Vem aí o esquema com três volantes

O Grêmio esteve com a vitória duas vezes em suas mãos, ou em seu pés. Ficou no 3 a 3 com a Ponte Preta, que não é essa porcaria toda que tentam passar, porque foi muito bem no Paulistão.

O primeiro problema é estar vencendo por 2 a 0 – esses dois gol por si só já são uma proeza para quem não está acostumado com esses excessos – no segundo tempo tempo, e levar dois gols em três minutos.

Uma pausa: o segundo gol, marcado pelo bom atacante Rildo, foi um vacilo indecoroso de, salvo engano, Gallardo. A bola foi chutada, rasteira, para a área exatamente na direção dele, que ficou estanque, permitindo a antecipação de Rildo. Assim não dá.

Outro problema é arrancar um terceiro gol – quase um milagre para um time acostumado com a escassez ofensiva – e depois, nos últimos segundos, levar o empate.

Aqui outro aparte: Felipão comentou isso na coletiva, de estar na frente, com a bola em seus pés, e ainda entregar.

Chamou-me muito a atenção o fato de Douglas, ao bater o segundo escanteio seguido aos 3 minutos dos acréscimos, tenha chutado para a área tentando o gol olímpico tendo Luan ao seu lado pronto para receber e enrolar até o apito final. Estranhei muito isso, ainda mais partindo de um cara experiente.

Pois bem, a bola ficou com a Ponte Preta, que foi à moda miguelão ao ataque. Aí a marcação vacilou, uma bola chutada para a frente caiu nos pés da Ponte Preta, quando o certo era o jogador do Grêmio ter mandado para a lateral. Nesses ‘longos’ segundos aconteceu o empate. Coisa de time pouca prática.

Mais um problema: o melhor jogador do time contra a PP está indo embora. Mamute fez dois gols e algumas boas jogadas. Agora, ele sai pra defender a seleção sub-20. E o Grêmio fica com quem para o ataque?

TRÊS VOLANTES

Acabou a brincadeira. Felipão deu a entender que vai reforçar o time do meio para trás, algo que ele deveria ter feito faz tempo, conforme eu preconizei inúmeras vezes. É o fim do time faceiro, de marcação débil, contemplativa. Desde a lesão de Ramiro que o Grêmio não tem um volante pegador, mordedor.

Alguns defenderam que Felipão deveria ter jogado com Walace e Maicon, nunca com Felipe Bastos, nos grenais. Pois bem, Walace jogou neste domingo das mães como titular, ao lado de Maicon. O time levou três gols. Walace é ótimo jogador, um volante praticamente pronto, mas não é solução ele ficar sozinho ao lado de Maicon ou de Felipe Bastos. Talvez ao lado de um Ramiro pudesse dar certo.

Mas o mais sensato agora é armar o time com três volantes. Felipão declarou após o jogo que no Gauchão dava para jogar sem tanto cuidado, mas agora no Brasileirão, diante de times mais qualificados, isso se tornaria muito complicado.

O diabo é que ele demorou a se tocar disso. Já nos grenais poderia ter armado um time mais reforçado contra o Inter, ou seja, três volantes.

Percebi que ele tentou reforçar o setor fazendo Giuliano recuar e marcar mais atrás. Não deu certo. Giuliano se atrapalhou todo na saída de bola. Sem contar que tem pouca velocidade para puxar contra-ataque com a bola dominada. Diferente, por exemplo, de um Valdívia ou de um Sascha.

Então, preparem-se ofensivistas: estão voltando os três volantes.

Se com dois volantes o time foi uma peneira contra a Ponte, e antes com o Inter, o que dirá mais adiante contra adversários melhores que a Ponte Preta.?

Felipão está criando juízo.

PREPARAÇÃO FÍSICA

Já há comentários sobre a preparação física do time. Não entendo muito do assunto. Aparentemente, o rendimento físico cai no segundo tempo. É outra coisa a ser avaliada. O problema é que o preparador Darlan é sobrinho de Felipão. Mas se houver um diagnóstico de que a preparação é falha, então que se troque de preparador.

INTER

O time reserva do Inter até que tentou, mas não resistiu ao Atlético Paranaense. Walter foi o grande destaque do jogo. Hoje, ele faria sucesso no Grêmio.

Os três pontos perdidos nessa derrota por 3 a 0 em Curitiba podem fazer falta ao time que mais uma vez é apontado como um dos favoritos ao título.