O farto material publicado em ZH desta quarta-feira sobre Cristóvão Borges reforçou minha convicção de que sua contratação é um equívoco.
É um treinador de trajetória mediana, com alguns picos de sucesso. Ele fez alguns bons trabalhos, todos curtos, e isso me lembrou o treinador coca-dois litros, que perde o gás antes de chegar à metade da garrafa.
Pelo histórico apresentado é o técnico do quase. Quase campeão aqui, quase campeão ali.
Cristóvão quebrou um recorde ao ficar 48 rodadas seguidas no G-4 do Brasileirão pelo Vasco. Terminou em segundo lugar. Lembrei de um certo técnico muito lembrado por setores da crônica esportiva quando se trada de indicar alguém para o Grêmio. Não, para o Inter, não. Pois esse técnico, cujo nome anda pipocando insistentemente, também ficou muito tempo na ponta de cima e entregou na reta final.
Mas o que mais preocupou no currículo, além de um ou outro fiasco, é que ele tem fama de técnico ofensivista. Os ofensivistas me causam calafrio e tremedeira. Felipão, por exemplo, estava ofensivista demais, mesmo sem ter ataque. Vá entender.
Sou retranqueiro assumido e juramentado. É óbvio que se eu tivesse Messi e Neymar no meu ataque a defesa seria minha última preocupação.
O Renato, em sua primeira passagem, em 2010, fazia-me sentir numa montanha russa. Era ofensivista demais para o meu gosto. Até hoje não consigo entender como ele conseguiu levar Douglas para a seleção brasileira de tanto que Douglas jogou com ele. E o Clementino? Até o Clementino deu certo. E o que jogou o Gabriel? O Lúcio de meia-esquerda.
O Grêmio não foi campeão brasileiro porque Renato assumiu o time na zona de rebaixamento e o levou à ponta de cima da tabela.
Depois, em sua segunda passagem, Renato me irritou muito, mas, ao contrário de muitos, reconheço no trabalho dele uma tentativa desesperada de, primeiro, impedir novo rebaixamento, e, depois, a luta por uma vaga na Libertadores. O time jogava por uma bola só. Irritante.
Imagino que numa terceira passagem, Renato ficará no meio termo. Mas isso depende dos jogadores que tiver à sua disposição. Hoje, por exemplo, acredito que ele faria um time para jogar por ‘meia bola’. É muito ruim esse ataque em que Mamute chega a ser apontado como solução.
Aí, tento imaginar o que faria um técnico ofensivista como esse material humano. Não consigo. Tenho imaginação fértil, mas não chega a tanto.
O importante é que o Grêmio contrate um treinador a partir de uma política de futebol muito bem definida.
Nunca como quem busca uma tele-pizza no google.
De qualquer modo, na torcida total por quem for contratado.
IMPRENSA
O clicrbs e ZH estão cravando o nome de Cristóvão Borges enfaticamente. Desde ontem. Hoje, duas páginas sobre ele. Se Cristóvão não for contratado, será a mancada do ano. Ou, para usar uma linguagem do jornalismo, a ‘barrigada’ do ano. Esqueceram que o futebol é dinâmico.
ADILSON COTADO
O Capitão América é o nome mais forte caso Cristóvão não assine. Adilson Batista tem ligação muito forte com o Grêmio. Assim como o próprio Cristóvão, que foi tricampeão gaúcho pelo tricolor.
Em 2003, o Grêmio numa pindaíba danada, havia dificuldade para contratar um técnico. O salário oferecido era muito baixo, desdenhado por todos, inclusive por um figurão aqui da praça que continua desempregado.
Adilson, gremista reconhecido, assumiu a bronca por uma remuneração ridícula para os padrões da época.