Giuliano, sim ou não?

Giuliano, sim ou não?

Considerando o custo benefício – pelo menos uns 6 milhões de euros -, sou contra.

Considerando a precariedade criativa do Grêmio do meio para a frente, sou a favor. Sem entusiasmo, mas a favor.

É uma contratação difícil. O Grêmio tem duas alternativas para fechar o negócio: conseguir investidor com bala na agulha e disposto a investir em Giuliano, ou esperar que o clube ucraniano faça o que é muito comum quando o jogador força sua saída, que parece ser o caso. O ex-jogador colorado tem contrato até o fim de 2015. Na metade do ano que vem pode assinar pré-contrato e os ucranianos ficam sem nada. Então, eles costumam emprestar o jogador por um ano, desde que o jogador prorrogue seu contrato pelo mesmo período. Se o negócio sair deverá ser por esse caminho: o empréstimo.

Se eu fosse investidor não colocaria tanto dinheiro em Giuliano.

Optaria por investir, por exemplo, em Breno, Matheus Biteco ou em Everton, trio campeão sub-20 na China, defendendo a amarelinha, conquista ocorrida neste domingo e informada pelo Francisco Coelho – nosso especialista em categorias de base – no post anterior.

Mas voltando ao Giuliano. Ele não é exatamente o que o Grêmio precisa: um meia articulador, um armador. Tampouco é aquele jogador que coloca a bola debaixo do braço e lidera o time a uma reação. A não ser, claro, que tenha mudado muito na Ucrânia.

Mas Giuliano tem qualidade suficiente para vir e assumir a titularidade no lugar dos meia-bocas que hoje fazem figuração no meio.

Conversei com um amigo setorista do Inter em 2010, quando o Inter foi bi da América. Giuliano foi apontado o melhor jogador da competição. Pode não ter sido o melhor, mas foi decisivo para o Inter, mesmo sendo reserva. Entrou no decorrer dos jogos e decidiu. A conquista passou pelos pés de Giuliano. Não é pouca coisa.

Pois esse setorista confirmou que Giuliano é um meia-atacante, pode ser também um segundo atacante. No esquema de Enderson Moreira, que continua treinador do Grêmio, ele seria um dos três meias.

Hoje, ele poderia jogar ao lado de Alan Ruiz e Dudu, como um atacante que, parece mentira!, continua sendo ele o Barcos.

Então, resta torcer que o Grêmio contrate Giuliano, até porque não há nada melhor no horizonte tricolor.

MARKETING

Eu e Gunther e a filha dele, Julia.

Ontem foi ao Salgado Filho pegar umas muambas que o Gunther, representante oficial do Boteco em Miami, trouxe pra mim.

O Gunther mal colocou os pés no saguão e já foi dizendo que queria tirar uma foto dos paineis colocados pelo Grêmio no aeroporto. Tiramos a foto, claro.

Olha, ficou muito legal, grande jogada.

Quem quiser saber mais não espere pela mídia tradicional. A dica é do Querubini e do Tremarin.

Acesse:

http://www.palpiteros.com/news/gremio

Fernandão dignificou o futebol

Sempre admirei jogadores inteligentes. Fernandão, além de muito bom tecnicamente, foi um jogador inteligente. Um dos mais inteligentes que vi jogar.

Fernandão era Abel Braga dentro de campo. Feliz é o treinador que pode contar com um jogador assim em campo. O Grêmio, por exemplo, não tem esse jogador.

Lembro-me que o Grêmio tentou a contratação de Fernandão, que começava a destacar-se no Goiás.

A morte de Fernandão aos 36 anos é um golpe em todos os torcedores do Inter, mas choca também todos aqueles que gostam do futebol praticado com elegância, vibração e lucidez.

Eu era admirador de Fernandão, embora torcesse contra ele.

Fernandão é, talvez, o maior ídolo moderno do torcedor colorado.

E ídolos, a gente sabe, são eternos. Ainda mais quando morrem cedo e de forma tão trágica.

Morreu Fernandão, um atleta que dignificou o futebol.

FERNANDÃO NO GRÊMIO?

Em 2004, o então diretor de futebol do Grêmio, Evandro Krebs, tinha tudo alinhavado para contratar Fernandão, salário, tudo.

Havia até uma grana reservada para o negócio. Na hora H o presidente Flávio Obino preferiu usar o dinheiro da compra de Fernandão para quitar um débito que o clube tinha com um banco. Obino havia conseguido reduzir o débito de maneira substancial, desde que fizesse o pagamento naquele momento.

Obino conseguiu uma boa economia para o clube. Mas o Grêmio perdeu Fernandão.

