Nunca fui de me empolgar com vitórias e títulos conquistados pelas categorias de base. Tampouco faço terra arrasada quando um time de guris é derrotado, como aconteceu com o Grêmio na Copa SP diante do forte time do Ituano, por 3 a 0.
Claro, acho legal vencer. Dizem que erguer taças ajuda a formar o tal ‘espírito de vencedor’, embora eu não tenha convicção sobre o que isso significa exatamente. Na verdade, sei de inúmeras gerações que venceram na base, com vários de seus integrantes com cadeira cativa em seleções sub isso e sub aquilo, e hoje estão por aí trabalhando em bancos, lojas, etc.
Então, não sei se existe mesmo o tal espírito vencedor. Vai muito de cada um assimilar um tropeço e entender uma vitória. Lembro do Lúcio, o zagueiro que foi contratado pelo Inter depois de sofrer uma goleada estrondosa defendendo o glorioso Planaltina, isso lá em meados dos anos 90.
Caberá a cada jogador desse time meio que improvisado – e desfalcado – assimilar a eliminação na Copa SP e tirar desse tropeço uma lição. É preciso que todos entendam, também, que estão num funil. A maioria deles fará no máximo uma carreira mediana. Essa afirmação vale para os vencedores do jogo em Itu, e todas as outras equipes. É uma questão estatística.
É por isso que realmente encaro vitórias e derrotas na base com serenidade. O time vencedor, em média, vai revelar tantos jogadores quanto o time derrotado.
O importante é saber trabalhar bem esses jogadores da base para que eles possam dar uma resposta realmente positiva, entusiasmadora.
Tanto faz se o time voltou mais cedo de uma competição, ou se chegou à final e conquistou um título.
É mais ou menos como pegar o diploma no curso de graduação. O diploma está na mão, mas é só o começo.
Agora é que o jogo realmente vai começar.