Grêmio rejeitou o empate e buscou a vitória

Uma grande vitória sobre um grande time. Se não tivesse perdido titulares importantes para a seleção, o Santos provavelmente estaria liderando o campeonato. 

A vitória de 3 a 2 sobre esse Santos de tanta qualidade valoriza ainda mais os três pontos obtidos pelo Grêmio. Foi um jogo de exceção, com emoção nas duas áreas.

Penso que o gol do incansável Giuliano logo aos 2 minutos foi decisivo. Com a vantagem, o Grêmio ficou mais tranquilo, passando ao adversário a necessidade de buscar o gol. 

Éverton acertou todos os chutes que errou nos dois últimos jogos – não por coincidência duas derrotas. 

Os dois primeiros gols saíram de dois chutes do guri. O goleiro soltou e Giuliano e, depois, Douglas, mandaram para a rede.

Aliás, Douglas é outro que teve atuação destacada, tanto tática como tecnicamente.

Em tempos distantes os narradores de futebol diriam que o Santos ‘vendeu caro a derrota’. E foi mesmo. O Santos empatou não por eventuais falhas do Grêmio, mas principalmente por seus méritos. O placar de 2 a 2 não seria injusto.

Mas os deuses do futebol voltaram se lembrar do tricolor. Quando Bobô entrou parecia que o Grêmio não mais faria gol, correndo o risco de levar o terceiro. Bobô ainda se mostrou pé-frio: foi só ele pisar no gramado que o Santos empatou, um chutaço de fora de área. 

Em compensação, Roger Machado acertou ao colocar Marcelo Hermes, que viria a fazer o gol da vitória. Hermes está se firmando e não demora pode conquistar a titularidade.

Outro acerto foi a entrada de Guilherme no lugar de Éverton nos minutos finais. O guri, que poucos conheciam, conquistou a confiança de Roger. Guilherme mostrou confiança e sinalizou que é mais uma boa opção.

Assim também se forma um time vitorioso. Lesões, transferência de jogadores mais a falta de dinheiro para contratar obrigam o clube a apelar para soluções caseiras, mais baratas e muitas vezes mais eficazes.

É o que está parecendo agora.

Importante ressaltar, ainda, que o novo comando do futebol deu nova feição ao time, que se mostra mais aguerrido e muito mais indignado diante de um resultado adverso.

Foi só por isso, por estar inconformado com o empate depois de sair vencendo por 2 a 0, que o Grêmio chegou ao terceiro gol, obra de Giuliano, que tirou forças sei lá de onde, para driblar e deixar Marcelo Hermes na cara do goleiro.

Por fim, interessante observar dois volantes que disputavam vaga na seleção olímpica: Wallace e Tiago Maia. 

O eleito foi o santista, mas Wallace mostrou, ao menos pra mim, que é superior ao companheiro.

GUILHOTINA

No outro jogo da rodada envolvendo gaúchos, o Inter voltou a fracassar. Está queimando a gordura acumulada nos jogos iniciais por conta de uma tabela muito favorável.

Perdeu de 1 a 0 para o Flamengo.

O técnico Argel, que melhorava seu conceito diante dos colorados, volta a ser questionado.

O mesmo estaria acontecendo com Roger se tivesse perdido a terceira partida seguida.

O Gre-Nal, agora, é como uma guilhotina sobre o pescoço do técnico colorado.

Nova derrota acende sinal de alerta

Contra o Vitória, a derrota passou pela arbitragem e pelas deficiências do time gremista. Neste domingo, os 2 a 0 diante do Atlético Paranaense, em Curitiba, ficam na conta do time e do treinador Roger Machado. A favor do técnico, de novo, o fato de não ter quatro titulares muito importantes. Cinco, se contarmos Douglas, poupado.

Dessa vez, a arbitragem é inocente, embora quase tenha se complicado ao validar um gol em impedimento do Atlético – e depois recuar. Numa jogada em que o árbitro e o bandeirinha se mostraram tão desentrosados quanto o time tricolor. 