A arte de perder uma Copa do Mundo

No começo de junho de 2006, enumerei dez razões que me levaram a afirmar, peremptoriamente – gosto dessa palavra, ela me lembra um momento importante da política gaúcha – que o Brasil perderia a Copa do Mundo daquele ano, na Alemanha.

É claro que a situação hoje é diferente – nem tanto -, mas algumas coisas me lembram o que aconteceu nos dias que antecederam à estreia do Brasil.

Percebo muito ufanismo de todos, a começar pelos meios de comunicação. Parreira, personagem decisivo em 2006, não se conteve dias desses: “Chegou o campeão”.

Quem percebeu isso e parece estar tomando providências é o técnico Felipão. Confiram em http://esportes.estadao.com.br/noticias/futebol,felipao-tenta-resgatar-o-espirito-da-copa-das-confederacoes,1505287

Mas duvido que o Brasil perca. Logo adiante tem eleição e é importante demais um título mundial na nossa casa. Um fracasso terá reflexo nas urnas.

Agora, se o apito não ajudar, o Brasil não ganha.

Mas vamos ao que escrevi, resumidamente, há oito anos no meu blog anterior, criado no início daquele ano mesmo, o WWW.ilgowink.zip.net:

1 – PARREIRA

O treinador é Carlos Alberto Parreira. Esta frase já diz tudo, mas não são poucos os fãs de Parreira. Por isso, comento: é um treinador da mesmice, do futebol chato, que não estimula a criatividade e abafa os talentos.

O seu limite de ousadia são as telas que ele pinta – tem alguém que as compre?

Foi campeão do mundo nos Estados Unidos. E daí? Foi salvo pelo Taffarel e pela ruindade de um italiano. Tinha no grupo nada menos do que Romário no auge. E outros jogadores talentosos. Era um baita time, que nas mãos dele sofreu para vencer os Estados Unidos. Eu disse Estados Unidos. Sem contar que a arbitragem, como sempre, ajudou.

O Brasil jogou um futebol medíocre, marcou poucos gols, a maioria feita pelo Romário. O Brasil foi campeão apesar do Parreira. Enfim, Parreira é um chato, não é mesmo ‘mano’ (expressão que ele incorporou ao seu linguajar e que não cansa de repetir)?

Além disso, já deu o que tinha que dar.

2 – ZAGALO

Prestem atenção na figura dele, no que ele fala e como fala. Parece gagá, não? Por exemplo, outro dia, assim de graça, falou que Kaká será o grande nome da Copa. Pra que dizer isso? Quer provocar ciúme nos outros candidatos (R. Gaúcho e Ronaldo)? Quer provocar disputa interna? É que ele fala sem pensar, talvez porque já nem pense, se é que um dia pensou.

Depois, vem com a história do número 13. Além do mais, nunca foi um bom treinador. Ganhou a Copa de 70 meio sem querer, comandado pelos líderes do time, Gérson, Carlos Alberto e Pelé. E nos clubes como foi o Zagallo treinador? Nada, um zero.

TEXTO COLOCADO HOJE: fora isso: convocou Paulo Nunes para viajar com a Seleção, desfalcando o Grêmio em jogo decisivo pela Libertadores em 1997. IMPERDOÁVEL.

3 – SALTO ALTO

Se o otimismo exacerbado fosse apenas da torcida e da imprensa, que, de um modo geral está enlouquecida, sem qualquer senso crítico, não haveria problema.

A questão é que quase todos na Seleção estão assim, tipo levando de barbada. É só prestar atenção nas declarações de jogadores e do comando técnico. Tem gente mais preocupada em saber quem será o destaque da Copa, se o Kaká, se o Ronaldinho ou o Ronaldo, como se o hexa já estivesse garantido. O hexa ficou em segundo plano para algumas pessoas, tanto de dentro como de fora da Seleção. Não vou me estender nesse tópico, porque isso está evidente demais e nós sabemos que ninguém ganha um jogo antes dos 90 minutos.

4 – LEGIÃO ESTRANGEIRA –

A Seleção Brasileira é composta por jogadores que há bastante trabalham no exterior. Vivem a maior parte do tempo em outros países. A realidade brasileira é algo distante pra eles. Uma realidade da qual até preferem – com alguma razão – manter distância.

O Robinho, por exemplo, teve a mãe seqüestrada e apressou-se a sair daqui. O ‘mensalão’, a frustração que o PT causou aos seus milhões de eleitores, a farsa do Fome Zero, a força do PCC, a liberdade da Susanne. São coisas que não lhes dizem respeito.

