Nas ondas do rádio

O Grêmio mais uma vez inova, ao menos abaixo do Mampituba. Vem aí a Rádio Umbro 90.3 FM.

Em breve, algum imitador muito próximo vai aparecer.

É realmente uma grande jogada do clube. Gremistas saúdam e comemoram a iniciativa com entusiasmo nas redes sociais.

Alguns descarregam sua ira sobre as emissoras tradicionais. Dizem que agora só irão ouvir a 90.3, não mais as emissoras A, B ou C.

Nunca mais os jornalistas X, Y, Z.

Tem gente até sugerindo que o Grêmio passe a cobrar pela transmissão de seus jogos. Sou contra, claro.

A informação deve ser plural, não pode vir de apenas uma fonte. Se a fonte é ruim, troque-se de canal. Nada de quebrar o rádio.

Acredito que passado esse misto de euforia e rancor, as coisas irão se acomodar.

A nova rádio do Grêmio irá conviver com as emissoras comerciais, e se tiver qualidade irá fidelizar muitos ouvintes.

Não se sabe ainda como a 90.3 irá funcionar. Informações iniciais são de que será apenas nos dias de jogos. Considero pouco.

Imagino que com o tempo poderá ter uma programação mais abrangente, ocupando mais algumas horas diariamente.

De qualquer forma, as outras rádios continuarão na ativa.

Mas agora com uma concorrente de respeito, que já larga com um potencial de milhões de ouvintes.

Potencial esse que terá de ser confirmado com transmissões de qualidade técnica e de conteúdo, e, claro, com um mínimo de tom crítico.

Porque nada pior que uma rádio oficialista. Nem o mais fanático torcedor vai suportar.

Rádio gremista, sim, mas nunca uma rádio puxa-saco, porque aí talvez até o mais rancoroso e vingativo gremista não resistirá e voltará a ouvir seus ‘inimigos’ de hoje.

Aliás, não acredito que as emissoras tradicionais serão abandonadas pelos gremistas, como prometem fazer alguns. A gente sempre quer ouvir o que os outros estão dizendo.

De qualquer modo, a nova rádio do Grêmio será um contraponto e uma opção aos veículos tradicionais.

E isso merece ser comemorado. Com moderação.

Grêmio pode comprar Arena por R$ 100 mi

Ao contrário do que proclamam aves agourentas, arautos do apocalipse e simplesmente gente mal informada, a falência da OAS é positiva para o Grêmio.

Explico: o fundo de bancos credores sabe que não vai tirar dinheiro da empreiteira. Ao mesmo tempo, não tem ideia do que fazer com uma Arena.

Por isso, o melhor negócio é buscar um acerto com o Grêmio.

As informações do Mercado, hoje, dão conta de que o Grêmio pode comprar a Arena pela bagatela de R$ 100 milhões. É a cotação do momento.

Esse montante representa, segundo informações que coletei, 20% do valor global da dívida.

O Grêmio conseguindo investidores amigos, provavelmente algum milionário gremista, paga o fundo de banco e livra a cara da OAS, que, por sua vez entrega a Arena ao clube.

Simples, mas complexo.

O fato é que a operação Lava Jato vai facilitar a vida do Grêmio, ao contrário do que andam dizendo por aí os terroristas de plantão.

A notícia do link abaixo – extraído do twitter do analista Rafael Ferri – indica que a OAS está indo para o fundo do poço, deixando credores pendurados no pincel:

http://www.valor.com.br/empresas/3844994/oas-deixa-de-fazer-pagamento-e-tem-rating-rebaixado-pela-sp

Competições atraentes e rentáveis. Nos EUA

O Boteco apresenta hoje um relato muito interessante do parceiro Gunther Meyer, que saiu de Lajeado há décadas para vencer em Miami. É mais um indicativo de como se pode fazer campeonatos rentáveis, atraentes e competitivas, justo no momento em que volta o debate sobre mudança na fórmula do Brasileirão:

“Sempre gosto de citar a NFL como liga organizada que sabe fazer espetáculo e os times ganham dinheiro. Tem 32 times, cada time joga 16 jogos por ano, tem 65 jogadores ganhando fortunas, tem o técnico e mais uns 4 técnicos para (special teams, defesa, ataque, etc.). Fazer tanto dinheiro em 16 jogos tem que ser bom.

O campeonato funciona assim:

Os 32 times estão divididos em 2 ligas (National e American), 16 times para cada lado. Isso não muda.
Os 16 estão divididos em 4 chaves de 4, sempre iguais, ano após ano.
Em 16 jogos, se classificam o melhor de cada chave mais os dois melhores (quinto e sexto colocado da liga).
Os dois melhores primeiros colocados folgam uma rodada das finais, chamada Wild Card (uma espécie de repescagem) quando jogam os 2 campeões de chave que ficaram em terceiro e quarto lugar.
Eles jogam contra o quinto e sexto colocados (os dois que entraram sem ser os melhores de cada chave).
Os dois ganhadores do Wild Card jogam contra os dois melhores colocados da liga. A semi-final da liga.
Os dois ganhadores das semi, jogam a final da liga, sendo declarados campeões da American ou National League.
Os campeões de cada liga jogam o Super Bowl.
Só essas finais deve dar mais dinheiro de TV do que o campeonato todo e a verba dessas finais também vai para os que não se classificaram. Não sei como funciona essa divisão de verbas.

A ideia da NFL é exatamente contrária a liga Espanhola onde apenas o Real e Barcelona ganham.