O Grêmio foi incapaz de criar uma só jogada de gol – se eu estiver errado me corrijam por favor. O goleiro Weverton nem precisaria ter se fardado. Não me lembro de ter visto atuação tão horrorosa quanto essa neste ano. Sei, houve outras ruins, mas não tanto.

A realidade é que o Grêmio escapou de uma goleada. O goleiro Marcelo Grohe fez pelos menos umas duas ou três defesas sensacionais.

Então, a defesa falhou – o que era de se esperar com essa dupla Fred e Thyere, este com a atenuante de estar muito tempo sem jogar.

Sertanejo universitário

O meio-campo teve a criatividade de um compositor de sertanejo universitário, e o ataque simplesmente não existiu.

Já faz tempo que escrevo aqui, e repito, assim como muitos gremistas, que o Grêmio mal e mal tem um time titular. Saindo disso, tudo se complica. Falta qualidade nas reposições e o técnico Roger se confunde, se perturba.

Roger se perde, talvez por ouvir demais pessoas que sempre buscam velhas soluções onde sabidamente não as encontrará.

Aipim que não cozinha

Entre essas soluções, está o centroavante Bobô é um aipim daqueles duros, que a gente cozinha, cozinha e nunca amolece. É um aipim ruim.

Não serve nem como alternativa.

Se Roger fosse mesmo um técnico moderno, imagem que ele plantou, aduba e rega a cada entrevista, teria mantido a proposta que dá certo: a de atacantes de velocidade, que jogam pelos flancos, mas que aparecem na área para concluir.

Por que não começar com Lincoln? Pelo menos há uma boa chance de dar certo. Com Bobô, já se viu, é perda de tempo. Meio caminho andado para o fracasso.

Agora, o que dizer de Éverton? Outra atuação desastrada. Giuliano, que eu elogiei no jogo anterior, foi confuso, parecia uma barata tonta.

Nem Luan escapou, mas muito mais pela companhia deficiente. Esforço e dedicação não faltou. 

Enfim, todos – com exceção de Grohe – estiveram abaixo da média, muito abaixo de aceitável para uma equipe que disputa o título.

Contratações já

Um título que está cada vez mais distante.  

A esperança é que a direção consiga qualificar o time titular e o próprio grupo, porque o campeonato é longo e desgastante.

É evidente que a direção está se mexendo, mas esbarra principalmente na capacidade financeira do clube.

Mas a hora é de raspar o cofre para evitar mais um ano perdido.

INTER

Já o Inter, em casa, conseguiu perder para o fraco Botafogo, imitando o Grêmio que também foi batido em seu estádio por um adversário de menor porte.

O Inter também reclama da arbitragem. A meu ver sem razão.  

O fato é que os dois times entram na semana Gre-Nal sem a confiança plena de seus torcedores.

Tem a rodada no meio da semana que pode alterar esse quadro, para melhor ou para pior.

 

Grêmio cai por erros próprios e também do árbitro

É assim que aos poucos se deixa de disputar título para lutar por vaga.

O Vitória, que é um time mediano, conseguiu três pontos na Arena. Três pontos que deveriam ser do clube que almeja quebrar jejum de 15 anos.

A derrota por 2 a 1, dentro de casa, onde se mantinha com 100% de aproveitamento, sinaliza que mais uma vez o Grêmio acabará se limitando a um prêmio consolação, transferindo o sonho para o ano seguinte. Aliás, tem sido assim faz tempo.

No futebol sempre procuramos culpados. Mas não responsabilizo ninguém pela perda dos três pontos.

O time jogou desfalcado de alguns jogadores importantes. Pior, jogou sem sua dupla de área titular. Pode ser pior? Sim, jogou com Fred e Bressan na zaga. É o que a casa oferece. Mas nenhum clube brasileiro dispõe de quatro zagueiros de nível assemelhado. 

Alguém pode lembrar Thiery. Está bem, mas por que Roger não o escala? Penso que é porque o considere inferior aos que foram escalados, mas se ele, Thiery, consegue ser pior que os dois que jogaram, em especial Bressan, então ele decididamente não serve para o Grêmio.

