Ainda sob efeitos da emoção de antes, durante e depois da grande ‘vitória’ por 1 a 1 imposta sobre o Atlético Mineiro, tenho a declarar:
- Como é bom poder festejar um título em casa, estádio lotado e a Goethe transbordando de alegria e paixão.
- Aos adoradores dos pontos corridos, tenho a dizer que nada supera um mata-mata na decisão de um título. O mundo sabe que o Grêmio é campeão da Copa do Brasil/2016, já o Brasileirão tem seu campeão definido faz tempo e nem todos se deram conta disso. Um sistema híbrido seria sensacional.
- Grêmio confirmou que tem uma equipe superior a do Atlético. Foi melhor em todos os jogos. Neste, Marcelo Grohe nem precisou fazer defesa mais difícil, diferente de Victor que brilhou num lance com Éverton.
- Que ninguém mais se atreva a afirmar que Renato Portaluppi ‘nem treinador é’. Renato desmistifica essa história de ‘estudiosos’ do futebol e também essa imagem que os treinadores gostam de passar de que eles são os entendidos e nós, os outros, nada sabemos. Essa postura irrita muita gente, em especial os ‘analistas’ da mídia e boa parte dos colegas de Renato.
- Renato armou o time para não levar gol. O gol fantástico de Cazares no final não tira os méritos de Renato na formatação do time para garantir o título sem dor.
- Por falar em Cazares, o outro gol do jogo, o gol da tranquilidade, do alívio, o gol que fez explodir a Arena, foi marcado por outro equatoriano, Bolanos, que recém havia entrado.
- Éverton, autor da jogada do gol, cresceu demais no meu conceito. Estava junto à área do Atlético no segundo tempo. Éverton jogava a poucos metros de mim. Quase podia sentir seu coração gremista pulsar. Vi de perto um guri endiabrado, liso, rápido, e de um futuro de destaque no futebol europeu.
- Kannemann: que zagueiraço. Ele me faz lembrar Oberdan, que como ele impunha respeito e autoridade, na bola ou na ‘chegada junto’. É um pittbull na área, formando uma dupla excepcional com Geromel. Um afina – na medida certa – e outro engrossa. Pra mim, a melhor contratação do clube neste ano.
- Outra dupla imbatível: Wallace e Maicon. Técnica, imposição física, firmeza e versatilidade. Ambos cresceram com Renato, assim como Ramiro, que saiu de campo tendo seu nome gritado por todos no estádio. O Pequeno Grande Volante virou peça fundamental no esquema, gostem ou não dele.
- No gol de Bolanos – muitos jogadores mandariam aquela bola de rebote nas nuvens – destaque também para o passe preciso de Luan no início e para a presença de Wallace, que saiu lá de trás para disputar, na risca da pequena área, a bola cruzada por Éverton.
- Mais um aspecto fundamental para a vitória: o time não se envergonhou de dar chutão, aderindo à máxima “bola pro mato que o jogo é de campeonato”. Duvido que com Roger – de grande participação nesse título -o time jogaria assim. Saúdo, pois, a volta do bicão quando necessário. Tem a hora de jogar, e a hora de espantar. Roger precisa aprender isso pra vencer mata-mata.
- Como ninguém fala, falo eu: parabéns ao astrólogo Bruno Vasconcelos, que há dez anos previu que a seca de títulos do Grêmio terminaria só em 2015/2016. Grande Bruno, um amigo que hoje faz seus mapas astrológicos em outro plano. Valeu, irmão.
Era isso que eu tinha para o momento. Agora, só quero curtir esse ‘momento lindo’, como diria Roberto Carlos, o cantor.
E esperar pelo domingo, que promete novas e fortes emoções.