Ver o Grêmio com tanta dificuldade para fazer um gol, um golzinho que seja, dá uma aflição…
Lá pelo meio do segundo tempo, bateu o desespero, agravado pelas bolinhas que apareciam na tela seguidas do anúncio do narrador que havia mais um gol na rodada.
O sentimento é de paulista sofrendo com a seca, a falta de água nas torneiras, e aqui chovendo em abundância, em excesso.
Enquanto uns têm tanto, outros não têm nada.
Deu uma bruta inveja dos torcedores do Fluminense, que viram quatro gols, proeza que o Grêmio ainda não alcançou neste Brasileirão.
Pensei, e se eu mudar de canal para ver o São Paulo contra o Bahia? Eu fico ali diante da TV e quem sabe não aparece na telinha uma chamada de gol no Serra Dourada, gol do Grêmio, claro.
Fiz isso durante uns dez minutos. Nada de cruzar a bolinha na tela. Desisti, e quando mudei o Bahia, sim, o Bahia descontava. E no Maracanã o Criciúma fazia dois gols, eu disse gols, no Fluminense. Levava quatro, é verdade.
Claro que é bom não levar gol. No caso do Grêmio, é a salvação, porque o ataque gremista é de time caindo para a segundona. Quem está salvando a pátria é o sistema defensivo montado por Felipão, seguindo diretrizes traçadas lá atrás pelo Doutor em tripé de volantes, o Renato Portaluppi, idealizador do sistema conhecido ‘por uma bola’, aperfeiçoado por Felipão.
Não vale a pena nem comentar o desempenho do time, principalmente no aspecto individual. Resumindo, eu diria que todos fizeram a sua parte, o que estava ao seu alcance.
Só fique um pouco decepcionado com o Luan, de quem sempre espero mais porque se trata do mais promissor projeto de craque do grupo de jovem que estão subindo. Luan me pareceu pouco à vontade e, principalmente, fugindo à responsabilidade quando poderia tentar o drible no mano a mano, ele que é extremamente – para usar uma expressão que o Pedro ‘Legado’ Denardin repete a cada minuto -, habilidoso. Uma dezena de vezes ele optou por reter a bola, ameaçar o drible e depois recuar para a jogada recomeçar.
Agora, estou com Felipão. O empate diante das circunstâncias foi bom resultado.
Aqueles que não se incomodariam de ter perdido, ou seja, ficado sem somar um ponto, poderão mais adiante lamentar a falta de um pontinho, que, no futebol, muitas vezes, é a diferença entre o céu e o inferno.
Por fim, assim como a chuva um dia voltará a desabar sobre São Paulo, acredito que um dia o Grêmio marcará gols em profusão, algo que hoje não acontece nem nos treinos no Olímpico.
Fui à Arena votar. Chapa 04. Felizmente, vitória de Romildo Bolzan, que terá ao seu lado o dirigente mais vitorioso do Sul do Brasil, o Mito Fábio Koff. Feliz a torcida que pode ter um dirigente dessa envergadura e, principalmente, não o despreza, ao menos em sua ampla maioria como ficou comprovado no resultado da eleição.
Os outros, aqueles não ligaram para a presença de Koff na chapa da Situação, bem, esses que constituem a minoria não sabem o que fazem. Por isso, estão perdoados.
O importante agora é que Bolzan consiga não apenas os títulos, como também a união do clube, um de seus objetivos.
Jeito para isso ele tem.
MULTICAMPEÃO, O PEQUENO GIGANTE
É importante registrar a organização de todo o processo eleitoral. Eu, que votei pela primeira em eleição de clube, fiquei impressionado.
Parabéns aos envolvidos.
Pra fechar, estou orgulhoso de pertencer ao Movimento Grêmio Multicampeão. Um grupo ‘chiquitito pero cumpridor’.
Sob a liderança do presidente Mattiello, a turma pegou junto e ficou gigante na Arena. Parecia a seleção da Holanda em 74. Mattiello nosso Rinus Michels. Krebs nosso craque, o Cruyff.
O ‘carrossel’ do Multicampeão funcionou, ninguém guardou posição. Todos se movimentavam por todas as frentes, mas com organização e método, preenchendo os espaços e deixando o rival atordoado.
Fiquei satisfeito por participar desse ‘esquema de jogo’, ajudando a panfletar e a pedir votos.
No final, a recompensa pela vitória esmagadora, e o reconhecimento pelo trabalho incansável do grupo.