Roger faz mistério para enfrentar o Flu

Depois de um treino secreto para o jogo desta quarta contra o Fluminense, o técnico Roger, como normalmente acontece em suas entrevistas, foi muito feliz  ao comentar a saída de Ronaldinho do clube carioca.

– Ele não é mais fato do jogo.

Uma frase curta, direta e definitiva. Ronaldinho não interessa. Não faz parte do jogo e, ao que tudo indica, não é mais fato do futebol.

Fatos do futebol são jovens como Luan e Wallace, convocados para dois amistosos da seleção sub-23. É o técnico Dunga, que anda batendo boca com seu ex-amigo Romário, desfalcando o Grêmio. Desse jeito, não há grupo que resista. Vale o mesmo para o Inter, que fica sem Valdívia e Vitinho.

Felizmente, Roger conta com esses dois talentos para superar o Fluminense na Arena e dar um passo importante rumo ao título da Copa do Brasil. Se passar pelo time carioca o Grêmio estará a 360 minutos de comemorar mais uma Copa do Brasil.

Por isso é importante que a torcida compareça e apoie o time. O Fluminense tem uma equipe de qualidade e, como se sabe, é um dos queridinhos da CBF. A Arena lotada inibe – um pouco – qualquer tentativa de favorecer o adversário.

Mas o que interessa é bola rolando. Geromel segue fora. É um prejuízo. Com isso, joga Thyere, zagueiro da casa, com bom potencial. Vamos ver como irá se sair, ao lado de Erazo, contra o malandro Fred, que gosta de rasgar camisa de zagueiro e de dar entradas mal-intencionadas no adversário, como fez em Marcelo Grohe no jogo de ida.

Fred não é mais aquele de outros carnavais, mas se a bola sobrar pra ele é gol. Todo cuidado é pouco.

Maicon é outro que não deve jogar, mas não ficarei surpreso se ele entrar em campo. O time do Grêmio é bastante conhecido pelos adversários. Em princípio, o que Roger teria para esconder? Ele promete anunciar o time apenas minutos antes do jogo. Isso pode significar que ele ainda espera por Maicon.

Se existe alguma chance de Maicon jogar, ele precisa jogar.

O Grêmio vai precisar de seus melhores jogadores para vencer. Nunca esquecendo que empate por 1 a 1 em diante dá Fluminense. 

Se é pra poupar alguém que isso seja feito no Brasileirão, nunca na Copa do Brasil. Claro que Maicon não deve jogar se não estiver em plenas condições, até para não correr o risco de perdê-lo por mais tempo.

Roger aproveita também para fazer um misterinho na frente. Joga Bobô ou Pedro Rocha?

Já cansei de defender que o guri deve sempre sair jogando. Foi com ele que o time conseguiu suas melhores atuações, entre elas – não canso de repetir – a que resultou nos 5 a 0.

Agora, se Roger começar com Bobô é porque tem seus motivos.

Tem como não respeitar uma decisão de Roger? Por tudo que já fez, Roger merece minha total confiança.

A flauta de André Lima e o time sem Douglas

A vitória do Grêmio sobre o Avaí, na Arena, fica marcada pela grande atuação de Giuliano e seus dois gols, o golaço de Maxi Rodriguez – até não sei se ele já fez algum gol comum – e a comemoração de André Lima.

Claro, nada mais importante que a vitória em si, os três pontos que mantêm o clube no G-3, posição consolidada a partir do empate do Palmeiras que somou apenas um ponto ao empatar com o São Paulo, numa falha ridícula de Rogério Ceni. Agora, são seis pontos de vantagem. Dois atrás do Atlético e 9 distante do Corinthians, virtual campeão.

Quer dizer, o Grêmio fica ainda mais tranquilo para enfrentar o Fluminense quinta-feira, pela Copa do Brasil, que é como se sabe, a única chance de título nesta temporada, e um título nacional que lavaria a alma gremista, tão torturada desde 2001. Portanto, será uma noite para lotar a Arena.

Voltando ao jogo de sábado: estou em dúvida para escolher o melhor momento. Uns apontam os dois gols de Giuliano, resultado de entrosamento e qualidade técnica individual na hora da conclusão; outros ficam com o gol de pura arte marcado por Maxi; e tem ainda o André Lima.

Reserva no Avaí, esse centroavante aipim de carteirinha, entrou para dar um susto no Grêmio ao descontar no segundo tempo, quando o jogo estava em 2 a 0. O susto durou pouco porque 12 minutos depois Maxi faria o 3 a 1.

