De gremista para gremista

Estreia hoje a Rádio Grêmio Umbro, 90.3 FM.

Uma grande jogada do clube. Quem for à Arena na abertura do Gauchão, jogo contra o União Frederiquense, pode ficar ligado na emissora. Vale o mesmo para quem ficar em casa ou estiver circulando de carro.

Vamos prestigiar esse novo produto, inédito, e que em breve será imitado, como sempre, por uns e outros.

Dito isso, quero lembrar o Antônio Augusto, que cansou de falar em seus espaços sobre a necessidade de o clube ter uma emissora de rádio para chamar de sua.

O grande plantonista esportivo, o pai deles todos, sugeriu ao multicampeão Fábio Koff a criação de uma emissora azul, branco e preto. Também Haroldo Santos cansou de trabalhar em cima dessa ideia.

E agora está aí a ‘rádio do Grêmio’. Parabéns a todos os envolvidos nesse projeto.

Hoje, narração de Cristiano Oliveski, comentários de quem esteve nos gramados, os campeões Mazaropi e Carlos Miguel.

Reportagens de Luciano Rolla, Rodrigo Fatturi e Márcio Neves. Plantão: Jéssica Maldonado. Na técnica, Carlos Bicudo e Paulo Resém.

FM 90.3. Enfim, uma rádio a cores. As cores do Grêmio.

Por um vestiário rachado, mas vitorioso

Barcos vai começar o jogo de sábado, na Arena, para manter o vestiário fechado e unido. Pode ser, mas ainda acho que é para seguir na vitrine, o que é positivo.

Agora, se for para manter o vestiário unido, aí não.

Cansei dessa história de lideranças positivas que contribuem para o grupo – cansei também essa entidade etérea ‘grupo’ – manter-se unido, homogêneo.

Há anos que leio e ouço essa lenga-lenga e o Grêmio só perde, acumulando decepções, desilusões e frustrações.

Entre um jogador encrenqueiro, mas resolutivo, que divide o vestiário, e um todo certinho como as fotos recentes de Anderson, com jeito de bom moço, prefiro a primeira opção.

Cansei de jogador certinho, bem comportado, que une o vestiário e não resolve jogo algum.

Tenho certeza que o torcedor colorado espera ver o Anderson moleque do Grêmio, não esse Anderson de ‘fatiota’. Não, esse é um Anderson inglês, burocrata. Esse Anderson não vale o que o Inter está pagando – 500 mil mensais e 3,5 milhões de luvas. Um aparte, a contratação de Anderson significa a saída de Alex, ou não?

Esse Anderson com cara de bom genro foi dispensado pelo Manchester United, onde ele virou um volante, esquecendo suas raízes de atacante driblador e atrevido.

O Anderson do passado cairia muito bem no Grêmio, e talvez até contribuísse para rachar o vestiário e terminar com essa história de que determinado jogador precisa jogar porque é uma liderança positiva, que aglutina o grupo.

Ora, quem tem que manter o grupo fechado é o treinador, são os dirigentes. Jogador que não se enquadrar e não estiver correspondendo em campo tem que sair.

Que vá unir grupo em outro lugar!

Quem sabe um choque de desagregação interna não ajude o Grêmio a voltar aos grandes tempos. Se vestiário unido não ganha nada, talvez um vestiário rachado  consiga dar um pouco de alegria ao torcedor gremista.

Estou exagerando, claro, mas o que é intolerável é essa conversa de escalar alguém porque ele é bom para o grupo, etc.

O jogador tem que ser bom para o time.

Ao longo de minha trajetória de repórter esportivo cansei de ver times campeões sem essa propalada união de vestiário.

Sei de estrelas do time que não se conversavam, mas dentro de campo resolviam. Separados fora, unidos dentro de campo.

É essa união que realmente importa.

Se querem manter Barcos, tudo bem, mas sem essa de escalar para manter o vestiário unido. Unido e perdedor.

Esse vestiário ‘unido’ com Barcos como liderança é um vestiário perdedor.