Então, qual o real envolvimento desse pessoal com o Brasil, com o povo brasileiro e suas mazelas? Esses jogadores vão entrar em campo com algum espírito patriótico? Realmente imbuídos do que é representar o país em que nasceram?

Resumindo: essa Seleção Brasileira tem muito pouco de brasileira e nós sabemos que para ganhar uma Copa do Mundo a pátria precisa estar no coração e na ponta da chuteira de cada jogador, e não apenas de alguns.

5 – OS MILIONÁRIOS

Nunca o Brasil disputou uma Copa do Mundo com tanto jogador rico e milionário. Todos eles já ganharam mais dinheiro que o Pelé. E alguns superam o Maradona, que já é de uma época em que até cabeça-de-bagre tinha um salário de fazer inveja a deputado que recebeu o mensalão.

Então, com tanto dinheiro, com tanto prestígio e alguns com inúmeros troféus no armário, consagração mundial e tudo o mais, será que esse grupo da Seleção vai jogar com aquela disposição de quem, sedento,  disputa um copo de chope?

6 – FOGUEIRA DAS VAIDADES

A impressão que tenho, aqui de longe, mas atento às declarações e ao comportamento dos jogadores da Seleção, que existe uma disputa de beleza nos bastidores, algo disfarçado, mas que pode ser constatado a partir de uma observação mais atenta.

Alguém aí acredita que o Ronaldo não se sente incomodado por já não ser a maior atração da Seleção? E mais, sempre tem alguém falando que ele está gordo e até superado.

Primeiro, Ronaldinho, o Gaúcho, lhe roubou o nome. O Ronaldo antes era Ronaldinho. Ronaldo não falou nada. Depois, Ronaldinho ocupou seu espaço na Seleção e no coração dos torcedores. E Ronaldo continua sem falar nada. Ele se corrói por dentro, estou certo disso.

Ninguém mais invade o campo para abraçar Ronaldo. Os carinhos são todos para Ronaldinho. Não sobra nem para Kaká, menos ainda para Roberto Carlos e Adriano. Só dá Ronaldinho, que ainda por cima não se cansa de manter e estimular a imagem de bom moço, do cara simpático, sempre pronto para um sorriso, o que, no caso dele, é muito, muito, fácil. Ronaldinho é a Seleção. Ele, portanto, que resolva os jogos, devem pensar alguns de seus companheiros.

Vamos ver se ele resolve. Duvido.

7 – ESQUEMA TÁTICO

O treinador Parreira me lembra o Fernando Henrique Cardoso (‘esqueçam tudo o que escrevi’) e o presidente Lulla (esqueçam tudo o que prometi).

O sujeito que ganhou a Copa dos Estados Unidos com três volantes no meio de campo e que sempre preferiu esquemas mais fechados quer desmentir a sua biografia, que até é das melhores, como técnico.

Pois o Parreira começa a Copa com apenas um volante (Émerson), o que, somado ao fato de que seu time tem dois laterais veteranos, e uma zaga suspeita, é pedir para perder. Tem ainda o Zé Roberto, mas este ainda não conseguir definir bem qual é a dele.

Só sei que o Émerson, há uma semana, declarou o seguinte após um treino: “Eu fico mais atrás, quase sozinho. O Zé vai ao ataque e até ajuda bastante lá na frente, mas não é pela cabeça dele que ele faz isso e me deixa aqui na marcação”.

Ah, agora uma previsão: o Émerson, sozinho na frente da área, e como já não é um guri, ficará como um louco correndo de um lado para o outro. Vai chegar atrasado em algumas divididas. Vai levar cartão sobre cartão. Acho que no primeiro ou no segundo jogo será expulso.

Parreira aposta tudo na qualidade de seus meias delicados (nenhuma insinuação, apenas é que são jogadores de grande técnica, frágeis como marcadores) e na força dos dois touros na frente. O certo seria tirar um deles (Adriano ou Ronaldo) e colocar o Gilberto Silva.

É uma aposta e tanto, de alto risco. E eu não tenho dúvidas de que, mantida a atual formação, é uma aposta que Parreira já perdeu.

8 – DIDA E A DEFESA

A defesa é fraca e está ainda mais vulnerável no esquema armado por Parreira, conforme referi anteriormente. Os dois laterais têm experiência, mas já não contam com a mesma força, pique e velocidade de quatro anos atrás. Eles são problemas.

A zaga está muito exposta. Felipão, em 2002, fez de tudo para deixá-la bem protegida, porque conhece as deficiências de nossos zagueiros, em especial pelo alto. Lúcio, se tiver que sair muito para o combate, é um perigo. Juan me parece lento e calmo demais. Tem dificuldade na antecipação.

