Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade, já ensinava Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Hitler.
Eu só faço um reparo nessa frase plena de sabedoria, ainda mais nessa época em que a (des) informação se alastra como fogo no capim seco das redes sociais: não é necessária tanta repetição.
Por isso, antes que vire verdade dois boatos que andam circulando, declaro:
– o Grêmio não fixou teto salarial, nem em R$ 160 mil, nem em R$ 200 mil, números que foram divulgados irresponsavelmente nos últimos dias. Irresponsável porque se trata de um absurdo. Fosse verdade, o que o Grêmio faria se lhe fosse oferecido Lucas Lima por 500 mil mensais? Rejeitaria porque há um teto ridículo, incabível no futebol? Claro que não. Portanto, vamos parar com essa lorota, porque revela no mínimo o amadorismo de quem a divulga. Nem cogito de haver má intenção na divulgação dessa bobagem.
– tem gente usando espaço na mídia para afirmar que a direção do Grêmio procura jogadores para algumas posições. Qualquer observador de futebol sabe que o Grêmio tem carência em algumas posições. Então, a partir da observação, pode-se deduzir que o clube realmente pesquisa no mercado nomes que possam acrescentar qualidade ao time. Mas daí a dizer que a direção passou essa ‘informação’ vai uma larga distância. Fico preocupado porque esse tipo de desinformação -com ares de informação passada por algum dirigente barriga fria – chega aos ouvidos dos atuais titulares, que podem ficar incomodados, resultando daí, talvez, revolta e/ou instabilidade emocional, com reflexo em seu rendimento na reta final do Brasileirão. Quem ganha com isso?
Vale o mesmo para o Inter. A direção diz que Argel fica em 2016. É um dirigente que veio a público afirmar isso. Ninguém acredita, claro, mas é a posição oficial do clube. O que não impediu que toda a mídia gaúcha fosse atrás de Muricy Ramalho, nome prioritário no começo do ano e também depois da queda de Aguirre. Ouvi Muricy dizer o seguinte, ontem, numa emissora de rádio:
– Olha, não me lembro de ter dado tanta entrevista num só dia como agora.
Apesar da posição oficial do clube, de que Argel fica seja qual for o resultado final no Brasileirão (acho que ninguém acredita nisso, mas é a palavra oficial e ela deve ser considerada), a realidade é que a imprensa já especula até valores. Muricy estaria pedindo – numa suposta negociação já iniciada – nada menos do que 900 mil reais por mês. Um absurdo, mas ele não quer ficar abaixo de D’Alessandro e Alex, por exemplo. O Inter estaria oferecendo uns 600 mil reais. Números absurdos para a nova realidade da economia brasileira e do futebol verde-amarelo.
Concluo dizendo que é importante, e ético, separar o que é informação do que é especulação, muitas vezes até fundamentada em alguma informação passada nos bastidores. Atribuir a uma especulação ares de informação é um ato que fere o bom jornalismo, e em nada dignifica a prática, pelo contrário.