Foi uma grande atuação na Arena. Domingo de sol, calor do meio-dia. Superação total. Um show.
Não estou falando do time que ficou no empate por 0 a 0, jogo duro como eu previ no texto anterior e fui chamado de pessimista.
Estou me referindo à torcida. Um espetáculo. E eu estava lá, enfrentei uma longa fila para entrar. Vi, com espanto, que a 10 minutos do jogo, havia centenas de torcedores em longas filas para adquirir ingresso. ‘Esses vão ver só o segundo tempo’, pensei.
Realmente, até o intervalo entrava gente. É muita paixão. Teve torcedor que pagou um ingresso e viu meio jogo.
Realmente, o show foi da torcida mais fanática do Brasil, e a maior do Sul do país.
Agora, o time em campo não decepcionou. Honrou a camisa tricolor e deu a vida em cada jogada até em respeito aos 46 mil gremistas que por momentos transformaram a Arena num caldeirão, um caldeirão de paixão e entusiasmo, e de temperatura elevada mesmo.
O Grêmio fez o que estava ao seu alcance. Foi superior ao Coritiba, que só criou algumas situações de gol no primeiro tempo. No segundo, só deu Grêmio, com raras escapadas do adversário e de alguns escanteios, sempre assustadores, porque é ali que o time inferior em campo pode derrotar o time superior técnica e taticamente, no caso o Grêmio.
O Grêmio só não venceu por causa de seu velho problema. Não, foi porque o meio não criou e faltou insistência, pressão. Faltou perícia nas conclusões. E não dá pra culpar apenas um jogador por ter perdido ‘aquele gol imperdível’.
Todos do meio pra frente capricharam na arte de chutar fraco e desviado, forte e desviado. Enfim, sempre desviado. Fora quando insistiram em adentrar a área com infinitos toques de bola em vez de arriscar o chute. Irritante, e nesse quesito nada supera o maestro Douglas.
Bem, não me lembro de alguma defesa do goleiro do Coritiba. Dito isso, penso que está dito tudo. Vão chutar mal assim em algum potreiro em meio aos bovinos. É o caso de colocar Fernandinho, Douglas, Luan, Giuliano, Pedro Rocha e Wallace para treinar chute a gol, de curta e média distância. alguém lembra de algum gol recente em chute de fora da área? Ninguém chuta.
Hoje, até nem sei o que é pior, porque se chuta, erra, se não chuta, perde a bola e arma contra-ataque. Foi assim contra o Coritiba. Exceções recentes foram os jogos contra o Inter e o Atlético. Depois, o time caiu de rendimento. Não foi o caso desse jogo, porque o Grêmio voltou a ter supremacia, quase não correu riscos e criou chances de gol. O erro: não aproveitar as oportunidades criadas.
O problema agora são os desfalques em função de cartões, lesões e principalmente convocações.
A briga será para continuar no G-4 e ainda arriscar um segundo lugar, torcendo para que o Corinthians comece, enfim, a perder, o que não parece estar nos planos do Tite, sempre compenetrado e focado, principalmente agora que pode dedicar-se apenas ao Brasileirão.
Não alimento nenhuma esperança de título no Brasileiro. Venho dizendo isso há horas. Imagino que hoje muito mais gente comece a pensar assim.
Resta a Copa do Brasil. Esta sim pode levar a um título depois de 15 anos. Vaga em Libertadores é bom, mas é prêmio consolação.
Estou cansado de ser consolado. Espero que o presidente Romildo Bolzan – aconselho que todos leiam ou ouçam o forte e oportuno pronunciamento dele após o jogo – também pense assim e comece a concentrar energias na Copa do Brasil, sem descuidar, claro, do Brasileirão.
RECORDAR É VIVER
Só lembrando o que escrevi no texto anterior, projetando o jogo deste domingo. Aqui duas frases:
1 – “O Grêmio caiu de rendimento depois dos 5 a 0 no Inter e da vitória eloquente sobre o Atlético Mineiro na casa do rival. Já não é mais aquele time que empolgou e que fez o torcedor sonhar até com o Campeonato Brasileiro. Há muito tempo venho alertando que o Grêmio, pelo time e pelo grupo que tem, pode ambicionar duas coisas: uma vaga na Libertadores no Brasileirão e o título da Copa do Brasil”.
2 – “Domingo, 11h, na Arena, o Grêmio pega o Coritiba, que vem com sua melhor formação porque luta para não cair. Pelas dificuldades que o time titular do Grêmio teve nesta quinta-feira, acho difícil uma vitória”.
CACHOEIRA DE LÁGRIMAS
O oba-oba em torno do técnico colorado terminou. O técnico do ‘rachão moderno’, conforme definiu o RW em sua corneta (leiam abaixo), vai conhecer agora a ira dos bajuladores da semana passada. Argel terá de responder com uma vitória imediata para não ser devorado pelas feras que até poucas horas o colocavam no patamar dos técnicos mais promissores do futebol brasileiro, se não mundial.
Perder de 3 a 0 de um time que vai cair para a segunda divisão é humilhante. Não vi o jogo. Dizem que a arbitragem foi muito prejudicial ao Inter.
O fato é que teremos muito choro, o que é normal. Teremos cachoeiras de lágrimas.
Confiram:
http://cornetadorw.blogspot.com.br/2015/08/o-fim-do-sonhoe-derrocada-dos-machosdo.html