O que restou do susto foi a comemoração de André Lima, autor do primeiro gol na Arena. Ele comemorou de forma contida, mas com os braços erguidos, rígidos, sinalizando com as mãos os 5 a 0 do Gre-Nal. 

Confiram esse momento de inspiração tricolor do camisa 9: 

http://globoesporte.globo.com/futebol/times/avai/noticia/2015/09/pacotao-do-avai-guerreiro-imortal-polemico-pneu-furado-e-cotovelo-alto.html

É claro que essa ‘ousadia’ de André Lima faria desabar sobre ele a fúria de alguns analistas esportivos da praça, sempre tão leves e descontraídos quando a gozação é protagonizada por jogadores colorados. Houve até quem indicasse um psiquiatra ao jogador, conforme pode ser conferido no cornetadorw.

Então, só por esse aspecto, o que irritar um pessoal que deveria exaltar esse tipo de brincadeira que não agride nem ofende ninguém, é que eu escolho como o grande lance do jogo o gesto de André Lima, que nunca escondeu sua simpatia pelo Grêmio. 

VIDA INTELIGENTE

O principal ensinamento do jogo contra o Avaí é que há vida inteligente no time sem Douglas.

A Nasa vai anunciar nesta segunda-feira uma descoberta espetacular sobre Marte. Já se especula que há sinais de vida inteligente no planeta. Em Marte eu não sei, mas o Grêmio sem Douglas tem vida inteligente.

O Avaí vinha de três vitórias, não era uma galinha morta. Mesmo assim, o Grêmio fez o que tinha de fazer, e ao natural, sem dor. No primeiro gol, Giuliano recebeu dele, Pedro Rocha, um passe precioso.

No segundo, uma enfiada de Edinho, que está revelando no Grêmio qualidades inimagináveis. Então, a vitória foi encaminhada sem maiores percalços, indicando que é possível vencer sem o maestro.

Por fim, o golaço de Maxi Rodriguez, bem ao seu estilo. Um drible pra dentro e um chute colocado em diagonal, alto o suficiente para encobrir o goleiro. Uma pintura que Iberê Camargo assinaria.

FRITURA

O técnico Argel está passando por um processo de fritura em pouca banha. A imprensa criou o mito de que o Inter tem o melhor grupo do país. Os resultados foram desmentindo essa afirmativa. Entre recuar em sua conclusão, precipitada e apaixonada, melhor fritar treinador, preparador físico, o que vier pela frente.

A bola da vez é Argel. E é como uma montanha russa. Se vence uma, já se mira o G-4 – até pouco tempo havia quem acreditasse em G-e e até no título. Se perde, aí nada presta, porque frustra uma expectativa criada pela própria imprensa, ou parte dela, a de sempre e por demais identificada.

A derrota diante do Santos na Vila Belmiro é algo mais do que natural. O Santos dificilmente empata ou perde na Vila. Não seria o Inter, desfalcado de titulares de peso e sem reservas à altura – que talvez nunca fardariam em outra circunstância -, é que quebraria essa invencibilidade santista. 

Mas nada disso importa. Sobrou para Argel.

 

Que Roger Machado preserve sua própria obra

A turma do ‘pontinho fora’ está sorrindo de orelha a orelha. O empate contra o Fluminense por 0 a 0 pode ter sido festejado com soquinhos rápidos no ar, sob a mesa. ‘Voltamos vivos’, devem ter dito, em coro, extasiados.

Eu já fui dessa turma. Larguei neste ano. Roger armou um time que me devolveu a confiança, a convicção de que é possível vencer qualquer adversário fora de casa sem mudar a forma de jogar, talvez com um ou outro cuidado a mais. Mas nunca abdicar de buscar a vitória, os três pontos, o que deixa o pessoal do ‘pontinho fora’ em pânico.

Eu sei disso porque eu era assim. Roger Machado afastou de mim o medo. Só espero que agora, depois de conseguir esse milagre de alavancar a auto-estima dos gremistas e devolver a confiança na conquista de título – não apenas de vagas como se fosse um motorista dando voltas no centro de Porto Alegre em busca de um lugar para estacionar -, o técnico tricolor, revelação do ano, não coloque tudo a perder com essa insistência em preterir Pedro Rocha em nome sei-lá-de-que.

