Para um clube ‘sem grupo’, fazer 2 a 0 no embalado Figueirense no Orlando Scarpelli é uma vitória e tanto. São três pontos numa rodada em que os principais adversários na luta por vaga no G-4 patinaram, o que dá tranquilidade para seguir pensando no título da Copa do Brasil.
É claro que todo cuidado é pouco. Domingo tem o Goiás, na Arena. O Goiás sempre foi um pedra no sapato tricolor. Será preciso vencer de novo porque os adversários seguintes são Corinthians e São Paulo.
O importante é que o Grêmio venceu, somou três pontos, e reforçou o sonho de alguns gremistas que ainda acreditam em título no Brasileirão, até agora amplamente dominado pelo Corinthians, com uma ou outra ‘mãozinha humana’ de seus amigos de preto.
O Grêmio teve a felicidade de marcar logo no começo do jogo. E foi um gol raro: nascido de cobrança de escanteio, batido por Maxi Rodrigues – de boa atuação -, e com cabeceio de Bobô, que precisou se jogar ao chão para cabecear uma bola que caiu bem no centro da área, onde normalmente o congestionamento é de trânsito de final de tarde. Bobô estava sozinho, abriu-se um clarão para ele fazer seu primeiro gol com a camisa tricolor.
O centroavante aipim flexível – por que ele se movimenta muito na frente – teve participou também no segundo gol, com um excelente passe para Pedro Rocha mandar para a rede com categoria.
O time gremista ganhou pelo ótimo posicionamento defensivo, forte marcação no meio e velocidade na frente. O Figueira dominou, criou algumas situações e até levou perigo, mas esbarrou no goleiro Thiago.
Agora, ninguém no jogo foi melhor que Geromel. Domingo, na Arena, eu vi um show de Geromel. Ao vivo, no campo, sempre se pode fazer uma avaliação melhor. Pois Geromel me deixou muito impressionado. Eu gosto dele desde a estreia, mas agora estou entusiasmado. É zagueiro de seleção, que o Dunga não me leia.
Contra o Figueira, ele foi melhor. Foi eleito inclusive pelos profissionais das emissoras de rádio.
É o tipo de zagueiro que consagra companheiro. Saiu Rodolpho, saiu Erazo e agora Bressan. Com todos eles, Geromel foi bem. E seus companheiros também cresceram com ele. Está aí uma das razões para a bela campanha gremista.
Por fim, quem como eu que sempre escrevi que o Grêmio não tinha grupo para enfrentar um Brasileirão mantendo alto nível de desempenho, eis que os fatos estão desmentindo a tese.
Pelo visto, o Grêmio tem grupo. Pode não ser o melhor, mas não perde para nenhum outro participante do Brasileirão.