Assim como Bressan não serve. Confesso que torci muito por Bressan, jogador formado no interior, valente, sempre disposto a jogar e a dar tudo de si. Um exemplo de abnegação, dedicação.

Mas um exemplo, também, de como não pode jogar um zagueiro de clube grande.

Bressan tem como seu principal defeito, a meu ver, a afoiteza. Ele é um ‘viamão lotado’.

Minutos antes do pênalti que não existiu, mas que o juiz marcou, Bressan deu uma entrada por trás no Kieza no meio do campo, no lado do adversário. Levou cartão amarelo.

Se tivesse sido menos aloprado – sim, ele é aloprado quase sempre -, não teria levado o amarelo.

Na jogada seguinte, ele viu Dagoberto invadir a área pela direita. Mais uma vez foi um ‘viamão lotado’, facilitando tudo para Dagoberto, que sempre joga bem contra o Grêmio. Levou um lençol mais do que previsível. Deixou o corpo e Dagoberto chocou-se contra ele, que estava imóvel. O juiz, perto do lance, marcou pênalti, um erro inaceitável.

Bressan, que havia recebido aquele amarelo minutos antes, levou o segundo. Foi expulso.

Antes, o Vitória havia marcado de cabeça com Kieza, num cruzamento na medida de Diego Renan, que era destaque no time junior do Grêmio uns anos atrás e, como tantos, nunca teve chance entre os titulares.

Bressan, claro, estava no lance. Mas não atribuo a ele alguma falha no gol. Nem ao Grohe. As vezes o adversário tem seus méritos. Não devemos nos esquecer disso.

Com a desvantagem de um homem em campo e levando dois gols, o Grêmio voltou a mostrar capacidade de indignação.

É importante frisar que o time não se entregou. Lutou com todas as suas forças para buscar um resultado melhor. 

No segundo tempo, após cruzamento de Edilson, o goleiro se atrapalhou e socou a bola na cabeça de um zagueiro. Gol contra.

O Grêmio seguiu pressionando, enquanto os baianos exploravam contra-ataques.

No finalzinho, Luan, de grande atuação, mostrando liderança e chamando a responsabilidade, perdeu um gol imperdível. Lançamento de Giuliano (outro de grande atuação), a zaga falhou e Luan ficou sozinho para correr em direção ao gol e desviar com categoria do goleiro. Mas a bola saiu, passou rente à trave.

O futebol também tem disso. O grito de gol ficou abafado na garganta de cada torcedor.

A realidade, dura e cruel, é que é assim que um time de bom potencial vê cada vez mais reduzidas suas chances de título. 

Cabe à direção do Grêmio providenciar reforços urgentemente.

Só assim a esperança de título será mantida. Futebol sem esperança é triste, sem graça e desestimulante.

O clube precisa neste momento é de um torcedor animado e confiante, mas para isso é preciso reforçar o time. Pra ontem.

 

Grêmio brilha em meio à neblina

A derrota do Inter por 3 a 2 diante do Figueirense, à tarde, melhorou o estado de espírito dos torcedores do Grêmio e deve ter proporcionado mais tranquilidade aos jogadores para o clássico contra o Cruzeiro, disputado sob forte neblina.

O fato é que o Grêmio venceu por 2 a 0 – e poderia ser por vantagem maior – com muita autoridade. O goleiro Marcelo Grohe foi pouco exigido e, mesmo com as lesões de Wallace Reis, Geromel e Maicon, o time se manteve superior em campo. 

É claro que o Cruzeiro ameaçou, principalmente quando o time perdeu os jogadores citados. Houve até um pênalti marcado por um bandeirinha – tipo de coisa que só costuma acontecer com o Grêmio – no segundo tempo. O chute saiu desviado. Se acontecesse o gol naquele momento o jogo poderia ficar complicado, ainda mais que Roger Machado ficou impossibilitado de fazer substituições táticas e técnicas.

