Agora não tem como jogar pelo ‘pontinho fora’

Sempre é possível extrair algo de positivo nas adversidades.

Vejamos o caso do Grêmio, que perdeu em casa o primeiro jogo do mata-mata com o Rosário Central, com direito a um vareio de bola, como se dizia nos meus tempos de guri em Lajeado.

A derrota por 1 a 0 aliada à superioridade técnica, tática e física do adversário em plena Arena é perturbadora, inquietante e até assustadora, num primeiro momento.

Afinal, terá o Grêmio condições de reverter essa tendência forte de eliminação da Libertadores, sonho maior de todos os gremista neste 2016, depois do que se viu na quarta-feira?

Bem, o Grêmio medroso, assustado e resignado do primeiro jogo não ganha de ninguém.

Já o Grêmio agressivo, corajoso, aplicado e compenetrado que vimos em muitos jogos desde a posse de Roger Machado – como aqueles 5 a 0 no Inter -, este pode tudo. 

Ainda mais se tiver Geromel, que deve mesmo jogar.

Então, esse Grêmio que empolga tem tudo para lutar pela vaga com a dignidade que faltou na Arena.

E há uma vantagem que poucos se deram conta até agora: o Grêmio vai viajar obrigado a vencer. Este é o aspecto positivo.

Não teremos em Rosário um time acadelado.

Um time obrigado a vencer não pode, sob hipótese alguma, jogar pelo ‘pontinho fora’, porque o tal ‘pontinho fora’ tão defendido pelos retranqueiros de plantão resultará na eliminação.

O mais combativo inimigo do ‘pontinho fora’, meu amigo RW, só não solta foguetes porque ainda não se recuperou do golpe de quarta-feira.

O Grêmio não poderá jogar pensando no empate. Terá de jogar agredindo, partindo para cima. Fico imaginando como estão se sentindo aqueles que não conseguem pensar o futebol sem aquela fórmula “empate fora e vitória em casa”.

Pois bem, quem perdeu em casa precisa agora jogar pelos ‘três pontos’, ou seja, pela vitória, de preferência por um resultado que o classifique sem o pesadelo dos pênaltis.

Mas se a decisão for para os pênaltis estou tranquilo: o Grêmio tem Marcelo Grohe.

GAUCHÃO

O Inter encaminha neste domingo o hexa campeonato. Vai bater o Juventude em pleno Jaconi. Não tenho a menor dúvida disso.

O Juventude, com todo respeito, é um time de série C com elenco de série C. 

Eliminou o Grêmio, é verdade, mas em razão muito mais de problemas do adversário.

Com muita superação e uma arbitragem realmente neutra, que não beneficie o Inter, o time caxiense até pode sair dos dois jogos sem levar goleada.

Derrotado, mas com dignidade.

Grêmio é envolvido e complica classificação

Ao ver o Rosário marcando a saída de bola, com quase todo o time no campo ofensivo, com aproximação e trocando passes com rapidez e acerto, diante de um Grêmio desnorteado, pensei:

Roger armou o time como quem nada soubesse sobre o adversário.

Foi por falta de informações adequadas ou por incompetência para sair da enrascada. Ou as duas coisas.

É claro que Roger tem atenuantes: com a zaga de segundona que ele dispunha realmente fica complicado. Não por coincidência o gol argentino começou com um cabeceio para trás do Bressan, que quanto mais joga mais afoito fica, culminando com erros de Fred e Ramiro junto à pequena área tentando corrigir a falha do colega.

Mas antes do gol o Rosário já tinha o controle do jogo. O gol deu mais tranquilidade ao visitante, que continuou pressionando a saída de bola e neutralizando esporádicas investidas do ataque tricolor.

Realmente, ficou a impressão de que Roger não conhecia o Rosário. Se conhecia, não soube o que fazer, não encontrou a melhor maneira de jogar.

Penso que em vez de tentar sair tocando a bola, característica do estilo rogeriano, o Grêmio deveria ter jogado a bola sobre essa linha de marcação dos argentinos. Wallace e Maicon simplesmente não conseguir sair de trás com a bola dominada como costuma acontecer. Isso foi neutralizado.

Quer dizer, o técnico argentino conseguiu neutralizar um ponto forte do Grêmio. Já Roger não soube fazer o mesmo.

