Fernandinho parece incomodar

É interessante a preocupação que percebo em programas de debate com a contratação de Fernandinho.

Afinal, para quem tem Luan e Dudu não há necessidade de Fernandinho, alegam experientes jornalistas esportivos.

Ora, para um clube que ambiciona títulos, é preciso mais, muito mais do que onze titulares. É fundamental qualidade também nas peças de reposição.

E esse pessoal sabe disso.

O mais intrigante é que aqueles que se impressionam e não conseguem entender por que contratar Fernandinho é considerar que Dudu e Luan são titulares, daqueles incontestáveis, afirmados e reafirmados.

Não são. E eles, os analistas preocupados, sabem que Dudu até agora mostrou futebol insuficiente para ser titular em clube que sonha em alçar voos mais altos, não rasantes que levam apenas a campeonatos regionais.

Sabem, ou deveriam saber, que Luan é um jovem promissor, muito promissor, um projeto de craque. Mas um projeto, que como tantos pode não vingar.

Já Fernandinho é mais curtido e trata-se um jogador que vai agregar qualidade e sem dúvida será titular, principalmente se disputar com Dudu, que passará a ser boa alternativa. O que já estará de bom tamanho para ele.

Agora, por uma questão de equilíbrio, gostaria de saber se não vão criticar o monte de laterais-direitos que o Inter está contratando.

É um por lance e outro por sorteio.

COPA

Sigo com a Alemanha. A Argentina já chegou longe demais. Só espero que os alemães não me decepcionem.

Brasil e Holanda: sem opinião. Meu palpite é que dá Brasil. Os holandeses já estão cansados e de saco cheio.

O maior fiasco da Seleção Brasileira

O técnico Felipão se mostrou arrogante na entrevista coletiva depois dos 7  a 1, o maior fiasco da Seleção Brasileira em todos os tempos. Foi o Mazembe Day do Brasil.

Felipão disse que não se arrepende de nada, que fez tudo certo dentro das circunstâncias, etc.

Essa mesma arrogância se viu na equipe armada por Felipão. Ele começou o jogo contra a equipe mais organizada e entrosada do Mundial com três atacantes, um meia e apenas dois volantes.

Assim ficou fácil para a Alemanha conquistar o meio de campo e a partir daí chegar na cara de Júlio César.

Faltou humildade a Felipão. A humildade que lhe sobrava quando armava um time compactado, preocupado primeiro em não perder para depois tentar a vitória.

Faltou também competência para avaliar o real potencial do seu time.

Diferente de muitos oportunistas que agora dizem que tudo está errado e que até antes da histórica goleada pareciam tão felizes, eu há tempo escrevo que Felipão deveria voltar a ser Felipão, aquele vitorioso, humilde e compenetrado. É só olhar nos arquivos do blog.

Por exemplo, no dia 23 de junho, quando todos comemoravam a goleada sobre Camarões, eu escrevi o seguinte, destacando a fragilidade defensiva brasileira:

“A goleada de 4 a 1 sobre Camarões deve ser comemorada, mas não pode mascarar uma realidade: o sistema defensivo como um todo é uma gloriosa peneira.

Camarões, a pior seleção do torneio, entrou com facilidade na área no primeiro tempo. Felipão, atento, percebeu isso e corrigiu. No segundo tempo, os africanos quase não ameaçaram, enquanto o Brasil, com e também sem Neymar – outra vez o grande destaque – continuou criando chances de gol.

O Brasil tem dois laterais inconfiáveis em termos defensivos, em especial o Daniel Alves. No lance do gol africano, ele foi driblado. O Pará não faria pior. O problema é que Maicon não tem treinado bem, segundo o noticiário.

Com dois laterais tão instáveis, é uma temeridade jogar apenas com dois volantes. E isso está aparecendo até contra adversários de porte menor”.

A diferença entre o primeiro tempo contra Camarões e o de hoje, é que os alemães raramente desperdiçam as chances de gol que criam.

