Caso Aranha: Grêmio precisa reagir

Há uma campanha sórdida em andamento. Um movimento que busca atribuir ao Grêmio a pecha de clube racista. Mais do que isso, o mais racista do país.

Acontecem atos de injúria racial seguidamente em todos os locais. Um jogador do Inter (Victor Cuesta) foi acusado recentemente. E ninguém fala mais nisso. E se fosse um jogador do Grêmio?

Com certeza seria incluído no programa que a TV Globo anuncia para esta quarta-feira, dia 19, quando volta a abordar o caso Aranha dentro da temática do racismo.

A emissora, em seu site, apresenta assim o programa:

‘O repórter Guilherme Belarmino acompanhou o goleiro Aranha, da Ponte Preta, que no último fim de semana jogou em Porto Alegre contra o Grêmio. Durante o jogo, o goleiro foi vaiado toda a vez que pegava na bola. Há três anos, o Grêmio foi desclassificado da Copa do Brasil depois que a torcida atacou o então goleiro do Santos com ofensas racistas.’

O Grêmio já foi dura, e injustamente, punido. Afinal, respondeu pelo desatino de uma torcedora (não de uma torcida, como faz crer a reportagem). De nada adiantou identificar e responsabilizar a infeliz.

O goleiro Aranha, ciente de que seria destaque do programa sobre racismo, veio preparado. Foi um ator o tempo todo. O cinegrafista estava atento, esperando, por certo, outra manifestação racista. Que não veio. Imagino a frustração da equipe de TV.

No final, fez cara de vítima para os repórteres. Bem diferente daquele Aranha agressivo e homofóbico dessa entrevista de abril deste ano.

ARAPUCA

Foi armado um circo dentro da Arena. Eu diria que foi armada uma arapuca. Vai que no clima tenso do jogo aparece outro torcedor desvairado…

Agora, triste também a postura de certos jornalistas da aldeia, aliás os mesmos que cobraram punição exemplar ao Grêmio naquela ocasião e que hoje se calam sobre o caso Victor Cuesta.

Gente que conhece a história do Grêmio e ainda assim o rotula de clube racista. (Uma história que o jornalista Léo Gerchmann conta em detalhes em seu livro ‘Somos azuis, pretos e brancos’.)

Um clube que tem o negro Everaldo, em forma de estrela, em sua bandeira. Que teve em seu Conselho Deliberativo um negro, Alceu Colares, que acabou governador do RS.

Aliás, o estado mais racista, segundo o goleiro, já elegeu um negro.

Penso que está passando da hora de uma tomada de posição mais firme da direção contra essa tentativa de colocar o Grêmio como referência de racismo no futebol.

Se demorar mais um pouco, será tarde demais.