Pela primeira vez vi Roger Machado perdido.

E olha que esse time do Rosário não é tão forte como aparenta. Com todas as dificuldades que o Grêmio encontrou para jogar, o Rosário quase não deu trabalho ao goleiro gremista. Tampouco o goleiro argentino trabalhou.

Foi um duelo de meio-campo. Um duelo em que o visitante se mostrou mais efetivo. O time jogou o suficiente para vencer por 1 a 0, ficando com boa vantagem para o jogo da volta semana que vem.

É importante ressaltar ainda que o Grêmio sentiu desgaste pelo empenho no jogo contra o Juventude.

 

O fato é que ninguém do time realmente foi bem. E quando isso acontece a responsabilidade maior é do técnico.

Com uma semana para descansar e trabalhar, contando ainda que Roger agora conhece melhor o adversário, é possível voltar de Rosário com a classificação. É muito difícil diante da precariedade defensiva do time, mas acredito que Roger será capaz de armar o time de maneira mais adequada.

E que o quarteto Giuliano, Luan, Bolaños e Douglas possa, então, jogar o que sabe e que já mostrou.

A classificação ficou complicada, mas longe de ser impossível.

 

Por uma goleada de 1 a 0 na Arena

Torcedor é acima de tudo paixão. Quando começa a racionalizar muito vai-se um pouco da magia que é torcer com pureza e fé.

Racionalizando, esse time que a direção do Grêmio montou não tem, em tese, condições de ser campeão da Libertadores. Não tem.

Mas teses são teses. Estão aí para serem esmagadas pelos fatos. Futebol se decide em campo, com a bola rolando – se bem que em alguns lugares o sobrenatural de almeida e/ou as forças ocultas -nem tão ocultas – acabam decidindo. Nem precisamos ir muito longe.

Eu durante mais de trinta anos de minha vida vi o futebol com os olhos da razão. Por questão de ofício.

Hoje, procuro despir-me do repórter esportivo que fui para ver o futebol com um olhar mais amigo, benevolente. Mas isso só quando se aproxima um jogo decisivo, no qual qualquer torcedor se deixa envolver e tomar pela paixão.

Se fosse racionalizar, o torcedor ficaria em casa nesta quarta-feira gelada. O time está sem seu melhor jogador, Geromel, tem laterais que não dão confiança, uma zaga preocupante e um goleiro que, de repente, virou frangueiro para os gremistas que se deixaram tomar pelo desespero de longos anos sem títulos de expressão.

Mas o torcedor, o verdadeiro torcedor – que um dia fui e do qual sinto saudade – enfrenta o frio, supera a descrença e se enche de fé e de esperança. Larga tudo, gasta o que tem e o que não tem, para ir à Arena.

Por que? Porque é gremista, e ser gremista é acreditar sempre. Não desistir, mesmo que muitos o estimulem a desistir com palavras impregnadas de pessimismo e ceticismo.

Ser gremista é não dar bola para os negativistas, os mensageiros do apocalipse. 

Não ligar para aqueles que valorizam demais coisas que possam atingir o clube, como a declaração do presidente Romildo Bolzan de que o Grêmio pode até fazer 5 a 0 no Rosário Central na Arena se repetir o futebol que apresentou contra o Juventude. Um excesso do presidente, mas nada que justifique tanta repercussão.

Dizem, os aloprados do mal, que os argentinos vão ficar ainda mais motivados. Bobagem. Não há nada que possa motivar mais os argentinos que o simples fato de enfrentar um time brasileiro, ainda mais um time que impõe tanto respeito na América Latina.

O Rosário é um adversário que devemos respeitas, nunca temer.

O Grêmio do técnico Roger Machado, que anda vacilando, mas tem saldo positivo, saberá fazer um enfrentamento digno para garantir os três pontos.

Se repetir o que jogou contra o Juventude, com melhor aproveitamento nas conclusões, tem tudo para vencer.

Uma goleada de 1 a 0 já está de bom tamanho.

 

Libertadores, enfim sós!

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?

Poesia numa hora dessas? Este clássico do grande Carlos Drummond de Andrade me ocorreu agora, quando pensava em como abrir este comentário sem ser duro demais, nem duro de menos.

