Empate digno diante do atual campeão brasileiro

Empatar com o Corinthians, principalmente fora de casa, não pode ser considerado um mau resultado.

Atual campeão brasileiro, sob o comando do melhor treinador do país, o Corinthians era o favorito diante de um Grêmio com nova direção – e velhas ideias a julgar pela contratação de Edilson -, um técnico severamente questionado e um time que precisa de reforços.

O Grêmio superou as expectativas. Pelo menos as minhas. Roger manteve as características naturalmente ofensivas do time e posicionou melhor seus jogadores de defesa, tanto que o Corinthians, com maior volume de jogo no campo de ataque, poucas chances de gol conseguiu criar. O goleiro Marcelo Grohe foi exigido poucas vezes, e quando isso aconteceu mostrou muita firmeza.

No primeiro tempo, o Grêmio esteve mais próximo de marcar um gol. Foi com Bobô, que recebeu uma bola enfiada por Bolaños e não teve qualidade técnica para marcar, chutando no corpo do goleiro.

As duas equipes tiveram outras conclusões, mas nenhuma em situação tão cristalina.

No segundo tempo, o jogo seguiu equilibrado. O Grêmio continuou com uma postura digna, firme na marcação (Maicon e Wallace foram muito bem). Na área, a dupla de zagueiros esteve segura na maioria das jogadas, inclusive nas bolas pelo alto. Os dois laterais foram regulares, com Ramiro superior a Marcelo Oliveira.

Os problemas maiores apareceram na frente. Luan, como principal articulador – função que dividiu com Giuliano e Bolaños – não conseguiu dar andamento às jogadas, muitas vezes por prender demais a bola. Seus dois companheiros também ficaram devendo, apesar do esforço de ambos.

Bolaños também teve uma chance para definir quando recebeu lançamento de Maicon, invadiu a área e demorou para chutar, esperando, talvez, que o zagueiro que vinha por trás cometesse o pênalti. Acabou desarmado. Giuliano é outro que poderia ter marcado, mas vacilou quando Fágner escorregou e o deixou livre para avançar e concluir. Giuliano se atrapalhou com a bola como se fosse um juvenil assustado.

Quase no final do jogo, o Grêmio voltou a ter grande de chance, de novo com Bobô, que chutou desviado, rente à trave. Está cada vez mais claro que é o Grêmio pode ter um centroavante do tipo ‘aipim’, mas que seja um aipim de melhor qualidade.

Talvez seja o caso de dar uma sequência para Henrique Almeida se a ideia é manter um atacante de área. De minha parte, prefiro jogadores com mais movimentação na frente, abrindo espaço para os meios virem de trás. Para isso, Roger precisa ignorar seus conselheiros e retomar o esquema vencedor do Brasileirão do ano passado antes da fase ‘aipiniana’.

O jogo se encaminhava para um final tranquilo, um empatezinho sem maiores sobressaltos, quando Roger inventou Edinho no lugar de um atacante, Bolaños.

Queria garantir o resultado, mas o fez da pior maneira: chamou o adversário para a sua área.

Foram minutos de pavor na área gremista.

Ao abdicar da vitória, Roger quase levou o Grêmio a estrear com derrota com essa alteração causada pelo medo.

Fora isso, foi uma boa estreia diante do quadro atual.

UM OUTRO EMPATE

No Beira-Rio, o atual campeão gaúcho também empatou.

Há empate e empates. Ficar no 0 a 0 em casa, com apoio da torcida, contra uma equipe modesta, que tem como maior objetivo apenas permanecer na primeira divisão, é quase uma derrota.

A fórmula de empatar fora e vencer em casa não foi seguida pelo Inter.

No final, vaias da torcida ao time e ao treinador Argel, que vem recebendo elogios da crítica em função do título regional.

Mal o árbitro apitou encerrando o jogo, já retomaram os ataques a Argel e ao hexa campeão gaúcho.