Douglas, por exemplo, teve de permanecer em campo até o final. E até que ele foi bem. Marcou um gol de cabeça no rebote do goleiro Fábio. Aliás, se é o Marcelo Grohe que defende dessa forma, para a frente e não para os lados, estaria sendo xingado até a quinta geração.

O que eu não gostei do Douglas é que ele insiste em bater falta mesmo com Luan em campo. Aos 31 do segundo tempo, falta frontal, perto da área, perfeita para Luan. Douglas se intrometeu e chutou na arquibancada. Depois, colocou a mão na coxa esquerda fazendo um jeito para disfarçar a péssima cobrança.

O importante é que o Grêmio venceu e segue vitorioso na Arena, sem gol sofrido. É a melhor campanha em casa no Brasileirão. Onde estão aqueles que diziam que a Arena não faria a diferença? 

LUAN

Luan mais uma vez fez a diferença. Foi o protagonista das principais jogadas, chamou o jogo para si, foi para cima dos adversários, apanhou e se levantou. Fez um gol de cabeça na posição de centroavante aipim, desmontando a tese de alguns sobre os atacantes de movimentação. Nesse lance, Luan armou a jogada, Éverton cruzou na medida e Luan apareceu para concluir.

Depois, Douglas ampliou após chute de Luan e defesa de Fábio. O goleiro ainda fez uma defesa sensacional num arremate de Giuliano, o ‘operário’ mais talentoso que vi atuar recentemente.

Luan ainda acertou uma bola em curva na trave direita.

Já visualizo Luan brilhandol em algum grande clube europeu, talvez o Barcelona.

Mas antes ele precisa trabalhar muito para dar um título nacional ao Grêmio.

 

Surge o favorito?

O Inter faz uma campanha admirável no Brasileiro. Surpreendente até para o mais fanático dos colorados.

Não se pode ignorar, contudo, a tabela de jogos que caiu sob medida – como de fosse uma encomenda – para dar confiança e encorpar a equipe.

Mais surpreendente do que a liderança isolada do campeonato, no qual o Inter vive 37 anos de seca, é a reação que percebo entre os vermelhos. Nada de euforia!

– Depois do jogo de ontem (vitória de 2 a 0 sobre o misto do Atlético) estou começando a levar fé – confidenciou-me um colega colorado, que tinha três aninhos de idade em 1979.

Uma trajetória como essa em outros tempos levaria os colorados ao delírio. As redes sociais estariam entupidas de manifestações ufanistas.

Com raras exceções, há muita discrição. A impressão que dá é que o pessoal não leva muita fé no time, em especial no treinador.

Seguidamente leio e ouço comentários críticos à atuação do time, mesmo em caso de vitórias.

Imaginei que os colorados, em especial aos da mídia, fossem se esbaldar com a vantagem do time no Brasileiro.

Mas não, o pessoal anda discreto, comedido, contido.

Percebo, inclusive, um certo constrangimento.

O técnico tão criticado, por seu trabalho de campo e suas entrevistas, está respondendo seus detratores com vitórias.

E como se sabe o que vale no futebol é o resultado.

Tudo mais é tese e especulação.

A realidade, hoje, é que o Inter de Argel começa a despontar como favorito ao título.

 

Os 15 anos 

 

Hoje, em vez de sair por aí cantando o hino vermelho, um grupo de colorados divulgou um vídeo debochado sobre os 15 anos do Grêmio sem um grande título.

Uma brincadeira saudável, sem problemas. 

Uma brincadeira que só foi ratifica a grandeza do Grêmio. Mostra o quanto o Grêmio é grande, porque ninguém mexe com os pequenos.

Já passou o tempo de um clube tão grande, tão superior, ficar sem um grande título.

Os gremistas começam agora a ter uma ideia de como foi sofrido para os colorados sobreviverem 23 anos na expectativa de conquistar um título mundial.

Foi um longo período de inveja, rancor e frustração. O Grêmio no topo do mundo.

Eu sei que doeu muito porque convivi com os colorados durante esses anos todos.

É o futebol, a paixão que ele provoca.

