O Inter foi denunciado e será julgado – em algum dia da próxima semana – em razão dos incidentes envolvendo o lateral Fabrício, que, ao que tudo indica, foi mesmo alvo de injúria racial. Há uma imagem que aponta para isso. Há, ainda, um depoimento de alta credibilidade do jornalista Luciano Potter, colorado, ex-conselheiro. O problema é que esse depoimento foi descartado. Não me perguntem por que, mas suspeito que houve algum tipo de pressão. Talvez algo relacionado ao silêncio de determinados veículos de comunicação.
Bem, existe, em tese, a possibilidade de punição do Inter. Nada de muito pesado, conforme descrito na reportagem do G1, abaixo.
Sinceramente, acredito que tudo vai resultar, no máximo, em cesta básica.
Afinal, o presidente da Federação Noveletense de Futebol já minimizou o episódio, dizendo coisas abomináveis como Fabrício fez por merecer e por que se preocupar tanto com isso se a cada dia morrem 15 negões. Foi algo assim. Não sei se não seria o caso de o Ministério Público interpelar esse dirigente, que parece desconhecer a responsabilidade de seu cargo.
A favor do Inter o fato de que Fabrício, diferente de Aranha, não registrou o caso na polícia.
Mas existem as imagens e o depoimento poderoso do jornalista. Ah, desculpe, as declarações de Potter não estão nos autos.
Confiram a matéria do G1:
A procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul (TJD-RS) entregou na tarde desta terça-feira as denúncias referentes ao jogo do Inter contra o Ypiranga, na última quarta. O clube foi enquadrado por supostas injúrias raciais contra Fabrício e pode levar multa e perder mandos de campo. O lateral também foi denunciado por ofender a torcida e com chance de pegar suspensão de até 12 partidas. A tendência é de que os dois julgamentos, que ainda não foram confirmados, ocorram entre terça e quarta-feira da próxima semana. O presidente do TJD-RS, Roberto Pimentel, afirmou ao GloboEsporte.com que as denúncias foram protocoladas e passarão por análise nesta tarde. Não há chance de o Campeonato Gaúcho ser paralisado antes do início das quartas de final.
O Inter foi denunciado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) por “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”. A multa pode ir de R$ 100 a R$ 100 mil.
A perda de mando de campo não tem pena máxima, mas, de acordo com o procurador Alberto Franco, não deve passar de uma partida, caso o clube seja punido. A denúncia foi feita por meio de análises de vídeos do episódio, descartando, portanto, o depoimento do jornalista Luciano Potter, que, inicialmente, seria levado em conta. Potter afirmou em programa de rádio e em rede social que ouvira insultos racistas nas cadeiras do Beira-Rio.
Ao se encaminhar para deixar o gramado e ficar de frente com torcedores postados no anel inferior do Beira-Rio, o jogador teria escutado injúrias raciais contra o lateral. A câmera da transmissão da televisão flagra o colorado Vinícius Paixão vociferando contra o lateral, mas a imagem é inconclusiva. Vinícius Paixão, todavia, negou que tivesse dito a palavra “macaco”.
Fabrício, por sua vez, foi denunciado no artigo 258-A por “provocar o público durante partida, prova ou equivalente”. Como a denúncia fora feita duas vezes, o lateral pode pegar gancho de até 12 partidas. O atleta não jogará mais no Inter. A direção oficializou na segunda-feira o seu afastamento. Agora, procura clubes interessados no jogador.