O Grêmio tem tudo para reverter o placar de 2 a 0 ocorrido ontem em Caxias do Sul.
Para isso, são necessárias cinco coisas:
– que seja estancado o inaceitável e varzeano surto de caxumba que vem desfalcando o time;
– que a defesa pare imediatamente de levar gol de cabeça – cabe ao técnico corrigir isso;
– que sua zaga faça como as demais – inclusive como a do Ju -, marque um golzinho de cabeça de vez em quando;
– que os laterais consigam ir ao fundo para fazer um cruzamento razoável para o centroavante aipim;
– e que o técnico Roger seja mais efetivo nas substituições.
Pelo que vi do Juventude, se o Grêmio não levar gol de cabeça domingo terá meio caminho andado para vencer, e vencer sem dificuldade.
Até porque, diferente de ontem, vai jogar pela vitória, não por um pontinho fora.
Nesse jogo modorrento no Jaconi, o Juventude praticamente não ameaçou o goleiro Grohe, que em todo o jogo fez duas defesas importantes – contra nenhuma do goleiro rival -, evidenciando a pobreza franciscana do tricolor, que parece mesmo ter entrado para jogar por uma bola.
Então, em resumo, se o Grêmio não sofre os gols de cabeça teria voltado com um empate, encaminhando a classificação.
Mas os gols aconteceram. No primeiro, Grohe falhou ao soquear não soqueando uma bola alçada. No segundo, mérito para o zagueirão do Ju, auxiliado pela indecisão dos zagueiros gremistas.
Não adianta nem lamentar a ausência de Geromel. Ele faz falta, muita falta. Mas não é possível que o Grêmio não tenha pelo menos um zagueiro próximo do nível de Geromel, dependendo de zagueiros que hoje disputariam posição com os zagueiros do Juventude. E perderiam, porque sequer fazem gol de cabeça.
Temos, então, um problema grave na montagem do grupo para este ano de Libertadores. Alguém acredita que o Grêmio tem alguma chance de título se depender de uma zaga sem Geromel?
Sobre o time que entrou em campo ontem. Foi um time misto, é fato. Mas conheço muita gente que considera Marcelo Hermes, por exemplo, titular.
Nem vou perder meu tempo falando no lateral direito, o Wallace Oliveira. Saudade do Pará… A que ponto chegamos?
Sei de gente que defende a titularidade de Lincoln (eu inclusive), Pedro Rocha e Éverton. Para esses, o time que jogou era praticamente o titular.
O fato é que esse time, na verdade misto mesmo, não funcionou. Teve alguns lampejos, mas fruto de individualidades, não do coletivo.
No jogo da volta, ao que tudo indica o Grêmio terá o time titular, ao menos o time titular de Roger.
Será um time mais acostumado a jogar junto, ao ritmo de Douglas, diferente do que jogou no Jaconi.
Sinceramente, não vejo grandes vantagens do time titular de Roger em relação ao de ontem.
E nesse time Douglas tem cadeira cativa.
SUBSTITUIÇÕES
Não gostei da substituição de Lincoln por Bolanos. Primeiro, acho que Bolanos deveria ter entrado apenas nos minutos finais, e como atacante, não como meia.
Lincoln deveria ser mantido. Não estava tão bem, mas sem ele, o time ficou sem articulação.
Roger percebeu seu erro e depois colocou Luan para fazer a articulação, corrigindo o erro.
Penso que Giuliano deveria ter entrado para dar mais consistência ao meio campo e aí partir em busca dos gols.
Hoje, há quase um consenso no sentido de que o jovem técnico gremista tem dificuldade nas substituições.
Ah, e também para ajustar a zaga nos escanteios.