Minha intenção era simplesmente colocar a imagem da agressão covarde e criminosa do lateral William em Miller Bolaños. Uma imagem vale por mil palavras, mas estou com um problema no boteco. Então, me obrigo a escrever, mesmo irritado e revoltado.
Agressão covarde porque numa disputa de bola ninguém espera que o adversário não irá entrar com má intenção. Se souber da intenção dolosa, o jogador se prepara.
Bolanõs foi de boa fé no lance, até porque era uma jogada sem maior relevância. Então, William foi covarde e traiçoeiro. E saiu de campo impune.
Entrou com maldade no lance. Surpreendeu o rival ao acertar-lhe uma cotovelada na face, que ficou praticamente destruída.
Um lance como esse pode invalidar um jogador para o futebol e até para a vida (caso Régis x Darzone). Se a cotovelada fosse alguns centímetros acima o dano seria ainda maior.
O intrigante é que o juiz Daronco nada tenha visto. Talvez estive ocupado em analisar a barba do Douglas (tem uma história aí que ele criticou a barba do meia tricolor em determinado momento do jogo).
Daronco não é o primeiro a não ver golpes mortais para cima de jogadores gremistas em grenais.
Tem um lance emblemático. Mário Fernandes sofreu uma voadora do zagueiro Jackson a poucos metros do sr Leandro Vuaden. Mário Fernandes vivia a sua melhor fase no Grêmio. Ficou pelo menos três meses sem jogar porque teve a clavícula fraturada.
Então, quando o Grêmio pede árbitros de fora é porque tem seus motivos, aos quais acrescenta-se esse, abominável, deplorável, e, como disse o presidente Romildo Bolzan, criminoso.
A lamentar a declaração desse jogador colorado de que basta olhar sua trajetória (aqui entre nós, modestíssima tecnicamente) no futebol para ver que ele jamais cometeria uma entrada maldosa.
Nesses tempos de internet e redes sociais é um perigo fazer esse tipo de informação. Já estão surgindo outros exemplos do quanto esse jogador comete entradas, digamos, desastradas como essa sobre Bolaños, que chegou aqui acreditando que praticaria futebol, não luta-livre.
UM RISCO EVITÁVEL
Na Arena, de onde eu estava, não deu pra ver o lance que reduz drasticamente as chances de título gremista na Libertadores. Estava sem rádio. O 3G não funcionava. Soube desse ato criminoso quando entrei no carro e liguei o rádio.
Fiquei tão revoltado que pensei mesmo em apenas colocar a imagem da prova do crime, da intenção dolosa.
Quem viu o lance não tem nenhuma dúvida de que foi uma agressão sobre Bolaños.
A lamentar, ainda, que a direção gremista não tenha considerado o alto risco de escalar jogadores diferenciados como Bolanos e Luan. Eu não tinha nenhuma dúvida de que eles seria alvo de entradas duras e até maldosas.
Infelizmente, o pior aconteceu. Nem no auge do meu pessimismo eu imaginaria algo tão violento.
O Grêmio agora está sem seu principal reforço para a Libertadores. Alto investimento. Perda técnica irreparável.
Escrevi ainda que outro jogador deveria ficar de fora, Geromel, mas por falta de um substituto minimamente à sua altura, seria necessário correr o risco. Não fosse ele, o Grêmio poderia ter perdido o clássico, porque ele tirou uma bola da risca, com Grohe já batido.
Por fim, disse que não acreditava em vitória porque confio em estatística e tendência. As duas apontavam, e seguem indicando, que vencer Gre-Nal com juiz gaúcho realmente é muito difícil. Questão de tendência e de estatística.
O JOGO
O Grêmio jogou melhor e merecia vencer. Teve mais posse de bola, iniciativa e chances de gol, como uma desperdiçada por Luan na risca de pequena área.
Penso que Roger errou ao não sacar Douglas no intervalo ou no começo do segundo tempo. Demorou e trocou errado. Em vez de Éverton deveria entrar Lincoln.
O melhor do jogo foi Luan. Cansou nos minutos finais e saiu.
Por mim, aceitaria uma derrota no Grenal desde que Bolaños não estivesse agora com a mandíbula fraturada e o rosto disforme.
GAUCHÃO
Ah, a partir de agora eu faria do Gauchão questão de honra. Prioridade máxima.
Sobre a Libertadores, que o time jogue pelo companheiro vitimado e se supere.
RW
http://cornetadorw.blogspot.com.br/2016/03/os-fraturados-e-os-agressores-sem.html