Depois de seis rodadas do Brasileirão está claro que o Corinthians é candidato ao título.
Falo do Corinthians verdadeiro, não desse que nasce da rivalidade Gre-Nal. Essa brincadeira de dizer que o Inter deveria se chamar Corinthians do Sul depois dos quatro pênaltis e das duas expulsões na vitória por 4 a 2 sobre o Náutico. Pura maldade.
Outra sacanagem é dizer o Inter encontrou seu esquema ideal no ataque: dois bandeiras pelas pontas e o juiz penetrando pelo meio. Coisas de torcedor, não liguem amigos colorados.
Mas voltando a série A. O Corinthians se firma na liderança e, como se trata de um grande clube, com um futebol de estilo bem definido e consolidado, vai seguir na ponta de cima.
O Brasileirão é longo e desgastante, uma maratona em que é preciso dosar energia, jogar com sabedoria e contar com um pouco de sorte para não ter muitas lesões.
Olhando a tabela neste final de tarde de domingo – faltando dois jogos para fechar a rodada – me detenho nos seis primeiros times. Desses, vejo apenas o Grêmio com potencial para disputar o título com o clube paulista. E não é visão de gremista.
Poderia ainda colocar o Fluminense, mas o time de Abel “vamu pra dentro deles’ não é confiável. No entanto tem alguns bons jogadores e costuma contar com erros ‘humanos’ de arbitragens a seu favor.
Então, Corinthians e Grêmio disputando pau a pau, sem favoritismo para nenhum deles, são hoje os mais fortes candidatos. E é muito bom que a direção do Grêmio trabalhe convencida disso, investindo forte no Brasileiro, trabalhando com inteligência como tem feito.
Todos sabemos que não é fácil, mas o Grêmio tem a rara possibilidade, pelo que já mostrou sob o comando do melhor treinador do campeonato, de conquistar três grandes títulos no mesmo ano.
Neste santo ano de 2017 seria a glória suprema para compensar 15 anos de amargura e frustrações.
Coritiba, Chapecoense e Ponte Preta a meu ver não irão ficar muito tempo entre os seis melhores. São equipes médias e sem um grupo homogêneo, equilibrado, para competições de tiro longo.
Bahia, São Paulo, Vasco e Botafogo, que completam os times da primeira página, os dez primeiros, também devem ficar pelo caminho em termos de briga pelo título de campeão.
O São Paulo, aliás, apesar de clube poderoso, não evolui sob o comando do treinador Rogério Ceni, um estudioso que terá de voltar aos bancos escolares.
ÉVERTON
O Grêmio enfrenta o Bahia com todas as condições de vencer e ficar no encalço, bafo na nuca do Corinthians.
As ausências são preocupantes, mas há bons substitutos. Léo Moura, uma das referências técnicas do time, será substituído por Edilson. Quer dizer, mantém a qualidade na lateral.
Na frente, Lucas Barrios, também lesionado, cede seu lugar a Éverton. Duvido que Renato não comece com o guri. Seria um balde de água gelada sobre o guri depois dos três gols sobre a Chapecoense.
Com Éverton, Pedro Rocha e Luan na frente, o Grêmio fica com uma linha ofensiva difícil de ser neutralizada.
Agora, o jogo não é fácil. O Bahia sabe que o que o espera. Por isso, vai jogar fechadinho, especulando contra-ataques.
COMENTARISTA DE ARBITRAGEM
Não lembro quem inventou o comentarista de arbitragem.
Só sei que houve um tempo em que o tal comentarista falava em cima do lance, segundos após a marcação do juiz.
Hoje, os ‘especialistas’ em arbitragem (ex-juízes e jornalistas com um curso na área) dão seu parecer depois de umas duas ou três olhadas no replay. O narrador prolonga o grito de gol, chama o repórter e só depois entra o ‘especialista’ para dizer, normalmente, aquilo que eu estou vendo sem ter estudado arbitragem.
O problema é que às vezes nossas opiniões divergem frontalmente. Eu vejo uma coisa, ele vê outra muito diferente. Não é questão de estudo, mas de visão mesmo.
Faz parte. O que mais me irrita é quando o tal especialista usa critérios variáveis, dependendo da cor das camisetas envolvidas, do momento, dos ventos sul ou norte, etc.
Então, o mínimo que eu espero é que o comentarista de arbitragem acerte mais que o árbitro, este tem de decidir na hora, sem direito a repeteco.
Para isso, é fundamental a isenção, a honestidade ao opinar, ou dar seu parecer ‘especializado’, que pretende ser definitivo, mas que, definitivamente, não é.