Enquanto Diego Aguirre segue sendo massacrado – e este é o adjetivo mais adequado – por setores da imprensa, insuflados por dirigentes e ex-dirigentes, inclusive um com suposta ligação direta com Deus -, Felipão vive um momento de paz. E a paz, como se sabe, é inspiradora.
Foi um Felipão inspirado que encontrou a maneira de furar o bloqueio armado pelo São Paulo, que, conforme admitiu um jogador, jogava por uma bola, que nunca veio. Já o Grêmio tinha muitas bolas jogadas sobre a área adversária, mas, como em tantas outras vezes, o ataque tinha dificuldade para encaminhá-la ao endereço certo: a rede.
Uma ou outra vez por erro do bandeirinha, mais um que na dúvida marca contra o Grêmio, mas na maioria das vezes por causa do goleiro e outras por falta de perícia nas conclusões e erro no penúltimo passe.
A melhor chance foi desperdiçada por Braian Rodriguez, que aos 40 minutos invadiu a área, livre, e chutou sobre o goleiro, que teve o mérito de ter fechado bem o ângulo.
A inspiração do técnico gremista para alterar o panorama, que prometia um segundo tempo com ainda mais dificuldade em função do nervosismo de quem precisava cristalizar a superioridade no placar e também diante de um time que se fecharia ainda mais, foi escalar um atacante de movimentação em lugar do centroavante – até para preservá-lo para o jogo pela Copa do Brasil, quarta-feira.
Pois Éverton entrou e causou um estrago no sistema defensivo do SP. Depois de três bons lances, Éverton cruzou para Luan na área. O lateral-esquerdo ficou olhando e Luan se antecipou, subindo como se fosse um Jardel, e cabeceando com precisão para fazer 1 a 0, revelando outra habilidade.
A partir daí, tudo ficou mais fácil. Na sequência, Giuliano, grande destaque do time nos últimos jogos, lançou Luan, que dominou, deixou o goleiro sentado, e com a tranquilidade que caracteriza os craques, e a frieza, marca registrada dos matadores, fez o segundo gol.
Luan, que alterna momentos ruins e geniais no mesmo jogo várias vezes, é, como cansei de escrever, o maior projeto de craque que existe no clube hoje. Enfatizo o ‘hoje’ porque vem outro logo atrás, o Lincoln.
Sem contar os jovens que prometem muito, como Éverton, Wallace, Junior e Pedro Rocha. Sem contar o Raul, jovem lateral-direito que em breve, na hora certa, receberá uma oportunidade e talvez nem saia mais do time.
Felipão está encorpando o time. Um mês atrás, era tudo meio assustador. Até que houve um ‘choque de gestão’, causado basicamente por declarações de Felipão após uma série de atuações precárias, e aí vieram reforços como Maicon, ótimo jogador, Braian, centroavante de carteirinha, e Cristian, que impressionou positivamente na estreia.
Mas se Felipão tem o reconhecimento da torcida – pelo menos a maior parte dela – e da imprensa, seu colega Diego Aguirre, que disputa pau a pau a liderança do Gauchão e vem de cinco jogos seguidos com vitória, trabalha sob fogo cruzado.
Um tiroteio sem trégua que todos sabem ter apenas um objetivo: jogar mais uma Libertadores no colo daquele que sequer preciso dizer o nome, até para não atrair maus fluidos.
UM MILHÃo
Agradeço mais uma vez a todos que se manifestaram a respeito da marca de um milhão de acessos. Realmente, fico sensibilizado com tanto carinho.
Obrigado a todos. E vamos em frente.