RECOMENDO

Bola murcha no futebol americano

Bolas de borracha e os técnico excêntricos

Aos poucos, ‘devagar, devagarinho’, como canta o grande Martinho da Vila, a verdade aparece. A imprensa Abaixo do Mampituba está divulgando que o Inter antecipou R$ 60 milhões das receitas de TV e de patrocínio para para pagar salários e direito de imagem de seu elenco milionário. Uma grana que vai fazer falta em 2015.

Essa informação está saindo hoje. Falta publicar aquilo que a imprensa Acima do Mampituba já divulgou faz dias: o Inter devem quatro vezes mais em tributos que o Grêmio.

Escrevo sobre isso só para deixar bem claro o que venho dizendo faz tempo: nem tudo são rosas no jardim colorado. Pelo contrário, há muito mais espinhos.

Então, não é só o Grêmio que anda com dificuldades financeiras.

A diferença é que o Grêmio por não ter uma Libertadores pela frente adotou a política dos pés no chão, uma política forçada pelas circunstâncias, mas a mais adequada para a realidade do futebol brasileiro, que vai sofrer como qualquer setor da sociedade com a fase difícil da economia brasileira.

Enquanto o Inter agora sonha com Vágner Love, que um dia distante foi um atacante perigoso e atrevido, o Grêmio busca mais jovens de sua base para manter sua política de austeridade, até por falta de opção.

A impressão que tenho é que o Inter tem uma Ferrari para ser pilotada por um motorista de taxi que só dirigiu fusca na vida.

Ontem, Diego Aguirre comandou um treino exótico. Os jogadores só poderiam usar a cabeça.

Não pude deixar de lembrar do técnico uruguaio também, o Juan Mujica, e do preparador físico Steban Gesto.

Eles trabalharam alguns meses no Grêmio, final dos anos 80. Usavam muito treino com bola. Detalhe, bola em tamanho menor.

Eu era repórter do Correio do Povo na época. Fazia o setor do Inter. O setorista do Grêmio era o grande Jodoé Souza, que entrou na redação alvoroçado, falando maravilhas do trabalho comandado por Gesto.

O que me remete para outro treino exótico que vi como setorista. Foi no Inter. O técnico era oriundo do Guarani de Campinas, Zé Carlos -correção: Zé Duarte. Ele gostava de orientar de vez em quando treinos com bolas de borracha.

Excentricidades à parte, o futebol continua praticamente o mesmo, tirando as frescuras como losango invertido, a figura do número 1, etc.

Agora, nada como uma bola ‘oficial número 5’, sonho de consumo de qualquer guri naqueles distantes anos 70/80.

Um sonho que só realizei bem depois, tarde demais para quem cresceu jogando com bola de borracha.

Início preocupante da Dupla

Não vi e não gostei. Não vi o glorioso empate do Grêmio por 1 a 1 com o Cascaval. Muita chuva e campo ruim.

Fora isso, um time em formação, absolutamente inconfiável. Como se não bastasse, Barcos de titular. Ainda. Então, saí de casa.

Vou deixar pra me irritar em jogos oficiais. Irritação em jogo amistoso é demais.

Minha cota para janeiro se esgotou com o time junior ou sub-19.

Agora, quem pagou ingresso e foi ao jogo em Cascavel não suportou. Havia oito mil gremistas no estádio. Lá pelas tantas, início do segundo tempo, saem Douglas e Barcos.

Adivinhe: vaias para os dois. Previsível, infelizmente. O torcedor não perdoa, principalmente quem paga ingresso e sofre com a chuva intensa. Alguém precisa pagar. Sobrou para os dois veteranos, medalhões enferrujados de baixa cotação até no Brique da Redenção.

Tudo indica que a salvação está mesmo nos pés da gurizada. Se eles não corresponderem, até a conquista do Gauchão pode ser uma façanha épica.

O melhor da tarde é que, apesar das péssimas condições do campo e do desentrosamento, Luan, Lucas Coelho, autor do gol de empate, e Araújo foram bem, os melhores pelo que ouvi dos comentaristas.

É fato que não podemos ser muito rigorosos neste momento de preparação física e técnica.

Mas também não podemos deixar de registrar que o início é preocupante.

Os problemas do ano passado persistem. Coincidência ou não, persiste Barcos.

