Agora vamos ao que interessa: o Gre-Nal

O Grêmio jogou como costuma jogar fora de casa: mal. Pois mesmo jogando mal durante a maior parte do tempo, o objetivo foi alcançado, e isso sim merece ser festejado.

A Copa do Brasil se joga assim, degrau por degrau.

O Grêmio pegou o adversário mais poderoso entre todos que estão em atividade hoje no futebol brasileiro. Fez uma partida brilhante na Arena, onde costuma jogar bem, venceu por 2 a 1.

No segundo jogo, em território inimigo, conseguiu galgar mais um degrau, com as pernas vacilantes, é verdade, mas atingiu o objetivo.

O primeiro tempo do Grêmio foi assustador. Mesmo assim, o Palmeiras não conseguiu marcar.

Teve duas ou três boas oportunidades, mas nenhuma tão clara quanto a do Grêmio, desperdiçada pelo Pedro Rocha. Naquele lance em que ele ficou cara a cara com o goleiro, com a bola à feição, o Grêmio perdeu a chance de causar tanto sofrimento e raiva à sua torcida.

O Grêmio teve uma postura digna nos minutos iniciais, marcando a saída de bola do Palmeiras na intermediária. O problema é que ao recuperar a bola errou passes demais – Douglas e Maicon foram os que mais erraram -, prejudicando a jogada ofensiva. Diante disso, o Palmeiras foi empurrando o Grêmio para o campo defensivo. Não era essa a proposta de jogo do time, que começou pensando em fazer o recomendável: marcar um gol e depois sim se resguardar e jogar no desespero do Palmeiras.

O gol palmeirense no começo do segundo tempo foi um golpe. O time de Renato havia começado bem, ameaçando o gol. Houve falha no sistema defensivo e Thiago Martins cabeceou para a rede.

O Grêmio não se intimidou. Foi para cima e passou a criar algumas situações. Tudo melhorou com a entrada de Éverton no lugar de Pedro Rocha, que estava realmente muito mal.

Em um de seus primeiros lances, Éverton foi agredido com um carrinho maldoso de Allione no guri gremista, que havia entrado com grande disposição. Allione acreditava, por certo, que a arbitragem seria conivente, como tem sido ao longo do Brasileiro em favor do Palmeiras. Foi expulso. Era tudo que o Grêmio precisava.

O mesmo Éverton tratou de fazer justiça ao que acontecia em campo, marcando um belo gol em sua jogada tradicional, manjada, mas que ainda causa estragos.

Depois, o Grêmio, nos contra-ataques, poderia ter liquidado o jogo, mas faltou objetividade e mais concentração no acabamento das jogadas.

Agora, o Grêmio pega o Cruzeiro, que eliminou o Corinthians com autoridade.

Primeiro joga, fora. Decisão na Arena.

INTER

No outro jogo da fase semifinal, Inter x Atlético Mineiro. É um torneio Sul-Minas revivido.

O Inter superou o Santos mesmo jogando com um time misto. O time paulista tinha a vantagem do empate, mas jogou mal. O Inter tirou proveito e fez 2 a 0, resultado que não deixa dúvidas.

Já o Atlético, que não tem jogado bem contra o Inter, penou para superar o Juventude.

Apontado como candidatíssimo ao título em função de seu elenco cheio de estrelas – decadentes, a meu ver -, o Atlético será eliminado pelo Inter.

DOUGLAS

Se o Grêmio jogar sem Douglas no confronto fora de casa contra o Cruzeiro, as chances de sucesso são maiores.

Conforme já escrevi muitas vezes, Douglas só joga bem na Arena.

Então, minha sugestão é que Renato comece com Bolanos para articular com Luan, deixando Douglas para entrar no decorrer do jogo se for necessário.

GRE-NAL: FORÇA MÁXIMA

Agora, vamos ao que interessa.

Não, não me refiro à eleição em POA.

Hoje, nada é mais importante que o clássico de domingo.

O torcedor gremista quer o título da CB, é evidente, mas se tiver que optar fica com a vitória no Gre-Nal.

O grande título da torcida neste final de ano seria o rebaixamento colorado. Sonho de dez entre dez gremistas.

É bom que a direção e a comissão técnica do Grêmio tenham plena consciência disso.

E não ousem escalar time misto no clássico, boato estimulado por setores vermelhos da imprensa.

Um resultado negativo – derrota e até empate – seria péssimo, mas somente será suportável se o Grêmio jogar com sua força máxima.

Meu conselho é que não desafiem essa torcida…