O jogo de verdade começa depois da base

Nunca fui de me empolgar com vitórias e títulos conquistados pelas categorias de base. Tampouco faço terra arrasada quando um time de guris é derrotado, como aconteceu com o Grêmio na Copa SP diante do forte time do Ituano, por 3 a 0.

Claro, acho legal vencer. Dizem que erguer taças ajuda a formar o tal ‘espírito de vencedor’, embora eu não tenha convicção sobre o que isso significa exatamente. Na verdade, sei de inúmeras gerações que venceram na base, com vários de seus integrantes com cadeira cativa em seleções sub isso e sub aquilo, e hoje estão por aí trabalhando em bancos, lojas, etc.

Então, não sei se existe mesmo o tal espírito vencedor. Vai muito de cada um assimilar um tropeço e entender uma vitória. Lembro do Lúcio, o zagueiro que foi contratado pelo Inter depois de sofrer uma goleada estrondosa defendendo o glorioso Planaltina, isso lá em meados dos anos 90.

Caberá a cada jogador desse time meio que improvisado – e desfalcado – assimilar a eliminação na Copa SP e tirar desse tropeço uma lição. É preciso que todos entendam, também, que estão num funil. A maioria deles fará no máximo uma carreira mediana. Essa afirmação vale para os vencedores do jogo em Itu, e todas as outras equipes. É uma questão estatística.

É por isso que realmente encaro vitórias e derrotas na base com serenidade. O time vencedor, em média, vai revelar tantos jogadores quanto o time derrotado. 

O importante é saber trabalhar bem esses jogadores da base para que eles possam dar uma resposta realmente positiva, entusiasmadora.

Tanto faz se o time voltou mais cedo de uma competição, ou se chegou à final e conquistou um título.

É mais ou menos como pegar o diploma no curso de graduação. O diploma está na mão, mas é só o começo.

Agora é que o jogo realmente vai começar. 

Destaques da Copa SP

Assisti a apenas alguns minutos dos dois últimos jogos do Grêmio na Copa São Paulo júnior. Vi alguns jogadores com potencial. Todos já citados em comentários de parceiros aqui do Boteco.

Mas um jogador em especial chamou minha atenção. Estou me referindo ao Luan, atacante de área. Aliás, referido com entusiasmo pelo Alexandre Sanz no comentário que publico mais abaixo.

Ele foi decisivo na virada contra o forte time do Ituano (próximo adversário), quando sofreu um pênalti, que ele mesmo cobrou e converteu com serenidade, frieza de matador. Neste sábado, ele aproveitou um chute enviesado e apareceu entre os zagueiros para marcar na vitória, também de virada, contra o Desportivo Brasil, um time de empresários.

Portanto, Luan é o cara que eu, descontando a pequena amostragem, vejo com chances de ser aproveitado imediatamente no time principal.

CAIO

Caio é o nome do camisa 10 do Santos. A mística camisa 10 eternizada pelo Rei do Futebol, PELÉ!

Esse Caio joga muita bola. É um articulador de primeira grandeza. Lembra o Lucas Lima.

O problema é a companhia dele. O Santos conseguiu ser eliminado pelo Ceará.

Quem sabe o Grêmio não tenta sua contratação?

ANÁLISE DOS BOTEQUEIROS

Enquanto o patrono do Boteco, especialista em categorias de baixo, o Francisco Coelho, não comparece com um comentário sobre os 2 a 1 sobre o Desportivo Brasil, ficamos com Alexandre e Gabriel.

Alexandre Sanz:

“Grêmio classificou na Copinha, vi o jogo e não gostei do que vi, os laterais são muito fracos, na zaga o Santiago é bom mas o Jesus é um horror, gostei do Machado e do Nathan, mas ambos são bons na marcação, na hora de criar é muito barulho e pouco resultado, Jean Pyerre estava muito burocrático, Dionathã foi irregular, e a dupla Careca e Erik foram muito mal, gostei muito do Nikolas (desta vez assumiu o jogo, foi o melhor) e do Luan (fez gol, mais dois anulados e ainda deu uma bicicleta sensacional na trave) porquê estavam no banco??? Inexplicável, esse time do Grêmio tem seríssimos problemas de finalização, todos, menos o Luan não sabem finalizar uma jogada, seja no penúltimo como no último toque.

Tem jogadores que comprometem o time, Liverson, Jesus, Dartora simplesmente não conseguem dar sequência nas jogadas, ou erram bisonhamente causando contra ataques, agora este time já mostrou força de reação, mas realmente não tem como ser campeão, vamos ver até onde chega”.

Gabriel:

“Vi um pouco da partida, mas do que vi ninguém foi melhor que o Nicolás. Também chamou a atenção o centroavante Klaus, não lembro dele como titular, mas sempre metendo gols importantes. O de cabeça hoje e aproveitando um belo cruzamento foram mostras disso”.

O AMIGÃO NO RW

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2016/01/as-propriedades-do-amigao.html

FIM DO PRIVILÉGIO?

http://esportes.r7.com/blogs/cosme-rimoli/a-bilionaria-turner-com-seu-esporte-interativo-pressiona-e-globo-tem-de-recuar-para-nao-perder-o-campeonato-brasileiro-acabara-com-a-espanholizacao-chega-de-corinthians-e-flamengo-todos-os-dom-09012016/

A intrigante frase do sr Noveletto

O presidente da FGF hoje se superou: afirmou claramente que seca a Primeira Liga. Quem quiser ouvir essa declaração deplorável que escancara o desespero de um coronel do futebol ameaçado de ter seu poder reduzido pode acessar o blog cornetadorw. Está tudo ali. Ninguém inventou.