Felipão não viu que seu esquema era vulnerável atrás e pobre ofensivamente com o Fred ou Jô.

Eu vi e escrevi sobre isso muito antes da tragédia deste histórico 8 de julho de 2014.

Defendi sempre um esquema mais cauteloso, de maior resguardo.

Bem, agora vamos ver se minha avaliação se confirma. Se Brasil e Alemanha fizeram uma final antecipada, conforme frisei, desde já comemoro a conquista alemã domingo, no Maracanâ.

Nada será mais justo.

PARREIRA

Quando vi Parreira na comissão técnica anunciada pela CBF, lá no início dos trabalhos, imaginei que o trabalho não daria certo.

Felipão e Parreira são como água e azeite, não se misturam.

Talvez esse fracasso monumental comece por aí. Talvez.

COPA DAS COPAS

E assim termina, para o Brasil, a Copa das Copas. Ninguém vai esquecer. Jamais.

Aqueles que esperavam tirar proveito eleitoral da tal Copa das Copas terão agora que explicar e justificar todo o dinheiro público gasto com a competição. E, principalmente, inventar alguma coisa para que algumas arenas faraônicas erguidas em locais em que quase não há futebol não ficarem ociosas pelo menos até a eleição.

Brasil e Alemanha: uma final antecipada

Brasil e Alemanha fazem uma final antecipada. Quem vencer, será campeão. É o que penso.

Argentina e Holanda estão num nível um tantinho assim abaixo, mas é tudo tão nivelado que elas também podem chegar ao título.

O Brasil perdeu Neymar, mas tem praticamente toda a torcida ao seu lado. Por isso, a Alemanha terá dificuldades, mas acredito que vença.

A Alemanha apresentou, sempre dentro da minha ótica, o futebol mais homogêneo, mais constante. Uma regularidade impressionante até nas falhas de marcação.

Sofreu muitas vezes, como todas as equipes, mas se manteve fiel à sua proposta de jogo, contando com um ‘décimo-segundo’ jogador, o seu excepcional goleiro, que joga de líbero quando necessário com muita precisão nos botes fora da área.

Não há nenhuma estrela no time alemão, alguém capaz de resolver o jogo em segundos, como Messi ou Neymar.

Agora, sem Neymar, o Brasil ficou mais ou menos do nível da Alemanha em termos de individualidades, mas continua perdendo no coletivo, no conjunto, no entrosamento.

Por isso, imagino que dê Alemanha.

Mas, como li em algum lugar, ‘o futebol é uma calcinha de surpresa’.

ARGENTINA X HOLANDA

A Argentina tem Messi, o melhor do mundo. A Holanda tem Robben, que é espetacular. Pra mim, os dois destaques individuais da Copa em termos ofensivos.

Neymar formaria o trio dos maiores talentos, mas está fora porque um colega de profissão decidiu alcançar a bola abrindo um buraco com o joelho nas costas do craque brasileiro.

A Holanda tem ainda Sneijder. A Argentina perdeu Di Maria. Ficou só com Messi.

Assim, jogo minhas fichas na Holanda.

E vou torcer pra Holanda só porque vi argentino fazendo piada em cima da contusão de Neymar.

INGRESSOS FIFA

Aprendemos muito com a Fifa, essa entidade que desprezo há muitos e muitos anos.

Quase sinônimo de corrupção. Sua sede poderia ser em Brasília.

A mais recente lição é esse derrame de ingressos descoberto pela polícia do Rio.

PUNIÇÃO FIFA

A punição aplicada ao atacante Suarez pela mordida no italiano é uma pena de morte na comparação ao veredito em relação ao Zuñiga, que foi absolvido.

O italiano segue jogando normalmente. Neymar fica sem poder exercer sua profissão por um tempo.