O maior perigo, porém, é Dida. Não confio nele. Está sempre aprontando. Ele não irá fugir à sua natureza.

9 – RIVALDO

Sim, Rivaldo, ou alguém como ele, faz falta. E vai fazer falta. Na Copa de 2002, na minha opinião, ele foi o melhor do Brasil. O Felipão, se não me engano, também pensa assim. Por mais que o RG e o Kaká joguem, ainda assim não têm as características básicas de um organizador de equipe. Juninho Pernambucano, sim, poderia fazer a função de Rivaldo, mas sem a mesma qualidade, a mesma chegada na frente.

Saudade de Rivaldo.

10 – RONALDINHO GAÚCHO

Por tudo que vi, li e ouvi até agora, por todo o circo que se armou em torno dele, por todo marketing que envolve tudo o que o RG faz, como a preocupação permanente de ser simpático, acessível a todos (foi o que mais apareceu pra dar entrevistas e se aproximou dos torcedores nessa preparação), acho que ele está mais preocupado com a sua imagem do que com qualquer outra coisa.

E isso não é de agora. Nos jogos finais do Barcelona, antes da Copa, ele ficou devendo futebol, ainda mais pelo grande futebol que tem. Pareceu mais preocupado em brilhar individualmente, fazer o lance genial que dele todos esperam a todo instante. RG parece ter incorporado a necessidade de provar que não apenas é o melhor do mundo como é o melhor de todos os tempos.

Ele quer desbancar o Pelé. E, enquanto pensar assim, RG será no máximo um Maradona, o que, para ele, já está de bom tamanho. RG será mais um na galeria dos que tentaram e não conseguiram destronar Pelé.

DEPOIS DE FECHAR A LISTA DOS DEZ MOTIVOS, ACRESCENTEI MAIS UM:

11 – Cometí um erro imperdoável ao esquecer o Ronaldo na lista dos motivos que levarão o Brasil e voltar mais cedo (se bem que a maioria não volta, fica lá pela Europa mesmo, onde vivem). Assim, o Ronaldo, tão importante na conquista do penta, passa a ser o motivo de número 11 (temos um time completo agora).

Outro grande título de Fábio Koff

Se Fábio Koff fosse um goleiro, seria Danrlei ou Mazaropi. Zagueiro? Seria Baidek, De León ou Adilson; Lateral? Paulo Roberto, Arce ou Roger; Volante? China, Dinho, Goiano ou Émerson; Meia? Osvaldo, Tita ou Carlos Miguel; Atacante? Renato, Paulo Nunes ou Jardel. Técnico: Valdir Espinosa ou Felipão.

Koff seria todos eles. Com suas qualidades e seus defeitos, porque se tivesse só qualidades seria Deus. Mas Koff é humano. No futebol, um ser humano superior, um vitorioso. Não há dirigente no futebol gaúcho mais vencedor.

Nesta segunda-feira, dia 2 de junho, Koff encaminhou a conquista talvez de seu maior título: transformar em vinho de classe o vinagre de terceira linha que era o contrato firmado pela direção anterior com a OAS. Um contrato que comprometia o presente e o futuro do Grêmio.

Nessa negociação espinhenta e pedregosa, o presidente multicampeão foi um goleiro estupendo na defesa do Grêmio;

um lateral consciente do momento certo de recuar e de avançar;

um zagueiro ao mesmo tempo elegante e vigoroso, para jogar o fino ou engrossar quando necessário;

um volante capaz de desarmar o inimigo na técnica ou na força, o que for preciso para vencer;

um meia imprevisível, sábio e hábil na armação de jogadas para superar o bloqueio inimigo;

um atacante rápido, atrevido e impetuoso, sempre bem colocado em qualquer circunstância, pronto para marcar o gol;

e um treinador inteligente na leitura do jogo e na elaboração de estratégias para alcançar a vitória.

Koff e seus companheiros de diretoria, os integrantes do Conselho de Administração, trabalharam duro para chegar a um acordo favorável ao Grêmio, mas ao mesmo tempo aceitável pela empreiteira.

O aditivo firmado contém conquistas importantes que viabilizam o Grêmio financeiramente, inclusive para investimento em futebol.

Além disso, a cereja do bolo, Grêmio e OAS estão em sintonia para que o clube assuma plenamente a gestão da Arena, com a empresa dedicando-se aos seus empreendimentos imobiliários.

É uma grande conquista de Fábio Koff.

Fora de campo, é verdade, mas uma conquista que abre caminho para o Grêmio retomar o rumo dos grandes títulos.

