Faltou Alcindo. O ‘bugre’ teria mandado pelo menos umas duas bolas na rede do Atlético Mineiro, neste domingo.
Mas o Grêmio não tem nada parecido com Alcindo, centroavante da minha seleção gremista de todos os tempos.
(Escrevi um pouco sobre ele no comentário anterior.)
Faz tempo que o Grêmio não tem um matador. São incontáveis os jogos em que o Grêmio criou muito, amassou o adversário, e ainda assim não venceu.
Foi assim nesse empate por 1 a 1 com o time mineiro, cantado em prosa e verso por alguns analistas da praça como favorito ao título.
Pois o Grêmio foi muito superior ao Atlético. Não venceu por essas coisas do futebol.
Foi um crime esse empate. Mas como todos os crimes, sempre há pelo menos um culpado.
Saí da Arena, ainda atordoado com o gol de Robinho quase no final, convencido de que parte da responsabilidade cabe ao técnico Roger Machado.
Havia quase um consenso entre os gremistas que foram à Arena neste domingo que amanheceu triste com a notícia da morte de Alcindo.
Ouvi um gremista declarando para um repórter de rádio:
– Esse empate vai pra conta do Roger.
Concordo em parte. Durante o segundo tempo era visível o cansaço de Douglas. Roger demorou a tirar seu maestro, e até com boa razão. Afinal, o Grêmio com Douglas, mesmo cansado, dominava amplamente o adversário. Uma mexida talvez desarticulasse o time, permitindo uma reação do Atlético. É possível que Roger tivesse ponderado nesse sentido.
Não é fato que em time que está ganhando não se mexe? Mas no caso faltou colocar alguém mais agressivo para furar o bloqueio atleticano e concretizar em gol o amplo domínio.
O próprio gol de Luan foi quase um acidente. O Grêmio dominou, mas não teve acabamento nas conclusões na maioria das vezes. Faltou, inclusive, a já famosa ‘metidinha’ do maestro.
Então, era o caso de colocar um atacante para fazer a beira do campo, passando Luan para a função de Douglas.
Bolanos, que atuou pelas beiradas, às vezes parece que joga com a cabeça no Equador. Ainda está devendo.
Então, na conta de Roger, vai não o empate em si, porque seria uma conta muito pesada, mas o fato de não ter tornado o time mais agressivo e incisivo, com mais verticalidade e menos toques para o lado.
O Grêmio deveria ter ‘matado’ o jogo para não deixar o Atlético com seus atacantes experientes e frios especulando uma chance. O Atlético jogava claramente por uma bola. E teve essa bola.
Na conta de Roger, por uma questão de justiça, é preciso contabilizar que foi ele quem armou o esquema de envolveu completamente um dos favoritos ao título brasileiro. Méritos do técnico.
Seu erro, portanto, foi demorar para sacar Douglas (isso é quase unanimidade). A entrada de Ramiro eu até entendo – não concordo, mas entendo – seria para reforçar a marcação e não permitir o que acabou acontecendo, o gol desconcertante do Atlético.
O gol que subtraiu do Grêmio dois pontos que pareciam tão certos.
A conclusão é que Roger, que está com muito crédito, está acertando no atacando, e errando no varejo.
Mas erros que custam caro e tiram o sono de qualquer gremista.
Erros que passariam despercebidos se em seu ataque o Grêmio tivesse alguém do porte de um Alcindo Martha de Freitas, o maior artilheiro da história Tricolor.
SEGUNDONA
Os sinais são claros. O Inter está recebendo sinais de que ‘Jesus está chamando’. É pênalti perdido no último minuto; é gol sofrido quase no final e impedindo a vitória que se consolidava, como foi no empate por 1 a 1 com o Sport. E por aí vai.
Parece que tudo conspira contra.
No caso deste domingo, só a arbitragem parecia favorável. Houve três pênaltis, todos discutíveis. Mas o juiz só marcou o favorável ao Inter.
Os outros dois, a favor do Sport, ele ignorou. Por isso que o técnico Oswaldo de Oliveira foi expulso. Não aguentou.
Com o empate, o Inter dorme na zona de rebaixamento.