A vitória por 1 a 0 sobre o Godoy Cruz passou por Marcelo Grohe. Mais decisivo no jogo só mesmo quem marcou o gol, Ramiro, jogador que consegue estar presente em todas as partes do campo.
Na verdade, todos tiveram participação importante pelo esforço, postura altiva, comprometimento e autocontrole para não cair no jogo violento do adversário.
O Grêmio tratou de jogar futebol, algo bastante difícil diante de um adversário decidido a apatifar o jogo ao perceber que enfrentava um time forte e que vencia por 1 a 0 antes de completar o primeiro minuto.
Teve ainda o campo muito irregular e molhado a prejudicar principalmente a equipe com maior capacidade técnica.
Por minutos pensei estar diante de um jogo do Gauchão dos anos 70, com os irmãos Pontes batendo impunemente, como o número 10 dos argentinos, que só não foi expulso por covardia do árbitro.
Aliás, juiz que sonegou um pênalti ao Grêmio quando Pedro Rocha foi puxado pelo ombro quando invadia a área pela esquerda.
Lembrando que o criticado PR foi o autor do cruzamento que resultou no gol da vitória, anotado aos 45 segundos. O chamado gol ‘mata secador’.
O Grêmio, como um todo, teve atuação adequada para encarar jogos da Libertadores. Todos os jogadores estiveram num nível alto – a zaga, então, foi soberba, principalmente quando os argentinos começaram a apelar para os chutões para a área.
Mas quero destacar Marcelo Grohe. O goleiro precisa matar um leão por jogo. Num dia é vilão, no outro pode ser herói, e assim será até pendurar as chuteiras.
O goleiro com ‘braço de motorista de kombi’ ou de ‘jacaré’, conforme definem alguns ilustres gremistas frequentadores deste espaço e tantos outros por aí, só de birra, decidiu usar os pés quando, já caído, evitou o gol de empate, ainda no primeiro tempo.
No segundo tempo, apesar do paredão diante da área, Grohe protagonizou outra defesa salvadora durante entrevero na pequena área. Mas a defesa mais espetacular foi aos 32 minutos, no cabeceio mortal de Garcia.
Em condições normais, o Grêmio poderia ter vencido com mais tranquilidade. No jogo da volta, em agosto, dia 9, isso poderá ser comprovado.
Felizmente, o time teve serenidade e ao mesmo tempo bravura. Não se ‘michou’. Foi um time de homens, definiu o técnico Renato Portaluppi.
Além de armar bem o time, Renato teve o grande mérito de incutir nos jogadores o ‘espírito da Libertadores’.