Mais uma vez o Grêmio foi superior quase todo o tempo, e mais uma vez penou, e por detalhe não saiu de campo com um resultado negativo diante do Glória, que acabou de trocar de técnico por fazer má campanha no Gauchão.
É incrível a facilidade com que o time leva gols. Neste domingo, começou com uma entrega de Maicon, que jogou a bola nos pés de Éder, que respondeu com um morteiro indefensável. O segundo gol do Glória começou com uma roubada de bola (com falta!) de Lincoln, que recém havia entrado. No cruzamento para a área, Fred fez ‘golpe de vista’ e Marcelo Oliveira chegou atrasado. Foi um espectador privilegiado do gol de Vinicius.
Mais uma vez o Grêmio criou chances de gol em número suficiente para vencer com folga. Mas continua levando gols por desatenção, falha técnica, e falha coletiva.
A grande verdade é que o técnico Roger Machado não está conseguindo reestruturar o sistema defensivo, que perdeu qualidade individual, é certo, o que ajuda a explicar a peneira em que se transformou.
Não fosse o ‘frangueiro’ Marcelo Grohe, que fez duas grandes defesas quando o Glória empatou, a poucos minutos do final, talvez o time não tivesse força nem controle emocional para fazer os dois gols no ocaso do jogo.
Saindo da defesa instável e inconfiável, vamos ao sistema ofensivo, que só não vai melhor porque perde muitos gols.
O goleiro Rafael fez pelo menos cinco grandes defesas. A bola encontrou o poste em duas oportunidades.
O primeiro gol do Grêmio, o de empate, foi de Giuliano, que melhorou um pouco em relação a si mesmo. Ele recebeu um passe precioso de Éverton – um dos melhores do time -, dominou, driblou o goleiro e mandou para a rede com categoria.
O time foi para o intervalo com um empate constrangedor. E assustador. Afinal, era o Glória.
Logo na largada Geromel empatou, após receber uma bola desviada de cabeça por Marcelo Oliveira (vejam só!) e cruzamento de escanteio de Douglas (finalmente).
Depois, só deu Grêmio. Seus atacantes abusaram de perder gol, por preciosismo ou imperícia mesmo. Quem não faz leva, pensei com meus botões.
O que parecia impossível aconteceu. O Glória empatou e só não virou porque Grohe (repito) apareceu para salvar.
Roger, meio que no desespero, arriscou com dois centroavantes. O técnico que se consagrou nacionalmente por jogar com atacantes de movimentação apelou para Bobô e Henrique Almeida, que substituíram Éverton e Maicon. Era tudo ou nada.
Quando as coisas se encaminhavam para o ‘nada’, o empate inglório (desculpe o trocadilho infame), eis que Henrique Almeida acerta um torpedo de fora da área, semelhante ao primeiro gol do adversário (treinado pelo meu amigo Rodrigo Bandeira).
No final, como presente aos arremessadores de pipoca, Luan, de boa atuação, marcou o quarto gol.
As nuvens escuras que pairavam sobre a Arena se dissiparam instantaneamente.
Mas ainda não foi possível observar as estrelas.
Fica a esperança de que Roger acerte a mão. Estruture melhor a defesa e ajuste a pontaria dos atacantes.
Quarta-feira o jogo é decisivo. Uma vitória sobre a LDU é mais que um dever, é uma obrigação.
O TIME
Ninguém espere que Lincoln comece no lugar de Douglas.
Douglas é cláusula pétrea. Não importa que torne o time previsível, lento e até irritante.
É titular.
Então, é por ele que iremos torcer contra a LDU.
Contra o Glória até que ele foi bem, mas era o Glória.
O time pelo jeito está escalado. É o que começou o jogo.
Não gosto de W. Oliveira, não gosto de Fred e estou preocupado com Marcelo Oliveira.
É muita gente inconfiável no mesmo time, no mesmo setor.
Mas é o que a casa oferece.
Ainda assim dá pra ganhar. Basta a torcida pegar junto e os jogadores se superarem.