Na NFL, não interessa para o lucro e espetáculo ter times fracos e fazem de tudo para que todos os times tenham condições de disputar o título.

Para contratar jogadores, os times são colocados em ordem inversa a colocação no campeonato anterior (o último colocado é o primeiro a escolher atletas vindos das Universidades) e o campeão é o último a escolher.

A NFL trabalha com 4 redes de TV:

Duas redes abertas (hoje são a CBS e Fox). Uma transmite os jogos dos domingos da American League e a outra da National League. Sempre tem 3 jogos, uns a 1 da tarde e outros as 4:15.

Outra rede (por cabo) tem os jogos isolados de domingo de noite (Sunday Night Football).

E a quarta rede (aberta ou cabo, depende dos anos) tem os jogos de Segunda de noite, o famoso Monday Night Football.

Quase todos os jogos tem estádios lotados.

Ligas administradas com eficiencia, ganham dinheiro e agradam aos torcedores.

A NFL (Liga do Futebol) é composta pelos 32 donos dos times, não tem politicagem. Eles contratam um Commissioner para cuidar da administração e se não funciona, demitem e contratam outro. As cidades também são administradas assim, a Camara contrata um administrador e se não funciona, demitem e contratam outro.

Infelizmente, como em tudo, parece que o Brasil sempre quer copiar as coisas que não funcionam.”

Grêmio: mais do mesmo

O Ano Novo do Grêmio tem mais cara de 2014 do que de 2015. O ano começa com jeito de filme já visto, clima de fim de festa, quase de velório.

A grande notícia sobre o clube que li no sábado, chegando do litoral catarinense, tinha esse título:

‘Clube divulga mais um detalhes da nova camisa’.

Hoje, além da estimulante vitória do time na Copa São Paulo – 4 a 1 sobre o Rio Preto -, saiu outra bombástica informação, que, sem dúvida, irá elevar a auto-estime da torcida gremista:

‘Grêmio mostra distintivo da nova camisa’.

É ou não é de vibrar, de sentir um sopro de esperança?

Só falta anunciar que clube tem o melhor site, o ônibus mais confortável e bonito, e por aí vai.

Sei que o clube passa por dificuldades financeiras, resultado de um contrato danoso à instituição para erguer a Arena e de contratações caras e ruins.

Não digo que o Grêmio deveria fazer como o Inter, que desde o final da temporada acena com grandes nomes que nunca chegam. Mas a direção gremista deveria ao menos fazer o mesmo que o rival, deixar vazar nomes de algum grande jogador. Por exemplo, o Conca, que o Flamengo tenta tirar do Fluminense.

O Grêmio precisa pensar grande ou ao menos dar a impressão ao seu torcedor que 2015 não terá essa cara feia e já conhecida que está sinalizando desde o final do Brasileirão.

A melhor notícia, tirando as espetaculares informações sobre a nova camisa, até agora foi a saída de Pará. Que só não é melhor porque se sabe que o clube irá pagar o salário do seu ex-lateral por conta da dívida referente a Rodrigo Mendes. Aliás, a história dessa dívida precisa ser contada direitinho.

Agregada a esse fato, outra notícia com gosto de marmita requentada: Ramiro pode ser o lateral-direito. Ramiro começa a dar ares de ser um novo Pará: é preciso arrumar um lugar para ele. Ramiro até pode dar certo na lateral, ideia que eu e muitos aqui sugeriram ao longo do ano passado, e que só foi considerada em um ou outro jogo – claro, quando Pará não podia jogar. Quer dizer, Ramiro não servia para ocupar o lugar de Pará e agora pode ser solução, mas só porque Pará foi embora.

É por essas e outras que vejo este começo de ano como frustrante, pálido, amorfo e outros adjetivos que servem para definir um pouco o que sinto diante de notícia não dão alento e esperança ao torcedor.

No futebol, pode vezes é preciso vender ilusão, que tem sido uma especialidade colorada, principalmente na gestão Luigi. Tática, aliás, que parece ter seguimento com a nova diretoria.

O caso da contratação do treinador é um exemplo vigoroso. Depois de escorregar informações de que buscava grandes técnicos, acabou ficando com uma aposta, Diego Aguirre. O sétimo nome da lista, fato que o próprio Aguirre reconheceu em entrevista à imprensa uruguaia.

Mesmo sendo o sétimo nome, Aguirre foi festejado por setores da crônica esportiva, na contramão da torcida. Aguirre virou o estrangeiro mais brasileiro e um especialista em Libertadores.

Ainda sobre o Grêmio, é apavorante constatar que aquela grande notícia de que Barcos seria negociado e que entraria um bom dinheiro em caixa foi apenas um sonho de uma noite de verão. Barcos continua, e com ele Kleber e Moreno. Junte os três e aí sim pode resultar num camisa 9 à altura do Grêmio.

Não dá para colocar os três numa impressora 3-D e imprimir para sair um só. Agora, infelizmente dá para somar a remuneração deles e ver que não fica longe de R$ 2 milhões mensais.

Com metade disso o Grêmio contrataria Conca para resolver o problema de criação e articulação do time. Ah, mas tem o Douglas. Tem mesmo?

Enfim, o Grêmio de 2014 está impregnado na temporada que começa. Até Rui Costa continua. Por favor, uma boa notícia de verdade!

O Grêmio é, por enquanto, mais do mesmo.

ANO NOVO

Pessoal, muito grato pelas mensagens e comentários. Eu os li durante a minha folga, apesar da dificuldade de acessar a internet.

Fiquei emocionado com algumas palavras.

Bom saber que estamos juntos, resistindo bravamente.