Ao articular a retomada da Copa Sul-Minas, o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan, começa a esvaziar – mesmo que não seja essa a intenção – o poder do presidente da FGF, muito criticado recentemente pelo dirigente gremista.
No começo de abril, Bolzan atacou aquilo que estava entalado na garganta de todos os gremistas: os favorecimentos das arbitragens no Gauchão ao Inter.
O presidente tricolor não deixou pedra sobre pedra, não colocou panos quentes. Foi enfático e incisivo na crítica ao comandante maior da federação, o sr Francisco Noveletto Primeiro e Único. Foi de lavar a alma dos gremistas.
Confiram o que disse Bolzan, conforme publicado no clicrbs de 10 de abril:
“É natural que esse ambiente seja criado, mesmo porque nós temos uma questão institucional da federação, onde se tem que presidir um campeonato com uma posição de total isenção. No jogo em Erechim (contra o Ypiranga), foi o presidente da federação que fez o contraditório com o Felipão (polêmica com o árbitro Francisco Neto), antes mesmo do tribunal. O mesmo na questão do Fabrício. Quem fez a pauta de defesa do Internacional? O presidente da federação. Minimizou a situação, fez comparativos, criticou o jogador. Quem preside os processos tem que ter equidistância das questões que dizem respeito ao futebol.”
Romildo disse ainda que o Grêmio “está atento” às atitudes da federação:
“O Grêmio fica constrangido com estas atitudes inadequadas por um contexto de quem comanda esse campeonato. E aqui fica esse alerta. Se a torcida do Grêmio queria uma mensagem em relação a esses fatos que têm beneficiado o Internacional sistematicamente, nós estamos muito atentos. Acompanhamos passo a passo as absolutas e reiteradas situações indadequadas que o presidente da federação vem cometendo de uma forma muito particular, uma única pauta: contra o Grêmio. E isso gera nas arbitragens: se lá na chefia está uma situação de muito desconforto, gera nos subordinados uma situação de absoluta normalidade em fazer qualquer atrocidade.”
No mês seguinte, Bolzan recusou-se a assinar apoio à chapa do sr Noveletto, mais uma vez candidato único à presidência da entidade.
Guerra declarada!
Agora, o Grêmio é um dos protagonistas da volta da Copa Sul-Minas – foi anfitrião na reunião realizada nesta sexta-feira -, cujos jogos serão realizados justamente no período do Gauchão.
Se o torneio sair mesmo, a dupla Gre-Nal (não sei se o Inter vai aderir em função de sua afinidade com o presidente da FGF) terá de jogar com um time B no regional.
Com isso, diminuirá muito o interesse da TV em transmitir os jogos do Gauchão. As cotas ficarão bastante reduzidas. Até o patrocínio será atingido.
De minha parte só me resta lamentar, porque não gostaria de ver o nosso campeonato definhando. O mesmo deverá ocorrer com os outros regionais.
O fato é que tudo isso vai resultar em menos receita para a FGF.
Com o tempo, começará a faltar dinheiro para manter a suntuosa sede erguida às margens do Guaíba, enquanto a grande maioria dos clubes resiste bravamente para não fechar as portas.
Vamos ver o que fará o sr Noveletto.