Uma paixão que faz o torcedor, marmanjo, perder a cabeça e trajar um vestido de debutante só pra gozar com os gremistas.

Decididamente, não há o que o futebol não consiga fazer com as pessoas.

Defesa volta a falhar e Grêmio perde 2 pontos

O Grêmio saiu de casa para trazer quatro pontos em seis contra Fluminense e Chapecoense.

Voltou com apenas dois. A meta não foi atingida.

É assim que um time deixa de ser postulante ao título do Brasileiro e passa a lutar por uma vaga na próxima Libertadores. 

É cedo para afirmações como essa, mas o histórico do campeonato leva a esse tipo de conclusão.

O Grêmio terá de correr atrás para recuperar esses dois pontos que ficaram em Chapecó.

Pelo que aconteceu no jogo, era para voltar com vitória.

No final, para quem perdia nos minutos derradeiros, o empate acabou sendo bom, mas só porque um ponto é sempre melhor que zero ponto.

A defesa que era o ponto alto no início voltou a ser uma peneira, uma porteira aberta para quem quiser entrar.

O Grêmio saiu na frente com o gol de Geromel a 3 minutos. O time em vez de ir para cima jogou como se o gol achado pudesse se repetir sem maiores esforços no gramado irregular do Indio Condá.

Veio o pênalti. Edilson foi driblado com facilidade assustadora, como se fosse um aipim encravado. E não foi a primeira vez, revelando que ele é muito eficiente no apoio, mas facilmente driblável. Jailson, que acabou se firmando, cometeu o pênalti.

Aos 41, Jailson recebeu de Douglas invadiu o área e fuzilou o goleiro. Golaço.

O Grêmio foi incompetente para garantir a vantagem. Logo em seguida Thiego, ex-zagueiro do Grêmio, empatou, cabeceando sem marcação e sem saltar. Nâo deu chance para Grohe.

Quase no final, Thiego voltou a marcar de cabeça. Nesse lance o goleiro gremista poderia ter saído da goleira. Falhou Grohe, assim como todo o sistema defensivo.

Quando o jogo se encaminhava para uma derrota, Giuliano desviou de cabeça um cruzamento de Negueba, que havia substituído Éverton, de má atuação. Foi a única coisa de positiva que Negueba fez.

Difícil entender por que o técnico Roger Machado não colocou Lincoln ou Tontini, que estão na fila e mais habituados ao modo de jogar do time.

Provado está que jogador vindo de fora sempre tem prioridade, mesmo sendo, digamos, mediano como Negueba.

Agora, fica a obrigação de vencer o Cruzeiro, domingo, na Arena.

O jogo será às 19h.

Vocês não esperavam que o Grêmio fosse jogar um clássico em sua casa num domingo, às quatro da tarde, esperavam?

Vexame da seleção ajuda o Grêmio

Houve um tempo em que eu me interessava e até torcia pela Seleção Brasileira. Pelé ainda jogava.

Depois, fui me desapegando.

Cheguei ao ponto de ligar a TV domingo de noite e desprezar o jogo contra o Peru.

Lá pelas tantas, decidi dar uma espiada. Queria ver se Wallace estava jogando e queria também conferir o Guerrero, que estaria nos planos do Grêmio.

Mudei de canal quando vi um peruano ser calçado dentro da área a uns quatro metros do juiz.

Pensei: sempre a arbitragem ajudando a seleção. Sempre. Desisti de ver o jogo.

Adotei, faz tempo, uma regra: procuro ficar longe de qualquer coisa que me irrite. Reconheço, não é fácil.

Na metade do segundo tempo voltei para jogo, imaginando que Wallace tivesse entrado no meio campo faceiro do Dunga.

Ouvi o Casagrande dizendo que a seleção estava bem. Não, o time estava mal, muito mal. 

O Peru estava engrossando (não consegui evitar essa). 

Falando sério, fiquei impressionado com o toque de bola dos peruanos, toques curtos, alternando com bola longa, muita vibração em cada disputa.