Encontrar o tom certo para escrever sobre mais uma competição perdida não chega ser uma coisa fácil. Ainda mais que tem outra logo adiante.

Pensei no poema E agora, José? (não deixem de ouvir a composição de Paulo Diniz, sucesso nos anos 70 em cima dessa letra) porque ele reflete um pouco da perplexidade – e angústia – de toda a torcida gremista nesse momento em que o time consegue a proeza de ser eliminado por um time da série C, um time que será saco de pancadas na fase final do campeonato regional.

Sim, o Grêmio fez uma grande partida neste domingo. Venceu o segundo tempo do jogo de 180 minutos por 3 a 1, mas foi absolutamente incompetente para fazer um mísero golzinho no primeiro tempo, no Jaconi.

Um golzinho chorado que o Juventude teve competência para marcar enquanto os jogadores e a sofrida torcida tricolor ainda comemoravam o segundo gol.

Um gol marcado pelo esforçado Roberson, aquele que fez um gol pelo Grêmio no Flamengo no Maracanã quando só a derrota interessava. Roberson ouviu poucas e boas. O atacante teria lembrado esse episódio que o deixou marcado ao comemorar dois gols no ex-clube?

A rigor, Roberson e o goleiro Elias eliminaram o Grêmio. O goleiro do Juventude foi o melhor em campo. Aliás, tem sido assim. O Grêmio anda consagrando goleiros.

Por falar em goleiro, foi comovente o esforço de Marcelo Grohe que se jogou ao ataque nos minutos derradeiros para ajudar na busca do quarto gol. Com certeza ele tentava compensar a má atuação em Caxias, onde errou feio num gol – pra ver a importância de um gol no mata-mata.

No final, ouvi uma entrevista desse grande goleiro que hoje é atacado nas redes sociais por gremistas que sempre encontram nos goleiros – Vitor é outro exemplo – a culpa de anos e anos de frustrações acumuladas.

Grohe me lembrou Baltazar, que disse antes do golaço marcado em 1981, no Morumbi, após uma sequência de jogos sem marcar:

– Deus está reservando algo melhor para mim.

O goleiro gremista, ainda abatido, comentou:

– Algo melhor deve estar sendo reservado para nós.

Referia-se, claro, à Libertadores.

Pois é onde quero chegar.

Chega de choradeira, de caça às bruxas, de buscar culpados – até porque a gente sabe onde encontrá-los.

O que importa agora é lotar a Arena na quarta-feira para vencer o Rosário Central, que vem sendo tratado por setores da mídia terrorista como uma espécie de Barcelona argentino.

O Gauchão ficou no passado. Futebol é assim.

O que importa é sempre o jogo seguinte. Ainda mais se for por uma competição superior, para poucos. Vamos ao que realmente interessa. 

Libertadores, enfim sós!

Gauchão agora é prioridade absoluta

O Grêmio deve priorizar mesmo o Gauchão. É duro ter de admitir, mas o time construído não tem condições de conquistar a Libertadores.

Fora isso, a caxumba tirou dos gramados o melhor jogador do time, Geromel, o único zagueiro qualificado do grupo.

Nem é bom lembrar que outro talento, Miller Bolanos, não foi devidamente aproveitado em função de uma cotovelada.

Outra coisa: apesar de várias tentativas, não foi contratado um lateral direito à altura das exigências de uma Libertadores.

Sem contar que o lateral-esquerdo esqueceu o futebol jogado no ano passado, e hoje é conhecido como Avenida Marcelo Oliveira.

Então, são situações que contribuem para fragilizar o Grêmio na Libertadores, ameaçando inclusive essa competição menor, que é o Gauchão.

Mas pelo jeito é que o resta.

Então, para não terminar o ano de novo sem um título, fora os do cartório, o Grêmio tem de ir para o jogo contra o Juventude com o que possui de melhor na opinião do técnico Roger Machado.

Ganhar do Juventude e ir para a final da competição administrada pelo colorado tornou-se obrigação.

Condições para isso o Grêmio tem, e de sobra, ainda mais se contar com apoio de sua torcida, sempre presente nos bons e nos maus momentos.

 

 

 

Grêmio buscou o empate, levou a derrota

O Grêmio tem tudo para reverter o placar de 2 a 0 ocorrido ontem em Caxias do Sul.