Questão de ordem: Pedro Rocha não é nenhum craque, mas provou, dentro das quatro linhas, que com ele o time joga MUITO mais. O guri foi titular no Gre-Nal dos 5 a 0 – não me estendo pra não chorar de emoção de novo -, e jogou também contra o Atlético Mineiro naquela vitória apoteótica. Fora outros jogos. 

Fernandinho entrou bem em alguns jogos e até mereceu a tentativa de Roger de começar com ele. Fernandinho não foi mal, mas foi inferior ao Pedro Rocha.

A tentativa com um atacante tipo aipim como o Bobô, mesmo flexível, não acrescentou nada ofensivamente. Contra o Fluminense, então, nem se fala. Bobô teve pelo menos um lance para justificar sua presença como homem de área. Bola cruzada da linha de fundo, da direita, ele dentro da pequena área, próximo à primeira trave, tentou cabecear, mas a bola roçou sua testa e sumiu da área. Bobô fez o certo, mas mostrou que, assim como o Braian, não é um atacante de sorte.

O Fred, que por momentos parece uma tia velha, não perde esse tipo de gol. Fred, além de bom, tem estrela. Bobô pode ser bom, mas não tem estrela, o que explica os poucos gols que marcou em sua carreira.

Bobô merece novas oportunidades, claro, mas nunca para começar o jogo para não descaracterizar o formato de time que Roger Machado criou e agora, como um artista genial e excêntrico, quer destruir a própria obra.

PROJEÇÃO

O Grêmio foi superior tatica e tecnicamente ao Fluminense. Foi mais equipe, no sentido completo da palavra. Mereceu vencer, embora tenha criado pouco. O Fluminense por vezes parecia um time pequeno correndo atrás da bola.

O Grêmio é muito favorito na Arena. Mas sem salto alto.

INTER

O Inter escapou de perder. O Palmeiras desperdiçou um pênalti.

O técnico Argel perdeu jogadores importantes e tem sido obrigado a colocar jogadores jovens e desconhecidos da torcida e da maioria dos analistas esportivos.

A tendência é eliminação da Copa do Brasil. 

Mas no futebol tudo pode acontecer.

CONVOCAÇÃO

Sócios gremistas, favor comparecer à Arena domingo. Assembleia de associados vai definir mudanças importantes no clube.

Eu estarei lá pra trocar umas ideias.

Confiram:

http://www.gremio.net/news/view.aspx?id=18845&language=0

 

 

Grêmio arma time para brigar pelo título da CB

Planejamento ou coincidência? O fato é que o Grêmio volta a contar com seu time titular – com exceção de Geromel – justamente na Copa do Brasil, a competição a ser vencida.

O zagueiro Thyere é o único reserva, a não ser que Marcelo Grohe, que não treinou, sinta alguma dor minutos antes do jogo. Aí, entra Bruno Grassi, com Léo no banco. Tiago, preservado depois do massacre sofrido, ficou em Porto Alegre.

Ouso dizer que o Grêmio que entra em campo nesta quarta-feira é resultado de planejamento. E só não é força máxima mesmo porque Geromel realmente não tem condições. Nada de coincidência, portanto.

Fica claro, ao menos pra mim, que Maicon poderia ter voltado contra o Palmeiras, mas o Grêmio está determinado a fechar a temporada com um título. E este, como venho dizendo faz tempo, só pode ser o da Copa do Brasil.

Agora, o planejamento inclui também uma participação muito boa no Brasileirão, sempre mirando o título, mas com foco realista numa vaga à Libertadores. Sabiamente o Grêmio não abriu mão de nenhuma das competições, mas chega um momento em que é preciso fazer escolhas.

Com vaga praticamente consolidada no G-4, com boas chances de continuar no G-3, o Grêmio deixa muito claro que seu maior objetivo agora, sua prioridade, é um título. 

Ninguém na Arena quer comemorar vaga, espécie de prêmio consolação para quem não vence de verdade.

A meta é festejar um título de campeão para uma retumbante e histórica retomada da Goethe.

O TIME

Então, se Grohe puder mesmo jogar, o time terá:

Grohe, Galhardo, Thyere, Erazo e Marcelo Oliveira (quer dizer, um sistema defensivo muito mais confiável).

Wallace, Maicon, Douglas e Giuliano (uma meio-campo que impõe respeito);

Luan e Fernandinho (por mim, jogaria o Pedro Rocha, mas Roger deve ter seus motivos).