É claro que eu torcia pelo Peru. Faz tempo, muito tempo, que torço contra a seleção.

Descobri recentemente que aumentou muito o contingente de secadores desse grupamento de profissionais muito ricos que jogam pela seleção sem nenhuma empolgação. Sem comprometimento, com raras exceções.

Quando o Peru fez o gol, vibrei. Depois, fiquei torcendo para que a imagem do gol não fosse repetida pela TV, porque nitidamente o juiz esperava por isso para confirmar ou não o gol.

Demorou tanto a imagem aparecer que o juiz acabou confirmando mesmo o gol. Segundos depois, apareceu o lance em que o atacante peruano usa o braço direito para marcar.

A seleção do Dunga, que já deveria ter perdido para o Equador na estreia (gol anulado de Bolaños coadjuvado pelo goleiro Alison), acabou conhecendo a dor de um erro clamoroso de arbitragem.

Foi só então, ouvindo o Galvão Bueno, é que me toquei que a seleção estava eliminada.

Pensei na hora: Wallace e Grohe voltam antes do tempo.

Não tenho dúvida que por trás desse vexame está toda uma energia negativa da torcida gremista sobre Dunga e sua seleção.

Ele provocou demais os deuses do futebol identificados com o tricolor.

Bem, tudo indica que Dunga não continua no comando.

O ideal é que com ele caísse toda a alta cúpula da CBF. Mas aí já é querer demais.

 

 

 

Misto do Grêmio penalizado pela arbitragem

O misto – faço questão de enfatizar isso porque muita gente parece esquecida – do Grêmio conseguiu um bom resultado sábado à noite, no RJ, ao empatar por 1 a 1 com o Fluminense, que, como todos sabem, é sempre um candidato em potencial ao título.

Mesmo que tivesse jogado com força máxima, empatar com o Fluminense fora de casa não seria um mau resultado. Estaria dentro das estimativas e projeções.

Agora, quando o empate se dá em função de uma arbitragem sórdida e ainda com o time desfalcado de quatro dos seus principais jogadores – Marcelo Grohe, Wallace, Luan e Bolaños -, é quase um resultado a ser comemorado. 

O que eu recolho de mais positivo desse jogo em Volta Redonda é que o Grêmio deixou muito claro que bateria o time carioca se tivesse completo, ou não tão desfalcado. E isso sim deve ser festejado.

O Grêmio tem um time capaz de brigar pelo título, porque mesmo prejudicado por erros humanos do árbitro André de Freitas Castro – por momentos desconfiei que ele fosse do quadro de árbitros da federação gaúcha – resistiu à pressão e garantiu o empate.

Vejo que muita gente questiona e critica o técnico Roger Machado por ter se encolhido pelo fato de estar com um jogador a menos. Ora, se ele não troca atacantes por jogadores mais defensivos e toma gol, seria crucificado por ter mantido o time aberto. Como ele optou, e fez bem, por se fechar e assegurar um ponto, leva pau por conformar-se com o ‘pontinho fora’. 

Quem acompanha o trabalho de Roger sabe que ele gosta de ver o time dele no campo do adversário. E até já foi chamado de ofensivista e, mais grave, de técnico faceiro, que deveria rechear o meio de volantes. Ocorre por vezes o time não consegue atacar, especialmente quando tem um jogador a menos diante de um Fluminense que vai incomodar muita gente.

ARBITRAGEM

O ‘homem de preto’ começou a mostrar armas ao não marcar o pênalti cometido por Henrique. Até os ‘isentos’ comentaristas de arbitragem da aldeia reconheceram a infração. 

Depois, a expulsão de Ramiro. É como disse o Maicon, que está se revelando uma liderança em campo, se o juiz expulsar atleta a cada xingamento não fica ninguém pra apagar a luz.

Pelo que foi colocado na súmula, Ramiro exagerou na dose de ofensas, deixando o time com um a menos por um bom tempo.

Sua expulsão, justa ou não, prejudicou demais esse Grêmio desfalcado e sem substitutos de maior qualidade, confirmando a necessidade de reforçar o grupo para realmente ter condições de almejar o título, sonho de todos os gremistas.