Para isso, são necessárias cinco coisas:

– que seja estancado o inaceitável e varzeano surto de caxumba que vem desfalcando o time;

– que a defesa pare imediatamente de levar gol de cabeça – cabe ao técnico corrigir isso;

– que sua zaga faça como as demais – inclusive como a do Ju -, marque um golzinho de cabeça de vez em quando;

– que os laterais consigam ir ao fundo para fazer um cruzamento razoável para o centroavante aipim;

– e que o técnico Roger seja mais efetivo nas substituições.

Pelo que vi do Juventude, se o Grêmio não levar gol de cabeça domingo terá meio caminho andado para vencer, e vencer sem dificuldade.

Até porque, diferente de ontem, vai jogar pela vitória, não por um pontinho fora. 

Nesse jogo modorrento no Jaconi, o Juventude praticamente não ameaçou o goleiro Grohe, que em todo o jogo fez duas defesas importantes – contra nenhuma do goleiro rival -, evidenciando a pobreza franciscana do tricolor, que parece mesmo ter entrado para jogar por uma bola.

Então, em resumo, se o Grêmio não sofre os gols de cabeça teria voltado com um empate, encaminhando a classificação.

Mas os gols aconteceram. No primeiro, Grohe falhou ao soquear não soqueando uma bola alçada. No segundo, mérito para o zagueirão do Ju, auxiliado pela indecisão dos zagueiros gremistas.

Não adianta nem lamentar a ausência de Geromel. Ele faz falta, muita falta. Mas não é possível que o Grêmio não tenha pelo menos um zagueiro próximo do nível de Geromel, dependendo de zagueiros que hoje disputariam posição com os zagueiros do Juventude. E perderiam, porque sequer fazem gol de cabeça.

Temos, então, um problema grave na montagem do grupo para este ano de Libertadores. Alguém acredita que o Grêmio tem alguma chance de título se depender de uma zaga sem Geromel?

Sobre o time que entrou em campo ontem. Foi um time misto, é fato. Mas conheço muita gente que considera Marcelo Hermes, por exemplo, titular.

Nem vou perder meu tempo falando no lateral direito, o Wallace Oliveira. Saudade do Pará… A que ponto chegamos?

Sei de gente que defende a titularidade de Lincoln (eu inclusive), Pedro Rocha e Éverton. Para esses, o time que jogou era praticamente o titular.

O fato é que esse time, na verdade misto mesmo, não funcionou. Teve alguns lampejos, mas fruto de individualidades, não do coletivo.

No jogo da volta, ao que tudo indica o Grêmio terá o time titular, ao menos o time titular de Roger.

Será um time mais acostumado a jogar junto, ao ritmo de Douglas, diferente do que jogou no Jaconi.

Sinceramente, não vejo grandes vantagens do time titular de Roger em relação ao de ontem.

E nesse time Douglas tem cadeira cativa.

SUBSTITUIÇÕES

Não gostei da substituição de Lincoln por Bolanos. Primeiro, acho que Bolanos deveria ter entrado apenas nos minutos finais, e como atacante, não como meia.

Lincoln deveria ser mantido. Não estava tão bem, mas sem ele, o time ficou sem articulação.

Roger percebeu seu erro e depois colocou Luan para fazer a articulação, corrigindo o erro.

Penso que Giuliano deveria ter entrado para dar mais consistência ao meio campo e aí partir em busca dos gols.

Hoje, há quase um consenso no sentido de que o jovem técnico gremista tem dificuldade nas substituições.

Ah, e também para ajustar a zaga nos escanteios. 

 

 

Grêmio vence o Toluca sem sustos

O Grêmio não chegou a jogar bem, mas jogou o suficiente para bater o Toluca por 1 a 0, placar que deve afastar o time de longas viagens na próxima etapa da Libertadores.

O resultado não é fiel ao que aconteceu em campo. O Grêmio foi superior, criou boas chances para ampliar, enquanto seu adversário praticamente não levou perigo ao goleiro Marcelo Grohe.

A verdade é que as duas equipes não jogaram a 110% como é comum em jogos decisivos da Libertadores. O que é bem razoável, já que as duas equipes já estavam classificadas. Por isso, o Toluca jogou desfalcado, mais preocupado com o jogo contra o América, sábado, pelo campeonato mexicanos.

