‘O desgaste é natural e é para todos’. Foi com essa frase singela e serena que o técnico Roger resumiu seu pensamento sobre a maratona de jogos do Grêmio.
Espero que com isso as vozes que já estão pregando rodízio de atletas deem um tempo e silenciem. E aqueles que ficam se lamuriando pelos cantos e nas redes sociais em função do excesso de jogos se aquietem.
É fácil reduzir o número de jogos: é só perder do Coritiba. Alguém quer? Que eu saiba só os colorados. Nem os torcedores do Coritiba querem, porque para eles o foco neste momento é fugir do rebaixamento. Para eles, a Copa do Brasil é um estorvo, já que o título é algo inatingível para o time paranaense.
Alguém já disse: o excesso de jogos no futebol brasileiro é o ônus do clube grande.
É fato que os jogadores sentem. Ah, mas Messi joga sempre e se ele pode os outros também podem, alegam. Contra esse argumento, lembro apenas que as viagens aqui são muito mais longas, com enervantes esperas em aeroportos e coisa e tal.
Como diz o Roger, sabiamente, o desgaste atinge a todos. Mais, é claro, aos times que disputam competições paralelas, como é o caso do Grêmio e de alguns outros clubes, entre eles fortes candidatos ao título. Rivais que terão de ser superados. Se o Grêmio enfrenta problemas com lesões, dores musculares e até estresse, os outros clubes passam pela mesma situação.
O importante é saber administrar esse problema, planejar bem para chegar nos jogos decisivos, em especial os mata-mata da Copa do Brasil com o time mais completo possível.
Está certo o Roger em escalar força máxima para enfrentar a Ponte Preta domingo, 11h, em Campinas. Até Luan está de volta, o que é garantia de mais qualidade ao time.
E também estará certo o treinador gremista se decidir poupar alguns titulares que, segundo avaliação médica, poderiam estar necessitando de uma pausa para meditação.
Agora, se todos estão cem por cento, o que eu duvido, que volte a jogar o time titular completo.
O mais sensato mesmo será poupar quem está precisando de um descanso, porque daqui pra frente os jogos serão ainda mais duros na Copa do Brasil, que é a competição ser vencida depois de tantos e penosos anos de seca.