INTER

Se o Grêmio ‘primo pobre’ vai cambaleante rumo ao Gauchão, o Inter ‘primo rico’ não vai melhor. Perdeu ao natural para o Shakhtar, teve dois jogadores expulsos. Seu elenco de jogadores caros perdeu mesmo jogando em casa. O time ucraniano conseguiu assim sua única vitória nesse giro pelo país.

Já tem gente com a barba de molho, recuando no ufanismo. Houve até que já via o Inter campeão da Libertadores.

Nada como 90 minutos de futebol para abalar teses.

Os clubes e suas gestões temerárias

Quanto mais dinheiro um clube de futebol arrecada, mais ele gasta. Vejam o caso do Santos, que nos últimos dez anos faturou pelo menos 300 milhões de reais com venda de jogadores. Hoje, está aí à beira da falência, que seria seu destino, como de outros clubes, se fosse mesmo uma empresa.

Aí, esses clubes se reúnem – e só são unidos para auferir algum tipo de vantagem – e, com apoio de uma tal ‘bancada da bola’, criam um projeto para dar calote. Ou não é um calote a proposta de renegociar a dívida em 20 anos (240 meses), com redução de 70% das multas isoladas, de 30% dos juros de mora e de 100% sobre o valor de encargo legal. Não é exatamente um calote, mas não está longe disso.

É claro que em pouco tempo haveria outro projeto semelhante para aliviar a vida dos clubes. Felizmente, em boa hora o governo federal vetou essa excrescência. O governo quer que os clubes se adequem a parâmetros de gestão financeira e responsabilidade fiscal.

Agora, esse tipo de coisa só irá acontecer quando os dirigentes e seu corpo de conselheiros – em casos em que o CD for chamado a opinar – forem responsabilizados diante de gestões temerárias, pra ficar apenas neste adjetivo.

Como gestão temerária tenho por exemplo imediato o contrato para construção da Arena.

Mas há inúmeros outros casos, principalmente envolvendo jogadores com salários milionários, surreais, que comprometem o orçamento do clube por vários anos, em especial aqueles contratos de longo prazo com jogadores na faixa dos 30 anos. Casos de Kleber e agora de Rever. Isso vale também para treinadores. O que foi o contrato de renovação com Luxemburgo no Grêmio?

Então, está passando da hora de enquadrar os dirigentes e, dependendo do caso, os conselheiros, que algumas vezes são coniventes com ações nefastas aos clubes. Sem contar as votações para aprovação de contas. Um capítulo à parte.

Agiu certo o governo ao vetar esse projeto. Já é um começo.

DÍVIDA

Lamentável que os meios de comunicação do RS praticamente ignorem a reportagem da Folha de São Paulo sobre a dívida dos 12 maiores clubes do futebol brasileiro. O total da dívida com a União a 1,5 bilhão de reais.

O líder do ranking é o festejado Atlético Mineiro.

O Inter, sempre tão elogiado por sua gestão, deve 129 milhões, e é o sétimo colocado.

Gostaria de ler algo assim nos veículos  Abaixo do Mampituba:

Inter tem o triplo da dívida do Grêmio.

Sei que nunca vou ler isso aqui por essas bandas. Então, escrevo eu:

Inter tem o triplo da dívida do Grêmio, que é de 40 milhões.

Vou repetir o link da matéria.

http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2015/01/1577960-dividas-de-12-grandes-do-futebol-brasileiro-com-a-uniao-passa-de-r-15-bilhao.shtml

Déficit

Outra notícia que praticamente transita em julgado é a do déficit do Inter em 2014: superior a 50 milhões.

Para um clube que se mostra como o primo rico do futebol gaúcho…

Perguntinha

Sem as ‘genis’ de sempre, Pará, Werley e agora Ramiro, lesionado, quem a torcida irá apedrejar caso o time não acerte logo de cara no Gauchão?

Eu já tenho o meu ‘cristo’: Barcos.

Prefiro o Moreno no ataque ao lado de Luan.

Barcos na reserva, se não for vendido mesmo.