Neymar foi caçado nessa Copa. Desde o primeiro jogo, quando acertou uma cotovelada num adversário – como fizeram questão de lembrar aqueles que por uma razão ou outra odeiam o guri como se tivesse alguma semelhança nos dois casos –  talvez pra mostrar aos seus carrascos que também sabe bater.

Zuñiga agiu como aquele sujeito que ingere meia garrafa de uísque e depois pega seu carro. No caminho, atropela e mata um pedestre.

Ele jamais pensou em matar alguém, mas assumiu o risco.

O colombiano truculento só queria tirar Neymar do jogo, nada além disso.

Assumiu o risco de destruir a carreira de um colega de profissão. Foi absolvido. É a Fifa.

IMPRENSA

O NYT tem cometido alguns textos sobre a Copa. É algo tão inusitado quanto a mordida na Copa.

O jornal quase condenou Neymar pela agressão que sofreu.

É isso, chegou agora no futebol e quer sentar na janelinha.

CERVEJA

A 1983 é melhor, mas o comercial da Polar, enviado pelo botequeiro Gabriel, ficou legal:

http://www.youtube.com/watch?v=J9O-wSHVcac

Copa do Mundo fica sem o talento de Neymar

Zuñiga é o nome dele. Alguém conhece? É o espanhol que tirou Neymar da Copa com um joelhaço traiçoeiro, criminoso, nas costas.

O golpe fraturou uma vértebra lombar do craque brasileiro.

Zuñiga sequer levou cartão amarelo.

Agora, o desconhecido Zuñiga está nivelado com Neymar: ambos estão fora da Copa.

Zuñiga entra para a história como o sujeito que tirou Neymar de sua primeira Copa do Mundo.

Por trás de tudo, está a Fifa, que claramente orientou os árbitros a serem tolerantes, economizarem cartões amarelos. E isso, claro, estimula a violência.

Os criminosos diante de leis e normas frágeis e permissivas – como essas que existem no Brasil – tornam-se mais audaciosos, ficam à vontade para cometer seus atos criminosos. Há certeza de impunidade.

Foi o que aconteceu nesse jogo entre Brasil e Colômbia.

Em relação ao jogo em si, tenho a dizer que deu a lógica. Quando o Uruguai foi eliminado por esse time bem armado – em todos os sentidos – da Colômbia, previ que o Brasil passaria.

O Uruguai seria um adversário mais complicado, não por ser superior ao time colombiano. Mas por sua bravura, alimentada por uma rivalidade histórica.

O Brasil teve a seu favor um gol logo no início, marcado justamente por quem vinha sendo malhado, o ótimo Thiago Silva.

O gol desarticulou a Colômbia. O Brasil poderia ter feito pelo menos outro gol antes do intervalo.

E isso que Fred e Neymar não estavam bem. Neymar sendo caçado escandalosamente pelos colombianos.

O juiz Carlos Carballos deve ser penalizado. Não é possível. Ele foi bem tecnicamente, mas deixou o pau comer, de ambos os lados.

Agora, com Neymar ele foi impiedoso. Desconfio que exista alguma desavença entre eles no campeonato espanhol, alguma bronca.

No segundo tempo, o golaço de David Luiz deixou tudo mais fácil.

Mas aí Felipão, que havia armado bem o time para o jogo, começou a errar.

Ele deveria ter tirado um jogador que sequer entrou. O Fred. Parecia uma tia velha correndo, com todo o respeito às tias velhas.

Ele me lembrou Barcos. Era útil nas bolas aéreas na área do Brasil. Será que foi por isso que ficou em campo até o fim?

Em vez de sacar Hulk, o melhor atacante do time no jogo, para colocar Ramirez, aos 37, deveria ter tirado o Fred.

A Colômbia havia descontado de pênalti aos 34, com James Rodriguez, que cresceu muito nos minutos finais.

Agora, é a Alemanha.

Com Neymar já seria muito difícil. Sem ele, dá Alemanha.

