“Uma vitória sobre o Coritiba mantém o time na briga pelo título, que está difícil, mas não impossível.
O empate nos deixa à espera de uma milagre, sonhando com uma vitória sobre o líder Palmeiras no domingo.
Já uma derrota leva ao caminho dos que podem chegar no máximo a uma vaga na Libertadores.
Sem contar que pode gerar uma crise das mais terríveis até em função do processo eleitoral.
O caminho a ser seguido depende também, e muito, dos torcedores.
A hora não é de incendiários, mas de bombeiros.”
Foram minhas últimas palavras no comentário anterior, no qual defendi a tese de um cessar fogo.
Uma pausa nos ataques a Roger e alguns jogadores. Percebia que o tiroteio nas redes sociais poderia afetar o ânimo e a confiança dos jogadores.
Bem, agora é tarde.
Os 4 a 0 sofridos em Curitiba são quatro punhaladas no coração de cada gremista. Três gols em menos de dez minutos.
Além de levar quatro gols de um time que ronda a zona do rebaixamento, duro foi aguentar o segundo tempo.
Foram os 45 minutos mais longos que já vivi no futebol.
Uma tortura.
Eu só pensava numa coisa: Roger, como bom gremista, vai pedir demissão, vai entregar o cargo. Ou será demitido no vestiário mesmo, levando consigo todos os seus bruxos. Nem vou citar nomes.
Não, Roger não entregou o cargo.
Na entrevista no final do jogo ele assumiu a culpa. Mas manteve a soberba que, a meu ver, acoberta um sujeito assustado, um sujeito que perdeu o rumo, a convicção, e se encaminha para o abismo.
Roger Machado viveu um belo momento no Grêmio. Ele próprio tratou de complicar sua trajetória – atingindo o clube.
Primeiro, ele inventou de escalar um centroavante tipo aipim, contrariando o esquema que estava dando certo.
Segundo, é essa insistência com um esquema de três volantes, que pra mim foi armado para acomodar Maicon no time, porque o certo era seguir com Wallace e Jailson.
Assim, temos que Roger em dois momentos traiu aquilo que se pensava fosse uma convicção sua: atacantes de movimentação e dois volantes.
Na primeira oportunidade ele testou o aipim e implantou os três volantes.
Fora isso, a impressão que dá é que ele come nas mãos de alguns veteranos do grupo, os tais bruxinhos, os ‘bons de vestiário’.
Porque não dá pra entender que Ramiro seja o 12º titular e Marcelo Oliveira um titular por decreto, contrariando o bom senso.
Roger plantou o que colheu.
Mas daqui a pouco ele vai embora e a torcida gremista fica aqui lambendo as feridas, buscando minimizar mais uma frustração, e projetando a Copa do Brasil.
Antes, tem o Palmeiras na Arena. Tudo pode acontecer.
RENATO
Não gostaria de ser dirigente do Grêmio neste momento: decidir se mantém Roger ou se contrata outro treinador.
Eu seria pela demissão porque não vejo em Roger condições de reagir.
Meu técnico, nesta emergência, seria Renato Portaluppi. Mas há um probleminha: ele gosta do Douglas.
Solução: livrar-se de Douglas se for para trazer Renato.