Uma análise da eliminação da Copa SP

Análise do botequeiro Alexandre Sanz sobre a eliminação do Grêmio da Copa SP, já que eu não pude ver o jogo, graças a Deus:

Ilgo e Diletos participantes deste Boteco!

Estou muito triste, pois o Grêmio foi eliminado da Copa São Paulo, por um Botafogo-SP, que se mostrou inferior durante toda a partida, mais uma vez somos eliminados por um adversário inferior, de qualquer forma aceito o desafio de destacar minhas impressões sobre esta partida.
O primeiro tempo começou com um jogo parelho, porém o Grêmio sempre apresentou um conjunto mais homogêneo, apesar da voluntariedade do adversário, que antes dos vinte minutos goleava de 7 X 1 em número de faltas, com a conveniência do arbitro, neste periodo tivemos dois lindos gols, o do Botafogo depois de uma bobeira do Zagueiro Denilson que errou um passe deixando a bola dividida entre Kaio (G) e Willians (B) que venceu a parada e finalizou com a bola no alto, encobrindo o Goleiro Gritti (G), logo após, no primeiro ataque o Grêmio empatou com linda jogada individual do Meia Vico (G), limpou três marcadores e conclui seco no canto de fora da área, após este gol o LE Júnior passou a comandar as ações e cadenciar o jogo, então o Grêmio criou mais 4 oportunidades, sendo 3 delas dentro da grande área frente a frente ao goleiro adversário, 1 sem o goleiro apenas com 3 zagueiros sobre a linha, o Botafogo assustou com alguns chutes de longa distância, nenhum em gol. Os últimos 5 minutos mostraram um Grêmio, inexplicavelmente
tirando o pé e amornando o jogo, termina assim o primeiro tempo.
Análise: O campo possuia dimensões reduzidas e dois tipos de grama, estava em péssimas condições a bola quicava em direções diferentes e não rolava, prejudicando o time gremista que era mais técnico, o time do Botafogo bateu a vontade, o treinador adversário escalou inteligentemente, o jogador Wesley, número 14, jogando nas costas de nosso LD Raul, mesmo sendo bom jogador o Raul conseguiu marcá-lo e deu duas escapadas pela direita que não foram aproveitadas.
O segundo tem po começou, como terminou o primeiro, com o Grêmio dominando as ações, porém de forma muito lenta, aos poucos foi imprimindo um ritmo mais forte, criamos algumas chances interessantes, mas a melhor foi uma jogada muito boa de Raul que  Luis Felippe concluiu sobre a zaga quase na pequena área, o LE Júnior era o melhor em campo, inclusive fez uma jogada espetacular, driblando 3 marcadores desde seu campo, mas quando chegou próximo a área faltou companheiros que não acompanharam a jogada, lamentável. No final do jogo, o jogador Wesley (B), pegou outra bola na cabeça de área do Grêmio e entrou a dribles, com uma facilidade incrível, e na frente de Gritti fez o gol da classificação.
Análise: Só para constar, o goleiro Gritti não tocou na bola o jogo inteiro, as duas que foram em gol entraram, isso mostra a superioridade do Grêmio.
Jogadores:
Melhor em Campo: 14. Wesley (B) – jogou muito bem fazendo uma ação ofensiva que segurou nosso melhor jogador durante quase toda a partida e fez o gol da classificação.
Grêmio:
1. Gritti – Não foi exigido e não teve culpa nos gols;
2. Raul – Não conseguiu jogar como nos jogos anteriores, mas realizou 4 jogadas de qualidade, bate muito bem na bola e esteve bem na marcação;
3. Lucas Dias – É um Zagueiro comum demais para o Grêmio, falhou no segundo gol;
4. Denilson – Este jogador não irá jogar em clube grande, terá 21 anos este ano e não é xerife e nem possui qualidade técnica, é alto e só isso, falhou no primeiro gol;
6. Junior – Foi o melhor do Grêmio hoje, deveria subir para Gramado, fardar e começar a assumir a 6 do profissional;
5. Kaio – Gostei desse jogador durante a campanha, mas hoje foi muito infeliz, perdeu o pé de ferro no 1er e falhou no 2nd gol;
8. Arthur – Começou nos três primeiros jogos como um dos melhores no meio, depois foi caindo de rendimento, hoje encerou para todos os lados sem objetividade, precisa ser treinado para tocar a bola com maior rapidez, tem talento, mas não está pronto nem será o Dener do Ilgo;
18. Vico – tem muita qualidade técnica, lembra o Sávio em seus áureos tempos, mas como o sávio é muito franzino, saiu machucado depois de uma pancada criminosa que sequer mereceu cartão amarelo;
17. Iago – errou tudo hoje, muito mal, bate bem na bola tem força e é veloz mas hoje não esteve bem, também não é o Dener, se for bem tratado pode ser um bom jogador em uns 3 anos;
16. Tilica – Outro que errou tudo inclusive 3 gols na frente do goleiro, nunca seria meu titular;
9. Luis Felippe – Jogou muito bem fez parede pareceu um pouco mais dinâmico, mas não conseguiu concluir com equilíbrio, tem futuro, mas tem que perder peso e se desenvolver mais, acho que em 2 anos teremos um bom centroavante aqui;
7. Ty – Entrou bem, esse jogador tem que ser trabalhado melhor, o problema é a idade, já tem 19 anos, fará 20 este ano e está ainda um pouco verde, gosto da forma como joga, tem velocidade mas é daquieles que pensam ao contrário do Tilica;
21. Guilherme – Tem velocidade e só é um jogador muito fraco;
19. Tontini – Entrou sem tempo, em outras partidas, foi muito mal contra o Paraná errando situações que beiravam o ridículo, mas foi bem contra o Goiania se recuperando com um bonito gol, não tenho opinião formada, mas não parece ser o Dener também.
PS: Achei terrivel o Grêmio ter jogado as primeiras partidas em Rio Preto num estádio grande com campo de grandes dimensões e gramado ralo e duro e depois ir jogar na Rua Javari num campo de pequenas dimensões (um society para 9) e gramado fofo e irregular, enquanto o Corinthians joga na Arena Barueri, é muita diferença de tratamento.
Abs

