A suspensão de Maicon criou um sério problema para o técnico Roger Machado. Em meio à euforia da vitória sobre o Cruzeiro, pouca gente se tocou de que Maicon não tem, no momento, um substituto próximo do seu nível de técnica e experiência.
O resultado é que o Grêmio corre o risco de enfrentar o Santos, na Vila Belmira, com um meio de campo capenga. Wallace e mais um.
Quem são esses ‘uns’? Edinho, Araújo e Arthur.
Assim, olhando de fora e considerando o momento e o passado recente eu, de cara, afastaria Edinho. Pode ser preconceito, mas eu penso que o tempo de Edinho passou. Começar o jogo com ele é arriscado demais, porque é um jogador que ficou muito tempo quase inativo, apenas treinando, e isso pesa para qualquer atleta, principalmente para os mais velhos.
Então, descartaria Edinho, mas vejo que ele está cotado e que tem defensores na imprensa, alguns por gratidão pelos serviços prestados ao Inter.
Entre Arthur e Araújo, fico com o segundo. Arthur tem apenas 18 anos e se não me engano entrou num ou outro jogo. Sem brilho. Aliás, brilho faltou também para Araújo nas vezes em que foi escalado. Mas tem um pouco mais de experiência que Arthur e é um jogador da função: primeiro volante.
Com qualquer um dos três, ao que tudo indica Wallace ficaria com a atribuição de sair mais para o jogo, fazendo as vezes de Maicon.
Outra possibilidade seria colocar Marcelo Oliveira no meio, colocando um lateral. Júnior parece que está deslumbrado com a súbita ascensão. Resta Marcelo Hermes, que foi bem contra o Avaí e é um lateral muito aplicado na marcação.
Entre as alternativas propostas, eu ficaria com Marcelo Oliveira no meio, que é onde os jogos são decididos.
Quem ganha o meio de campo, normalmente ganha o jogo.
Agora, confio na capacidade de avaliação de Roger, que, além de inteligente, tem todos elementos necessários para tomar a decisão mais adequada.
Eu, por não ter todas as informações, estou em desvantagem.
Mas, assim no olhômetro, fico com Marcelo Oliveira no meio de campo.
MAXI
Boa notícia: Maxi Rodrigues está apto a jogar contra o Santos, domingo, 16h. Está aí um jogador que fascina boa parte dos gremistas. Eu mesmo não esqueço os belos gols que marcou, coisa de craque. A experiência do uruguaio no Chile parece ter sido útil. Maxi seria um jogador mais completo. Por completo, entenda-se, jogador que também marca, combate e, depois, se tiver pernas e fôlego, ainda cria jogadas de ataque. Maxi tem condições, em tese, de tomar o lugar de Douglas mais adiante, embora Douglas esteja dando uma resposta que eu pensei que ele não mais pudesse dar. Douglas hoje é um jogador mais comprometido, e isso é muito bom. O problema é que o ritmo do futebol exige cada vez mais um preparo físico de batedor de carteira.
TOSTÃO E DUNGA
Trecho extraído da coluna de Tostão na Folha de S. Paulo:
“A primeira divisão do futebol está nos grandes times da Europa (Barça, Real, Bayern e outros). O futebol que se joga no Brasil é, com boa vontade, da segunda divisão.
Falta à seleção um técnico com experiência e sucesso na primeira divisão. Colocar Dunga ou outro treinador brasileiro é o mesmo que pôr um técnico da Série B do Brasileirão em um dos grandes da Série A, sem passar por trabalhos intermediários. Evidentemente, esse é apenas um de dezenas de problemas”.