Missão cumprida. O Grêmio venceu o Juventude por 1 a 0 e está bem encaminhado para disputar a final do Gauchão contra o Inter. Sim, nada irá impedir o Inter de disputar o título, como se viu nos dois últimos jogos – Novo Hamburgo e sábado, o Brasil.
Mas o Grêmio também está perto da vaga. Sem ajuda de “erros humanos”, o time avança na competição.
Neste domingo, sem ser favorecido ou prejudicado pela arbitragem, o time fez a sua parte. Só não gostei da estratégia adotada pelo técnico Felipão no segundo tempo.
Armou o esquema ‘pedindo pra levar um gol’.
Detesto um time retrancado, jogando por uma bola. Agora, não suporto ainda mais é um time ter o jogo na mão, bastando um pouco de mais de velocidade e objetividade, e optar por reter a bola, tocar para o lado, para trás, conseguindo, assim, o ‘grande feito’ de ter maior posse de bola.
Contra um Juventude que tem zagueiros altos e bons cabeceadores, é uma temeridade essa administração burra do jogo. Ainda mais que o Grêmio abusou de cometer faltas bobas, para não dizer idiotas, nas proximidades da área.
Aliás, Felipão falou sobre isso na coletiva, só deixou de explicar porque não tratou de explorar melhor, com mais efetividade, o espaço deixado atrás pelo Juventude, que se abriu um pouco para buscar o empate. Deu espaços generosos, fartos, abundantes. A entrada de Mamute mais cedo era quase uma imposição tática para confirmar a vitória bem antes do apito final do juiz. Mas Felipão preferiu correr o risco, deixando a torcida com o coração na mão a cada bola alçada na área gremista.
Quem viu o jogo lembra dos sustos e das duas ou três grandes defesas de Grohe, contra praticamente nenhuma do goleiro rival. O intrigante é que Felipão sabe do risco de levar um gol fortuito numa bola erguida pra área. Então, porque não acelerar o ritmo e buscar com mais determinação o segundo gol?
O mais difícil o Grêmio conseguiu, que era marcar um gol. O time não conseguia criar jogadas com o toque de bola no meio-campo. Precisou de uma ligação direta, um chutão para a frente num momento de pressão dos caxienses, para fazer o único gol do jogo, que poderia ser o primeiro de vários se a estratégia fosse menos acomodada.
Era uma bola quase perdida. Braian Rodrigues acreditou, enquanto o zagueiro Héverton parou e quando se deu conta a bola já estava sendo passada na medida para Giuliano, que dominou, avançou e acertou um belíssimo chute.
É importante frisar que o Juventude colaborou para o sucesso da estratégia ‘pedindo pra levar um gol’, porque errou muitos passes na armação de jogadas, abrindo caminho para contra-ataques que o Grêmio não aproveitou pela lentidão e também pela incompetência, e ainda pela falta de mais um jogador de velocidade na frente, que poderia ser o Mamute mais cedo, claro, e até o Éverton.
No mais, é inegável que o time fez boa partida, segura defensivamente, e talentosa dentro da proposta de levar o jogo até o fim com vantagem, apesar do alto risco corrido.
A arbitragem do noviço Real foi melhor que a do Daronco, mas Pereira merecia expulsão no lance em que levou amarelo. Mas seria exigir demais.
Por fim, ao contrário de muitos, gostei da atuação de Braian, embora tenha perdido um gol de cabeça no final do primeiro tempo, numa bola primorosa de Douglas. Gostei mais ainda dos poucos minutos de Mamute, que revelou ao menos pra mim um talento para os dribles curtos.
Sabemos que o Mamute joga bem entrando no decorrer dos jogos. Precisamos ver agora como ele se sairia numa sequencia desde o começo. Ele está por merecer essa chance.
Outras atuações: Grohe sensacional; Ramiro, que será titular da lateral, se lesionou cedo; Matias entrou bem, sem comprometer; a dupla de área quase impecável; Marcelo Oliveira teve muito trabalhom nas deu conta do recado; Felipe Bastos e Maicon foram bem; Luan apareceu pouco no primeiro tempo, mas cresceu depois; Douglas deu alguns passes preciosos, mas retgeve a bola em demasia algumas vezes e abusou do toque curto pelo meio; e Giuliano, um golaço e não muito mais do que isso.
INTER
Em Rio Grande, no potreiro do estádio Aldo Dapuzzo, o Inter arrancou um empate do Brasil. Teve ajuda da arbitragem, que pela segunda ver seguida aplainou o caminho colorado com seus ‘erros humanos’.
Daronco vai ficar marcado por não ter dado mão de um zagueiro do Inter dentro da área – seria pênalti, claro – e num lance muito parecido, mas fora da área, no minuto seguinte, assinalar a infração sonegada no lance anterior.
Também incompreensível foi o cartão amarelo que ele deu para o capitão do time, Leandro Leite, que no intervalo, enquanto o pau comia na arquibancada entre torcedores do Brasil, ele questionou a autoridade maior do jogo sobre dois pesos e duas medidas num lance de falta no ataque do Brasil e outro na defesa pelotense. O infrator colorado fez a falta de amarelo, mas não recebeu o cartão, enquanto o do Brasil foi punido. Em lances quase idênticos. Foi o que bastou para Daronco amarelar o capitão, repito, o capitão, do Brasil.
Teve outros lances, como uma falta de Jorge Henrique, uma cotovelada, digna de vermelho com pompa e circunstância, que ficou por isso mesmo.
Por sorte da arbitragem, o Brasil empatou. Diante da precariedade do estádio, não sei como seria um final com derrota do Brasil.
E assim vai o charmoso Gauchão e seus tais ‘erros humanos’.