Em busca de um Dener na Copa SP

Vejo muita gente entusiasmada com o time júnior do Grêmio na Copa São Paulo. Antes da vitória contra o Goiânia, havia mais descrença do que esperança. Eu mesmo manifestei aqui preocupação com o que via.

Confesso que a goleada sobre o time goiano me deixou mais animado e me fez refletir: não estarei sendo exigente demais? Pensei, pensei e pensei. Li várias opiniões, principalmente dos parceiros de copo e de paixão clubística.

Pois eu continuo descrente. Já fui mais otimista em relação à gurizada em outras competições  e me quebrei.Ninguém nesse time me empolga. Ninguém. Vejo uns três ou quatro jogadores nota 7 ou nota 8, no máximo. Não sei se subindo aos profissionais vão aumentar ou diminuir essa nota.

Por exemplo, gosto dos dois laterais, o Raul e o Júnior. Penso que eles merecem chance no grupo principal, ao menos para observação.

No meio de campo, Arthur me agrada. Na frente, vejo potencial no centroavante Luís Felipe. Tem ainda o meia Iago, driblador, inquieto.

Está no último ano de júnior, e se não estourou até agora…

Os mais talentosos são promovidos com 17 ou 18 anos.

Enfim, os jogadores que citei chamaram a atenção também de muita gente, o que demonstra, ao menos, que não podemos todos estar enganados.

Agora, repito, não vejo nenhum jogador diferenciado nesse tipo. Aliás, nem nos outros pouco times que vi jogar.

Não sei se é uma crise técnica ou se está prevalecendo a vontade de empresários em algumas escalações. O fato é que se o futebol brasileiro depender essa geração sub-20 vai demorar a se recuperar. Um indício disso é a seleção do Galo – que não poderia estar comandando a base da seleção brasileira -, que levou um laço dos uruguaios neste final de semana.

Posso estar sendo rigoroso demais, mas é que quando penso em Copa São Paulo de imediato vejo um neguinho de pernas finas e ariscas encantando a todos aqueles que apreciam a arte maior do futebol: o drible.