Então, não dá pra jogar toda a culpa na arbitragem. Ramiro tem sua parcela de responsabilidade e isso não pode ignorado pelos homens do futebol tricolor. Até para evitar que fato como esse se repita.

Expulsão por cochichar no ouvido do juiz é o fim da picada! 

Por fim, esse juiz, que se revelou também incompetente, precisa levar uma geladeira, porque sua atuação realmente levanta suspeitas.  

HERMES

O ‘alemão’, como é chamado por Roger, está se afirmando como titular da lateral-esquerda. Ainda é muito instável, irregular, mas já mostrou que merece ser mantido titular, mesmo com a volta de Marcelo Oliveira.

Sábado, marcou um belo gol, revelando habilidade ao dar uma cavadinha – que muito centroavante perto de nós não sabe fazer – e encobrir o excelente goleiro do Flu.

Pensamento mágico e contratações polêmicas

O pensamento mágico anda de mãos dadas com os dirigentes da dupla Gre-Nal. E seus treinadores.

Não vejo mal algum em acreditar na magia e nos mistérios da vida, em duendes, nos deuses do futebol, etc. Faz parte.

O problema é quando a racionalidade, a pesquisa, o planejamento, a lógica e o estudo são colocados em segundo plano, em detrimento de devaneios, delírios e, claro, do pensamento mágico.

Por exemplo, acreditar que Negueba, jogador de biografia discreta e raros gols assinalados, possa ser um reforço, é quase como crer na inocência do ex-presidente Lula.

Negueba é uma aposta, mas uma aposta com chances pequenas de dar certo. 

Vale o mesmo para Leandro Almeida, zagueiro que o Inter está contratando do Palmeiras. Ariel é outro que entra nesse pacote.

Nessas ocasiões sempre tem quem lembre de Jardel, Paulo Nunes e outros que chegaram desacreditados e acabaram fazendo carreira, conquistando títulos.

Poucos destacam que esses nomes são, na realidade, as exceções.

Sei que os cofres estão raspados. Mas isso não justifica.

Ao contrário. É mais um motivo para fazer aquilo que está caindo de maduro: investir na prata da casa.

Tem uma lição básica, que muitas vezes é pisoteada: jogador para compor grupo a gente encontra na base. Jogadores medianos servem mesmo é para truncar os jovens formados no clube.

O Grêmio tem hoje esperando uma oportunidade – colocar Batista aos 43 do segundo tempo contra a Ponte Preta não é exatamente uma oportunidade – uma série de jovens promissores: Iago, Tontini, Kaio, Jailson, entre outros.

Dificilmente algum deles terá tão cedo a sequência de jogos que Negueba irá receber assim que pisar no CT tricolor.

Se dessem uma chance (real) para Tontini, por exemplo. Não, isso não passa pela cabeça dos dirigentes aqui no Sul.

O negócio deles é buscar fora o que já tem em casa.

Aproveitar de fato a gurizada somente na hora do desespero, quando os titulares estão fora por lesão, seleção brasileira, cartões, caxumba, etc

É o que acontece agora. São vários desfalques para o jogo contra o Fluminense. Será que o técnico Roger conhece o verdadeiro potencial da gurizada para ali encontrar substitutos confiáveis? 

Com certeza teria mais firmeza nas escolhas se tivesse testado melhor esses jogadores. A não ser que para ele bastem os treinos. Mas jogo é jogo, treino é treino.

Assim, na hora do aperto, por falta de amostragens mais seguras dos jovens, o recurso é apelar para os mesmos que faz tempo nada resolvem.

CÁSSIO

Quem me acompanha sabe que há muito tempo venho dizendo que Cássio é o melhor goleiro no país.

É Cássio e os outros. Grohe é um baita goleiro, mas Cássio é superior.

O Grêmio estaria tentando contratar Cássio, em situação de litígio no Corinthians.

Para isso, precisa negociar Grohe. Não tem como ficar com os dois. 

