Pergunte a um GREMISTA qual a escalação do seu time titular. É possível que até os colorados mais antenados saibam. Se não sabem, é essa:
Marcelo Grohe; Galhardo, Geromel, Erazo e Marcelo Oliveira; Walace, Maicon; Giuliano, Douglas e Pedro Rocha; Luan.
Este é hoje o time titular do Grêmio. O time que estará em campo para enfrentar o líder Atlético Mineiro, grande favorito ao título do Brasileirão.
Estamos em agosto, no meio do campeonato, e o Grêmio tem uma equipe formada, estruturada e, o que é importante, em ascensão, em crescimento. Impossível prever até aonde pode ir essa equipe treinada por Roger Machado depois do massacre de domingo na Arena.
No futebol, nunca se sabe exatamente os limites de uma equipe, nem para o alto, nem para baixo.
Enquanto o Grêmio se estabiliza, ganha corpo e dá impulso violento na autoestima de sua imensa torcida, o Inter se desestrutura.
Pergunte a um COLORADO qual a escalação do time do Inter. Até ser triturado pelo tigre mexicano o torcedor colorado sabia de cor e salteado o seu time, apesar das surpresas do uruguaio Diego Aguirre.
Hoje, depois dos 5 a 0 no Gre-Nal, e com os boatos que envolvem conflitos internos, o Inter é uma incógnita.
A pouco mais de quatro meses do final da temporada, o Inter não tem treinador, tem um time indefinido e um grupo desestabilizado, e, o mais grave de tudo, um presidente que ainda pensa que as coisas no futebol podem ser decididas com um pontapé na porta do vestiário.
Um PRESIDENTE que acumula equívocos desde sua posse e demonstra delírios de grandeza que o fazem acreditar ser capaz de tudo.
Um presidente que sonha com a grife Armani e que, em meio a enorme crise financeira do clube, pensa em nomes milionários para comandar o futebol.
Se perdesse por instantes a soberba e a arrogância, o presidente colorado não ignoraria o que gritam os números divulgados no próprio site do clube, conforme publicado em ZH desta terça-feira, na página de economia assinada por Marta Sfredo. Os números são alarmantes. Assustadores.
De janeiro a maio, o passivo circulante (contas, dívidas, impostos e empréstimos que vencem logo) foi de R$ 226,38 milhões, enquanto o ativo circulante (dinheiro em caixa, aplicações, contas a receber), ficou em R$ 64,55 milhões. Conforme esses números, faltariam R$ 160 milhões para o Inter quitar as dívidas de curto prazo.
Há muito tempo venho alertando para a gravidade da situação financeira colorada – a do Grêmio também não é lá essas coisas, com a diferença de que o presidente Romildo implantou uma exemplar política de pés no chão -, mas não imaginava que a crise fosse tão ameaçadora.
Então, diante desse quadro, como pensar num treinador como Jorge Sampaoli?
A continuar assim, a goleada no clássico marcou apenas o começo do pesadelo vermelho.