Gostaria de ver alguém assim como o Dener, mas isso está cada vez mais raro, porque hoje no futebol prevalece a violência combinada com a complacência nojenta das arbitragens, amparadas no mantra dos pernas de pau: o futebol é jogo de contato. Contato, sim, mas não porrada.

DENER

Foi campeão da Copa SP, em 1991, pela Portuguesa. Eleito o melhor do torneio.

Em 1993, tive participação na vinda de Dener para o Grêmio, de tanto que queria vê-lo de perto.

No ano seguinte, no Vasco, ele morreu, vítima de acidente de trânsito.

Aqui uma amostra do talento desse jogador que nos deixou tão cedo:

ARRASCAETA

De jóia do futebol uruguaio, Arrascaeta foi reduzido a pó abaixo do Mampituba depois de confirmado o que se previa: o fracasso da tentativa do Inter em sua investida.

No início de dezembro sua contratação já era dada como certa aqui graças ao ‘generoso’ empresário Sonda, sempre festejado por suas ajudas ao Inter.

O fato é que o Inter perdeu o jovem uruguaio para o Cruzeiro. Essa é a notícia, nunca o fato de o clube ter ‘economizado 10 milhões de reais’. Mas que economia seria essa se era Sonda quem bancaria a transação?

Eu duvido que qualquer jovem realmente talentoso do Uruguai ou da Argentina venha para o futebol brasileiro.

Os bons mesmo vão para a Europa com 17 ou 18 anos.

No final das contas, acho que o Inter teve sorte.

Primo pobre, primo rico

O Inter está montando uma máquina. Temos de admitir. Eu, ao menos, reconheço. Não há termos de comparação com o Grêmio, que se desfez de alguns jogadores – talvez, repito, talvez, apenas Dudu e Alan Ruiz poderiam continuar, descontando a questão financeira que pauta decisões no clube – e trouxe quatro apostas. Até o veterano Douglas é uma aposta.

Nos últimos anos o Inter tem investido muito. No ano passado, o objetivo, a obsessão do presidente Luigi, era ser campeão brasileiro, título que não é conquistado desde 1979. Quem nasceu naquele ano tem hoje 35 anos. É tempo. O tempo passa, o tempo voa e a poupança aquela… não está numa boa, foi pro saco.

Agora, toda a artilharia vermelha, do clube, da torcida e de setores da mídia, está direcionada para a Libertadores. Gasta-se o que se tem e o que não se tem. A folha de pagamento do Inter é hoje a mais elevada do país, ainda mais com as novas contratações. O balancete colorado do terceiro trimestre ainda não foi apresentado. O balancete de junho, segundo trimestre, aponta um déficit de 33 milhões. Quanto será o do terceiro?

Não é arriscado dizer que estamos diante do primo pobre e do primo rico – os mais antigos vão lembrar desse quadro de humor que começou no rádio nos anos 50 e depois saltou para a TV.

A questão é que essa opulência do primo rico lembra muito essas bolhas financeiras/imobiliárias que vão crescendo, crescendo até que explodem.

Bem, o fato é que o Inter tem mesmo um time hoje muito superior ao do Grêmio, inclusive com peças de reposição de alto nível em algumas posições. Tudo isso tem um custo, claro, mas não leio nem ouço em lugar algum qualquer comentário a respeito desse endividamento absurdo. Mais tarde se as coisas não derem certo e a conta bater à porta, será um berreiro só.

Será a crítica oportunista. Os mesmos que irão criticar, são aqueles que mais alimentam e estimulam esses gastos/investimentos porque sonham com um Inter campeão da América, o que é legítimo.

O Grêmio também foi com muita sede ao pote no começo de 2013, quando a direção apostou todas suas fichas, mesmo com a crise Arena, na conquista da Libertadores, fazendo contratações caras e pagando salários incompatíveis com a realidade do clube naquele momento.

A história se repete agora no Inter, só que em maior dimensão. Vale tudo, segundo Tim Maia.

TREINADOR

A única vantagem nítida do Grêmio em relação ao Inter neste começo de temporada é o treinador. Se o grupo colorado é muito mais forte no papel, o técnico gremista é muito superior ao técnico colorado.