Mas a frase que mais chamou minha atenção em meio ao circo armado para o sr. Noveletto defender o Gauchão e atacar a Primeira Liga foi outra.

“Eu mandava na Sul-Americana… Mas meu amigo foi preso”, afirmou sem pudor. Certamente referia-se ao uruguaio Figueredo, que presidiu a Conmebol e hoje está ‘com restrição de liberdade’, pra usar um eufemismo tão em moda nesses tempos de Lava-Jato.

Essa amizade foi revelada com euforia tempos atrás pelo colunista Luiz Zini Pires, sempre muito bem informado.

Essa frase intrigante mexeu com minha imaginação. Pensei um punhado de coisas.

Alguém que mandava na Conmebol pode ter mexido alguns pauzinhos para que determinadas coisas acontecessem.

Ao ouvir a frase-confissão de um dirigente se vangloriando dessa forma pensei na hora no jogo Inter x Nacional, em 2006, pela Libertadores. Até o então presidente Fernando Carvalho admitiu que time foi beneficiado.

A imprensa uruguaia rugiu, mas não adiantou. confira:   http://esportes.terra.com.br/futebol/libertadores2006/interna/0,,OI990612-EI6358,00.html

O fato é que o sr Noveletto é no mínimo pé-quente quando se trata do seu clube do coração. Na sua gestão como presidente da FGF o Inter conquistou seus maiores títulos. E o Grêmio nada, nadinha. Até no Gauchão não deu ‘sorte’.

Não vai aí nenhuma insinuação. O futebol é marcado por coincidências.

Além do mais, a gente sabe que não há espaço pra sacanagem no futebol, como, por exemplo, compra de juiz, manipulação de resultado, gaveta de jogador, etc. 

Agora, o que eu sei de verdade é que está fazendo falta no futebol brasileiro e sul-americano um sujeito como Sérgio Moro.

 

Aí, talvez, as investigações avançassem sobre os feudos regionais do futebol brasileiro.

PERGUNTINHA 

Ah, se o amigo Figueredo não estivesse preso o que poderia acontecer?

De minha parte, eu aqui com minha imaginação em ebulição, acho que as chances do Grêmio na Libertadores aumentaram.

 

 

Argentino marqueteiro, quase uma redundância

Só pela reação de colorados que conheço eu me esforçaria para contratar Alán Ruiz. Os colorados, assim como D’Alessandro, não querem o meia argentino de volta ao Grêmio.

Ok, tem gremistas que não também não querem Alán Ruiz. Mas são poucos. Nenhum deles, por certo, estava na Arena naquele Gre-Nal dos 4 a 1, em que Ruiz encarou o ídolo vermelho e ainda fez dois gols, um deles primor de técnica e força. 

Faz tempo que um dos critérios que uso para saber o que é bom ou ruim para o Grêmio é verificar o que dizem por aí meus amigos colorados. Eles funcionam como bússola.

É claro que não me limito a isso, mas já é um começo.

Bem, a favor de Alán Ruiz, então, o fato de ele preocupar os colorados. A favor, também, o fato de que ele não cansa de se oferecer para voltar à Arena.

A última contra ele é de que não passa de marqueteiro. Curioso, todo jogador que demonstra um certo carinho pelo Grêmio é considerado marqueteiro. Lembro do André Lima, apontado como marqueteiro até por alguns gremistas que caem nessa esparrela. O fato é que André Lima gosta do Grêmio, mas, evidente, é profissional. Vale o mesmo para Ruiz.

Nenhum deles trabalharia de graça no Grêmio.

Nem mesmo o marqueteiro Barcos, este sim um sujeito que sabe trabalhar sua imagem. Tanto que tem gente que o considera um grande centroavante.

Outro marqueteiro de primeira grandeza: D’Alessandro. Este talvez o maior marqueteiro que surgiu no futebol gaúcho em todos os tempos. Mas é um marqueteiro que joga (jogava) bola, e que marcou seu nome por aqui.

Não há problema em ser marqueteiro, desde que corresponda em campo. Não é o caso de Barcos.

Voltando ao Alán Ruiz, que, entraria fácil na minha lista de meias para o Grêmio. Há melhores que ele, sem dúvida, mas desses melhores quantos estão ao alcance do Grêmio, um clube com reduzida capacidade de investimento fruto, principalmente, do contrato mal feito com a empreiteira para erguer a monumental Arena?

Jogadores como Alán Ruiz são raros. 

Penso que vale investir nele mais uma vez. Quem contratou Vitinho contrata Alán Ruiz de olhos vendados. 

Agora, dentro de padrões salariais compatíveis à realidade do clube e ao tamanho do futebol do argentino, que até hoje não se afirmou em lugar algum.

Conclusão: defendo a contratação de Alán Ruiz – mas mantendo a busca de um meia titular para o lugar de Douglas – como uma aposta com chance de dar certo na Libertadores.

Na pior das hipóteses será mais um argentino marqueteiro na praça.