A grande lição do 1º tempo em Caxias

O melhor do jogo ontem em Caxias foi a lição que o técnico Roger pode tirar do que aconteceu, e o que aconteceu a imensa maioria dos gremistas já antecipava: um trio de volantes para enfrentar o Brasil na abertura de um Gauchão é uma demasia.

Pra quem prepara um time para disputar a Libertadores não é apenas uma demasia, é uma perda lamentável de tempo. É também um conceito de futebol que não combina com o Roger que conhecemos após a saída de Felipão.

Esse jogo contra o Brasil, pra mim é quase um jogo-treino já que o foco, o objetivo, a obsessão de todos os gremistas que eu conheço, é vencer a Libertadores. Não disputar, vencer, pra ficar bem claro.

Era mais uma oportunidade para testar alternativas, novas possibilidades. Essa de escalar Edinho quase que como um meia é o que eu chamo de invenção. Roger deve ter seus motivos, porque se trata de um treinador capacitado. Mas é um treinador, e os treinadores costumam fazer dessas coisas. Lembro aqui o RG, o Douglas Costa, o Anderson, entre outros. 

São treinadorices que eles costumam impor a nós ‘leigos’.

O mais razoável, o mais sensato e mais útil seria começar um dos guris para compor a linha meia-atacante.

Lincoln seria o mais indicado. Talvez o Tontini, ou mesmo o Pedro Rocha, que acabou entrando no intervalo, numa correção de rumo de Roger.

O guri entrou no lugar de Edinho, que até foi bem dentro de suas limitações técnicas e táticas.

O primeiro tempo, então, provou o que a gente já sabia: o papel de Giuliano não pode ser exercido por um volante.

Espero que Roger tenha se convencido disso. Mas desconfio que não. Roger, lembrando, colocou Ramiro no lugar de Giuliano; Ramiro lesionou-se e ele colocou Moisés; e agora veio com Edinho pra cima de mim. Três volantes em sequência. Temo que ele possa insistir. Portanto, o negócio é torcer para que Giuliano esteja em plenas condições de enfrentar o Toluca.

Sem Edinho e com Pedro Rocha o Grêmio foi outro time. Até ali apenas Luan e Maicon – mesmo batendo cabeça com Edinho – jogavam realmente bem. Luan, inclusive, marcando o gol de empate após jogada com Maicon, este um volante inteligente e de boa técnica.

Luan ficou ainda melhor no segundo tempo. Aos 2 minutos, ele cruzou na medida para Everton fazer 2 a 1. Foi uma bela jogada de Luan. Grande jogada também foi a de Maicon, que encontrou Pedro Rocha livre para afundar a rede com um chute que foi uma execução do goleiro Martini.

COTAÇÃO

Grohe vacilou no gol do Brasil. Mas pior foi o sistema defensivo como um todo. O atacante fazer o gol com os pés dentro da pequena área numa cobrança de escanteio é uma várzea. Wallace ficou parado, olhando. 

Wallace Oliveira mostrou bom futebol. Leva jeito pra animador de auditório também. É um jogador com potencial pra crescer e se afirmar.

Geromel muito bem. 

Kadu bem na marcação, com direito a uma grande jogada ofensiva, que deixou Pedro Rocha em condições de ampliar.

Marcelo Oliveira, alguns grandes lances de ataque. Eficiente na marcação.

Wallace eficiente como sempre.

Maicon deu duas ótimas assistências. Ainda não está 100% fisicamente, mas ainda assim foi mais competente que Douglas na hora de colocar o atacante na cara do gol.

Douglas joga em outro ritmo. Está em outra ‘vibe’. Difícil entender por que Roger não colocou Lincoln na metade do segundo tempo. 

Éverton é um bom atacante, já mostrou isso. É boa alternativa para um titular que ainda não existe no clube.

Luan o melhor do time.

Pedro Rocha entrou bem, movimentação intensa. Boa alternativa, nada além disso.

Moisés de futebol discreto, mas aplicado. Jogador de grupo.

Ah, já ia esquecendo. Tem o Bobô que… Melhor esquecer.