Diego Aguirre, o Marlon Brando uruguaio, tem muito pó para comer até chegar ao nível de Felipão.

E começou mal com essa história de fazer treino fechado logo na abertura da temporada, com centenas de torcedores fazendo festa para o time.

Estaria Aguirre intimidado? É possível.

Treino fechado à esta altura é uma demasia sem explicação razoável.

Imaginem se fosse Celso Roth a fazer isso… Melhor nem imaginar. Haveria muito choro e ranger de dentes.

O Inter que está investindo tanto em jogadores escolheu mal seu treinador, é o que eu penso.

Aguirre não tem tamanho para um desafio tão grande.

Agenda positiva: Moreno aplicado nos treinos

Dias atrás li que Marcelo Moreno estava meio constrangido na reapresentação do grupo. A ‘informação’ dava a entender que o atacante estaria contrariado, já que sua intenção era continuar no Cruzeiro.

Hoje, leio que Felipão está confiante e que conta com um Moreno motivado e determinado para a temporada.

Leio também que, nos treinamentos na Serra, Moreno está aplicado e demonstrando motivação e confiança. Quem diz isso é Marcelo Grohe. Acredito nele.

Quer dizer, os fatos em questão de dias desmontando uma dedução no mínimo apressada e injustificável, ainda mais porque envolvia um jogador que foi alijado do clube e que se reapresentava para recuperar seu espaço.

Agora, se nos treinos Moreno estivesse mostrando negligência ou desinteresse, aí sim caberia esse tipo de observação.

Mas não é o caso, ao contrário. O Grêmio, pelo jeito, está recebendo de volta o Moreno do Cruzeiro.

Ressalto que não sou fã de Marcelo Moreno, mas entre ele e Barcos, sou mais ele.

CONTRATAÇÕES

As três contratações do Grêmio são medianas. Para disputar um Gauchão, tudo bem. Dá e sobra, descontando o Gre-Nal.

Douglas mostrou no Vasco que nem na série B conseguiu algum destaque. Então, não consigo imaginar o Douglas fazendo a diferença na série A ou na Copa do Brasil. No Gauchão, imagino até que termine como o melhor meia do campeonato. Douglas hoje, até prova em contrário, é jogador de Gauchãoe série B, apesar de toda sua técnica e habilidade com a bola parada.

Marcelo Oliveira é um jogador comum. Não vejo nele nenhuma qualidade especial. Mas é combativo, interessado e taticamente um jogador interessante. Mas é outro reforço que agrega muito pouco em termos técnicos na relação com o time de 2014.

O mesmo posso dizer do lateral Gallardo. Dizem que cobra faltas bem e lembram que até um gol ele fez no Grêmio. Só espero que não tenha sido contratado por causa desse mísero gol. O currículo dele é pior que o de Pará. Ou do mesmo nível. É, portanto, um jogador que tem tudo para ser mais um lateral para a reserva. Será que o Tinga é tão ruim que não merece uma chance?

Outro nome cotado, ERazo. Até pode dar certo, mas não foi bem no Flamengo.

Então, é difícil entender tanto esforço em trazer esse zagueiro. Duvido que não tenha na base algum zagueiro em condições de aproveitamento no time de cima.

São, todos eles, contratações nada estimulantes.

Sobre os jogadores que estão saindo, só tenho a dizer uma coisa: não deixarão saudade.

Agenda positiva e o fim da ilha da fantasia

Já no começo de dezembro, há mais de um mês, portanto, se minhas contas estão certas, setores da imprensa gaúcha anunciaram com pompa e circunstância a contratação de Arrascaeta.

“O investidor Delcir Sonda, o mecenas colorado, colocou mais um estrangeiro no Inter: Giorgian De Arrascaeta”, li num prestigiado site no dia 12 de dezembro, com ampla repercussão em todos os veículos.

Depois, o meia do Defensor, alçado a craque de uma hora para outra, ficou desembarcando em Porto Alegre. A continuar nesse ritmo, talvez ele chegue antes da ampliação da pista do Salgado Filho, outra novela que não tem fim.