ROGER

Ao contrário do que foi especulado de forma absurda, o técnico Roger Machado tem total apoio e confiança da torcida gremista – nem poderia ser diferente.

Qualquer afirmação que coloque em dúvida a frase acima é completamente desprovida de fundamento, pra não dizer coisa muito pior e impublicável. 

 

É injusto responsabilizar individualidades na derrota do coletivo

Se alguém espera de mim um texto incriminando o jovem goleiro Thiago e o zagueiro Bressan pela derrota por 3 a 2 diante do Palmeiras, sábado, em SP, melhor parar a leitura por aqui. 

Os dois erraram? Sim. Erraram como muitos outros em vários lances. O problema é que um goleiro quando erra normalmente é gol do adversário. Vale quase o mesmo para o zagueiro. 

Irritado com o gol sofrido, o torcedor em geral costuma ignorar completamente o outro lado. Despreza o fato de que talvez – apenas isso, talvez – o adversário tenha feito uma bela jogada, seja o drible, o lançamento, o cruzamento, a conclusão perfeita. Foi, aliás, o que fez o Palmeiras em todos os seus gols, mostrou muita qualidade na construção e no acabamento.

Então, eu não vou sair por aí pregando a degola desses dois jogadores, até porque considero isso uma profunda injustiça.

Eu também fiquei irritado quando Thiago – que muita gente queria como titular dizendo até que o Grêmio poderia negociar Grohe – saiu mal no primeiro gol. Ele vacilou uma fração de segundo e perdeu o tempo da bola, chegando tarde para evitar o cabeceio do zagueiro Vitor Hugo.

Em outros lances, Thiago foi decisivo, fazendo defesas difíceis. Mas isso não é lembrado pelos caçadores de culpados. 

Os mesmos que exigem a cabeça de Thiago – detonando o patrimônio do clube – costumam repetir que o titular da seleção brasileira também sai muito mal da goleira. Com um pouquinho menos de paixão e achômetro, não será difícil perceber que a grande maioria dos goleiros daqui e e da China saem mal nessas bolas alçadas com peso e no meio do caminho entre o goleiro e o atacante, tendo ainda um monte de gente disputando essa mesma bola ou simplesmente jogando o corpo para um dificultar o trabalho do outro.

No segundo gol, um cabeceio forte do atacante Barrios, que recebeu uma bola na medida para o seu cabeceio, às costas de Bressan. Mas onde estava o lateral-direito nesse lance?

Questão de desentrosamento. É complicado jogar com um sistema defensivo – goleiro, zaga e volantes – muito desfalcado. Thiago, Bressan, Lucas Ramon e Moisés, todos eles jogadores médios e/ou em afirmação.

Nessa condição, é inevitável que ocorram problemas de posicionamento e de entrosamento (um deixa pro outro, por exemplo). Tinha reservas demais, e disso se aproveitou o Palmeiras, que tem o melhor ataque do campeonato. Quer dizer, uma defesa desfalcada contra o ataque mais eficiente.

Houve, ainda, o gol do ótimo Rafael Marques, após falha na saída de bola de um dos titulares. Erazo deu uma bola curta, enforcada, para o pobre do Moisés, e acabou armando um ataque mortal.

Atribuo tudo isso ao excesso de reservas no mesmo setor, o que acaba determinando problemas táticos e individuais. Quem jogou ou joga futebol sabe o quanto é importante ter confiança no companheiro que está ao seu lado, principalmente entre os dois zagueiros e o goleiro.

O lado bom do jogo foi Luan, que brilhou em meio ao pânico estabelecido no sistema defensivo.

Se serve como consolo, não tenho dúvida de que o Grêmio com Geromel e Grohe teria vencido o Palmeiras.

Agora, como se sabe, num campeonato longo como o Brasileirão é preciso grupo, e grupo com qualidade também nas peças de reposição.

É por isso que nunca acreditei que o Grêmio pudesse disputar o título. O Grêmio superou minhas expectativas mais otimistas.

A RODADA

O Corinthians, que bateu o Santos em grande jogo, é o virtual campeão. Apenas o Atlético Mineiro ainda ameaça. O Atlético, com Victor sensacional, bateu o Flamengo, que andava se assanhando e caiu na realidade. 

O Grêmio perdeu para um adversário direto na luta por vaga no G-3. O Palmeiras aproveitou-se do time desfalcado do tricolor e venceu o jogo de seis pontos. Está a quatro pontos do Grêmio.

