O pensamento mágico anda de mãos dadas com os dirigentes da dupla Gre-Nal. E seus treinadores.
Não vejo mal algum em acreditar na magia e nos mistérios da vida, em duendes, nos deuses do futebol, etc. Faz parte.
O problema é quando a racionalidade, a pesquisa, o planejamento, a lógica e o estudo são colocados em segundo plano, em detrimento de devaneios, delírios e, claro, do pensamento mágico.
Por exemplo, acreditar que Negueba, jogador de biografia discreta e raros gols assinalados, possa ser um reforço, é quase como crer na inocência do ex-presidente Lula.
Negueba é uma aposta, mas uma aposta com chances pequenas de dar certo.
Vale o mesmo para Leandro Almeida, zagueiro que o Inter está contratando do Palmeiras. Ariel é outro que entra nesse pacote.
Nessas ocasiões sempre tem quem lembre de Jardel, Paulo Nunes e outros que chegaram desacreditados e acabaram fazendo carreira, conquistando títulos.
Poucos destacam que esses nomes são, na realidade, as exceções.
Sei que os cofres estão raspados. Mas isso não justifica.
Ao contrário. É mais um motivo para fazer aquilo que está caindo de maduro: investir na prata da casa.
Tem uma lição básica, que muitas vezes é pisoteada: jogador para compor grupo a gente encontra na base. Jogadores medianos servem mesmo é para truncar os jovens formados no clube.
O Grêmio tem hoje esperando uma oportunidade – colocar Batista aos 43 do segundo tempo contra a Ponte Preta não é exatamente uma oportunidade – uma série de jovens promissores: Iago, Tontini, Kaio, Jailson, entre outros.
Dificilmente algum deles terá tão cedo a sequência de jogos que Negueba irá receber assim que pisar no CT tricolor.
Se dessem uma chance (real) para Tontini, por exemplo. Não, isso não passa pela cabeça dos dirigentes aqui no Sul.
O negócio deles é buscar fora o que já tem em casa.
Aproveitar de fato a gurizada somente na hora do desespero, quando os titulares estão fora por lesão, seleção brasileira, cartões, caxumba, etc
É o que acontece agora. São vários desfalques para o jogo contra o Fluminense. Será que o técnico Roger conhece o verdadeiro potencial da gurizada para ali encontrar substitutos confiáveis?
Com certeza teria mais firmeza nas escolhas se tivesse testado melhor esses jogadores. A não ser que para ele bastem os treinos. Mas jogo é jogo, treino é treino.
Assim, na hora do aperto, por falta de amostragens mais seguras dos jovens, o recurso é apelar para os mesmos que faz tempo nada resolvem.
CÁSSIO
Quem me acompanha sabe que há muito tempo venho dizendo que Cássio é o melhor goleiro no país.
É Cássio e os outros. Grohe é um baita goleiro, mas Cássio é superior.
O Grêmio estaria tentando contratar Cássio, em situação de litígio no Corinthians.
Para isso, precisa negociar Grohe. Não tem como ficar com os dois.
Mas há informações de que Marcelo Grohe está sendo negociado, abrindo caminho para a volta de Cássio.
Se isso acontecer espero que Dunga – ele ainda estiver na seleção – não o convoque.