Arrascaeta, de 20 anos, é apenas um de uma lista de grandes nomes – acreditando-se que esse jovem uruguaio é mesmo um grande nome, porque pra mim não passa de mais uma de tantas promessas que surgem como um cometa e somem sem deixar rastro – anunciados insistente e ufanisticamente pela mídia gaúcha.

Nesse período fiquei fora uns dez dias, por isso recorro ao meu amigo Adriano, que num comentário feito dias atrás lembrou os nomes que estariam sendo contratados pelo Inter.

LISTA DE REFORÇOS

Começo com o goleiro Jefferson, isso que o Inter tem um grande e jovem goleiro.

Para a zaga, a experiência de Lugano e a liderança de Henrique, um superado e outro realmente um nome respeitável que eu gostaria de ver no Grêmio.

Ah, o nome mais recente e igualmente poderoso é o de Rever, que estaria para desembarcar e vestir a camisa rubra rumo ao Mundial.

Na lateral-direita, problema crônico da maioria dos clubes, Patric, que na real tenho dúvidas se é capaz de resolver essa situação. Acabou desembarcando o glorioso Léo, que chegou dizendo que estava nos planos do Barcelona. Isso mereceu destaque no clicrbs durante dois dias pelo menos, na ‘capa’ do prestigiado site. É a tal agenda positiva. O Inter havia vencido a disputa com o Barça…

No meio de campo, começaram com a volta de Sandro, que deixaria o milionária futebol inglês para jogar aqui. Claro, Sandro não veio. Mas logo apareceu outro bom volante, o Nilton, que se destacou em 2012 no Cruzeiro e é realmente um bom reforço. Nada mais do que um bom reforço.

Para a meia, Montillo foi especulado, mas a ênfase sempre foi em Arrascaeta, que, a julgar pela insistência, deve vir mesmo.

Na frente, a lista é grande. Começa com a cereja do bolo, Fred. A cereja já apodreceu.

Depois e paralelamente, ‘vieram’ Taison, Rildo, Dudu, Guerrero e Hernane. Ah, agora a bola da vez é Vitinho, outra promessa não cumprida de craque.

Enfim, foi passada mais uma vez – e isso se repete anualmente – a ideia de que agora sim o Inter está montando um time capaz de grandes títulos.

O Grêmio poderia equilibrar um pouco esse jogo midiático, onde está perdendo de goleada, também ‘escorregando’ alguns nomes para a imprensa, que, ávida por notícias nessa época de seca, os lança sem vacilar. Ao menos a direção aumentaria um pouco a auto-estima dos gremistas, que ultimamente só ouvem falar em hambúrguer e picolé.

A fome é outra, é de títulos. Mas, tudo bem, são iniciativas importantes, assim como a rádio FM.

Fora a lista de jogadores, teve a relação de nomes poderosos para treinar o time neste ano de Libertadores. Acabaram ficando com a sétima opção, Diego Aguirre, que logo teve seu currículo submetido a um fotoxópi caprichado. Mas tão caprichado que ele virou ‘sósia de Marlon Brando’, segundo destacou o sempre ligado cornetadorw. Confiram.

ILHA DA FANTASIA

O  curioso é que ninguém em momento algum questionou a capacidade financeira do clube para tantos reforços de alto custo.

Hoje, dia 10, timidamente, é publicada em ZH a informação de que a nova direção colorada encontrou o clube em situação financeira pior do que esperava.

A ordem é cortar gastos, diz o colunista o Zini Pires, infelizmente não valorizando adequadamente a informação, que a o meu ver deveria  ser manchete do jornal. Afinal, até agora o Inter era um oásis de riqueza e prosperidade em meio à penúria que assola os outros clubes.

Zini revela, ainda, que o custo mensal do futebol colorado é de absurdos R$ 17,5 milhões – muito acima do que vinha sendo divulgado -, e arremata dizendo que a “a torcida não deve esperar grandes contratações”.

Espero ler/ouvir essa informação com a dimensão que ela merece.

Se for verdadeira, e não tenho dúvida de que é, ficará comprovado que boa parte da gestão anterior do clube – como sempre suspeitei – foi uma ilha da fantasia, nunca questionada devidamente pelos meios de comunicação, prevalecendo a ufanista informação oficial.