O negócio agora é tentar garantir ao menos o G-4 e focar muito na Copa do Brasil. O problema ainda é que o Fluminense vem com técnico novo. Saiu o ‘estudioso’ Enderson. Teve gente que defendeu sua contratação pelo Grêmio não faz muito. Futebol é mesmo dinâmico.

Enquanto isso, o Inter mantém sua instabilidade. Conseguiu ficar apenas no empate com o Figueirense em pleno Beira-Rio. E olha que por pouco não perdeu.

Já prevejo balanço de fim de ano na imprensa contabilizando os pontos perdidos pelo Inter em jogos ‘vencíveis’. É sempre assim, porque o Brasileirão é assim. Os pequenos sempre surpreendendo aqui e ali.

Apesar do empate, o Inter segue na disputa do G-4.

Jogar sempre pelos 3 pontos, na Arena ou na Lua

As ‘verdades definitivas’ do futebol não resistem, muitas vezes, à próxima rodada.

Vejamos o São Paulo, que saiu da Arena endeusado, elogiado por ter uma grande equipe, e com um técnico que havia dado ‘um nó tático’ em Roger.

Quem acompanha minimamente o SP do colombiano Juan Osorio sabe que o time não é tudo isso. Osorio, muito menos, é um treinador em que se possa apostar muitas fichas. Na verdade, duvido que o ‘treinador que superou Roger’ dure muito tempo.

Depois da vitória sobre o Grêmio, obtida muito mais pelos próprios erros do Grêmio não por virtudes do adversário, eis que na rodada seguinte o festejado – pela mídia gaúcha e alguns torcedores distraídos – São Paulo sucumbiu em casa diante da Chapecoense, agora treinada por Guto.

Terá Guto aplicado um ‘nó tático’ no SP, ou o SP, a exemplo do Grêmio, teve aquele dia ‘não’, em que tudo tudo dá errado?

O fato é que o São Paulo foi vaiado ainda no intervalo e o técnico Osorio deu entrevista criticando as torcidas brasileiras, comparando-as com as europeias. Uma comparação despropositada, sinal de alguém que está sentindo a batata assar. Desespero mesmo.

Outro que vinha sendo festejado é o Flamengo. Levou um laço do Coritiba diante de 70 mil eufóricos e deslumbrados flamenguistas. E tudo começou com um pênalti cometido com a mão por Pará. Gol de Kleber. É da vida, é do futebol.

SP e Flamengo patinaram, permitindo a aproximação do pelotão de trás e se distanciando do Grêmio, que é o que interessa. O Grêmio está cada vez mais consolidado como dono de uma das vagas à Libertadores. 

Por isso, cresce em importância o jogo contra o Palmeiras, outro clube que busca essa vaga, mas sem qualquer esperança de título, diferente do Grêmio, que ainda pode sonhar, e sonhar não custa nada como dizem meus amigos gremistas que não deixam o ‘fusquinha dos que seguem acreditando em título no Brasileirão’.

Depois da alentadora vitória sobre o Atlético Paranaense, em Curitiba, o empate neste sábado em SP não deixa de ser um bom resultado, ainda mais se vier acompanhado de outros resultados favoráveis.

Mas, ainda que o RW me coloque no grupo dos sindicalistas de ‘um pontinho só’, quero dizer que esse Grêmio do Roger, mesmo com desfalques importantes, tem potencial para jogar SEMPRE pelos três pontos.

Seja na Arena, seja na Lua.

GAÚCHO DA COPA

Pior que a ridícula decisão de não fazer um minuto de silêncio a esse personagem mundial é a defesa que alguns setores fazem desse desatino juvenil de um dirigente colorado.

A posição do presidente da FGF, como não poderia ser diferente vindo de quem vem, é deplorável.

Foi um erro, assuma-se o erro, e que se tente minimizar o estrago com uma homenagem no jogo contra o Figueirense.

O Gaúcho da Copa era gremista, mas era antes de tudo um mascate de nossas tradições, de nossa cultura, do nosso futebol, e isso inclui o próprio Inter.

Grêmio vence fora e consolida posição no G-3

Enfrentar o Atlético Paranaense é sempre complicado, principalmente em Curitiba. Por isso, a vitória por 2 a 1 deve ser saudada, comemorada com entusiasmo. Com os três pontos, o Grêmio consolida sua posição no G-3, frustrando os urubus que estavam e continuam na tocaia.

