Grêmio mostra que é o melhor entre os semifinalistas

Com todo respeito aos demais semifinalistas da Copa do Brasil, mas o Grêmio mostrou esta noite, no Mineirão, diante de 50 mil torcedores do Cruzeiro, que tem o melhor futebol entre os quatro times que buscam o título do torneio.

O Grêmio já havia feito uma apresentação exuberante no primeiro jogo contra o Palmeiras, que é bastante superior ao time de Mano Menezes.

Aliás, escrevi o seguinte no comentário anterior: “Quem bateu o Palmeiras, virtual campeão brasileiro, pode repetir a dose em cima dos mineiros”.

O futebol muitas vezes é complexo, mas em outras tantas é muito simples. 

Pois com simplicidade mesclada com sofisticação, o Grêmio se impôs ao Cruzeiro, marcou 2 a 0 e encaminhou sua presença na final da Copa do Brasil de 2016. 

É o Grêmio recuperando sua fama de time copeiro, de vencedor de mata-mata. Antes do Palmeiras teve outro obstáculo de respeito, o Atlético Paranaense.

É o Grêmio mostrando que consegue vencer também fora de casa, longe da Arena e de sua torcida.

É o Grêmio de Renato Portaluppi e, sim, de Roger Machado.

Renato deu seu toque pessoal ao futebol elegante e vistoso do time herdado de Roger. O time de Renato tem mais pegada e mais indignação.

Contribui muito para isso o argentino Kanneman, que não cansa de mostrar as travas das chuteiras e de se jogar em cada disputa com o corpo e a alma. Por vezes, exagera, como nos dois carrinhos frontais que deu, um deles resultando em falta perigosa e outro em cartão amarelo.

Kannemann pode pecar pelo excesso, nunca pela omissão ou negligência. Ele e Geromel formam uma grande dupla de área, sem dúvida a melhor em atuação no futebol brasileiro.

Com certeza, toda essa qualidade contribuiu para que Marcelo Grohe fosse pouco exigido. Importante destacar também o cuidado do time para não fazer faltas pelos flancos e ceder escanteio.

Orientação do ‘neófito’ Renato Portaluppi, que teve a sabedoria de manter a estrutura deixada por Roger, acrescentando detalhes que tornam o Grêmio esse time vibrante, competitivo e por vezes refinado, como na jogada que resultou no primeiro gol, o golaço de Luan.

O Grêmio ficou mais de um minuto com a bola nos pés, saindo da esquerda, passando para a direita e voltando para a esquerda, deixando zonza a defesa do Cruzeiro.

Jogada que começou com Wallace, passou por meio time e que terminou num toque sutil de Marcelo Oliveira (tão criticado) para Luan, que colocou por cima do goleiro para marcar um dos gols mais bonitos da temporada. 

Foi como um lance de três pontos no basquete, certeiro, preciso, genial.

Depois, o segundo gol, com Ramiro (outro tão criticado) metendo uma bola milimétrica para Douglas invadir a área e bater de direita, deslocando o goleiro mineiro.

ATLÉTICO

No outro jogo da fase semifinal, o Atlético bateu o Inter por 2 a 1. Com isso, também encaminhou sua classificação na finalíssima da Copa do Brasil.

Assim, se não houver surpresa, Grêmio e Atlético Mineiro decidem o título.

O Atlético, como já escrevi, é um time com estrelas que já não brilham como em outros tempos, mas que podem encontrar a qualquer momento um tanto do brilho que um dia tiveram.

Vejo o Grêmio como favorito. Afinal, é o melhor entre os quatro. Com todo respeito.

RANÇO

Depois dessa rodada da CB, aguardem o ranço, a inveja e o despeito dos setores vermelhos – perfeitamente identificáveis – da mídia gaúcha.