O Grêmio, sim, precisava do resultado para escapar de um adversário mais distante, que poderia ser o próprio Toluca em caso de derrota.

Por isso, o time de Roger largou com tudo sobre os mexicanos. Aos 15 minutos, Ramiro marcou, entrando em diagonal na área e desviando um lançamento primoroso de Luan. O Pequeno Grande Volante é meu titular na lateral-direita.

Os mexicanos só começaram a mostrar mais disposição ofensiva no segundo tempo. O Grêmio diminuiu de ritmo. Ainda assim, o Toluca pouco criou ofensivamente, enquanto o Grêmio ainda criou mais duas ou três boas oportunidades de gol.

Visivelmente, havia uma preocupação entre os jogadores do tricolor em se preservar para o jogo contra o Juventude, nesta quinta, em Caxias.

Roger, tratou de preservar Douglas, colocando Lincoln mais cedo do que de costume. Fora isso, Douglas foi apenas esforçado no jogo. 

Lincoln custou um pouco a entrar no ritmo do jogo, o que é normal. Independente disso, ele não foi tão bem quanto em jogos anteriores. Ousou pouco, foi burocrático. Inclusive bateu mal os escanteios.

Talvez tivesse ido melhor se Roger escalasse mais um jogador de velocidade pelos flancos. Mas o técnico optou por outro camisa 9, Henrique Almeida, que substituiu BobÔ.

Estaria Roger abrindo mão do esquema vencedor do Brasileirão passado, rendendo-se aos aipins flexíveis?

É o que saberemos com o passar dos jogos. 

Infelizmente, percebo que essa é a tendência de Roger.

Ao menos até a volta de Miller Bolaños.

 

Deuses do futebol de bota e bombacha

A arbitragem deste sábado no Beira-Rio confirmou que os deuses do futebol, de bota e bombacha na região Abaixo do Mampituba, simpatizam muito com o Inter.

Na hora difícil sempre aparece um pênalti. Foi assim com o pobre Cruzeiro no ano passado. Como um pênalti era insuficiente, apareceram dois.

Cruzeiro eliminado e Inter campeão.

Essa rotina pelo jeito se mantém no Gauchão atual.

O pênalti assinalado por Daniel Bins, quase no final do jogo, não existiu. Até os cronistas colorados concordam. Alguns constrangidamente.

A ser mantida essa tendência, o Zequinha não tem nenhuma chance de ir para a final da competição. Mesmo jogando em casa, no piso artificial que o presidente da FGF tentou implantar no Estado, o Zequinha deve ficar no meio do caminho.

Uma pena, porque é um time ajeitado – como era o Cruzeiro -, faz uma bela campanha e seria justo que se classificasse.

Para isso, terá de contar com a isenção plena dos deuses do futebol gaudérios.

TAPETÃO

E pensar que o jurídico do Inter e o tribunal da federação gaudéria pagaram um mico nacional em função de um jogador ‘muito do mais ou menos’…

Parabéns ao Nestor Hein e seus companheiros do jurídico tricolor. Ao perceberem que qualquer recurso no tribunal local seria inútil, cruzaram a divisa que separa a região Abaixo do Mampituba da região do Alto Mambituba.

O STJD não apenas concedeu efeito suspensivo à liminar local como ainda deu um puxão de orelhas constrangedor no pessoal que tentou escalar William antes dos seis jogos de punição.

Até para o próprio William é bom que cumpra essa pena que é acima de tudo didática.

É importante, até para seu futuro como profissional do futebol, que ele aprenda de uma vez por todas que futebol não se joga aplicando cotoveladas nos companheiros de profissão.

O episódio traz ainda outro ensinamento: ‘juiz de fora’ é bom também no tapetão, não apenas nos gramados.

BOLAÑOS

Vítima da violenta e covarde agressão, Miller Bolaños recém começa a treinar. EStá debilitado, sem chance de jogar tão cedo.

Os envolvidos na tentativa de colocar William em campo deveriam ter um olhar menos fanático e mais humano sobre esse caso.

Até porque William está longe de ser um jogador imprescindível ao Inter, como tem demonstrado o volante Fabinho., improvisado na lateral.