O mesmo ataque inoperante dos últimos jogos teve aproveitamento de quase 100 por cento. Não que isso signifique mais qualidade na conclusão.

O primeiro gol foi uma bola enfiada milimetricamente por Luan. Dougas recebeu livre e chutou colocado, telegrafado, na saída do goleiro. A bola, por sorte, desviou na ponta da chuteira do zagueiro e enganou o goleiro.

No segundo gol, Giuliano meteu uma bola perfeita para Luan, que invadiu a área e chutou com esse seu jeito de chutar. Outra vez a sorte ao lado do Grêmio, porque a conclusão foi imperfeita e a bola só entrou porque caprichosamente passou por baixo do corpo de Weverton.

Não importa, é gol igual. Está certo, mas esse tipo de finalização mostra que Roger Machado deve continuar treinando esse fundamento se quiser terminar a temporada comemorando não apenas vaga na Libertadores, o que, a bem da verdade, já é o bastante dentro do que se projetava a partir do Gauchão. Houve quem fizesse contagem regressiva de pontos que faltavam para escapar do rebaixamento.

Realmente, o quadro era assustador. Felizmente, apareceu Roger Machado, assim como última alternativa.

E Roger foi quase mágico. Com ele, o Grêmio cresceu. 

Agora, ele tem cometido alguns equívocos. Por exemplo, não dá pra entender começar os jogos com Fernandinho, não Pedro Rocha, este presente nas melhores atuações do Grêmio neste Brasileirão. Difícil de aceitar também a troca de Douglas por Bobô. Pedro Rocha ou Éverton seriam substituições mais adequadas, porque são jogadores velozes, ótimos para contra-ataques.

O fato é que o Atlético Paranaense passou os minutos finais, minutos intermináveis, pressionando em busca do empate, depois de ter descontado através de Evandro. O Grêmio resistiu do jeito que foi possível. Thiago, que havia substituído Grohe, lesionado, evitou o empate num chute do sempre perigoso Walter.

A rodada foi excelente para o Grêmio, que contou com as derrotas do Corinthians e do Atlético Mineiro, que levou quatro do Santos.

ANALISTAS DE ARBITRAGEM

Ouvi três emissoras de rádio. Todos que participavam da transmissão disseram que foi pênalti de Edinho. Foi um chute à queima-roupa. Edinho moveu os braços para proteger o rosto. A bola bateu nos braços usados como escudo. NÃO foi pênalti.

O comentarista da Sport TV, que não é da aldeia, disse que não foi pênalti.

Os luminares daqui viram pênalti contra o Grêmio.

INTER

Grande vitória do Inter sobre o líder do campeonato. Confesso que acreditava na vitória do Corinthians. Mas o Inter não se intimidou, foi pra cima e garantiu os 2 a 1. Cresce na competição.  

E cresce com o sempre contestado Paulão, autor da jogada típica de ponta no gol de Valdívia, quase no final.

No primeiro resultado negativo vão pedir a cabeça de Paulão.

RONALDINHO

Anderson Moreira ia bem no Fluminense. Aí, veio Ronaldinho. Tudo desandou. Anderson demitido. De novo.

Fred, que perdeu pênalti, e Ronaldinho, que estava no banco, continuam com seus salários garantidos.

Pedro Rocha tem estatística a seu favor

Grande contribuição do cornetadorw:

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2015/09/os-5-grandes-jogos.html

Pedro Rocha tem os seus defeitos, o principal é a conclusão. No mais, ele encaixou plenamente na proposta de futebol do técnico Roger. Dá uma contribuição tática valiosa, além de alguns lances individuais importantes.

É um atacante que contribui na marcação pelo lado esquerdo. De posse da bola, é ousado e vai pra cima. Tem a vantagem de sair pela esquerda, junto à lateral, como em diagonal, criando boas opções para Luan e Douglas.

Os dados apresentados no link acima indicam que com Pedro Rocha o Grêmio fez suas melhores partidas. Por isso, é difícil entender a preferência de Roger Machado por Fernandinho.

Eu já havia escrito aqui que Fernandinho é o tipo do jogador extremamente útil entrando no decorrer do jogo, no segundo tempo de preferência. Ele dá um calor na marcação e faz boas jogadas. Para começar o jogo, melhor é com Pedro Rocha.

