O Grêmio nos últimos tempos parece aqueles filmes que disputam o Oscar e vencem nas categorias menos valorizadas, como melhor fotografia, melhor montagem, melhor maquiagem, melhores efeitos especiais, melhor som. Só não vence no essencial: melhor filme.
Ou seja, o Grêmio tem maior posse de bola, mais chutes a gol, mais escanteios, mais defesas difíceis do goleiro adversário, mas chega no final é outra derrota.
Pouco tempo atrás o Grêmio vencia em todos os quesitos.
O desmanche a que foi submetido o time devido principalmente a lesões tem o seu preço, mas não precisava ser são pesado.
Contra o Cruzeiro, na Arena quase vazia porque o acesso – exagerando um pouco – só podia ser feito a nado ou de barco, o Grêmio mais uma vez foi superior. Até o empate seria uma injustiça.
Aquela bola cruzada pelo Edílson para a conclusão perfeita de Éverton,pegando de primeira, e o toque salvador do goleiro, foi um sinal de que o Grêmio não venceria, e acabaria levando, porque, como se sabe, quem não faz leva.
O time misto do Grêmio, que a cada jogo se firma como titular porque sempre tem uns três ou quatro sem condições de jogo, mereceu a vitória. Acabou perdendo por 1 a 0 e agora tem ameaçada sua presença no G-4.
Resta aquilo que nenhum outro clube brasileiro tem neste 2017: a Libertadores.
É muito, sem dúvida, mas pode virar pó se o técnico Renato Portaluppi não puder contar com sua força máxima, expressão que perdeu bastante seu sentido desde a lesão de Maicon e mais recentemente a de Luan, dois expoentes técnicos do time campeão da Copa do Brasil 2016. Sem contar o Douglas.
Então, pensando no jogo contra o Barcelona, vi com satisfação que Joilson voltou a jogar bem, marcando forte e saindo para o ataque com alguma qualidade. Vi também o Marcelo Oliveira jogando mais focado, menos ansioso, e mais eficiente. Não é muito, mas já é alguma coisa.
Por outro lado, não gostei da atuação de Arthur – comparando com ele mesmo. Será efeito da Seleção, ou porque agora ele é mais respeitado e sofre marcação mais próxima? O fato é que ele esteve abaixo do que vinha jogando.
Quem ainda segue devendo é Arroyo. Ainda não vi nada nesse jogador que justifique estar à frente de Éverton na sucessão de Pedro Rocha. Insisto, Renato erra ao não efetivar de uma vez o Éverton.
Agora, entendo que Renato priorize neste momento o Arroyo, que não pode jogar só isso que vem jogando. Espero que ele esteja reservando o seu melhor para os jogos da Libertadores.
Resta torcer para que Luan volte 100% e o time não sofra baixas nos jogos da Libertadores. Se isso acontecer, o Grêmio tem tudo para levar o Oscar de melhor filme, desprezando todos os outros, principalmente o de melhor ator coadjuvante…