ZEQUINHA

Qual ou quais os jogadores do São José serão anunciados nesses dias pela imprensa como alvos do Inter para disputar o Brasileirão?

Esse é um filme visto e revisto.

CHICO

Não dá pra esquecer o Chico, que não é o Noveletto, mas o compositor Chico Buarque, com sua atualíssima Apesar de Você:

‘Amanhã, há de ser outro dia…’

 

Grêmio supera trauma da altitude e se classifica

Foi um começo para fazer dormir mais cedo o secador mais obstinado.

Golaço de Douglas logo na saída, depois de uma pressão inicial da LDU, e depois o gol de Bobô, após metida de Giuliano. 

Nem o torcedor mais otimista esperava por isso. Dois gols de largada na altitude de Quito. 

E dois gols de jogadores contestados como Douglas e Bobô, prova de que nada pode ser definitivo no futebol.

Douglas, apesar dos anos, tem muita técnica. E Bobô tem boa presença de área. 

O temor de um desastre veio logo no primeiro minuto do segundo tempo, com o gol equatoriano.

Afinal, com 45 minutos pela frente, a LDU poderia tirar proveito do desgaste natural dos gremistas.

Foi um susto, nada mais. Wallace, o melhor em campo, marcou um golaço, um gol daqueles que dobrar o preço do seu passe no mercado internacional.

A LDU ainda marcaria mais um, mas o sistema defensivo tricolor funcionou, principalmente na bola pelo alto.

A vitória por 3 a 2 classifica o Grêmio. Resta agora vencer o Toluca na Arena para melhorar a posição na tabela a fim de evitar alguma equipe mais forte.

Na Libertadores, é importante que o time ganhe corpo e confiança antes de poder encarar maiores desafios.

Antes do jogo, o presidente Romildo Bolzan assustou os defensores do ‘pontinho fora’, ao dizer que o Grêmio não jogaria pelo empate para não enfrentar Corinthians ou Atlético Nacional, este o melhor time da competição, nas oitavas.

O Grêmio realmente foi em busca da vitória. E venceu, sem medo de ser feliz. 

Sobre o jogo, penso que Roger demorou para fazer alterações. Douglas e Bobô poderia ter saído mais cedo.

O que importa é que o Grêmio superou o trauma e venceu a LDU na temível altitude de Quito. 

Já é uma credencial de peso para fazer a torcida tricolor acreditar que o Tri da América é possível.

Noite de superar altitude e deficiências

O Grêmio vai passar de fase na Libertadores. 

Hoje, precisa jogar pelos três pontos, sem pensar em prêmio consolação, o empate. 

Voltar com um ponto na bagagem não chega a ser ruim, embora a projeção seja de adversários mais fortes na próxima fase. Tipo Corinthians e Atlético Nacional, melhor campanha da competição.

O ideal é vencer hoje e também o jogo contra o Toluca.

Mas sempre há percalços no caminho que leva ao ideal.

A começar por esta noite. Confesso que estou preocupado.

A altitude é um problema, físico e psicológico. Depende de cada um.

Mas há outra dificuldade. Percebo que os torcedores em geral não querem pensar muito a respeito do time que enfrenta a LDU.

A qualidade do time que enfrenta a LDU.

Eu avalio que um time para ser vencedor de verdade não pode ter mais do que dois jogadores meia-boca, jogadores medianos, dos quais não se espera muito, a não ser que não comprometam.

Pois o Grêmio tem, a meu ver, seis jogadores inconfiáveis em sua escalação.

 

Alguns são quase unanimidades negativas, outros geram polêmica. Douglas e Bobô são, a meu ver, insuficientes para o desafio de conquistar uma Libertadores. Podem ser, no máximo, alternativas para o decorrer de uma partida. Nada mais do que isso.

 

Há quem os defenda, tudo bem, mas eu os prefiro fora do time titular.

Os outros quatro nomes que considero insuficientes, ainda mais juntos no mesmo time, no mesmo jogo:

Wallace Oliveira, Fred, Marcelo Hermes e Edinho.

Tem ainda Giuliano, um ótimo jogador que vive uma fase instável.

Apesar disso, acredito na vitória. Por que? 

Porque sim, ora!