 

Bobô, por enquanto, é outro que só deve entrar em determinadas condições, até que prove ter condições de dar contribuição diferenciada nesse esquema atual do time, em que prevalece o toque de bola e com poucas jogadas pelo alto.

Éverton, outro guri da base, começa a despontar, e merece ser olhado com atenção. Nunca pode ser preterido ao Vitinho, por exemplo, erro cometido por Roger dias desses.

Sim, Roger também erra. Tem um crédito imenso, mas ele também pode cometer equívocos. Ou não?

Um deles, como indicam os números apresentados no cornetadorw, é deixar Pedro Rocha esfregando o banco.

ARBITRAGEM

De repente, vejo gremistas ilustres afirmando, e repetindo, que a derrota do Grêmio não passou pela arbitragem. Não vou nem repetir os erros do juiz em favor do São Paulo. O Grêmio não jogou bem, mas não teria perdido se a arbitragem fosse mais neutra.

Luan, por exemplo, levou um pontapé por trás de um jogador irritado por levar um drible. A meu ver poderia até ser expulso, porque não visou a bola e bateu por trás. Não levou nem o amarelo. Minutos depois, Edinho acertou um adversário por trás, também com um pontapé. Levou cartão amarelo.

O que estaria por trás de opiniões tão surpreendentes em favor do juiz? As de origem vermelha eu entendo. Já as emitidas por gremistas…   

INTER

O técnico Argel com duas vitórias seguidas calou um coro que andava se formando contra ele. Aquilo que antes era virtude, a inquietude do técnico à beira do campo, o tipo ‘sanguineo’, já começava a tornar-se defeito.

Algo assim: é um técnico agitado demais, enerva e perturba os próprios jogadores. Precisa transmitir tranquilidade e por aí vai.

Dependendo do que ocorrer no Beira-Rio nesta quarta esse discurso volta com mais intensidade.

PREMIAÇÃO

O presidente Romildo Bolzan mostra que não brinca em serviço. Decidiu reforçar a premiação dos jogadores. Agora, a cada três rodadas no G-4, a rapaziada vai embolsar uma quantia interessante nesses tempos de inflação galopante.

É o Grêmio determinado a conquistar uma vaga na Libertadores.

Espero a mesma determinação na briga por um título, unzinho só: o da Copa do Brasil.

Grêmio tem seu dia ‘não’ e perde na Arena

Sabe aquele dia ‘não’? O cara acorda mais tarde porque o celular ficou sem bateria e não despertou; vai tomar um café na corrida e falta gás; pega o carro com pressa porque tem uma reunião importante, e aí percebe que tem um pneu furado…

O Grêmio teve um dia ‘não’.

A começar pela arbitragem do sr Meira Ricci. Ele contribuiu para a vitória do São Paulo, que, apesar da atuação modesta do Grêmio, não poderia sair da Arena com os 3 pontos. Num dia normal do Grêmio, era para golear.

O fato é que desde os primeiros minutos o Grêmio se mostrou confuso, disperso, passes errados em profusão. Depois, as coisas foram se ajeitando, mas sempre com muito erro de passe. Sei que lá pela metade do segundo tempo, eram 40 passes errados contra 20 do São Paulo.

Em alguns jogos, houve dificuldade para eleger o melhor do time, porque quase todos haviam atuado em alto nível. Neste domingo de sol radiante e com mais de 45 mil torcedores na Arena, é possível afirmar que nenhum jogador manteve padrão elevado.

O resultado é a primeira derrota na Arena neste Brasileirão. Está certo que o placar foi injusto. O Grêmio mereceu pelo menos um empate, mesmo com uma atuação apenas razoável. Mas neste jogo em especial o Grêmio errou nos três setores, sempre com destaque para um problema que se acentua contra adversários que se fecham muito e tem qualidade para explorar contra-ataques mortais, caso do SP.

Comecemos pela defesa. Erazo estava irreconhecível. Logo no começo deu uma entregada inaceitável. E está aqui alguém que desde o primeiro jogo elogia esse zagueiro. Mais adiante, no gol de Pato, entrou com o pé esquerdo frouxo na dividida com o atacante, que aí ajeitou para fazer 1 a 0.

Os laterais não chegaram a comprometer, mas não foram bem. No segundo gol, quase no final, Galhardo errou na disputa com Rogério. Mas ali era um lance de cobertura, de desespero para salvar. Não merece ser crucificado. 

