. A discussão era sobre qual a melhor posição para Ronaldinho. O colorado Ibsen Pinheiro desdenhava, provavelmente cheio de inveja: “Afinal, em que posição esse Ronaldinho joga?”, perguntou.
Ele descobriu em seguida, quando Ronaldinho entortou Dunga num Gre-Nal e levou o Grêmio ao título do Gauchão, ascendendo rapidamente para a Seleção Brasileira.
Que é, no fim das contas, o futuro de Luan.
RENATO
No post anterior alguém perguntou por que Renato não ficou no Grêmio, que ele teria sido mercenário, etc.
O Grêmio ofereceu 300 mil mensais para Renato renovar. O Fluminense bancou 600 mil.
Renato fez o que qualquer um faria: optou pelo salário maior e as areias de Ipanema.
Claro, ele poderia ficar pela metade do valor, mas aí teria de aguentar, além de vaias, a torcida pedindo ZÉ Roberto em coro, o mesmo ZR que hoje é banco também do Sr. Enderson.
Desconfio que hoje ninguém mais pede ZR no time. É apenas uma desconfiança…
BARCOS
Alguém acredita que Barcos possa trocar o Grêmio pelo Boca Jrs? Aqui, ele ganha mais de 700 mil mensais, nível do D’Alessandro e do Kleber. O futebol argentino não tem condições de bancar valores como esse. Uma pena…
Falam agora no futebol mexicano. Curioso, de repente aparecem candidatos a levar Barcos.
Parece estratégia de procurador para indicar que seu representado é um jogador cobiçado, que ele joga muito e que são injustas as críticas feitas a ele.