Ramiro, o Itaqui de Roger Machado

O empate deste domingo na Arena, 0 a 0, reflete em primeiro lugar uma injustiça. O Grêmio foi superior, mereceu a vitória, embora no final – com Ramiro já em campo – o Palmeiras por pouco não venceu, o que ele costuma fazer com frequência em jogos fora de casa.

Em segundo lugar, o jogo revelou a diferença essencial entre os técnicos. Cuca quer vencer, e não vacila em trocar um volante por um atacante, como fez ao sacar o excelente Moisés pelo atacante Lucas Barrios. Quase ao mesmo tempo, Roger Machado trocou Wallace por Ramiro, ou seja, seis por meia dúzia.

Para um time que não consegue vencer e anda frustrando e irritando toda sua torcida, Roger deveria ter colocado Lincoln ou algum outro jogador com mais qualidade técnica e vocação ofensiva.

A continuar assim, a torcida gremista verá Lincoln jogar talvez no time veterano ou em algum grande clube europeu no futuro. Ramiro pode ser o Itaqui (que era escalado por Celso toc-toc Roth em detrimento de Ronaldinho Gaúcho). Coincidência, os dois vieram da Serra.

Bem, como escrevi há alguns dias, Ramiro é o 12º jogador de Roger. Gosto é gosto.

O fato é que Roger se mostra um técnico assustado na hora de mudar, enquanto Cuca revela desassombro para ver seu time buscando a vitória, seja em casa ou fora. Por pouco, muito pouco, não conseguiu o gol que lhe daria mais três pontos. Dudu mandou uma bola na trave e Grohe fez milagre.

O terceiro aspecto a destacar: a absurda diferença de qualidade dos dois grupos, o que atenua um pouco a responsabilidade de Roger.

Enquanto Roger colocava em campo Ramiro, Guilherme e Batista, Cuca tinha Lucas Barrios, Cleiton Xavier e Rafael Marques. Jogador prontos e de boa qualidade. Os três até poderia ser titulares do Grêmio, esta é que a realidade dura e cruel.

Então, assim vai o Grêmio. Restou a Copa do Brasil como esperança de título.

No Brasileiro, não enxergo nem vaga na Libertadores.

CERA

O Palmeiras fez cera técnica já no primeiro tempo. Cartão amarelo para esse procedimento, usado pelo menos umas quatro ou cinco vezes pelos palmeirense, só apareceu nos minutos finais, para o goleiro Jailson.

No primeiro tempo, teve um lance muito parecido com o levou à expulsão de Lucas Lima contra o Inter.

O jogador do Palmeiras ia cobrar o lateral, depois de ganhar alguns segundos, e desistiu, esperando que um companheiro se aproximasse para fazer a cobrança. O juiz nada fez. Sequer deu advertência.

Já o juiz de Inter e Santos…