Diferente de muitos torcedores, estou gostando do jeito como o presidente Romildo Bolzan e seus companheiros de diretoria estão conduzindo o Grêmio.
Sei que há muita ansiedade em relação ao time que será montado para disputar pau a pau pelo título. Vale o mesmo para a questão da Arena.
Em ambas as situações é preciso paciência, cautela e nervos de aço.
Os dirigentes, que não passam de torcedores com cargo, também gostariam de solucionar muita coisa, anunciar um acordo com a empreiteira e dar um ponto final (feliz) nessa novela que se arrasta de forma modorrenta como o impeachment da presidente da República, e anunciar também contratações de jogadores de exceção, capazes de agregar qualidade ao time.
Mas a grana é curta e o mercado competitivo, ainda mais com a chegada dos chineses. Ficou tudo inflacionado, mais até do que lata de cerveja no auge do verão.
Ao mesmo tempo, é preciso qualificar o time logo, porque a Libertadores está logo ali adiante. É um dilema.
Eu me coloco no lugar dos dirigentes e, sem esforço, entendo a difícil situação em que se encontram.
Seria muito fácil sair por aí gastando um dinheiro que não está nos cofres nem no ponto futuro, como diria um técnico já falecido.
Não faz muito, tivemos um exemplo da ansiedade por contratações para voltar a conquistar um grande título. O então presidente Fábio Koff, atendendo clamor da torcida, manteve o técnico Vanderlei Luxemburgo, de remuneração elevada e métodos que me desagradam, e gastou muito dinheiro contratando para vencer uma Libertadores.
A pressa é inimiga da perfeição. O apressado come cru.
O resultado foi o clube ainda mais endividado, na penúria mesmo, e eliminação prematura.
Sinceramente, não me importo em desperdiçar outra oportunidade de chegar ao tri da Libertadores.
Prefiro perder a ver o clube se afundando financeiramente.
Até porque gastar em contratações milionárias não garante absolutamente nada. Ou melhor, garante um clube com orçamento comprometido.
Então, estou com a direção. Vejo seriedade e inteligência no trabalho que está sendo desenvolvido. Algumas coisas me inquietam, me preocupam mesmo, mas no geral o caminho é esse, um passo atrás do outro, com segurança e firmeza.
Gosto também da insistência com Henrique. É o tipo de jogador que falta ao time, uma liderança ativa, positiva, capaz de injetar sangue nos olhos dos companheiros até no decorrer do jogo.
O Grêmio não tem esse jogador. Por isso, vale o esforço. Não duvido que Henrique seja contratado tamanha é a convicção da direção e sua determinação.
É assim que se começa a montar um time vitorioso, mesmo sem dinheiro: com convicção e clareza de ideias sobre futebol.
Posso estar enganado, mas vejo isso no Grêmio.
É com esse sentimento de otimismo que me despeço dos amigos, desejando a todos um feliz 2016 e pelo menos um grande título.
ASTROLOGIA
Recordar é viver:
Muitos já conhecem essa história, mas vale a pena repetir.
Durante uns 15 anos publiquei no Correio do Povo, sempre na virada de cada ano, previsões do astrólogo Bruno Vasconcelos sobre a dupla Gre-Nal.
Nesse período ocorreram muitos acertos incríveis. Está na coleção do CP, é só conferir.
Um deles foi na virada 2004/2005. Bruno afirmou que o Inter estava começando a reviver a vitoriosa década de 70, que, como todos sabem, foi um período trágico para os gremistas. Eu e o RW nos consideramos sobreviventes desses anos de chumbo. Bem, o Inter ganhou a Libertadores duas vezes e um mundial, fora o Brasileirão do chororô, o de 2005.
Bruno previu, ainda, que o Grêmio estava entrando num longo período de indigência de títulos. Garantiu que antes de 2015 ou 2016 o Grêmio não ganharia nada de significativo.
Fiquei tão espantado e incrédulo que decidi poupar meu amigo do ridículo e não publiquei a previsão sobre o período de vacas magras do tricolor. Mas nunca a esqueci, e já escrevi sobre elas algumas vezes.
O ano de 2015 já passou. Resta o ano que está começando…