Um psicólogo também para Felipão

Tempos atrás escrevi que Felipão errava ao escalar seu time assim tão faceiro. Faceiro aos meus olhos de apreciador de esquema que não dá espaço ao adversário no campo defensivo, que não abre mão de ganhar o meio-campo e que conta com velocidade na transição defesa/ataque.

É claro que para isso é preciso ter os jogadores adequados. E Felipão tem esses jogadores. Afinal, trata-se de uma seleção.

O problema é que o velho Felipão de guerra vestiu a fantasia de ‘lulinha paz e amor’, que, decididamente não combina com ele.

Felipão combina com truculência, seriedade e franqueza, uma franqueza rústica como zagueirão da colônia, que ele foi em tempo distante.

O Felipão que conseguiu a consagração no futebol não tem nada a ver com esse que agora se esforça nas propagandas de guaraná ao lado da esposa e dos amigos.

Não é Felipão que tenta parecer simpático e que, no fundo, gostaria mesmo é de chutar o balde, o que ele está sempre pronto a fazer. Mas já não faz como antes.

Felipão precisa voltar a ser o velho Felipão se quiser conquistar o hexa mundial. Fora e ‘dentro’ de campo.

Felipão se esforça, mas não é um artista global que ele tenta parecer nos comerciais.

O velho Felipão é aquele que venceu a Copa do Mundo com um sistema mais cauteloso, contando na frente com o talento de três jogadores.

Felipão chamou uma psicóloga para atender os jogadores, que andam muito emotivos. Não vejo mal algum em ser emotivo, chorar quando canta o hino.

Se os jogadores não demonstrassem emoção na hora do hino não faltaria gente para dizer que são frios, que o Brasil nada representa pra eles, que passam a maior parte do tempo fora do país.

Quem precisa de ajuda psicológica, de verdade, é o Felipão, que perdeu sua identidade de técnico turrão e ranzinza. Felipão perdeu seu lado Dunga. Hoje, na seleção, é mais parece o Luxemburgo. Só falta a terno Armani para treinar o time à beira do campo.

A boa notícia é que Felipão começa a pensar como no tempo em que primeiro jogava para não perder, não levar gol, e depois buscar a vitória.

Sem essa de jogar bonito, como o pessoal do centro do país quer, e isso ficou bem claro hoje na coletiva com Neymar, quando um abostado cobrou do jogador que o Brasil parecia jogar sem alegria. Neymar respondeu como responderia Felipão, que a equipe joga com alegria, mas que a competição é muito séria e que o negócio é vencer nem que seja por meio a zero.

É isso, entrar em campo pensando na vitória por meio a zero. O resto deixa para os ufanistas, os que acreditam que o Brasil ainda é o único que joga bonito, com eficiência, com arte.

Assim, Felipão parece inclinado a começar contra a Colômbia com um time mais fortalecido atrás – a zona defensiva brasileira virou um salão de baile.

Ele pode começar com três zagueiros. E acho Henrique uma excelente escolha. É um jogador vibrante, aguerrido e com personalidade adequada aos desafios de uma Copa, de um mata-mata.

Sou favorável também que ele comece com três volantes, deixando apenas dois atacantes, de preferência Hulk e Neymar. Mas pode ser o Fred no lugar de Hulk.

Enfim, o que importa é que Felipão acordou de seu estado letárgico e começa a reagir.

Felipão está tão à vontade nesse papel de técnico faceiro como no de garoto propaganda.

Não é essa a praia dele.

FRAUDE

Impressionante a notícia da quadrilha que dispunha de ingressos VIP para ceder aos amigos. Parece que há envolvimento de gente da própria Fifa.

Claro, como é que ele conseguiria ingressos para revender para personalidades.

Assis Moreira – por que não me surpreendo? – foi flagrado em telefonema para o suposto lider da gang.

Até o Dunga parece que terá de depor à Polícia Federal sobre o assunto.

É óbvio que muita gente conhecida ainda vai aparecer nessa história, que teria movimentado 200 milhões de reais.