Mas há informações de que Marcelo Grohe está sendo negociado, abrindo caminho para a volta de Cássio.

Se isso acontecer espero que Dunga – ele ainda estiver na seleção – não o convoque.

 

Golaço de Luan: prêmio pela insistência do time

Vitória por 1 a 0, com gol nos acréscimos, é quase uma goleada.

Foi um jogo sofrido, com a Ponte Preta se defendendo de qualquer jeito e explorando contra-ataque também de qualquer jeito.

Para completar, o Grêmio atacando de qualquer jeito. Na maioria das vezes abusando do toque-toque improdutivo. Depois, mesmo com um jogador a mais, abusando da bola erguida para a área de qualquer. O antigo ‘chuveirinho’ ressurgiu das trevas. Ou do desespero. 

Lembrei-me do velho Olímpico, lá pelos anos 70/80, quando a bola rifada para a área da intermediária, pegando a defesa rival de frente, em posição de superioridade perante o ataque.

Tanto o toque-toque como o ‘chuveirinho’ são irritantes, especialmente quando se abusa desse tipo de jogada.

E não é que na tarde iluminada, com o sol já se pondo sobre o Guaíba, um lançamento despretensioso, aquele ao qual o jogador recorre quando já não sabe o que fazer para penetrar na área, resultou no gol da vitória? O gol que anulou teses e opiniões ditas definitivas sobre este ou aquele atleta, e até, claro, sobre o treinador Roger Machado.

Maicon lançou para a área, o zagueiro afastou e Luan pegou o rebote, ajeitou e chutou forte no ângulo superior direito. Sem chance para o goleiro. Um golaço do craque do time.

Um golaço de Luan, que mesmo com dor na sola do pé pediu para jogar, contrariando o departamento médico.

INSISTÊNCIA

O principal é que o Grêmio, sem ter feito uma boa partida, mas também longe de ser ruim, é que o os jogadores nunca se entregaram.

O time venceu pela indignação diante de um empate que não refletia o que acontecia em campo. Venceu pela garra e pela insistência. 

Contra o Palmeiras, na derrota por 4 a 3, o time já havia mostrado a mesma determinação, a mesma entrega.

Com certeza, é reflexo de um trabalho que está sendo feito pelos novos gestores do futebol tricolor.

A vontade de vencer, até para compensar a derrota na semana, era tanta que alguns jogadores abusaram das entradas viris, como Luan e principalmente Lincoln, que conseguiu ser expulso com poucos minutos em campo.

Seria interessante uma análise do comando a esse respeito.

Daqui a pouco não vai faltar gente, em especial aqui na aldeia, para rotular o Grêmio de time violento.

ESTREIA

Gostei muito de Wallace. Mostrou segurança, firmeza, domínio do setor. Jogador experiente, que joga sério. Posso estar enganado, mas o Grêmio encontrou um bom companheiro para Geromel, que se sentiu tão seguro que foi várias vezes ao ataque.

COTAÇÃO

Em relação aos demais jogadores:

Bruno Grassi: quase não foi exigido.

Edilson: uma recaída

Geromel: um gigante

Hermes: esforçado apenas

Ramiro: não comprometeu, mas o time perde sem Wallace

Maicon: outra atuação muito boa. Parece estar incorporando a alma tricolor.

Giuliano: muita movimentação, muita vontade e poucos acertos ofensivos

Luan: alguns bons lances, outros nem tanto. Poderia ter sido expulso. Mas o gol apaga tudo de negativo.

Douglas: uma metidinha para Éverton e só. Que eu me lembre.

Éverton: precisa urgente colocar o pé na forma. 

SELEÇÃO

Falha de Alisson teve repercussão mundial. Só não foi maior porque o juiz, seguindo seu bandeirinha, anulou o gol. Mas a bola estava em cima da risca da linha de fundo quando Miller Bolanos chutou rasante, sem maior pretensão. Alisson acabou mandando a bola para a rede.

O lance lembrou muito esse:

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2016/06/internacional-0x1-gremio-brasileiro-1987.html