O técnico Roger Machado é como o sujeito que vai ao dentista e, ao ser questionado, opta pelo tratamento sem anestesia.
Roger, como a imensa maioria dos técnicos, prefere sofrer antes de aliviar uma dor de dente. O problema é que com isso faz penar toda uma torcida, que certamente ficaria com um procedimento indolor.
No caso do Grêmio, escalar de uma vez Lincoln no lugar de Douglas, estancando assim o sofrimento e a angústia do torcedor.
O jogo desta noite na Arena foi didático. Só não aprende quem não quer, ou é muito teimoso. Aliás, teimosia é outra característica comum a quase todos os treinadores de futebol.
Douglas, apesar da fragilidade técnica do adversário, não conseguiu jogar. Errou demais. Foi substituído tarde. Aliás, Roger já poderia ter começado com Lincoln, que mostra mostra mais entrosamento e, especialmente, afinidade com Luan, este com lugar certo na equipe.
Lincoln e Luan trocando de posição seguida e rapidamente formam uma dupla capaz de enlouquecer qualquer marcação.
Pedro Rocha, na frente, dá ao ataque impetuosidade e movimentação, abrindo um leque de opções aos articuladores.
Até Giuliano cresceu com a saída do maestro de Roger.
Douglas, é claro, tem seus méritos, mas eles estão mais no passado do que no presente. O tempo passa para todos, inclusive para os jogadores mais talentosos e inteligentes.
O time para começar em Quito deveria ser basicamente o que terminou o jogo na goleada sobre o Brasil por 4 a 1, resultado que garante o Grêmio na próxima fase do ‘empolgante’ Gauchão.
Wallace, que saiu lesionado, é um titular inquestionável. Ele há de se recuperar para enfrentar a LDU.
Por falar em titularidade, Geromel foi espetacular.
Foi dele o gol de abertura, de cabeça, numa cobrança de escanteio por Douglas. Geromel está cada vez mais seguro e confiante.
Se continuar fazendo gol além de salvar lá atrás, Geromel estará próximo da canonização, que virá, sem dúvida, se o Grêmio conquistar o tri da América.
Se depender do talento de Geromel, esse título está longe de ser inatingível.
O problema é o entorno, não muito confiável, como mais uma vez se viu no gol do Brasil.