O Grêmio multicampeão está voltando…

A lei da inércia e o beijo na novela das 9

Por inércia, um corpo em repouso tende a continuar em repouso”

De vez em quando, por inércia, me flagro assistindo a um capítulo de Em Família, novela um tanto monótona, mas que tem as belas Giovana Antonelli e Tainá Muller vivendo um romance.

Diante de mim, tenho o controle remoto, uma das grandes invenções da humanidade. Se uma coisa na TV te incomoda e te irrita – como a maioria dos jogos do Grêmio já faz um bom tempo -, é só estender o braço e mudar de canal.

Mas eu estou numa fase que lembra muito a da direção do Grêmio desde a eliminação prematura da Libertadores.

Hoje me toquei que eu, Rui Costa e Chitolina estamos seguindo a primeira lei de Newton, que em resumo diz mais ou menos o seguinte: “Por inércia, um corpo em repouso tende a continuar em repouso”.

Então, fico eu ali acomodado, vendo um programa que não me interessa, a não ser pelas presenças das duas beldades já referidas. Poderia usar o controle e mudar de canal. Mas e se nos outros canais não tiver nada melhor? Então, por inércia, deixo fico ali entediado com os dramas da novela, tendo como consolo a possibilidade de ver Giovana e Tainá juntas na tela, trocando olhares maliciosos, sorrisos arteiros e carícias sutis para não assustar os moralistas de plantão.

No fundo, no fundo, ou nem tão no fundo assim, meu estado de inercia é turbinado pela esperança de ver as duas lindas trocando um beijão daqueles, seja beijo técnico ou não.

Desconfio que a inercia dos dirigentes do Grêmio diante da visível decadência técnica e tática do time se deve à esperança de que Enderson Moreira arrume a casa durante a Copa e o Grêmio, no segundo semestre, volte a ser aquele time aguerrido, vibrante e vencedor que vimos poucas vezes nos últimos doze anos.

Será mais fácil, no entanto, rolar um beijo das duas meninas do que Enderson ajustar a equipe e conquistar um título nacional com o Grêmio.

Por inercia, eu deixo de trocar de canal e a direção deixa de trocar de treinador, talvez porque acredite que não há nada melhor em outro canal.

O JOGO

O Grêmio foi mal de novo. Criou poucas chances de gol contra um Palmeiras. Era jogo para somar três pontos em cima do time que havia perdido para a Chapecoense. Mas acho que não alertaram os jogadores sobre isso. Jogo em casa contra adversário tão instável é para vencer. O empate, portanto, foi ruim.

O Grêmio foi previsível, errou passes demais e continuou sem aproveitar as bolas paradas, que era ponto forte da equipe em passado recente.

As individualidades estão afundando. Afundam por causa do esquema ou o esquema afunda por causa das individualidades. Dudu, que nunca foi craque, vive agora fazendo um vai e vem sem fim pelo setor esquerdo, de uma área para a outra. Virou um peladeiro. Culpa dele? Rodriguinho a mesma coisa. São dois jogadores que num esquema ajustado rendem muito mais.

Na frente, Barcos continua se posicionando mal na área. Hoje, errou passes em excesso.

Alan Ruiz foi o melhor do meio para a frente. A dupla de volantes foi eficiente de um modo geral. A zaga salvou. Rodolpho tirou um gol de cima da risca. Marcelo Grohe não chegou a ser muito exigido, o que já é um avanço.

Por outro lado, o goleiro do Palmeiras quase não trabalho, algo comum para os goleiros que enfrentam o Grêmio e seu ataque inofensivo.

A arbitragem deixou de marcar um pênalti sobre Barcos no começo do segundo tempo. Eu ouvi gente dizendo que Barcos se atirou, quando todos viram que o zagueiro se jogou à frente do argentino para impedir que ele alcançasse a bola.

Depois, Diogo teve um gol anulado. Ele estava em posição legal, mas havia dois em impedimento, o que serviu para confundir Grohe. Os palmeirenses reclamam muito, mas não falam da falta sobre Barcos.

Não gostei das substituições. Enderson trata de colocar em campo os medalhões. A substituição de Barcos foi correta, mas o melhor seria colocar Lucas Coelho, não o Kleber.

Suspeito que se Enderson cair, não será pelos maus resultados e futebol ruim, mas porque ele cometeu a ‘ousadia’ de sacar o capitão e líder do time, o intocável Barcos.

INTER

Assim como o Grêmio, faltou competência ao Inter para vencer o Fluminense, que foi batido pelo Grêmio, um resultado que não foi devidamente valorizado por setores da imprensa na ocasião.

O Flu é candidato ao título, que, na real, deve ficar mesmo é com o Cruzeiro.

O empate do Inter fora de casa contra adversário tão forte pode ser considerado bom resultado.