O jovem Thiery deu uma vacilada feia logo de saída e errou alguns passes na saída de jogo, mas depois firmou-se num patamar aceitável. É preciso considerar ainda que ele e Erazo foram uma dupla nova, sem entrosamento.

Ah, mas em cada bola na área do Grêmio ficou nítida a falta de Geromel. Faltou também a presença tranquilizadora de Grohe, embora o estreante Bruno Grassi não tenha comprometido. Grohe transmite segurança à zaga, coisa que um novato, por melhor que seja, não consegue tão rapidamente.

Os volantes Edinho e Wallace foram os melhores do time. Uma ou outra vacilada, mas foram os que mais acertaram.

Do meio para a frente entre mortos e feridos ninguém se salvou.

Elejo Douglas o pior. Ele vive um grande momento, mas contra o SP errou demais. Sem contar que o técnico Roger precisa se impor e não deixar que esse cidadão cobre faltas próximas da área quando Luan e/ou Wallace estiverem em campo.

Pois foi de uma cobrança de Douglas que saiu o contra-ataque puxado por Alexandre Pato (o nome do jogo) e concluído por ele, Pato.

Douglas não é e não pode ser o dono do time!

Outro que abusou de errar foi Luan, mais distraído do que nunca. Giuliano combativo como sempre, o melhorzinho do setor.

 

Depois, tem o Fernandinho. Fez um bom primeiro tempo, mas de seus lances individuais quase não acontece nada, a não ser uma bola afastada de área. Mesmo assim, incomodou e preocupou a marcação. Logo após o gol de Pato, Fernandinho perdeu boa chance ao receber uma bola milimétrica enfiada por Luan, num de seus raros acertos. Penso que Éverton ou Pedro Rocha teriam chegado melhor no lance.

No segundo tempo, aos 11 minutos, Fernandinho sofreu falta na risca da grande área. Talvez dentro da área. O juiz, a 3 passos do lance, mandou a jogada seguir com a maior cara-de-pau. Houve um lance de chute por trás em Luan, que o juiz ignorou.  

Roger tentou dar mais poder de fogo ao ataque ao colocar Bobô no lugar de Fernandinho. Não adiantou muito.

O melhor lance de Bobô no jogo foi um chute no vazio numa bola rolada da linha de fundo. O erro – ou teria sido uma jogada genial do centroavante flexível? – beneficou Éverton, que mandou para a rede, descontando e dando novo ânimo ao time nos minutos finais. Pedro Rocha foi outro que entrou muito bem.

Minha conclusão é simples e objetiva: sempre que for sacar Fernandinho, Roger deve colocar um desses três jogadores, pela ordem: Pedro Rocha (que pra mim é titular) e Éverton. Em terceiro, Mamute ou Bobô.

Com a derrota e a vitória do Corinthians, pra variar, penso que ninguém mais acredite que o Grêmio possa disputar o título.

Portanto, o negócio é garantir vaga no G-3 e apostar todas as fichas na Copa do Brasil.

Resumindo o que venho dizendo há horas.

Luan volta e Lincoln fica à disposição

Depois de conquistar o título da Suwon Cup, na Coréia do Sul, na condição de capitão do time, Lincoln volta com moral elevado.

O guri tem apenas 17 anos. Em princípio, ele será observado na equipe de transição, mas abrindo uma brecha, seja por lesão ou suspensão, ele terá nova oportunidade na equipe de cima. Não tenho dúvida. 

Enquanto isso, o técnico Roger não descarta começar o jogo contra o São Paulo, com Bobô de titular.

O time ideal, no momento, tem Luan centralizado e Pedro Rocha jogando pela lado esquerdo, com Giuliano caindo pela direita. Mudar essa formatação só mesmo em caso de lesão ou ainda se Bobô entrar e realmente mostrar mais futebol do que mostrou até agora.

Parece que Roger vai começar com Fernandinho, não com P. Rocha. Não muda grande coisa, mas acho que o guri merece a titularidade. Só precisa treinar mais finalizações, assim como outros do time.

O problema mesmo é que neste domingo o Grêmio não terá o zagueiraço Geromel, lesionado. Ele fica fora mais uns dois ou três jogos. Menos mal que Thiery entrou bem, apesar do desentrosamento e da falta de ritmo.

Maicon, também lesionado, fica mais um jogo fora. 

Luan, ao menos, está confirmado. É jogo pra somar três pontos em cima do São Paulo, que faz um campeonato muito instável.